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Dos três capítulos que constituem este trabalho podemos extrair as seguintes conclusões:

 Os empréstimos públicos remontam à antiguidade, porém, só no século XVIII surgiram estudos económicos sobre os efeitos da dívida pública.

 Os primeiros empréstimos públicos em Portugal foram uma experiência ruinosa para a economia do país.

128 período de grandes alterações internas a nível económico e financeiro.

 Com as alterações económicas implementadas o país voltou a assegurar a possibilidade de financiamento externo do país através do mercado de capitais.

 Em 1996 é criado o IGCP ao qual foi atribuída a natureza de instituto público e, em 2012, o IGCP, I.P. passa a Agência da Gestão da Tesouraria e Dívida Pública – IGCP, E.P.E.

 O setor público empresarial visa acomodar a intervenção do Estado na economia de forma eficiente, tendo sempre presente o interesse público.

 O IGCP, E.P.E. exerce uma atividade económica na área dos serviços financeiros, tendo por missão gerir, de forma integrada, a tesouraria, o financiamento e a dívida pública direta do Estado.

 O RJSEP determina que as entidades públicas empresariais se regem pelo direito privado, exceto quando atuem ao abrigo de prerrogativas ou poderes de autoridade.

 Ao IGCP, E.P.E não foram atribuídos poderes de autoridade.

 O IGCP, E.P.E emite títulos representativos da dívida pública em nome do Estado, de acordo com um regime legal previamente definido.

 A gestão da dívida pública pelo IGCP, E.P.E passa pela emissão de diversos instrumentos financeiros, designadamente: valores mobiliários, instrumentos monetários e instrumentos derivados.

 A aquisição/subscrição por terceiros de instrumentos financeiros emitidos pelo Estado constitui-se como um empréstimo público.

 Os empréstimos públicos têm natureza contratual, resultam de um acordo de vontades, sob a égide de normas de direito privado.

 Os certificados de aforro são instrumentos monetários, escriturais, nominativos, reembolsáveis, destinados à captação de poupanças familiares.

 As cláusulas de onde consta m as condições (obrigações e deveres) do contrato de subscrição de certificados de aforro constam de um diploma base e de um diploma específico relativo à série dos certificados de aforro.

129 a competência dos tribunais administrativos e fiscais aos litígios emergentes de relações jurídicas administrativas.

 A norma constitucional constitui uma reserva material de competência relativa, mantendo o legislador uma margem de liberdade para introduzir desvios pontuais, desde que preserve o núcleo essencial do modelo constitucional.

 Não existe definição legal de relação jurídica administrativa, pelo que tradicionalmente entende-se ser uma relação jurídica pautada por normas de direito administrativo.

 Sem prejuízo de pontuais desvios expressamente previstos pelo legislador, as relações de direito privado estão excluídas do âmbito de competência material natural da jurisdição administrativa.

 Os contratos de empréstimo público do IGCP são considerados contratação excluída do CCP [alínea e) do n.º 4 do art.º 5].

 O regime jurídico de emissão de dívida pública estabelece expressamente que os litígios emergentes das operações de dívida pública direta serão dirimidos pelos tribunais judiciais.

 O ETAF continua a deixar de fora da jurisdição administrativa os litígios da Administração Pública submetidos a um regime de direito privado e que não hajam de ser celebrados nos termos do CCP.

 Em algumas decisões, os tribunais administrativos já se pronunciaram pela incompetência material da jurisdição administrativa para a resolução dos litígios emergentes da subscrição de certificados de aforro.

 A jurisdição competente em matéria de litígios relativos a títulos representativos da dívida pública, em especial nos que envolvem os certificados de aforro, é a jurisdição dos tribunais judiciais e não a jurisdição administrativa.

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