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3 ECONOMIC VALUE ADDED COMO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO

5.1 CONCLUSÕES E LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Por meio da análise dos testes paramétricos apresentados no Capítulo 4, o trabalho proporcionou as seguintes conclusões:

a) o teste da hipótese 1 gerou um resultado em que foi possível rejeitar a hipótese nula, apresentando assim fortes indícios, ao nível de significância de 5%, de melhorias em do Valor Econômico Adicionado para as empresas vencedoras do PNQ no período pós- adoção do MEG do que no período de adoção do MEG. Diante de todas essas evidências, conclui-se que as empresas da amostra agregaram mais valor aos detentores do capital após conquistarem o Prêmio Nacional da Qualidade;

b) o grupo de hipótese 2 teve por objetivo comparar o desempenho do EVA das empresas da amostra em comparação às demais empresas do mesmo setor da economia. Esse grupo possui três hipóteses que fazem essa comparação no período total, no período de adoção e no período pós-adoção do MEG. Quanto ao período de adoção do MEG, não se encontrou evidências de que as empresas da amostra possuem melhor desempenho que as demais do setor que elas operam. Já no período de pós-adoção do MEG, foram encontradas fortes evidências, ao nível de significância de 5%, de que as empresas da amostra possuem um nível de desempenho superior as demais empresas do setor. De maneira geral, as evidências geradas pelo estudo indicam que as empresas vencedoras do PNQ, no período de 2000 a 2009, agregaram mais valor aos detentores do capital do que as demais empresas do mesmo setor econômico após a premiação. Vale observar que no período de adoção, as empresas da amostra tinham uma média de valor agregado igual ao das demais empresas do setor da economia que elas operam. Isso reforça a o efeito positivo que o MEG® teve nas empresas premiadas. Uma provável razão para tais resultados é que os investimentos necessários para implantação das práticas de gestão no período de adoção possam ter afetado o valor de EVAdas empresas da amostra. .

As conclusões geradas por este estudo vão ao encontro dos resultados obtidos nos trabalhos de Hendricks e Singhal (1997), Douglas e Judge (2001), Wilson e Collier (2000), Cho e Pucik (2005) e Corredor e Goñi (2010), em que apontam para uma relação positiva entre a implantação efetiva da gestão da qualidade e o desempenho das organizações. No entanto, diferencia-se dos resultados encontrados nos trabalhos de Nair (2006), Sila (2007) e Pignanelli (2007), que apontam para a ausência de vantagem em desempenho das empresas que adotam efetivamente a gestão da qualidade.

A primeira conclusão fornece subsídios para discutir uma questão polêmica colocada por York e Miree (2004), em que buscam descobrir se as empresas obtêm melhores resultados devido à adoção da gestão da qualidade, ou empresas que possuem melhores resultados estão mais propensas a adotarem a gestão da qualidade? Os resultados encontrados neste trabalho apontam para um melhor desempenho após ganhar o PNQ do que seus pares. Contudo, esse fato não pode ser afirmado para o período anterior à obtenção do prêmio um período de implantação e consolidação das práticas de gestão implantadas para atender aos critérios de excelência. Já os resultados encontrados por York e Miree (2004) apontam que as

vencedoras do MBNQA e dos Prêmios Estaduais tinham um desempenho financeiro melhor que seus pares depois de ganhar o prêmio e também antes de ganhá-lo. Dessa forma, as empresas premiadas pelo PNQ apresentam uma trajetória diferente das vencedoras do MBNQA. Neste caso, um estudo não invalida o outro, devido ao fato de que ambos foram realizados em ambientes diferentes com medidas de desempenho diferentes.

Vale salientar que essa análise de convergência e divergência deve ser vista com cautela por três motivos: o primeiro é pelo fato de que os estudos citados foram realizados nos Estados Unidos e Europa, com exceção do trabalho de Pignanelli (2007), realizado no Brasil. O segundo é pelo fato de que a forma utilizada para medir o desempenho das organizações utilizada neste estudo foi o EVA, não encontrado em nenhum outro trabalho na literatura pesquisada. O terceiro é a maturidade das práticas de gestão das empresas. Uma hipótese que pode ser levantada é que as empresas do estudo de York e Miree (2004) tinham uma maturidade maior em gestão da qualidade, com resultados mais consistentes, que as empresas da amostras deste estudo. O fato é que as empresas vencedoras do PNQ da amostra desta pesquisa continuaram a obter resultados consistentes mesmo após a premiação em termos de geração de riqueza para os detentores do capital. Uma organização cujas práticas de gestão são mais maduras pode não se beneficiar dos ganhos da curva de aprendizado que são mais evidentes em empresas menos maduras.

Quanto às limitações, a mais relevante diz respeito à amostra utilizada no estudo. Isso se dá devido à utilização somente das empresas vencedoras do PNQ como sinônimo de adoção efetiva da gestão da qualidade, o que torna a amostra não probabilística em que se deve analisar com extremo cuidado qualquer tentativa de generalização do estudo para a gestão da qualidade. Todavia ela é importante para modelos de excelência na gestão.

Outro fator importante é que para este estudo foram consideradas as empresas vencedoras do PNQ no período de 2000 à 2009, cujas demonstrações estavam disponíveis para análise. Devido ao número reduzido de empresas poucos setores foram considerados, não representando, por tanto, a realidade econômica do país.

A forma utilizada para medir o desempenho financeiro das empresas da amostra também contribui com as limitações. Apesar de o EVA ser considerado mais avançado do que as medidas de desempenho financeiras utilizadas nos outros estudos, ele possui algumas deficiências as quais foram apresentadas no referencial teórico.

Neste estudo foi considerada somente a gestão da qualidade como influenciadora no desempenho das organizações, no entanto existem outras variáveis que podem influenciar nesse desempenho como, por exemplo, as variáveis macroeconômicas.