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Considerando as tabelas 8.15 e 8.16, percebeu-se que os pontos localizados nos entroncamentos de estradas, estradas com rios, ou então em vértices de ocupação do solo onde se tem alto contraste, acarretou em uma boa avaliação da qualidade da base cartográfica.

Por outro lado, os pontos de checagem lidos nos entroncamentos de rios ou em qualquer outro local em que haja cobertura florestal densa, ocasionou péssimos resultados na avaliação da carta, uma vez que a impossibilidade de defini-los com clareza deturpou a precisão de leitura, determinando muitas vezes um erro grosseiro de até 100 metros.

Para o usuário de cartografia é fiindamental ter ciência de que apenas pode- se avaliar um produto cartográfico possuindo segurança na identificação fisico espacial de um ponto amostrai em termos de coordenadas e locação.

Com relação às bases cartográficas que foram manipuladas e analisadas, chegou-se as seguintes conclusões:

a) base reamostrada com pontos de controle escolhidos aleatoriamente: atendeu a escala 1:110.000, não sendo recomendada sua utilização ao cadastro técnico, apresentando-se com erro médio total de 27.36891 Im;

b) base não reamostrada com pontos de controle escolhidos aleatoriamente: como os pontos de apoio para geração deste documento são provenientes das cartas do EBGE em menor escala, fica clara a sua qualidade inferior;

c) imagem reamostrada utilizando-se pontos de checagem coincidentes com pontos de apoio: o resultado deste trabalho mostrou-se muito melhor em relação aos pontos tomados aleatoriamente, com uma estimativa de erro médio total de 3.39778189m;

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d) imagem não reamostrada com pontos de checagem coincidentes com os pontos de apoio: a melhora foi significativa, pois de uma classificação de 1:112.000 obteve-se uma classificação de 1:12.000, com uma estimativa de erro total de 82.0019305m, em fianção da tendenciosidade apresentada na coordenada E;

e) imagem reamostrada com pontos de checagem coincidentes com pontos de apoio somados a alguns pontos aleatórios: este produto cartográfico foi o que apresentou melhor qualidade geométrica, pois atendeu a escala 1:5.000 e as especificações do CTM, com erro médio total de 3.02368923m.

f) imagem reamostrada com pontos de checagem coincidentes com os pontos de apoio somados a alguns pontos aleatórios: este produto após as análises enquadrou-se na escala 1:11.000, entretanto, com um erro total de 81.5200729m, em virtude da grande tendenciosidade apresentada.

g) por fim, considerando a pior forma de análise, ou seja aquela em que foram tomados pontos aleatórios quaisquer - a base cartográfica após ter sido reamostrada, utilizando o software ERDAS e os pontos de apoio levantados à campo, apresentou um resultado satisfatório o qual se enquadra nas especificações das normas técnicas da Cartografia Nacional.

Nas avaliações de mapas de áreas rurais onde se tem poucos pontos rigorosamente definidos, toma-se mais dificil a identificação em relação a áreas urbanas, pois nesta última tem-se “n” cmzamentos de mas, avenidas, vértices de identificações etc.

A avaliação da qualidade de uma carta gerada a partir de restituição fotogramétrica, deve ser checada a partir da verdade terrestre, que pode ser obtida da confi-ontação com as fotos aéreas ou então com medidas diretamente executadas em campo.

Analisando os produtos finais obtidos pelas restituições geradas em épocas e por pessoas diferentes, constatou-se o alto grau de diferença nas fotointerpretações, sendo necessário checar todos os dados fotointerpretativos, pois, à primeira vista o fiscal ou avaliador de qualidade destes produtos, precisa ter sensibilidade e prática em cartografia, caso contrário pode-se julgar melhor àquela de boa aparência, deixando de valorizar a qualidade geométrica do produto cartográfico.

Quanto à consistência da reamostragem utilizando o Erdas, o software apresentou um bom desempenho com relação à melhoria da qualidade geométrica da base cartográfica. Antes dela ser manipulada no soflrware apresentava uma qualidade que se enquadrava na escala pequenas e após ser reamostrada, obteve-se a precisão requerida para

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grandes escalas. Além disso, o tempo de processamento foi satisfatório, mediante a utilização do modelo matemático escolhido.

Quanto aos pontos de controle retirados diretamente de cartas disponíveis em escalas menores, fica justificada sua não utilização, pois a tendência é prejudicar a qualidade do produto cartográfico, e neste trabalho este procedimento errôneo fica comprovado mediante a classificação inicial da base cartográfica, que foi confeccionada seguindo esta metodologia, apresentando uma b a k a qualidade.

O cadastro técnico multifinalitário, quer seja aplicado em área urbana ou rural, obrigatoriamente deverá compor-se de mapas, entre eles, base cartográfica e mapas temáticos. Aliado a estes mapas está a veracidade das informações que os compõem. Toma- se difícil falar em cadastro técnico se os dados gráficos do sistema não possuem uma confiabilidade geométrica que atenda as suas necessidades.

0 cadastro técnico multifinalitário surge como uma ferramenta útil ao planejador. Dentro deste contexto, se os dados de entrada do sistema não possuírem uma

qualidade geométrica aceitável ao objetivo do trabalho, ou seja, se os mapas temáticos que formam o sistema não corresponderem em qualidade geométrica compatível à sua escala, acarretará num planejamento distorcido do real, conseqüentemente, fornecerá aos usuários destas informações dados deturpados, não merecedores de confiabilidade.

Para evitar este tipo de problema, tom a-se necessário que os mapas de interesse ao CTMR ou CTMU estejam calcados em dados confiáveis, para que as informações relacionadas á Terra tenham efetivamente “n” finalidades, e sobretudo, a confiabilidade do produto cartográfico deve ser inquestionável.

Portanto, se os produtos cartográficos atenderem á precisão geométrica requerida pelo produto em função da sua escala, os usuários da cartografia, ou seja, concessionárias ou secretarias estadual, municipal ou até mesmo federal, poderão desenvolver seus projetos de planejamento, retratando na forma mais fiel possível a realidade, possibilitando dessa forma, a concretização bem sucedida do cadastro.

Assim, o engenheiro cartógrafo ao elaborar um mapa, deve considerar o propósito a que esse documento se destina, principalmente se for para o Cadastro Técnico Multifinalitário, processo amplamente afetado por este produto.

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9.8. Recomendações Gerais

Após a realização deste trabalho recomenda-se que a CONCAR (Comissão Nacional da Cartografia), somado a SBC (Sociedade Brasileira de Cartografia) exijam que;

a) todo mapeamento seja avaliado em termos de qualidade por profissionais habilitados;

b) que todo o produto cartográfico tenha explícito na legenda a sua qualidade em termos de PEC;

c) que as escolas de cartografia procurem uma integração mais intensa com as empresas executantes da cartografia, como forma de crescimento recíproco;

d) que os cursos de Pós-Graduação procurem fazer mais pesquisas de cunho científico-prático gerando trabalhos úteis a sociedade;

e) que as pesquisas desenvolvidas na área do cadastro técnico multifinalitário sejam a base das informações para geração dos modelos de planejamento rural e/ou urbano.

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