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Cadastro Técnico M ultifinalitário

4.3. Mapas que devem compor o CTMR

Os mapas são o melhor meio de obtenção, registro e análise do conhecimento dos recursos da terra, e são absolutamente necessários para se atingir eficácia no planejamento do desenvolvimento econômico e uso dos recursos da terra. A complexidade das relações do homem com a terra é de tal ordem, que é indispensável registrar em detalhes tais relações, para que possa ser entendida a sua repercussão sobre o ambiente e sobre a economia, seja oriunda de direitos, interesse público, comunal ou individual. Os mapas cadastrais de grande escala, são a única base segura para tais registros Loch, (1993); Dale e Maclaughlin, (1990) e Shelton, (1969).

Nogueira Loch (1991), comenta que a identificação, mapeamento detalhado da propriedade, respectivo uso e ocupação do solo pelos imóveis, é uma das maneiras de se obter informações da região de forma sistemática, sendo a única forma que o poder público tem para orientar adequadamente o usuário da terra. Essa metodologia também serve como suporte para a extensão rural, assim como para um planejamento espacial do uso da terra, considerando a aptidão do solo, capacidade de uso da terra e a rentabilidade econômica dos seus diferentes tipos.

De acordo com Barwinski (1991), a necessidade de dados quanto à ocupação da superficie da terra é estabelecida pela demanda de atividades humanas e seus impactos sobre o meio ambiente. Para tanto, sugere que se estabeleça um sistema de cadastro técnico que inclua todos os tipos de mapeamento que representem as características ocupacionais do espaço fisico, a avaliação da terra diante das atividades humanas, o desenvolvimento industrial, as facilidades ou dificuldades para a expansão de construções e a avaliação dos sistemas de transportes, visando o desenvolvimento econômico do homem.

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Loch (1990b), considera básico ao planejamento municipal uma definição precisa das características físicas regionais. Dessa forma fica bem claro que o conjunto de mapas cadastrais, fundiários, solos, uso do solo, aptidão do solo, declividade do solo e planialtimétrico, entre outros, tomam-se a melhor ferramenta ao CTMR, uma vez que estes mapas podem e devem ser atualizados com o decorrer do tempo.

Portanto, os mapas que devem compor o Cadastro Técnico Multifinalitário Rural são:

a) Mapa planialtimétrico - também pode ser chamada de carta

planialtimétrica ou ainda de carta topográfica. Definida no dicionário cartográfico como sendo elaborada mediante um levantamento original, ou compilada de outras topográficas existentes, e permitindo a determinação de alturas; carta em que os acidentes planimétricos e altimétricos são geometricamente bem representados;

b) Mapa da estrutura fundiária - Topalov (1978), comenta que a estrutura

fiindiária é a imagem formada pela justaposição das propriedades individuais, fornecendo uma visão panorâmica do município ou área em análise. Outros autores como Theodoro (1981) e Thomé (1984), afirmam que a demarcação das propriedades rurais é a ferramenta principal para a titulação definitiva das terras, além de aumentar a base tributária e de dar apoio ao processo de transferência de títulos, estimulando assim, o mercado imobiliário versus produção;

c) Mapa do uso atual do solo - Entre todos os mapas temáticos, o mapa do

uso atual do solo é o mais dinâmico, pois sua desatualização é diretamente proporcional às ações do homem em sua propriedade. Pode também ser definido como a expressão do manejo do ecossistema realizado pelo homem;

d) Mapa da declividade do solo - Gerado a partir do mapa planialtimétrico,

realçam-se neste mapa as classes de declividade, conforme o interesse. O Código Florestal recomenda o limite de 45% de declividade para separar diferentes formas de utilização com cuhivos ou pastagens de cobertura

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florestal; entre 45% e 100% para exploração florestal seletiva e, acima de 100%, florestas intocáveis. Uberti el al (1992), em seu trabalho de classificação da aptidão do uso das terras do Estado de Santa Catarina, classificam a declividade nas seguintes classes:

Quadro 4.1 - Classificação da declividade do Estado de Santa Catarina

Classe Declividade Plano 0 a 3% Suave ondulado 3 a 8% Ondulado 8 a 20% Forte ondulado 20 a 45% Montanhoso 45 a 75% Escarpado > 75% Fonte: Uberti et a l , 1992

e) Mapa da aptidão do solo - Aptidão de uso das terras ou capacidade de uso das terras pode ser conceituada como sua adaptabilidade para fins diversos (agricultura, reserva florestal-biológica, manancial, esporte-lazer, fhiticultura, pastagem, reflorestamento, etc.), sem que sua utilização conduza ao depauperamento, desgaste ou empobrecimento.

f) M apa da capacidade de uso do solo - o mapa da capacidade de uso do solo é um mapa de real importância e de grande objetividade. Fornece a base para a elaboração do plano de exploração racional das terras. Sua legenda é composta de algarismos romanos representativos das classes encontradas, acompanhados de letras minúsculas indicadoras das subclasses.

Utilizando-se os mapas temáticos necessários ao Cadastro Técnico Multifinalitário Rural, citados anteriormente, em um Sistema de Informações Geográficas, pode-se gerar novos mapas com a finalidade de otimizar custos e aumentar benefícios em um planejamento.

4.4. Escalas de trabalho para os mapas no CTkfR

Para Loch e Kirchner (1988), as imagens orbitais e as fotografias aéreas não são concorrentes nos trabalhos de mapeamento cadastral mas sim complementares. As

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fotografias aéreas convencionais se prestam com eficiência à execução dos mapas temáticos do cadastro técnico nas escalas 1:5000 ou 1:10000, escalas típicas dos mapeamentos cadastrais rurais executadas no Brasil. As imagens orbitais se prestam com eficiência na atualização dos mapas cadastrais, pois a atualização cadastral através de vôos fotogramétricos anuais é economicamente inviável.

Deve-se considerar, segundo Loch (1990a), que o tamanho das propriedades e a conseqüente taxa de ocupação é bem diferenciada entre as áreas rurais e urbanas, portanto o cadastro técnico deve ter escalas diferenciadas para as duas áreas.

O mesmo autor afirma ainda que, são usadas as escalas 1:10.000 para áreas rurais e 1:2 . 0 0 0 ou até 1:1 . 0 0 0 para as áreas urbanas, como complemento é conveniente

que sejam gerados mapas em escalas menores para que se tenha uma visão sinóptica da área, visando projetos de zoneamento urbano ou mesmo rural.

Como as cidades estão em contínua expansão horizontal, é necessário que as áreas do mapeamento cadastral rural e urbano tenham faixas de recobrimento, uma vez que estas são regiões que necessitam de uma atenção especial por parte do planejamento.

Os mapas do cadastro técnico são gerados a partir de fotos aéreas normalmente na escala de 1:15.000 a 1:30.000 para áreas rurais, e nas escalas 1:5.000 a

1:1 0 . 0 0 0 para áreas urbanas, isto depende das exigências e dificuldades para se conseguir o

detalhamento desejado. O uso destas escalas é devido ao fator máximo de ampliação dos restituidores para uma restituição segura, que é de 5 vezes.

Capítulo 5