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3. ESTUDO DE CASO

3.2 ESCOPO

3.2.1 SISTEMA DE PRODUTO

O sistema em questão é constituído de um modelo de uma planta de processamento primário em uma plataforma do tipo FPSO em Cenário II de produção ilustrado na Figura 23. Nele, cada módulo dos tratamentos principais, foram separados em processos vinculados tanto diretamente ao processo produtivo do óleo e do gás, quanto

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indiretamente. Esses processos são capazes de reproduzir as principais técnicas e equipamentos para a adequação do óleo, gás, água e seus sistemas auxiliares (energia e calor gerados offshore) aos níveis internacionais de exigência.

Os processos vinculados diretamente a produção foram denominados Processos Internos. Esses são sistemas instalados e operados dentro da plataforma e compõe a configuração física da FPSO. Os vinculados indiretamente foram denominados de Processos Externos à FPSO e são processos que englobam a cadeia produtiva de cada elemento auxiliar e necessário para a operação da FPSO. Cada Processo Externo tem sua participação em um determinado Processo Interno. A produção de Dietileno Glicol, por exemplo, é um Processo Externo e necessário para o Tratamento de Gás. A produção de Diesel é uma Processo Externo e necessário para a planta de Geração de Energia.

É de suma importância pontuar que todos os processos externos e fluxos dos processos internos foram retirados do banco de dados do Software GaBi. Assim, os dados secundários obtidos no estudo bibliográfico apenas quantificaram os fluxos retirados desse banco de dados. Este cuidado é importante, pois ao criar fluxos extra-software compromete-se o modelo de avaliação adotado, uma vez que correntes criadas pelo usuário não contém os pesos pré-definidos referentes às categoriais de impacto adotadas por um determinado modelo de avaliação.

A apresentação do fluxograma do processo está na Figura 23 e é importante para a transparência do estudo, uma vez que explicita as entradas e saídas das correntes em cada etapa do processo. Os dados referentes a este item compreenderam a identificação dos aspectos ambientais de todos os subsistemas envolvidos neste estudo.

Tabela 5 - Identificação dos Processos Internos e Externos que foram quantificados.

Processos Internos Processos Externos

Separação Tratamento de Resíduos Sólidos Tratamento de Óleo Água Marinha para processamento

Tratamento de Gás Produção de Sulfato de Amônio Tratamento de Água Produção de Metanol

Geração de Energia Produção de Dietileno Glicol Queima em tocha Produção de Etanol

Perda de Calor Produção de Etileno Glicol Produção de Xileno Produção de Gasolina

Produção de Diesel

Produção de Óleo Combustível leve e pesado Navios de Carga

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3.2.2 FRONTEIRA DO SISTEMA DE PRODUTO

A fronteira de estudo se limita à planta de tratamento de petróleo. Foram quantificados apenas os dados de entrada e saída do sistema de processamento, considerando também os impactos da geração e trato dos efluentes.

O trabalho realizado é uma análise de portão a portão (gate to gate). Delimitando a fronteira do sistema à contemplação da fase processamento dentro do segmento upstream de E&P. Os impactos referentes a outras fases do ciclo como: prospecção geofísica, perfuração, completação, construção da unidade exploradora, transferências para navio aliviador e gasodutos, abandono e descarte final dos equipamentos não foram contabilizados.

Figura 24 - Ilustração da planta de processamento primária que delimita a Fronteira do sistema de produto.

3.2.3 UNIDADE FUNCIONAL

Foi estabelecida a unidade funcional de 01 (um) kg de petróleo tratado. Essa unidade serviu como fator para o cálculo dos dados de entrada e saída do sistema dos principais processos unitários abordados.

3.2.4 PROCEDIMENTOS DE ALOCAÇÃO

Conforme ressalta Kulay (2004), a aplicação de procedimentos de alocação só terá sentido, caso as unidades de processo do sistema em estudo gerem mais de um produto

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(os subprodutos) ao longo de seu desenvolvimento. Ressalta-se que as saídas somente serão consideradas subprodutos, caso haja valor comercial para as mesmas. No caso da planta de processamento o procedimento de alocação realizado foi baseado no critério mássico para os três efluentes gerados, óleo, gás e água.

3.2.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO

Adotou-se um perfil de impacto constituído por apontadores do tipo midpoint para prover um quadro mais conciso do desempenho ambiental da avaliação dos produtos em estudo. Dentre os modelos existentes foi selecionado aquele com enfoque em categorias de impacto intermediárias, que considera os impactos a partir do ponto primário da intervenção ambiental. Após avaliar alguns modelos disponíveis dentro do software GaBi, decidiu-se optar pelo método CML 2001, proposto pelos pesquisadores do Centre

of Environmental Science - CML, da Universidade de Leiden – Holanda. As categorias

de impacto ambiental foram selecionadas com o objetivo de representar adequadamente o perfil ambiental. Estas categorias são:

 Potencial de Depleção Abiótica (elementos e fóssil) (PDA);  Potencial de Acidificação (PA);

 Potencial de Eutrofização (PE);

 Potencial de Ecotoxicidade Aquática (água doce e marinha);  Potencial de Ecotoxicidade Humana;

 Potencial de Ecotoxicidade Terrestre;

 Potencial de Aquecimento Global (PAG 100 anos);  Potencial de Redução da Camada de Ozônio (PRCO);  Potencial de Criação de Oxidantes Fotoquímicos (PCOF).

Os indicadores foram normalizados em relação aos totais de alguns processos em análise, com o intuito de maximizar a comparabilidade dos dados das diferentes categorias de impacto.

3.2.6 REQUISITOS DA QUALIDADE DE DADOS

Todos os dados utilizados para a construção do ICV do modelo desenvolvido foram dados secundários provenientes de teses e artigos acadêmicos, relatórios quantitativos de desempenho de empresas e Estudos de Impactos Ambientais (EIA) disponíveis ao público. Foram tomadas as precauções necessárias quanto a confiabilidade e

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representatividade dos dados de acordo com os critérios de qualidade da norma ISO 14040.

Devido à dificuldade de obtenção de dados concisos de uma única unidade de produção, foi necessário se extrair informações de diferentes estudos em diferentes anos. Portanto, o modelo em estudo é uma simulação aproximada de um modelo genérico real. Para se ter uma representatividade exata do processo, é necessário acrescentar ao modelo dados primários de uma unidade existente.

3.3 ICV DO PROCESSAMENTO PRIMÁRIO DE PETRÓLEO OFFSHORE

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