6.1. Conclusões
As políticas energéticas adoptadas pela União Europeia e mais concretamente por Portugal demonstram serias preocupações devido ao excessivo consumo de energia fóssil e respectivos impactes resultantes desse mesmo consumo, sendo que aumentar em 31% o recurso a energias renováveis até 2020 foi uma das metas definidas pelo nosso país junto da União Europeia.
Neste contexto, surge este trabalho realizado que pretendeu caracterizar a região de Trás-os-Montes e Alto Douro no que diz respeito ao seu potencial energético, passando a caracterização pela avaliação da capacidade instalada de produção de energia bem como pela previsão da capacidade produtiva futura da região. Assim sendo, verificamos que a potência total actualmente instalada na região é de, aproximadamente, 2365 MW ao passo que a potência total estimada ou capacidade produtiva futura na região é de, aproximadamente, 5127 MW, correspondendo assim a um aumento de potência estimado de 2761 MW. Verificamos também, que do aumento de potência estimado apenas estão programados investimentos que permitem o aumento de 1329,2
MW, o que representa uma diferença de 1432,15 MW ou 48,14 % do aumento de
potência possível.
Para a avaliação apresentada teve-se em conta os recursos endógenos da região bem como os factores característicos da região que influenciam cada fonte de energia, tendo sido avaliadas como fontes de energia da região a energia resultante do tratamento de resíduos em aterros sanitários e ETAR, biomassa, energia solar térmica e fotovoltaica, energia hídrica e ainda energia eólica.
Como tal, constatamos que a energia resultante do tratamento de resíduos em aterros sanitários é das menos representativas da região, apresentando uma potência instalada de 0,716 MW e uma potência estimada de 5,012 MW, correspondendo a um aumento de potência de 4,296 MW, sendo que não existem neste momento investimentos programados que permitam o aproveitamento deste aumento de potência
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determinado. Esta fonte de energia na região apresenta, também, um peso no contexto nacional de 5,70 % visto que existem actualmente 88 MW de potência instalada nesta fonte em Portugal.
Por outro lado, a energia resultante do tratamento de resíduos em ETAR é igualmente das menos representativas da região, apresentando uma potência instalada de 0,1 MW e uma potência estimada de 4,4 MW, correspondendo a um aumento de potência de 4,3 MW, sendo que não existem neste momento investimentos programados que permitam o aproveitamento deste aumento de potência determinado. Esta fonte de energia na região apresenta, também, um peso no contexto nacional de 10,73 % visto que existem actualmente 41 MW de potência instalada nesta fonte em Portugal.
Por sua vez, a biomassa na região apresenta uma potência instalada de, aproximadamente, 0 MW e uma potência estimada de 148 MW, correspondendo a um aumento de potência de 148 MW, existindo neste momento investimentos programados que permitem o aumento de potência em 26,2 MW. Esta fonte de energia na região apresenta, também, um peso no contexto nacional de 30,52 % visto que existem actualmente 485 MW de potência instalada nesta fonte em Portugal.
No que diz respeito à energia solar térmica na região, esta apresenta uma potência instalada de 98 MW e uma potência estimada de 283,76 MW, correspondendo a um aumento de potência de 185,76 MW, sendo que não existem neste momento investimentos programados que permitam o aproveitamento deste aumento de potência determinado. Esta fonte de energia na região apresenta, também, um peso no contexto nacional de 40,54 % visto que existem actualmente 700 MW de potência instalada nesta fonte em Portugal.
Quanto à energia solar fotovoltaica na região, esta apresenta uma potência instalada de 2,74 MW e uma potência estimada de 93,8 MW, correspondendo a um aumento de potência de 91,06 MW, sendo que não existem neste momento investimentos programados que permitam o aproveitamento deste aumento de potência determinado. Esta fonte de energia na região apresenta, também, um peso no contexto nacional de 36,41 % visto que existem actualmente 257,6 MW de potência instalada nesta fonte em Portugal.
Por sua vez, a energia hídrica é a fonte de energia mais representativa da região, apresentando uma potência instalada de 1756,30 MW e uma potência estimada de 3654,05 MW, correspondendo a um aumento de potência de 1897,75 MW, existindo neste momento investimentos programados que permitem o aumento de potência em
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1237 MW. Esta fonte de energia na região apresenta, também, um peso no contexto nacional de 65,96 % visto que existem actualmente 5540 MW de potência instalada nesta fonte em Portugal.
Por último, a energia eólica é a segunda fonte de energia mais representativa da região, apresentando uma potência instalada de 507,80 MW e uma potência estimada de 937,99 MW, correspondendo a um aumento de potência de 430,19 MW, existindo neste momento investimentos programados que permitem o aumento de potência em 66 MW. Esta fonte de energia na região apresenta, também, um peso no contexto nacional de 20,87 % visto que existem actualmente 4494,60 MW de potência instalada nesta fonte em Portugal.
6.2. Trabalho futuro
Como trabalho futuro, propõe-se por um lado a avaliação do aumento de potência programado para cada fonte da região de modo a perceber se corresponde às melhores opções para a região e para o país, tendo em conta os factores que influenciam o potencial energético das fontes de energia e respectivos recursos endógenos.
Por outro lado, propõe-se analisar e estimar os investimentos necessários para o aproveitamento da potência estimada não programada para cada fonte da região tendo igualmente em conta os factores que influenciam o potencial energético das fontes de energia e respectivos recursos endógenos.
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