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CONCURSO DE CREDORES

No documento Ação executiva (páginas 151-154)

Efetuada a penhora, para além do cônjuge do executado, o agente de execução deve proceder à citação dos credores que sejam titulares de direito real de garantia para reclamarem o pagamento dos seus créditos (cfr. art.º 786.º,n.º 1 als. a) e b)).

O art.º 786.º não especifica as situações em que a citação deve ocorrer, mas, é da leitura do n.º 4 do referido artigo que se afere a não admissão da reclamação de créditos quando a penhora incide sob determinados bens. Ora se não são admitidos, também não deverão ser citados de forma a não se praticarem atos inúteis nos processos.

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Manual de apoio / Ação Executiva

Assim, não deverá haver lugar citação dos credores com privilégio creditório geral, mobiliário ou imobiliário nas execuções em que tenha sido penhorado:

1 - Renda, vencimento ou rendimento periódico, veículo automóvel, ou bens móveis de valor inferior a 25 UC.

2 - Crédito exequendo inferior a 190 UC e cumulativamente a penhora incida em moeda corrente, nacional ou estrangeira e depósito bancário em dinheiro;

3 - Crédito inferior a 190 UC e cumulativamente a penhora incida num direito de crédito ou o exequente requeira a adjudicação ou consignação de rendimentos do direito; a dação em cumprimento do direito, devendo o requerimento ser efetuado antes da convocação de credores.

Citação das entidades fiscais por transmissão eletrónica de

dados

[Portaria n.º 331-A/2009, de 30/3, com as alterações introduzidas pela Portaria 350/2013, de 3 de dezembro]

A Fazenda Nacional e o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P., são citados exclusivamente por meios eletrónicos nos termos definidos na Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de março, com as alterações introduzidas pela Portaria 350/2013, de 3 de dezembro.

Esta citação é realizada pelo agente de execução no prazo de 5 dias, contados do terminus do prazo concedido ao executado para se opor à penhora, através do sistema informático de suporte à atividade dos agentes de execução (para os solicitadores de execução e advogados) e do sistema informático CITIUS (para o oficial de justiça) - cfr. art.º 9.º da Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de março.

As referidas entidades consideram-se pessoalmente citadas na pessoa de qualquer funcionário que aceda aos respetivos sistemas informáticos ou ao sitio da Internet http://www.tribunaisnet.mj.pt.

Os sistemas informáticos da Fazenda Nacional, do Instituto da Segurança Social, I.P., do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P. e o sítio da internet acima referido, asseguram a certificação da data e hora da primeira consulta da citação, se anterior ao 5.º dia posterior à data da certificação da disponibilização desta e a disponibilização desta informação, por via exclusivamente eletrónica e automática, ao sistema informático CITIUS e ao sistema informático de suporte à atividade dos agentes de execução.

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Manual de apoio / Ação Executiva A citação por transmissão eletrónica de dados efetuada nos termos atrás referidos considera-se efetuada na data em que a entidade citanda proceder, pela primeira vez, à consulta da citação e tem-se por efetuada na própria pessoa do citando.

Caso a primeira consulta não seja efetuada nos primeiros quatro dias após a data da disponibilização da citação, a mesma presume-se efetuada na própria pessoa do citando no 5.º dia posterior àquela data, presumindo-se também que o citado teve oportuno conhecimento dos elementos que lhe foram disponibilizados.

As citações eletrónicas acabadas de mencionar, quando realizadas por oficial de justiça, não se mostram ainda possíveis, pelo que, devem as mesmas ser efetuadas pela via normal – carta registada com aviso de receção.

A citação dos restantes credores é efetuada nos termos gerais, ou seja, por carta registada com aviso de receção de modelo aprovado, não havendo lugar à citação edital.

Após a citação, têm os credores o prazo de 15 dias para reclamar os seus créditos (art.º 788.º, n.º 2).

Os titulares de direitos reais de garantia que não tenham sido citados, podem reclamar espontaneamente o seu crédito até à transmissão dos bens penhorados (art.º 788.º, n.º 3).

As reclamações são autuadas num único apenso ao processo de execução

(art.º 788.º, n.º 8).

Terminado o prazo para a sua apresentação, a secção, oficiosamente, procede à notificação do executado, do exequente, dos credores reclamantes, do cônjuge do executado e do agente de execução, para no prazo de 15 dias a contar da notificação, impugnarem os créditos reclamados (art.º 789.º, n.º 1).

De notar que o agente de execução não pode impugnar os créditos reclamados, destinando-se esta notificação a dar-lhe conhecimento da existência da reclamação dos créditos (cfr. n.ºs 2 e 3 do art.º 789.º)

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Manual de apoio / Ação Executiva

Se for deduzida alguma impugnação, o credor cujo crédito haja sido impugnado pode responder no prazo de 10 dias a contar da notificação (art.º 790.º).

O apenso de verificação e graduação de créditos segue os termos do processo declarativo comum (art.º 791.º, n.º 1).

Se o credor, não se encontrar munido de título executivo, embora o crédito

goze de garantia real sobre os bens penhorados, deverá, dentro do prazo da reclamação de créditos, requerer que a graduação de créditos aguarde até que consiga obter o título (cfr. art.º 792.º, n.º 1).

Recebido o requerimento, será dele, oficiosamente, notificado o executado, para, querendo, se pronunciar no prazo de 10 dias, esclarecendo-o que se reconhecer a existência do crédito ou se nada disser, formar-se-á o título executivo e considerar-se-á reclamado o crédito, sem prejuízo da impugnação de que possa ser alvo por parte do exequente e demais credores.

Se o executado negar a existência do crédito, o credor terá de obter, em ação própria, sentença exequível, após o que poderá, então, reclamar o seu crédito na execução.

Na eventualidade de esta ação já ter sido proposta e estiver pendente à data do requerimento, o requerente deverá ali requer a intervenção principal do exequente e demais credores nos termos do art.º 316.º, quando a ação esteja pendente à data do requerimento.

Se a ação tiver sido, ainda, proposta, o requerente deverá propô-la contra o executado, exequente e demais credores.

O requerimento não obsta à venda ou à adjudicação de bens, nem à verificação dos créditos reclamados, mas o requerente é admitido a exercer, na execução, os mesmos direitos reconhecidos ao credor cuja reclamação haja sido admitida (art.º 792.º, n.º 6).

No documento Ação executiva (páginas 151-154)

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