• Nenhum resultado encontrado

Evolução do consumo de energia na região de Trás-os-Montes e Alto Douro

Capítulo 3 – Evolução do mercado da energia

3.3. Evolução do consumo de energia na região de Trás-os-Montes e Alto Douro

No que diz respeito à evolução do consumo de energia, foi realizada uma recolha de dados na base de dados online PORDATA.pt. Nesta, consideraram-se, para recolha de dados, 2 grupos de municípios: por um lado, o grupo Douro que incluí Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real; Por outro lado, o grupo Alto Trás-os-Montes que incluí, Alfândega da Fé, Boticas, Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Montalegre, Murça, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Vimioso, Vinhais.

27

Assim sendo, comecemos por analisar a evolução do número de consumidores de energia por tipo de consumo, que é apresentada na Figura 11, sendo considerada a evolução desde o ano de 1994 até ao ano de 2011.

Fontes de Dados: DGEG/MEE; Fonte: PORDATA – Última actualização: 2013-02-08 11:11:39

Figura 11 – Evolução do número de consumidores de energia (por tipo de consumo).

Tal como podemos constatar pela Figura 11, o número de consumidores domésticos é o mais representativo sendo que apresenta uma evolução crescente ao longo dos anos analisados, tendo sido registados, aproximadamente, 214601 consumidores em 1994 enquanto em 2011 foram registados 262797 consumidores.

Quanto ao número de consumidores industriais, que é o menos representativo, este apresenta uma evolução decrescente ao longo dos anos analisados, tendo sido registados, aproximadamente, 7057 consumidores em 1994 enquanto em 2011 foram registados 6285 consumidores.

Para o número de consumidores não-domésticos este apresenta uma evolução crescente ao longo dos anos analisados, tendo sido registados, aproximadamente, 23278 consumidores em 1994 enquanto em 2011 foram registados 35706 consumidores.

Quanto ao número de consumidores agrícolas este apresenta uma evolução crescente ao longo dos anos analisados, tendo sido registados, aproximadamente, 6388 consumidores em 1994 enquanto em 2011 foram registados 8728 consumidores.

28

Por sua vez, no que diz respeito ao consumo de energia eléctrica em kWh por sector de actividade económica, apresenta-se na Figura 12 a evolução desde o ano de 1994 até ao ano de 2011.

Fontes de Dados: DGEG/MEE; Fonte: PORDATA – Última actualização: 2013-02-07 16:26:44

Figura 12 – Evolução do consumo de energia eléctrica em kWh por sector de actividade económica.

Pela análise da Figura 12 podemos destacar que o sector de actividade mais representativo, entre o período analisado, foi o sector de actividade económica outros que por indicação da base de dados PORDATA.pt inclui o consumo doméstico. Assim, este sector registou uma evolução crescente do consumo sendo que em 1994 este foi de, aproximadamente, 345,6GWh enquanto em 2011 o consumo registado foi de, aproximadamente, 859,3GWh.

Quanto aos outros sectores de actividade económica, pela análise da Figura 12 podemos constatar que registaram evoluções crescentes do consumo, entre aproximadamente 0GWh e 50GWh mas muito menos representativa que a evolução crescente registada para o sector que inclui o consumo doméstico.

29

Por outro lado, quanto ao consumo de energia eléctrica em kWh por tipo de consumo, apresenta-se na Figura 13 a evolução desde o ano de 1994 até ao ano de 2011.

Fontes de Dados: DGEG/MEE; Fonte: PORDATA – Última actualização: 2013-02-08 16:12:52

Figura 13 – Evolução do consumo de energia eléctrica em kWh por tipo de consumo.

Através da Figura 13 podemos concluir que o consumo doméstico, que é o mais representativo, apresenta uma evolução crescente do consumo de energia desde o ano de 1994 onde foi registado um consumo de, aproximadamente, 234,8GWh enquanto em 2011 o valor registado foi de, aproximadamente, 473,4GWh.

Por sua vez, o consumo não-doméstico, que é o segundo mais representativo, apresenta uma evolução igualmente crescente do consumo de energia desde o ano de 1994 onde foi registado um consumo de, aproximadamente, 115,0GWh enquanto em 2011 o valor registado foi de, aproximadamente, 306,6GWh.

Quanto ao consumo industrial, que se revela como o terceiro mais representativo, apresenta uma evolução igualmente crescente do consumo de energia desde o ano de 1994 onde foi registado um consumo de, aproximadamente, 99,1GWh enquanto em 2011 o valor registado foi de, aproximadamente, 195,4GWh.

Por sua vez, o consumo da iluminação das vias publicas, que é o quarto mais representativo, apresenta uma evolução igualmente crescente do consumo de energia desde o ano de 1994 onde foi registado um consumo de, aproximadamente, 43,1GWh enquanto em 2011 o valor registado foi de, aproximadamente, 106,0GWh.

30

Quanto ao consumo de edifícios públicos, que se revela como o quinto mais representativo, apresenta uma evolução igualmente crescente do consumo de energia desde o ano de 1994 onde foi registado um consumo de, aproximadamente, 37,7GWh enquanto em 2011 o valor registado foi de, aproximadamente, 93,2GWh.

Por último e como menos representativo surge o consumo agrícola que apresenta uma evolução igualmente crescente do consumo de energia desde o ano de 1994 onde foi registado um consumo de, aproximadamente, 13,5GWh enquanto em 2011 o valor registado foi de, aproximadamente, 33,2GWh.

Por outro lado, no que diz respeito ao consumo ou volume de gás natural em

Nm3, apresenta-se na Figura 14 a evolução desde o ano de 2001 até ao ano de 2011.

Fontes de Dados: DGEG/MEE; Fonte: PORDATA – Última actualização: 2013-02-05 17:57:44

Figura 14 – Evolução do consumo de gás natural em Nm3.

Pela Figura 14 podemos concluir que o consumo de gás natural na região de Trás os Montes e Alto Douro registou um aumento exponencial nesta última década visto que em 2001 o consumo de gás natural situava-se, aproximadamente, nos 3086

Nm3 enquanto em 2011 o consumo de gás natural situava-se, aproximadamente, nos 19067 Nm3. Este valor revela efectivamente o investimento e crescimento de redes de gás natural na região e a sua comercialização, tal como foi abordado anteriormente no ponto 3.2.

31

Por último, no que diz respeito à venda de combustíveis para consumo, apresenta-se na Figura 15 a evolução desde o ano de 1990 até ao ano de 2011.

Fontes de Dados: DGEG/MEE; Fonte: PORDATA – Última actualização: 2013-03-04 14:35:47

Figura 15 – Evolução da venda de combustíveis para consumo.

Pela Figura 15 podemos concluir que a venda e respectivo consumo de combustíveis das mais diversas fontes, mas maioritariamente fóssil, apresenta uma evolução crescente ao longo do período considerado, visto que as necessidades energéticas também aumentaram, tal como analisámos anteriormente.

Assim sendo e visto que a evolução da produção de energia proveniente de fontes de energia renovável não acompanhou o aumento das necessidades energéticas, foi necessário recorrer a combustíveis fosseis que acarretam os mais diversos impactes negativos tal como vamos analisar no capítulo seguinte.

3.4. Impactes resultantes do consumo de energia

A transformação, transporte e uso final da energia causam impactos negativos no meio-ambiente, quer seja a nível local, quer seja a nível global.

Inicialmente, durante a fase de exploração produzem-se resíduos, contaminam- se as águas e os solos, além de se gerarem emissões para a atmosfera. Também o transporte e distribuição da energia afecta o meio-ambiente através dos impactos das

32

redes eléctricas ou oleodutos e gasodutos e até as chamadas marés negras, com dramáticas consequências para os ecossistemas e economias das zonas afectadas.

Paralelamente, o consumo energético a partir de energias fósseis, necessita sempre de um processo de combustão, tanto nas centrais eléctricas para produzir electricidade, como localmente em caldeiras ou motores de veículos.

Esta combustão dá lugar à formação de CO2, o principal gás causador do efeito de estufa, e a outros gases e partículas poluentes que prejudicam a saúde.

Há que ter em conta que a produção de energia e o seu uso, tanto na indústria como nas habitações e meios de transporte, é responsável pela maioria das emissões de CO2 causadas pelo Homem.

Devemos saber também que a geração de electricidade com centrais nucleares não produz CO2, criando resíduos radioactivos de difícil e dispendioso tratamento.

Na Tabela 2 sintetizam-se os principais poluentes, a sua origem e efeitos.

Tabela 2 – Principais emissões causadas pelo consumo de energia.

Poluente Origem Efeitos

CO2 (Dióxido de

carbono)

Reacções de combustão

Contribui para o efeito de estufa ao reter a radiação infravermelha que a Terra emite

para o espaço CO (Monóxido de carbono) Produz-se na combustão incompleta da mistura combustível-ar

Altamente tóxico para o Homem NOX

(Óxido de Nitrogénio)

Reacções de alta temperatura entre o nitrogénio e o oxigénio

presentes no ar, nos processos de combustão

Chuva ácida, alterações de ecossistemas florestais e aquáticos. Irrita os brônquios SO2

(Dióxido de enxofre)

Resulta da combustão dos combustíveis fósseis, devido ao

enxofre que contêm

Chuva ácida, alterações de ecossistemas florestais e aquáticos. Doenças do tipo alérgico, irritação dos olhos e

vias respiratórias COV

(Compostos Orgânicos

Voláteis)

Gases de escape originários de uma combustão deficiente ou da

evaporação de combustível

Efeitos cancerígenos, doenças do tipo alérgico, irritação dos

olhos e vias respiratórias Partículas e fumo

Resulta da má combustão dos combustíveis (especialmente

motores Diesel)

Sujidade ambiental, visibilidade reduzida e afectam as vias

respiratórias (Fonte: ADENE, 2010)

33

Por outro lado, o efeito estufa é o processo natural responsável pela regulação da temperatura na Terra. A radiação directa do sol é absorvida à superfície, existindo uma quantidade de calor que é reflectida pelo próprio Planeta. Esta última é por sua vez devolvida pelas moléculas de determinados gases existentes na atmosfera.

Quando artificialmente se aumenta a concentração destes no ar, rompe-se o equilíbrio natural e é devolvida uma quantidade maior de radiação, a qual produz um aumento artificial da temperatura. Este acto conduz a fenómenos como a desertificação, diminuição das massas de gelo nos pólos ou inundações. Por isso, a atmosfera actua como o vidro de uma estufa: permite a passagem de luz, mas não deixa escapar o calor recolhido junto da superfície. Este fenómeno conduz ao aquecimento do planeta Terra.

A consequência mais importante do aumento do efeito de estufa são as alterações climáticas. Para diminuir ao máximo as suas consequências, 36 países industrializados assinaram em 1997 o Protocolo de Quioto, cujo principal objectivo é a redução global de emissões de gases que provocam o efeito de estufa.

Para que o Protocolo de Quioto entrasse em vigor deveria ser assinado por um número suficiente de países, que em conjunto fossem responsáveis por 55% das emissões dos países industrializados. Depois da assinatura da Rússia em 2004, o protocolo entra em vigor em Fevereiro de 2005, e, para o período de 2008-2012, prevê a redução global acordada de 5,2%. A redução seria de 8% para o conjunto da UE comparativamente às emissões de 1990. (ADENE, 2010)