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Os novos estímulos à E&P de petróleo offshore implicam na busca de novas formas de conhecimento sobre as fontes de impacto ambiental. Com o objetivo de acompanhar, avaliar e controlar as operações das unidades de produção offshore, a interpretação dos resultados obtidos e o desenvolvimento do inventário de ciclo de vida do processamento de óleo e gás natural nesse estudo demonstraram a capacidade da caracterização do diagnóstico e do monitoramento de processos através da ferramenta de Avaliação de Ciclo de Vida.

A ACV permitiu, a partir da identificação das principais correntes mássicas e energéticas dos processos unitários de um modelo tecnológico genérico, uma visualização e identificação dentro do sistema de produção dos pontos críticos e impactantes dentro da cadeia. Com o software GaBi6.0 foi possível caracterizar as emissões atmosféricas e, através da metodologia CML 2001, obter os indicadores ambientais relativos a essas emissões e apontar as categorias de impacto mais relevantes dentro da atividade.

Em relação às emissões atmosféricas, analisado simultaneamente os Processos Interno e Externos do sistema, a Planta de Geração de Energia dominou o quadro de emissões com 100% das emissões de CO, N2O e NO2, 81% de materiais particulados, 67% de THC e 23% de CO2. Esses valores são consequência do arranjo de equipamentos de combustão interna e da produção de seus combustíveis. O expressivo resultado para essas emissões se devem principalmente aos Processos Internos da Geração de Energia. Quando analisado em relação às categorias de impacto esse processo possui 100% dos potenciais de acidificação e eutrofização (os dois provenientes principalmente das emissões inorgânicas do motor a gás natural para o tratamento de óleo), 99% do potencial de depleção da camada de ozônio (devido ao Processo Externo de produção de gasolina) e 44% de depleção abiótica (resultantes dos processos externos de produção de combustíveis).

O Tratamento de Gás apresentou 73% das emissões de CO2 e 99% das emissões de CH4 devido principalmente ao Processo Interno Venting. Apresentou também 75% das emissões de SO2 devido principalmente a cadeia de produção dos componentes químicos Metanol e Dietileno Glicol. Em relação as categorias de impacto, aparece com 95% do potencial de aquecimento global devido particularmente a liberação do metano no processo de

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(marinha) devido principalmente aos dois Processos Externos de produção dos químicos Dietileno Glicol e Metanol respectivamente.

O Tratamento de Óleo tem seu destaque em relação as emissões orgânicas para a atmosfera devido ao Processo Interno de Armazenagem de Óleo que libera 99% das emissões de COV e 23% do THC. Analisado as categorias de impacto, esse tratamento aparece com 100% do potencial de ecotoxicidade humana e do potencial de criação fotoquímica de ozônio (as emissões de COV são o principal contribuinte para o potencial de criação fotoquímica de ozônio (POCP)) e com 56% do potencial de ecotoxicidade de aquática (água doce).

O Tratamento de Água aparece com 83% do potencial de ecotoxicidade terrestre e 36% do potencial de ecotoxicidade aquática (marinha) devido às emissões de compostos orgânicos, inorgânicos e metais pesados para o mar do Processo Interno de Descarte de Água utilizada nos processos. Os dados considerados são de efluentes tratados respeitando a legislação ambiental, logo os impactos ambientais referentes ao descarte da água de produção tratada no mar foram de menor relevância para a carga ambiental global dos processos.

Ao se analisar os processos externos observa-se que os processos mais expressivos para os produtos químicos foram o Dietileno Glicol e o Metanol, no Tratamento de Gás, e o Etileno Glicol e o Sulfato de Amônio no Tratamento de Óleo. Ao comparar-se os tratamentos, os químicos do Tratamento de Gás têm uma relevância muito mais expressiva. Dentro dos combustíveis o que se mais se destacou foi a Gasolina aparecendo com as maiores emissões atmosféricas e com o maior consumo de água para a produção.

No cenário em que o gás natural é utilizado na cogeração de energia, o processo de queima em Flare é utilizado apenas em situações de emergência e na queima de gás excedente sendo a sua contribuição desprezível ao comparada com os outros sistemas.

A inclusão da distribuição no modelo o torna mais amplo e completo. Em relação ao transporte de efluentes para a costa e de químicos e combustíveis para a FPSO, se for considerado uma média de 100 km tanto para o navio quanto para o caminhão, a variação com e sem a inclusão da distribuição é insignificante para as categorias de impacto analisadas. Observa-se uma relevância apenas na emissão de material particulado para o ar, contabilizando apenas 20% dessa.

A falta de trabalhos relacionados ao mesmo tema impede a comparação dos resultados com outros casos de estudo. Concluindo esta análise do desempenho ambiental do processo produtivo, salienta-se que a descrição mais precisa e completa a partir de dados primário

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significaria uma maior precisão na caracterização dos impactos associados a cada um dos principais processos unitários, bem como a cada um dos principais produtos. Neste contexto, o modelo tecnológico estaria em condições de ser reproduzido em outras unidades de produção.

5.1 RECOMENDAÇÕES

 Realizar a coleta de dados primários de todos os processos pertencentes ao escopo do estudo;

 Utilizar o modelo tecnológico elaborado em unidades de produção existentes e compara-las em relação às tecnologias de exploração;

 Validar o modelo tecnológico elaborado a partir de dados primários;

 Construir um inventário de emissões de poluentes para as atividades de exploração e produção offshore nacional;

 Expandir a fronteira do estudo para as outras fases do segmento da E&P;

 Comparar os segmentos de upstream e dowstream dos produtos oriundos do petróleo;  Aplicar práticas de gestão ambiental com base nos resultados apresentados;

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