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Competência em informação tem sido um tema amplamente discutido na literatura, principalmente na área de Ciência da Informação. Na presente pesquisa, o desafio foi inserir a discussão na área da Educação, por meio de debates em torno do tema inclusão, visando obter perspectiva de uma educação inclusiva por meio do desenvolvimento de competências em informação com professores da Educação Básica. Nesse contexto, o objetivo geral da pesquisa foi propor um modelo pedagógico (visa à formação continuada de professores da Educação Básica) de Competência em Informação (quadro 8), na perspectiva da educação inclusiva direcionada a pessoas com deficiência. O modelo proposto, portanto, resultou da análise, sumarização e categorização das etapas identificadas em modelos disponíveis na literatura e em sites da internet e percebidas como úteis para programas de formação de professores.

Os testes realizados com o modelo proposto permitiram confirmar sua utilidade e eficácia para a formação continuada de professores da Educação Básica na busca e uso da informação, na perspectiva de uma educação inclusiva. Isto porque sua aplicação tornou possível, de fato, utilizar os conceitos nele embutidos na proposição dos métodos e instrumentos adotado e nas atividades de formação realizadas. Tal experiência, por seu turno, apontou para sua adequação no desenvolvimento de competência em informação com professores da Educação Básica, na perspectiva de uma educação inclusiva. É importante frisar que, em razão do tamanho da amostra utilizada na presente pesquisa, não é possível a generalização de suas conclusões. No entanto, não há dúvidas de que são indicativos relevantes para a realização de estudos futuros. De qualquer modo, os resultados obtidos permitiram obter conclusões relacionadas a cada um dos objetivos específicos e em relação à amostra utilizada na pesquisa, conforme apresentado a seguir.

5.1 Contribuição de modelos de competência informacional disponíveis na literatura e na Internet para identificação de etapas úteis na formação continuada de professores da Educação Básica na perspectiva da educação inclusiva

Os resultados obtidos nesta pesquisa, em relação ao grupo de professores que participaram da coleta de dados, permitem concluir que modelos de Competência em Informação disponíveis na literatura e em sites da Internet, e desenvolvidos em diferentes áreas do conhecimento, fornecem as etapas necessárias e úteis à proposição de modelos pedagógicos (aplicáveis na Educação) de competência em informação. Estes, por sua vez, mostram-se adequados a programas de formação de professores em competência informacional na perspectiva da educação inclusiva.

5.2 Influência da formação de professores da Educação Básica em competência informacional sobre o nível informacional destes a respeito de tipologia de deficiências, educação inclusiva e necessidades informacionais

A aplicação de modelo pedagógico de competência informacional na formação continuada de professores da Educação Básica, com vistas à educação inclusiva, requer avaliar o nível informacional destes em relação a tipologias de deficiências, educação inclusiva e necessidades informacionais em dois momentos: antes e após a formação. Isto porque é relevante identificar a influência ou não da formação no nível informacional dos professores. Os resultados obtidos nesta pesquisa permitem concluir que há influência positiva da formação no nível informacional dos professores, no sentido em que o conhecimento destes sobre os três tópicos melhorou após a formação.

5.3 Atitudes de professores da Educação Básica, em situação de formação continuada, em relação à utilização de modelo pedagógico de

Competência em Informação na perspectiva da educação inclusiva

A aplicação de modelo pedagógico de Competência em Informação na perspectiva da educação inclusiva em ações de formação continuada de professores da Educação Básica, é útil tanto para elaboração dos métodos e instrumentos de formação quanto para o próprio desenvolvimento de competências informacionais. Os resultados obtidos com a formação aplicada na presente pesquisa permitem concluir que há mudanças nas atitudes e percepções de professores em relação a questões informacionais, tais como melhoria na identificação, no valor e no uso de fontes e serviços de informação, assim como no planejamento da busca por informação.

5.4 Contribuições teóricas e práticas

A contribuição relevante identificada nesta pesquisa diz respeito à constatação de que a interação da Ciência da Informação e da Educação constitui questão essencial para os estudos a respeito da Competência em Informação, mais especialmente na perspectiva da educação inclusiva. De fato, não parece possível promover a educação inclusiva, no âmbito da Educação, sem a concorrência do desenvolvimento de competências em informação, especialidade da Ciência da Informação.

Do ponto de vista prático, os resultados obtidos nesta pesquisa mostram a urgência e a utilidade do desenvolvimento de programas que permitam a realização ótima dessa interação. Tal desenvolvimento diz respeito tanto ao que concerne à formação continuada de professores e bibliotecários, quanto à composição do quadro de profissionais das escolas da Educação Básica. Estas escolas não podem prescindir da presença de bibliotecários e de professores com competência em informação. A figura 31 ilustra como podem ocorrer estas relações.

Figura 30 - Modelo dialógico de CoInfo para educação inclusiva

Fonte: Elaboração própria (2015)

No modelo dialógico proposto o projeto didático corresponde a todo procedimento adotado no ambiente escolar (ou fora dele) que esteja em consonância com uma proposta educativa seja vinculada a legislação educacional

sou a alguma organização. Estão inclusos, mas não limitados, por exemplo, aulas presenciais, externas (aulas passeio), internas, à distância, projetos educativos, escolares, festividades escolares, olimpíadas de conhecimento, etc.

Entretanto urge ressaltar que diante da farta disponibilidade de recursos de tecnologias de comunicação e informação não justifica que quaisquer procedimentos de uso de informação possam estar restritos a um contato físico entre bibliotecário e usuários de informação, ou a presença de ambos nos mesmo espaço arquitetônico de uma biblioteca. Neste sentido projeta-se um cenário em que o diálogo entre professores e bibliotecários deva ser construído em modalidades práticas e aplicáveis aos contextos plurais que nossa educação dispõe. A experiência desta pesquisa é totalmente aplicável a estas pluralidades pela flexibilidade e didática direcionada por uma crença de que o desenvolvimento da CoInfo pode contribuir para instauração de contextos inclusivos através do fomento de novas demandas, novos atores e novos produtos.

5.5 Limitações da pesquisa

Conforme ficou claro no documento desta tese, dificuldades para a realização da coleta de dados não permitiram sua realização com diferentes grupos nem com grupos maiores de participantes. Isso, por sua vez, limita a generalização de seus resultados, a despeito destes se mostrarem úteis para o entendimento e as discussões do problema investigado e servirem tanto como insumo a novas pesquisas quanto como reflexão de estudiosos, planejadores, gestores e outros profissionais das áreas envolvidas.

5.6 Sugestões para estudos futuros

Esta pesquisa sinaliza para estudos futuros nas possibilidades inerentes uma processo de gamificação e virtualização, bem como no modelo propositivo de Coinfo-inclusao. A virtualização desta pesquisa e dos tópicos dela emergentes pode ser um passo importante para a popularização de metodologias ativas de CoInfo, ampliando espaços de diálogos e principalmente alargando fronteiras investigativas no que tange à possíveis adaptações relacionadas, por exemplo, à gamificação e aprendizagem à distância. A ideia de utilização dos cartões-desafios pode ser

adaptada para ambientes digitais incorporando outras tendências metodológicas tais como a gamificação cuja fundamentação pressupõe a personificação, o estabelecimento de regras, níveis, pontuação, objetivos, recompensas. A gamificação deste estudo pode contribuir para ampliação e diversificação de ofertas formativas ubíquas, tecnológicas e lúdicas pela possibilidade de adaptação à telefonia móvel e inteligente. Além disso, a ludicidade da técnica dos cartões- desafios pode ser adaptada para jogos reais aliando aspectos de motricidade e corporeidade de forma síncrona ao processo de busca, avaliação, uso e comunicação de informação.

Figura 31- Esquema propositivo de CoInfo na perspectiva de uma educação inclusiva

Fonte: Elaboração própria

O esquema propositivo de Coinfo na perspectiva de uma educação inclusiva ( fig.32) traduz a crença de um perfil docente competente em informação cujas repercussões podem interferir em políticas públicas de educação e informação através da formação de outros professores, no empoderamento de famílias de indivíduos com deficiência em virtude do conjunto de informações, no fortalecimento de uma cidadania ativa de indivíduos com deficiência e no fomento de novos