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A proposta de avaliação da educação superior apresentou a avaliação como sistema, envolvendo duas grandes etapas: a autoavaliação ou avaliação interna e a heteroavaliação ou avaliação externa. A autoavaliação articula vários instrumentos e é coordenada pela CPA, com ampla participação a comunidade interna. A proposta do SINAES procurou ser coerente com um conjunto de princípios e critérios que lhe servem de fundamentação conceitual e política, bem como de justificação para a operacionalização dos processos. Entre as principais características da avaliação da Educação Superior estão: justiça, rigor, efetividade, integração, globalidade, participação, eficácia formativa, efetividade social, flexibilidade, credibilidade, legitimidade, institucionalidade, continuidade, respeito à identidade institucional, sistematização. São, ainda, características da proposta, entender a avaliação numa perspectiva pedagógica, buscando favorecer a qualidade e promover a melhoria dos processos educativos instituídos.

A avaliação requer dos atores envolvidos compromisso ético, conscientização política e uma prática pedagógica reflexiva, crítica, criativa e inovadora. Caso seja constatada a necessidade de intervenção, ela precisa ser realizada com eficiência, eficácia e efetividade, buscando sempre melhorias para a aprendizagem dos alunos.

A presente pesquisa teve como objetivo analisar a contribuição da AMC, numa perspectiva institucional, para a tomada de decisões com vistas à melhoria da formação do discente da educação superior. Algumas instituições vêm utilizando este instrumento, especialmente em relação ao processo de ensino-aprendizagem, com a intenção de complementar os diagnósticos sobre os cursos de graduação, além dos resultados das avaliações do SINAES

A pesquisa mostrou que o professor, a partir de sua participação na oficina de questões operatórias, está refletindo sobre suas práticas avaliativas e buscando revê-las. O sentido da avaliação é compreender a interação entre o que e como se ensina e entre o que e como se aprende, para uma intervenção consciente do professor, refazendo o seu planejamento e seu ensino.

Os alunos, sem exceção, afirmaram ser a AMC uma possibilidade para autoavaliar-se, outros afirmaram ser uma possibilidade para discutir com os colegas posições divergentes e,

algumas vezes, até redirecionar as opções profissionais. Desta forma, o aluno pode rever sua trajetória de aprendizagem e criar suas próprias estratégias de superação.

Mas a avaliação não deve ser uma tarefa exclusiva dos professores: deve ser partilhada com os alunos e com outros professores. Pode e deve ser discutida no Colegiado de professores antes, quando da elaboração das questões e, depois, após a correção, para análise dos resultados.

Para Villas Boas (2008), na avaliação formativa é possível, a partir de evidências das aprendizagens dos estudantes, que os professores ajustem os procedimentos pedagógicos em desenvolvimento e que os alunos ajustem suas estratégias de aprendizagem. Segundo a autora, por ser a autoavaliação um componente da avaliação formativa, ela “ajuda os alunos a compreender a sua própria aprendizagem” (VILLAS BOAS, 2008, p. 36). A autoavaliação é um instrumento poderoso de avaliação educacional, e a AMC vem nesse sentido: além de ser um instrumento que permite otimizar ações voltadas ao projeto pedagógico dos cursos, permite ao discente uma autoavaliação.

Apesar de as respostas de alguns professores que participaram da pesquisa ter mostrado compreensão do processo e mudanças nas suas práticas avaliativas, foi possível perceber que ainda existe um hiato entre a prática docente e a prática avaliativa que se pretendeu implementar com a AMC. É preciso, portanto, que haja um trabalho contínuo de sensibilização, formação e acompanhamento das atividades dos professores para que as mudanças sejam, realmente, incorporadas às práticas pedagógicas.

Embora a implantação da AMC tenha sido para atender às exigências legais no sentido de “[...] submeter-se ao cumprimento das normas oficiais e aos critérios, indicadores e procedimentos gerais [...]” (SINAES, 2007, p.94), por isto mesmo uma decisão administrativo-pedagógica e, como afirmaram alguns professores ter sido implantada ‘de cima para baixo’; o que se percebe, hoje, é que esta proposta de avaliação institucional já foi assimilada pelos gestores, interlocutores da pesquisa. Mas, para que ela realmente contribua para implementar a cultura de avaliação e possa subsidiar a tomada de decisões com vistas à melhoria da formação do discente da educação superior, alguns aspectos precisam ser melhorados. Além das sugestões já apresentadas ao longo da análise, destacamos as seguintes:

- realizar uma metaavaliação, isto é, avaliar os resultados alcançados com as oficinas (os professores usaram os conhecimentos adquiridos? O professor mudou em sala de aula? Os alunos perceberam as mudanças?);

- continuar a oferecer a formação continuada, com horários flexíveis, para atender a todos os professores, não só oferecendo cursos a respeito de questões operatórias, mas também orientando na interpretação dos dados gerados e no impacto no PPC;

- incentivar os professores a trabalhar de forma mais integrada, trazendo esta visão integradora para as avaliações do cotidiano;

- oportunizar as discussões (reuniões), não só para elaboração das questões, como também após o recebimento dos resultados;

- esclarecer e sensibilizar alunos e, principalmente professores. Acreditamos que os professores, por estarem em contato diário como os alunos, têm melhores condições para alcançar este objetivo;

- após a realização da AMC, comentar as questões em sala para esclarecer as dúvidas dos alunos.

Vários são os desafios ainda a serem superados. Mas, como disse o (P.12) (a AMC) é a

semente que está sendo colocada para desenvolver este pensamento (integração). As

mudanças já começaram a acontecer, com vistas à melhoria da educação superior. No entanto, esta pesquisa não esgota o assunto. Outras pesquisas poderiam investigar o processo de implantação da AMC, suas dificuldades e seus avanços, nos outros cursos da instituição. Para que, realmente, seja implementada uma cultura de avaliação, é fundamental a atuação efetiva de todas as instâncias (gestores, docentes e alunos), tornando conjunta a ação, com a co- responsabilidade de todos no processo.

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APÊNDICE A – Roteiro das fases principais das entrevistas DIRETORES E COORDENADORES (8)

1- Qual foi a intenção ao implantar a AMC nesta IES?

2- Qual concepção filosófico-metodológica que serviu de base para fundamentar e

conceber a AMC?

3- Como foi o processo de implantação da AMC? Quais os facilitadores e dificultadores

na sua implementação?

4- Como a realização da AMC contribui para subsidiar as decisões na gestão dos cursos?

5- Como a AMC pode contribuir para consolidar uma cultura de avaliação na

instituição?

DOCENTES (5)

1- Qual foi a intenção ao implantar a AMC nesta IES?

2- Qual concepção filosófico-metodológica serviu de base para fundamentar e conceber

a AMC?

3- Como foi o processo de implantação da AMC? Quais os facilitadores e dificultadores

na sua implementação?

4- A realização da AMC contribuiu para implementar mudanças no processo de

avaliação adotado por você em sala de aula?

5- O que poderia ser diferente nessa proposta de avaliação?

6- Como a AMC pode contribuir para consolidar uma cultura de avaliação na

instituição?

DISCENTES (5)

1- O que é Avaliação Multidisciplinar Cumulativa para você?

2- Os resultados da AMC são comentados em sala de aula?

3- As avaliações realizadas ao longo do curso seguem a mesma metodologia

adotada pela AMC?

4- Você considera importante para a sua formação participar da AMC?

ANEXO B – Projeto AMC

Avaliação Multidisciplinar Cumulativa Outubro de 2008

I. Justificativa

Entre as experiências de avaliação da educação superior, as que resultam de iniciativas institucionais começam a ocupar espaço no conjunto de procedimentos bem-sucedidos e que, seguramente, podem complementar os diagnósticos sobre os cursos de graduação, além dos resultados das avaliações do SINAES.

A autoavaliação nas Instituições de Ensino Superior (IES), segundo as diretrizes do INEP, apresenta uma configuração que possibilita os resultados atenderem a duas grandes finalidades: diagnóstico e processo decisório institucional e medidas regulatórias governamentais. Esse modelo de autoavaliação pode trazer vantagens no que se refere à possibilidade de estimular o desenvolvimento institucional em consonância com as demandas sociais e a favor de uma sociedade preparada para atingir suas aspirações. Por outro lado, as Comissões Próprias de Avaliação (CPA) reconhecem que os processos de autoavaliação colaboram com o desenvolvimento da cultura avaliativa e estimulam iniciativas internas além das previstas nos planos de autoavaliação. A CPA considera essas iniciativas institucionais importantes para a construção de atitudes favoráveis à adesão e ao uso da avaliação como recurso de planejamento institucional.

A avaliação multidisciplinar é uma modalidade que algumas instituições têm utilizado como instrumento de diagnóstico do ensino oferecido em seus cursos, especialmente no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem. Essa modalidade tem sido vinculada a finalidades, como “verificar o aproveitamento dos alunos quando colocados numa situação de avaliação, envolvendo várias disciplinas e preparação para o Provão” (Pimentel e Freitas, 2003), estimular o processo de aprendizagem dentro e fora de sala de aula, classificar os alunos e realizar diagnósticos sobre o processo de ensino-aprendizagem (Resolução Nº 175, Universidade Católica de Pelotas, 2006).

No UniCEUB, o curso de Direito, da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, aplicou, no primeiro semestre de 2008, a primeira Avaliação Multidisciplinar com a finalidade de diagnosticar, por meio do desempenho dos alunos em fase que antecede ao ingresso nos estágios profissionais, as condições de aprendizagem adquirida nas disciplinas ministradas até essa etapa. No curso de Direito do UniCEUB, há preocupação com a preparação dos alunos para atuar no estágio profissional e com as atividades inerentes à profissão.

A Diretoria Acadêmica do UniCEUB entendeu que a iniciativa do curso de Direito de criar uma avaliação multidisciplinar poderia beneficiar os outros cursos e aprovou, junto à Administração Superior, sua institucionalização.

Para atender às condições de projeto institucional e para que a experiência possa ser integrada ao conjunto de ações do processo de autoavaliação, a Avaliação Multidisciplinar Cumulativa passou a ser coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA).

A seguir, serão apresentadas as propostas para a Avaliação Multidisciplinar Cumulativa (AMC) no UniCEUB e sua concepção, fundamentada nas teorias avaliativas.

Sordi (2001) entende que a avaliação somativa é o produto demonstrado pelo aluno em situações previamente estipuladas e definidas pelo professor. Segundo a autora, nesta lógica, predomina o viés burocrático que empobrece a aprendizagem, estimulando ações didáticas voltadas para o controle das atividades exercidas pelo aluno e que não necessariamente são geradoras de conhecimento. A valorização desses procedimentos que “devem provar quem de fato aprendeu, garantindo sua segurança técnica, seu álibi para julgar, sem cometer injustiças” deve ser transposta para a avaliação emancipatória. Para a autora (2001, 177), “a apropriação do conhecimento no ensino superior não se restringe a uma demonstração pontual ao professor do que se aprendeu pela devolução em situação de prova, com toda a superficialidade que a cerca”.

A AMC será considerada mais um instrumento de avaliação no UniCEUB, além daqueles já utilizados na autoavaliação institucional, na avaliação de curso, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacional (INEP), e na avaliação externa. A CPA alerta para o cuidado de os gestores de curso não tornarem o resultado dos discentes na AMC como o único indicador de avaliação a ser considerado no diagnóstico do curso e, consequentemente, na tomada de decisões.

Uma das finalidades previstas para a AMC é que sirva de instrumento de autoavaliação pelo discente. Com relação a isto, Villas Boas (2008) entende que a autoavaliação é um componente da avaliação formativa e refere-se ao processo pelo qual o aluno analisa as atividades desenvolvidas e em desenvolvimento, para identificar futuras ações e proporcionar o avanço na aprendizagem. Este instrumento, geralmente, não tem o objetivo de atribuir nota ao aluno, mas tem o propósito de possibilitar-lhe refletir sobre o processo de sua aprendizagem. Para a autora, “seu grande mérito é ajudar o aluno a perceber o próximo passo do seu processo de aprendizagem” (VILLAS BOAS, 2008).

Neste sentido, espera-se que os resultados da AMC sejam considerados como parte da formação dos discentes, e não, exclusivamente, como menção isolada das disciplinas. Alerta- se, também, para o fato de que a AMC não tem a mesma finalidade que a avaliação da aprendizagem aplicada nas disciplinas.

Com o intuito de dar subsídios à Administração Superior, às Coordenações de curso e ao aluno para a avaliação das ações orientadas à aquisição do perfil e de competências, o UniCEUB institui a Avaliação Multidisciplinar Cumulativa (AMC).

II. Objetivos

Avaliar o conhecimento, as competências e as habilidades adquiridas pelo discente ao longo do curso, até os semestres anteriores à oferta do estágio curricular supervisionado e ou estágio profissional.

Possibilitar referência de autoavaliação do curso. Possibilitar ao discente referência para autoavaliação. Etapas da AMC

A Avaliação Multidisciplinar Cumulativa será realizada semestralmente, nos meses de maio e outubro e será obrigatória para os alunos enquadrados no semestre anterior ao de oferta do estágio curricular supervisionado e ou estágio profissional.

O resultado dos alunos será considerado como elemento na composição da menção final das disciplinas do semestre de enquadramento de obrigatoriedade. A escolha do semestre de obrigatoriedade para realização da prova pelo aluno será feita pela coordenação de cada curso, tendo como referência o semestre de oferta do estágio supervisionado e ou profissional.

Os semestres dos cursos em que os alunos terão obrigatoriedade de participar da prova serão os que seguem:

Curso Semestre Administração 6º Arquitetura 8º Biologia 4º Biomedicina * Ciências Contábeis 5º Ciência da Computação 6º Comunicação Social 6º Direito 6º Educação Física 4º Engenharia Civil * Engenharia de Computação 8º Enfermagem 5º Fisioterapia * Geografia 4º História 4º Letras 4º Nutrição * Pedagogia 4º Psicologia * Relações Internacionais * Tecnológico de Empreendedorismo 3º

Tecnológico de Análise de Sistemas 3º

* semestres a serem definidos no início de 2009

Os alunos dos demais semestres que quiserem participar da prova poderão fazê-lo em caráter facultativo, sendo optativo ao professor utilizar o resultado como elemento da menção final.

A participação na prova dar-se-á mediante inscrição prévia no Sistema de Gestão Institucional (SGI), em período a ser estipulado em edital específico de cada faculdade, que informará, inclusive, o local e o horário das provas. Aplicação das provas será de responsabilidade das unidades de ensino.

III. A prova

A proposta é que as provas sejam compostas por questões objetivas e discursivas, elaboradas de acordo com as competências e as habilidades previstas para ser desenvolvidas até o semestre de sua obrigatoriedade, levando-se em consideração o perfil do profissional que se deseja formar, estabelecido nos projetos pedagógicos.

A responsabilidade pela coordenação da organização das provas será dos coordenadores dos cursos. As questões poderão correlacionar-se com uma ou com um conjunto de disciplinas e deverão estar referidas aos conteúdos e aos objetivos dos planos de