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Ação executiva

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Direção-Geral da Administração da Justiça

Manual de Apoio

PROCESSO CIVIL - VI

DGAJ-Divisão de Formação - 2015

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Manual de apoio / Ação Executiva

Índice

1. INTRODUÇÃO ... 5 2. O JUIZ DE EXECUÇÃO ... 7 3. O AGENTE DE EXECUÇÃO ... 12 3.1 Competências ... 16

3.2 Substituição e destituição do agente de execução ... 18

4. PENDÊNCIA DO PROCESSO EXECUTIVO (n.º 5 do art.º 551.º) ... 20

5. A AÇÃO EXECUTIVA – CARACTERIZAÇÃO ... 28

6. A AÇÃO EXECUTIVA – CLASSIFICAÇÃO CONSOANTE O FIM ... 31

7. PROCESSO COMUM ... 33 8. PROCESSO ESPECIAL ... 34 9. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS ... 35 9.1 Certeza (art.º 713.º) ... 43 9.2 Exigibilidade ... 44 9.3 Liquidez ... 45

10. REGISTO INFORMÁTICO DAS EXECUÇÕES ... 50

11. TRAMITAÇÃO DA EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA - PROCESSO ORDINÁRIO ... 52

11.1 Recusa de recebimento do requerimento executivo ... 62

11.2 Oposição à execução – Embargos de Executado ... 67

12. TRAMITAÇÃO DA EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA - PROCESSO SUMÁRIO ... 72

12.1 Execução de sentença... 78

13. EXECUÇÃO POR CUSTAS, MULTAS, COIMAS E OUTRAS QUANTIAS CONTADAS OU LIQUIDADAS ... 83

14 FASE DA PENHORA ... 87

14.1 As diligências para a penhora têm início (art.º 748.º): ... 87

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Manual de apoio / Ação Executiva 14.3 A penhora ... 105

14.4 O auto de penhora ... 107

14.5 Penhora de imóveis ... 107

14.6 Penhora de móveis ... 114

14.7 Penhora de coisas móveis sujeitas a registo ... 118

14.8 Penhora de navios ... 118

14.9 Penhora de aeronaves ... 119

14.10 Penhora de veículos automóveis ... 120

14.11 Penhora de direitos ... 131

15. A OPOSIÇÃO À PENHORA ... 150

16. CONCURSO DE CREDORES ... 151

17. PLURALIDADE DE EXECUÇÕES SOBRE OS MESMOS BENS ... 154

18. PAGAMENTOS ... 155

18.1 Entrega de dinheiro (art.º 798º) ... 156

18.2 Adjudicação (art.ºs 799.º a 802.º) ... 156

18.3 Consignação de rendimentos (art.ºs 803º a 805º) ... 158

18.4 Pagamento em prestações (art.º s 806.º a 809.º) ... 158

18.5 Acordo global (art.º 810.º ) ... 159

19. MODALIDADES DE VENDA – art.º s 811.º e seguintes ... 160

19.1 Venda mediante proposta em carta fechada - art.ºs 816.º e seguintes. . 161

19.2 Venda por negociação particular – art.º 832.º e 833.º ... 166

19.3 Venda em estabelecimento de leilão – art.º 834.º ... 167

19.4 Venda em depósito público ou equiparado ... 168

19.5 Venda em regime de leilão (cfr. art.º 33.º da portaria 282/2013, de 29 de agosto) ... 169

19.6 Venda em leilão eletrónico – art.º 837.º CPC e art.ºs 20.º a 26.º da Portaria 282/2013, de 29 de agosto ... 170

20. DIREITO DE REMIÇÃO ... 172

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Manual de apoio / Ação Executiva 22. A LISTA PÚBLICA DE EXECUÇÕES ... 176

23. PROCESSO EXECUTIVO PARA ENTREGA DE COISA CERTA... 187

23.1 Execução para Entrega de Coisa Imóvel Arrendada (EPECIA) ... 188

23.2 Oposição à execução ... 189

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Manual de apoio / Ação Executiva

Ação Executiva

1. INTRODUÇÃO

A ação executiva tem sido alvo de diversas reformas ao longo dos últimos anos. Com a publicação da Lei n.º 41/2013 poderemos afirmar que estamos perante um novo regime da ação executiva, tendo em conta que as alterações implementadas foram significativas e relevantes, e que abarcam os diversos intervenientes processuais. Com efeito, já não estamos apenas a falar de retirar parte da atividade processual aos tribunais, deixando para estes a sua verdadeira função de dirimir litígios, mas sim de uma clara tentativa de uniformização, agilização e simplificação de procedimentos, com o intuito de conduzir de forma mais célere a uma rápida conclusão do processo executivo, e a uma diminuição da pendência da ação executiva que ultrapassa 1 milhão de processos.

Posteriormente à publicação desta lei, um conjunto de portarias e demais diplomas, veio conformar os trâmites executivos àquele “diploma-mãe” e mantiveram-se outros já então em vigor:

- Regulamentação da ação executiva - Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto; - Tramitação eletrónica dos processos judiciais - Portaria n.º 280/2013, de 26 de agosto;

- Meios eletrónicos de identificação do executado e dos seus bens e citação eletrónica de instituições públicas - Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de março, alterada pela Portaria 350/2013, de 3 de dezembro;

- Remuneração das instituições públicas e privadas que prestam colaboração à execução - Portaria n.º 202/2011, de 20 de maio, alterada pela Portaria 279/2013, de 26 de agosto;

- Registo informático de execuções - Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de setembro; - Lista pública de execuções - Portaria n.º 313/2009, de 30 de março, alterada pela Portaria n.º 279/2013, de 26 de agosto;

- Sistemas de apoio a situações de sobre-endividamento - Portaria n.º 312/2009, de 30 de março, alterada pela Portaria n.º 279/2013, de 26 de agosto.

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Manual de apoio / Ação Executiva

Compete agora fazer uma síntese das principais alterações introduzidas pela entrada em vigor do novo código.

Uma das medidas mais marcantes para a redução da elevada pendência das ações executivas deve-se à restrição do rol de títulos executivos, excluindo-se os documentos particulares assinados pelo devedor que importem a constituição ou o reconhecimento de obrigações pecuniárias, ou a obrigação de entrega de coisa certa ou prestação de facto1. Por outro lado, passa a estar tipificada a força executória dos

títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos2, alegando no requerimento executivo

os factos constitutivos da relação subjacente (como aliás já era reconhecido pela jurisprudência dominante).

Uma das matérias, que sempre foi alvo de controvérsia, deve-se à repartição de competências entre o juiz, a secretaria e o agente de execução, estabelecendo-se que ao agente de execução cabe efetuar todas as diligências do processo executivo que não estejam atribuídas à secretaria ou sejam da competência do juiz. Se no passado não estavam claramente definidas as competência do juiz, da secretaria e do agente de execução, agora, esse recorte de competências surge de forma clara e, assim, em sentido oposto àquele que foi previsto aquando da criação da figura do agente de execução, o novo código veio muito claramente atribuir ao juiz poder decisório nas matérias declarativas do processo, mantendo o agente de execução o poder de direção da execução.

Na tramitação do processo executivo comum para pagamento de quantia certa,

retoma-se a distinção entre forma ordinária e forma sumária, estando a forma ordinária sempre condicionada a despacho liminar, depois de recebida pela secretaria, ao passo que a forma sumária se pauta, em regra, pelo início das diligências executivas sem intervenção do tribunal e sem citação prévia do executado3. Já no âmbito da execução para entrega de coisa certa e para prestação

de facto, o processo comum continua a seguir forma única.

Na execução de sentença, consagra-se a regra de que a execução de decisão judicial condenatória corre nos próprios autos, ainda que de forma autónoma,

1

Os titulares de documentos particulares, que na sua qualidade pretendam fazer valer judicialmente o seu direito de credores, passam a ter de recorrer, previamente, a soluções como a ação declarativa ou procedimento de injunção.

2

Quirógrafo: obrigação contraída por meio de escrito particular. O exemplo predominante refere-se aos cheques apresentados depois de ultrapassado o prazo de depósito.

3 Não obstante o processo executivo para pagamento de quantia certa já estivesse condicionado a um tratamento

diferenciado conforme o valor e o título, (sujeito a despacho liminar, ou não) cabia ao agente de execução a análise do requerimento executivo e a decisão de submeter o processo ao juiz.

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Manual de apoio / Ação Executiva

passando a ser possível a cumulação de todos os pedidos julgados procedentes, seja qual for o seu fim (pagamento, entrega ou prestação de facto).

Na oposição à execução, é repristinada a terminologia tradicional do processo civil português (embargos de executado, embargante e embargado). Altera-se o regime dos efeitos da pendência dos embargos de executado em que deixa de haver suspensão automática da execução no caso de haver penhora imediata.

No que concerne às diligências para recuperação do crédito exequendo, a

penhora de saldos bancários passa a realiza-se eletronicamente, sem necessidade de despacho prévio. A penhora de veículo automóvel pode ser precedida de bloqueio, evitando-se, assim, muitas das vezes, diligências de penhora de bens inexistentes.

Também os motivos que podem conduzir à extinção da execução são alargados. Passa a ser possível a extinção da execução pela adjudicação de quantias vincendas

(ex.: salários, pensões ou créditos), quando se determine que não existem outros bens, bem como a extinção por acordo global, em que exequente, executado e credores reclamantes podem acordar um plano de pagamentos, podendo qualquer penhora existente converter-se em penhor ou hipoteca.

Tendo em conta a uniformização dos vários regimes de processo executivo, com a entrada em vigor da Lei 41/2013, todas as ações executivas passam a ser tramitadas à luz do novo código, ressalvando-se as normas relativas aos títulos executivos, às formas do processo executivo, ao requerimento executivo e à tramitação da fase introdutória, as quais apenas serão aplicadas aos processos executivos entrados após 1 de setembro de 2013.

2. O juiz de execução

A intervenção do juiz de execução encontra-se reservada às situações em que exista efetivamente um conflito ou em que a relevância da questão o determine, pelo que, sem prejuízo de outras intervenções estabelecidas na lei, compete-lhe, nomeadamente (cfr. art.º 723.º):

- Proferir o despacho liminar, quando deva ter lugar, nomeadamente, nos termos do art.º 726.º, o qual poderá ser de:

a) Indeferimento liminar (n.º 2) b) Indeferimento parcial (n.º3);

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Manual de apoio / Ação Executiva

c) Aperfeiçoamento (n.º 4);

d) Rejeição do título executivo (n.º 5); e) Citação do executado (n.º 6);

f) Citação do cônjuge do executado quando invocada, pelo exequente no requerimento inicial, a comunicabilidade da dívida (n.º 7).

- Julgar a oposição à execução, mediante embargos (art.ºs 728.º a 734.º) e/ou à penhora (art.º s 856.º a 858.º, 784.º e 785.º) de terceiro (342.º a 350.º);

- Verificar e graduar os créditos reclamados (cfr. art.ºs 788.º a 794.º);

- Julgar reclamações de atos e impugnações de decisões do agente de execução;

- Decidir outras questões levantadas pelas partes, pelo agente de execução ou

mesmo por terceiros intervenientes.

 O n.º 2 do art.º 723.º prevê a aplicação de uma multa à parte que apresentar requerimento considerado injustificado, a fixar entre 0,5 e 5 UC, sendo cobrável nos termos dos art.ºs 27.º e 28.º do Regulamento das Custas Processuais, após o trânsito em julgado da decisão que a tiver aplicado.

Síntese de atos do juiz de execução:

Art.ºs Atividade Obs.

715.º, n.º3 Apreciação da prova não documental da

obrigação condicional ou da prestação

alternativa.

716.º, n.º6 Liquidação por árbitros. Art.º 12.º da Lei n.º

31/86, de 29/8 718.º, n.º

4-a)

Consulta direta do registo informático de execuções.

722.º, n.º 1, al. c)

Deferimento de requerimento do exequente para que o oficial de justiça realize as diligências de execução quando não haja agente de execução inscrito ou registado na comarca

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Manual de apoio / Ação Executiva

onde pende o processo e na desproporção manifesta dos custos que decorreriam da atuação de agente de execução de outra comarca

722.º, n.º 1, al. d)

Deferimento do requerimento do agente de execução quando as diligências impliquem

deslocações cujos custos se mostrem

desproporcionados e não houver agente de execução no local onde deva ter lugar a sua realização

723.º Competências genéricas do juiz.

725.º, n.º 2

Decisão da reclamação da recusa do

requerimento executivo pelo agente de execução.

726.º Despacho liminar na execução ordinária.

727.º n.ºs 2 e 3

Decisão dos pedidos de dispensa de citação prévia.

732.º e

858.º

Julgamento da oposição à execução. Art.º 723.º, n.º 1-b)

734.º Conhecimento oficioso das questões a que

aludem os n.ºs 2 (indeferimento liminar do requerimento executivo) e 3 (indeferimento parcial) e 4.º do art.º 726.º (convite do exequente para suprir irregularidades, bem como sanar a falta de pressupostos do requerimento executivo), até ao primeiro ato de transmissão de bens penhorados.

Se daqui resultar a rejeição da execução ou não sendo o vício suprido ou a falta corrigida, a execução extingue-se (n.º 2 do art.º 734.º). 738.º, n.º

6

A requerimento do executado, redução da parte penhorável dos rendimentos.

755.º, n.º 4

Decisão sobre a eventual suspensão da instância executiva até que se demonstre o registo definitivo da penhora de imóvel, nos

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Manual de apoio / Ação Executiva

casos em que esta questão lhe seja suscitada. 757.º, n.º

4

Ordem de requisição de força pública para entrega efetiva de imóvel ao depositário, quando se trate de domicílio (a pedido do agente de execução).

Semelhante ao

art.º 764.º, n.º 4

760.º, n.º 2

Decisão sobre o modo de exploração dos bens penhorados, quando não haja acordo entre o exequente e o executado.

Pode ter aplicação

subsidiária e

complementar ao art.º 782.º, n.º 3. 764.º, n.º

3

Decisão do incidente suscitado sobre a pertença de bens de terceiro depois de penhorados ao executado.

764.º, n.º 4

Ordem de requisição de força pública para forçar a entrada no domicílio do executado ou de terceira pessoa (a pedido do agente de execução).

Semelhante ao

art.º 757.º, n.º 3

769.º e

772.º

Decisão do pedido de autorização de navio penhorado a navegar.

771.º Decretamento do arresto de bens do depositário

infiel e do levantamento do mesmo arresto após o pagamento do valor do depósito, das custas e acréscimos.

784.º,

785.º e

856.º

Instrução e julgamento do incidente de oposição à penhora e de oposição à penhora e/ou à execução, mediante embargos de executado.

Art.º 723.º, n.º 1-b)

788.º a

792.º

Verificação e graduação dos créditos

reclamados.

Art.º 723.º, n.º 1-b)

800.º, n.º 3

Presidência da abertura de propostas em carta fechada para venda de imóvel e de estabelecimento comercial.

Cfr. art.ºs 820.º, n.º 1 e 829.º

804.º, n.º 4

Decisão em caso de desacordo entre o executado e o consignatário de bem locado. 812.º, n.º

7

Decisão em caso de desacordo manifestado por exequente, executado e credores reclamantes

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Manual de apoio / Ação Executiva

relativamente à modalidade da venda escolhida pelo agente de execução (mediante requerimento).

814.º, n.º 1

Autorização da venda antecipada de bens, em caso de urgência (mediante requerimento do exequente, do executado ou do depositário dos bens a vender).

816.º, n.º 3

Decisão no sentido de a venda ser efetuada no tribunal da localização dos bens, invertendo a regra geral da venda no tribunal onde corre a execução.

825.º, n.ºs 1, al. c e n.º 2

Decretamento do arresto, a requerimento do agente de execução, quando o proponente ou o preferente não depositem o preço.

Levantamento do arresto após o pagamento dos valores em dívida.

829.º Decisão, a requerimento do agente de

execução, do exequente, do executado ou de qualquer credor com garantia real, da realização da venda por propostas em carta fechada de estabelecimento comercial de valor superior a 500 UC.

Neste caso, decide se preside à abertura das propostas.

Cfr. art.º 800.º, n.º 3

832.º, al. c)

Decisão da venda por negociação

particular com fundamento na sua urgência. 833.º, n.º

2

Perante manifestação de desacordo entre os credores ou do executado, pode encarregar o agente de execução da venda por negociação particular.

835.º Decisão sobre reclamações contra a venda.

838.º Decisão sobre a anulação da venda e a

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Manual de apoio / Ação Executiva

874.º, n.º 1

875.º, n.º 1

Fixação do prazo para prestação de facto a

pedido do exequente formulado no

requerimento executivo. Isto sucede quando o título executivo não designa o prazo dentro do qual o facto deva ser prestado.

Neste caso, o processo é concluso ao juiz logo após a autuação do requerimento executivo.

877.º Decisão sobre a demolição da obra à custa

do executado e a indemnização do exequente, ou fixação apenas do montante desta quando não haja lugar à demolição – isto quando reconheça a falta de cumprimento da obrigação negativa, ou seja, de não praticar algum facto.

3. O agente de execução

O agente de execução é a figura, criada pela reforma de 2003, a quem, de uma forma geral, compete, no âmbito do novo regime instituído pela Lei 41/2013, de 26 de junho que aprova o Novo Código de Processo Civil e da Portaria 282/2013, de 29 de agosto que regulamenta vários aspetos das ações executivas (art.ºs 719.º, n.ºs 1 e 2, 720.º CPC e 36.º a 41.º, da Portaria), efetuar todas as diligências do processo executivo que não estejam atribuídas à secretaria (art.º157.º e n.ºs 3 e 4 do art.º 719.º CPC), ou que sejam da competência do juiz (art.º 723.º), nomeadamente assegurar o andamento normal do processo executivo até à sua extinção e, após esta, assegurar os atos emergentes do processo que careçam da sua intervenção, praticando a generalidade dos atos processuais, tais como citações, notificações,

afixação de editais, publicações de anúncios, consultas às bases de dados, apreensões, penhoras e seus registos, vendas, liquidações, pagamentos, extinção da execução, e simultaneamente alguns atos subtraídos à esfera das competências

formais do juiz.

De igual forma, enquadra-se no âmbito de atuação do agente de execução a escolha dos bens a penhorar, respeitando as indicações do exequente (sem prejuízo, naturalmente, das regras estabelecidas pelo art.º 751.º), a escolha do depositário dos

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Manual de apoio / Ação Executiva

bens, a determinação da modalidade da venda (art.º 812.º) e a presidência da mesma (à exceção da venda de bem imóvel ou de estabelecimento, sendo que neste último caso cabe-lhe presidir se o juiz o não fizer).

No âmbito das suas competências, cabe ao agente de execução, além do dever geral de prestar ao Tribunal os esclarecimentos que lhe forem solicitados sobre o andamento das diligências de que seja incumbido, nos termos do art.º 123.º, n.º 1-d) do Estatuto da Câmara dos Solicitadores, efetuar a inscrição, atualização, retificação e eliminação dos dados constantes do registo informático de execuções (cfr. art.ºs 3.º a 5.º do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10/09, na redação que lhe foi dada pelo art.º 7.º do Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, esta atualizada pela Lei 41/2013, de 26 de junho), estando-lhe acometidas, igualmente, as tarefas de inclusão na lista pública de execuções das que, entretanto, forem extintas com pagamento parcial ou por não terem sido encontrados bens penhoráveis - o executado é informado da inclusão do seu nome na lista pública de execuções, bem como o prazo que lhe é conferido para evitar a inclusão do seu nome na lista pública de execuções, desde que:

a) Promova o cumprimento da obrigação; ou

b) Adira a um plano de pagamento de dívidas – art.ºs 16.º-A e 16,º-C do

Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de Setembro, e art.º 4.º da Portaria n.º 313/2009, de 30 de Março,4 alterada pela Portaria 279/2013, de 26 de agosto.

Compete-lhe, ainda, proceder à consulta direta5, sem necessidade de

autorização judicial, às bases de dados da administração tributária, da segurança social, das conservatórias do registo predial, registo comercial, registo automóvel, registo civil e de outros registos ou arquivos semelhantes, de todas as informações sobre a identificação do executado junto desses serviços e sobre a identificação e a localização dos seus bens penhoráveis (art.ºs 749.º do CPC e 2.º n.º 1 da Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de Março, com a redação que lhe foi dada pela Portaria 350/2013, de 3 de dezembro).

4 É curioso que a atualização e retificação de registos na lista pública de execuções é da competência da secretaria,

quando a responsabilidade dos dados dela constantes é do agente de execução, a maioria das vezes, solicitador de execução ou advogado. Acresce que este ato é urgente e deve ser efetuado no prazo máximo de dois dias, sob

pena de, não havendo decisão, este facto ser comunicado ao Conselho Superior da Magistratura e ao Conselho dos Oficiais de Justiça (cfr. art.º 16.º-B, n.ºs 2, 3 e 5 do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10/9 e art.ºs 4.º e 10.º da

Portaria n.º 313/2009, de 30 de março).

5 Esta consulta direta é feita eletronicamente a partir do sistema informático de suporte à atividade do agente de

execução (art.º 2.º, n.º 1 da Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de março, com as alterações introduzidas pela Portaria 350/2013, de 3 de dezembro).

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Manual de apoio / Ação Executiva

De harmonia com o disposto no n.º 7 do art.º 720.º, na falta de disposição especial, o agente de execução tem 5 dias para efetuar as notificações da sua

competência, assim como para iniciar as diligências de penhora (art.º 748.º) e 10 dias para os demais atos.

O juiz de execução passa a ter um papel interventivo na fase liminar do processo executivo quando siga a forma ordinária (art.º 723.º), e um poder geral de controlo nos termos do art.º 6.º e 411.º, mantendo-se reservado ao exequente, como aliás já acontecia no regime cessante, a possibilidade de substituição do agente de execução, agora, com a obrigatoriedade de expor os motivos pelos quais se pretende a substituição, nos termos definidos no n.º 4 do art.º 720.º.

De acordo com o disposto no n.º 3 do art.º 720.º, em regra, as funções de agente de execução são desempenhadas por solicitador ou advogado que, sob fiscalização da Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça6,

exerce as competências específicas de agente de execução e as demais funções atribuídas por lei – cfr. art.ºs 116.º e 117.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores, aprovado pelo Dec. Lei n.º 88/2003, de 26/04, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de novembro.

Só assim não será nas seguintes situações:

 Nas execuções em que o Estado7 seja exequente, as funções de agente de

execução são sempre realizadas por oficial de justiça. Afigura-se-nos que esta competência não se estende aos exequentes isentos de custas, como é o caso, por exemplo, do Fundo de Garantia Automóvel que, formalmente integrado no Instituto de Seguros de Portugal, é materialmente um instituto público. Não se vislumbra qualquer possibilidade de interpretar, quer literal quer juridicamente, a norma em análise - art.º 722.º, n.º 1, al. a), no sentido de associar ao Estado a isenção de custas de que, aliás, não beneficia.8

6 A Comissão de Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça (CAAJ), criada pela Lei n.º 77/2013, de 21 de novembro,

é responsável pelo acompanhamento, fiscalização e disciplina dos auxiliares da justiça, sucedendo à Comissão para a Eficácia das Execuções na sua atuação junto dos agentes de execução, mas com competências mais alargadas, nomeadamente junto dos administradores judiciais, bem como outros auxiliares da justiça nos termos que a lei determine. O Estatuto da Câmara dos Solicitadores, nos seus art.ºs 69.º-B e seguintes, deverá, assim, ser analisado com as necessárias adaptações introduzidas pela Lei n.º 77/2013, de 21 de novembro.

7 Representado pelo Ministério Público nos termos das competências previstas no seu estatuto (art.º 3.º da Lei n.º

60/98, de 28/08).

8 Se o legislador assim o entendesse, teria acrescentado os isentos de custas aos exequentes que veriam as suas

execuções tramitadas pelo oficial de justiça, nas vestes de agente de execução, como, aliás, fez o legislador de custas ao isentar o Ministério Público de custas nos termos do art.º 4.º, n.º 1, al. a) do Regulamento das Custas Processuais.

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Manual de apoio / Ação Executiva

Repare-se que, o oficial de justiça não é designado de agente de execução, apenas exercendo funções como tal, não lhe sendo aplicável o estatuto de agente de execução (cfr. n.º 2 do art.º 722.º)9;

 Nas execuções em que o Ministério Público represente o exequente - art.º 722.º, n.º 1, al. b);

 Quando o Juiz o determine, a requerimento do exequente, fundado na inexistência de agente de execução inscrito na comarca onde pende a execução ou quando ocorra qualquer causa impediente de intervenção do agente inscrito de entre as previstas nos artigos 120.º a 122.º, e 129.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores e art.ºs 39.º e 40.º da Portaria 282/2013, de 29 de agosto (incompatibilidade, impedimento, escusa, substituição, destituição), e na desproporção manifesta dos custos que decorreriam da atuação de agente de execução de outra comarca - art.º 722.º, n.º 1, al. c)10;

 Quando o juiz o determine a requerimento do agente de execução, se as diligências executivas implicarem deslocações cujos custos se mostrem desproporcionados e não houver agente de execução no local11 onde deva

ter lugar a sua realização - art.º 722.º, n.º 1, al. d);

 Nas execuções de valor não superior ao dobro da alçada do tribunal de 1.ª

instância (até €10.000) em que sejam exequentes pessoas singulares, e que tenham como objeto créditos não resultantes de uma atividade comercial ou industrial, desde que o solicitem no requerimento executivo e paguem a taxa de justiça devida - art.º 722.º, n.º 1, al. e);

 Nas execuções de valor não superior à alçada da Relação (até € 30.000), se o crédito exequendo for de natureza laboral e se o exequente o solicitar no requerimento executivo e pagar a taxa de justiça devida- art.º 722.º, n.º 1, al. f);

9Às diligências de execução promovidas por oficial de justiça, aplicam-se as disposições da Portaria n.º 282/2013, de

29 de agosto, com as devidas adaptações (art.º 59.º, n.º 1 daquela Portaria).

10 Com base na nova Organização judiciária, introduzida pela Lei n.º 62/2013 de 26 de agosto, as comarcas passaram,

com exceção de Lisboa e Porto, a ser coincidentes com as áreas dos distritos administrativos, pelo que, parece-nos altamente improvável a inexistência ou escassez de agentes de execução em qualquer uma das comarcas.

11 Repare-se que, neste caso, houve o cuidado de não ter como base de referência a inexistência de agente de

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Manual de apoio / Ação Executiva

 Quando o exequente beneficie de apoio judiciário na modalidade de atribuição de agente de execução12, as funções de agente de execução

serão desempenhadas pelo oficial de justiça;

 Nas execuções instauradas antes de 15 de Setembro de 2003, estando definido que os atos da competência do agente de execução, ao abrigo da Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, competem ao oficial de justiça. Fica assim afastada a possibilidade de aqui exercerem funções de agente de execução os solicitadores e os advogados13.

3.1 Competências

O art.º 719.º atribui ao agente de execução competência para efetuar todas as

diligências do processo executivo que não sejam atribuídas à secretaria, ou sejam da competência do juiz, tais como citações, notificações, publicações, consultas de bases de dados, penhoras e seus registos, liquidações e pagamentos.

Compete, ainda, ao agente de execução, assegurar a realização dos atos emergentes do processo que careçam da sua intervenção, mesmo após a extinção da instância.

De forma clara e inequívoca fica esclarecido que compete à secretaria exercer as funções que lhe são cometidas pelo artigo 157.º, na fase liminar e nos procedimentos ou incidentes de natureza declarativa14, salvo no que respeita à

citação, que será efetuada por agente de execução ou oficial de justiça (quando este exercer as funções de agente de execução).

Designação do agente de execução

As competências específicas de agente de execução e as demais funções que lhe forem atribuídas podem ser exercidas por solicitadores e advogados, nos termos do Estatuto da Câmara dos Solicitadores e da lei e sob fiscalização da Comissão para

12“Quando seja concedido apoio judiciário na modalidade de atribuição de agente de execução, este é sempre um oficial de justiça, determinado segundo as regras da distribuição.”- Art.º 35.º-A da Lei n.º 34/2004, de 29/7. 13A uniformização da tramitação da ação executiva, preconizada pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, introduziu a

figura do agente de execução nas execuções instauradas antes de 15 de setembro de 2003 (art.º 6.º n.ºs 1 e 2 do diploma preambular).

14 Oposição (à execução e à penhora), incidente de comunicabilidade da dívida, reclamação de créditos, habilitação

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Manual de apoio / Ação Executiva o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça – art.º 116.º e seguintes do Decreto-Lei n.º 88/2003, de 26 de Abril e Decreto-Lei n.º 77/2013, de 21 de novembro.15

O agente de execução é designado pelo exequente no requerimento inicial

(cfr. art.º 720.º n.º 1), ficando a designação sem efeito se o agente, no prazo de 5 dias a contar da apresentação do requerimento, declarar (por via eletrónica) que a

não aceita, nos termos do art.º 36.º, n.ºs 2 e 3 da Portaria n.º 282/2013, de 29/08. A

não aceitação é imediatamente notificada ao mandatário judicial da parte que procedeu à designação, mediante aviso gerado pelo sistema informático de suporte à atividade dos tribunais. Na falta de designação, no prazo de 5 dias, pelo exequente, ou ficando a designação sem efeito, é a mesma efetuada pela secretaria, segundo a escala constante da lista oficial16, de forma aleatória e automática. (cfr. art.º 720.º,

n.º 2 e art.º 36.º, n.º 4 da Portaria n.º 282/2013).

Idêntico procedimento será adotado, pela secretaria, se o exequente omitir no

requerimento a indicação ou designação de agente de execução, realçando-se que

esta omissão, face ao disposto no n.º 2 do art.º 720.º, jamais constitui motivo de recusa do requerimento executivo, como adiante se verá.

Na falta de agente de execução inscrito ou registado na comarca, a seleção far-se-á de entre os inscritos ou registados nas comarcas limítrofes, com a particularidade de o exequente poder requerer que as diligências sejam efetuadas por oficial de justiça nos termos previstos no art.º 722.º n.º 1 c), o que, com o alargamento da base territorial das comarcas, que passam a reunir múltiplos municípios, conforme estabelecido naLei n.º 62/2013 de 26 de agosto (e respetiva regulamentação) se torna praticamente inviável de suceder.

A realização de diligências executivas que impliquem deslocações cujos custos se mostrem desproporcionados, podem ser efetuadas por agente de execução, ou, na sua falta, por oficial de justiça (esta última a requerimento do agente de execução e mediante despacho judicial – cfr. art.º 722.º, n.º 1 al. d), do local onde deva ter lugar o ato ou a diligência, o qual agirá sob a responsabilidade do solicitante. Repare-se que, nesta situação, houve o cuidado de não limitar a delegação de competências quando se trate de realização de diligência em comarca distinta

15 De notar que o agente de execução não está na dependência funcional do juiz, como se encontrava o solicitador de

execução nos termos definidos no art.º 116.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores na redação anterior ao Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20/11, nem tão pouco se acha agora submetido ao controlo do juiz.

16 Disponibilizada pela Câmara dos Solicitadores em página informática e pesquisável por Comarca (art.º 41.º da

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Manual de apoio / Ação Executiva

daquela em que o agente de execução opera, mas sim ao local onde deva ocorrer a diligência17.

O agente de execução pode, sob sua responsabilidade e supervisão, promover que a realização de diligências materiais sejam efetuadas por empregado ao seu serviço, devidamente credenciado, desde que não impliquem a apreensão material de bens, a venda ou o pagamento.

3.2

Substituição e destituição do agente de execução

Substituição do agente de execução pelo exequente (art.º 720.º, n.º 4 CPC e art.º 38.º da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto).

Com a crescente desjudicialização da ação executiva, o controlo do processo passa a estar na disponibilidade do exequente.

Nesse sentido, permite-se que o exequente possa substituir o agente de execução (solicitador ou advogado). É uma medida que tem a sua contrapartida no acrescido dever de informação do agente de execução ao exequente (e não ao Tribunal) e com o reforço do controlo disciplinar dos agentes de execução, através da criação de um órgão de composição plural, apto a exercer uma efetiva fiscalização da sua atuação, que é a Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça (cfr. competências - art.º 69.º-C do Estatuto da Câmara dos Solicitadores e Lei n.º 77/2013, de 21/11).

O pedido de substituição deverá conter a exposição do respetivo motivo, e quando efetuado por via eletrónica deverá constar de requerimento próprio disponibilizado no sistema informático de suporte à atividade dos tribunais (art.º 720.º, n.º 4 CPC e art.º 38.º n.º 1 da Portaria 282/2013, de 29/08).

O agente de execução substituído é notificado da substituição através do sistema informático de suporte à atividade dos agentes de execução, passando a substituição a produzir efeitos a partir dessa data, e é logo indicado, pelo exequente, o seu substituto, o qual é, pelos mesmos meios, notificado da substituição – cfr. art.º 38.º, n.ºs 2 a 4 da Portaria n.º 282/2013, de 29/08.

17 Neste caso, tendo em conta que as listas de agentes de execução se encontram pesquisáveis por comarcas (art.º

41.º da Portaria 282/2013), poderá surgir uma dificuldade acrescida por parte dos agentes de execução quando pretendam efetuar uma delegação de competências, não lhe restando outra alternativa que não seja a de utilizar como critério de seleção a morada do escritório do agente de execução que se encontre mais perto do local da diligência a realizar.

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Manual de apoio / Ação Executiva

Caso o agente de execução substituto não aceite a designação, no prazo de 5 dias, a secretaria designa imediatamente novo agente de execução substituto nos termos previstos no art.º 38.º, n.º 5 da Portaria n.º 282/2013, de 29/08.

Substituição do agente de execução por outras razões (art.º 39.º da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto).

Tem também lugar a substituição por morte, incapacidade definitiva,

cessação de funções do agente de execução, bem como por motivos de natureza disciplinar, quando lhe for aplicada pena de expulsão ou de suspensão por

período superior a 10 dias.

Se o exequente não efetuar a designação do agente de execução substituto no prazo de 20 dias a contar da receção, pelo Tribunal, da notificação da decisão recebida da Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça18 nos termos

do parágrafo anterior, a secretaria designa agente de execução substituto nos termos do n.º 2 do art.º 720.º.

A secretaria deverá proceder de forma idêntica quando o exequente designar agente de execução substituto e este declarar que não aceita.

Destituição do agente de execução

A destituição do agente de execução é realizada pela CAAJ nos termos previstos no n.º 4 do art.º 720.º e no art.º 40.º da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto).

Se o exequente não efetuar a designação do agente de execução substituto, no prazo de 5 dias, a contar da receção, pelo tribunal, da notificação da decisão recebida da Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça nos termos do parágrafo anterior, a secretaria designa agente de execução substituto nos termos do n.º 2 do art.º 720.º.

A secretaria deverá proceder de forma idêntica quando o exequente designar agente de execução substituto e este declarar que não aceita.

18 A lei n.º 77/2013, de 21 de novembro, instituiu a Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça

(CAAJ), extinguindo a Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE) de que fala a Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto.

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Manual de apoio / Ação Executiva

4.

Pendência do Processo Executivo (n.º 5 do art.º 551.º)

A Lei 41/2013, de 26 de junho veio dispor, no seu artigo 551.º, n.º 5, que o «processo de execução corre no tribunal quando seja requerida ou decorra da lei a prática de ato da competência da secretaria ou do juiz e até à prática do mesmo», fazendo assim clara distinção entre os momentos em que o processo é da responsabilidade do tribunal e os momentos em que não é. Esclarece-se que este mecanismo apenas se aplica aos processos de execução em que o agente de execução não seja oficial de justiça.

Assim, com a entrada em vigor do n.º 5 do art.º 551.º o processo apenas pode ser tramitado em tribunal desde que exista um pedido solicitando a sua intervenção, mesmo que o pedido seja originado pela própria secretaria ou juiz (não havendo entrada de atos, poderá ser necessária a prática de um ato processual por parte da secretaria ou do juiz).

No CITIUS, os atos dos agentes de execução (advogados e solicitadores de

execução) têm recetáculos próprios na área das “Pastas”.

Contudo, revelou-se necessário, na concretização do art.º 551.º n.º 5, que para além das pastas de entrada dos atos praticados pelo agente de execução que impliquem uma ação do Tribunal (“Atos AE para a Secretaria” e “Atos do AE para

conclusão”) fosse criada uma forma de proceder à consulta dos pedidos existentes

com base nesses atos.

Os atos dos agentes de execução que não carecerem de qualquer intervenção do tribunal entram diretamente para o histórico do processo eletrónico, sem que a entrada seja registada em qualquer das pastas de receção de papéis, nem seja criado qualquer pedido de intervenção.

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Manual de apoio / Ação Executiva

A ferramenta de consulta de Gestão de Pedidos permite visualizar quais os pedidos que se encontram no tribunal e filtrar o tipo de pedidos e o intervalo de datas em que ocorreram:

Uma vez que relativamente aos processos pendentes à data da entrada em vigor desta ferramenta, (1 de janeiro de 2014), e que ainda não se encontram classificados, se desconhece se existem pedidos pendentes, ao aceder a esses processos irá surgir a seguinte mensagem:

O acesso ao processo encontra-se nesta altura restrito à consulta do histórico, o que permite confirmar se existe(m) ou não pedido(s) de intervenção.

Não será possível aceder ao processo enquanto não for respondida a questão que surge

no ecrã. Após confirmação que não existe qualquer pedido, devemos responder escolhendo a opção «não» e «confirmar».

Esta mensagem ocorre uma única vez em cada processo, caso seja dada resposta,

pelo que requer uma atenção especial e rigorosa por parte do oficial de justiça

dado que o processo deixa de estar pendente em tribunal.

Como proceder caso responda de forma errada à questão que surge no ecrã pela primeira vez?

Se respondeu «não» à questão inicial, e entretanto, analisando melhor o processo, verifica que a resposta correta deveria ser sim (ou vice-versa) é possível proceder à anulação dessa operação.

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Manual de apoio / Ação Executiva

Para esse efeito, pode aceder ao módulo de utilitários, e escolher a opção «gestão de pedidos». Neste módulo é possível confirmar se

existem pedidos pendentes,

visualizar a totalidade dos pedidos existentes no âmbito desse processo, escolher os pedidos abertos, os finalizados (ou ambos) ou escolher

um intervalo de datas para proceder à consulta.

Para proceder à anulação da classificação efetuada, deverá selecionar o pedido, clicar no botão direito do rato, e escolher a opção «anular confirmação do pedido»:

Neste caso, o pedido deixa de estar «aberto», e ao entrar novamente no processo irá surgir a mensagem inicial para confirmar se existem pedidos pendentes em momento anterior a 1 de janeiro de 2014.

Independentemente da proveniência do(s) pedido(s), a questão fulcral é saber se o processo está dependente de um ato a praticar no tribunal. Repare-se que o processo pode estar a decorrer normalmente no agente de execução, em diligências de penhora, e o exequente vir requerer a intervenção do tribunal (ex: solicitar uma

certidão). Neste caso, apesar de o processo se encontrar na esfera de atuação do

agente de execução, o que é um facto é que este requerimento vai despoletar um pedido na secretaria.

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Manual de apoio / Ação Executiva

Após 1 de janeiro de 2014, a aplicação recebe pedidos já classificados, tanto do agente de execução, dos mandatários, ou das partes (através da secção central). O pedido já se encontra aberto e classificado automaticamente pelo sistema (com a entrada do ato processual que o originou, como por exemplo um pedido que tem por base a reclamação de um ato).

No que respeita à secção central, deverá ser escolhida, sempre que se adeque, na seleção dos papéis entrados, uma das quatro opções seguintes referentes à execução:

Com este procedimento a

aplicação dá início, de forma

automática, a um pedido.

Quanto ao Citius Web os atos que geram pedidos são os seguintes:

Requerimento de redução/isenção da penhora Reclamação de ato

Requerimento ao tribunal para outras questões Requerimento para emissão de certidão

Quanto ao SISAAE os atos que geram pedidos são os seguintes: Juiz - Apreciação Apoio Judiciário (AE)

Falta de pagamento de taxa de provisão (AE) Remessa ao Juiz - outras (AE)

Requerimento ao processo (outro) (AE)

Juiz - Resposta a pedido de relatório/estado (AE) Não Aceitação (AE)

Juiz - Verificação de pressupostos de extinção (AE) Juiz - Verificação de pressupostos de suspensão (AE)

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Manual de apoio / Ação Executiva Pedido de autorização para citação edital (AE)

Juiz - citação edital nos termos do n.º2 do 119º do CRP (AE) Pedido de levantamento de sigilo fiscal (AE)

Pedido de levantamento de sigilo - Outras (AE)

Autorização de auxílio de forças policiais - Arrombamento (AE)

Autorização de auxílio de forças policiais - Receio justificado de resistência à penhora (AE) Pedido de autorização para apreensão - Outros bens móveis sujeitos a registo (AE)

Requerimento a solicitar marcação de dia e hora de abertura de propostas (AE) Secretaria – Balanço de custas (AE)

Juiz - Requerimento para intervenção de oficial de justiça (AE) Juiz- apreciação liminar de penhora imóvel/est. comercial (AE) Juiz- Pedido autorização de venda antecipada/urgente (AE) Junção comprovativo citação prévia (AE)

Juiz- Pedido consulta base de dados - terceiros (AE)

Reclassificação de Pedidos

Sempre que os pedidos, classificados automaticamente pela entrada de um ato processual, não correspondam à classificação efetuada, existe a possibilidade de reclassificar o pedido, i.e, um pedido que entrou como «Auxílio de forças policiais», quando deveria ter sido como «informação sigilosa ou confidencial», acedendo ao módulo de gestão de pedidos, escolhendo a opção «reclassificar»:

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Manual de apoio / Ação Executiva

Perante um pedido pendente, i.e. com um pedido de intervenção «aberto», em princípio, será necessário praticar um ato e finalizar o pedido.

A prática de determinados atos, nomeadamente a generalidade das notificações, ofícios ou termos, despoleta de forma automática a possibilidade de fechar o pedido.

Tomemos o exemplo da prática de um ato dirigido ao agente de execução a notificá-lo de uma junção de documentos. Com a conversão em versão final da notificação surge a seguinte mensagem:

Se a notificação que estamos a efetuar encerra o pedido existente, deverá ser escolhida essa opção, selecionando o pedido que se pretende fechar:

Para poder prosseguir, deve selecionar-se uma das quatro opções disponíveis (deferido; deferido parcialmente; indeferido; outro) no campo «modalidade do termo»:

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Manual de apoio / Ação Executiva

Para finalizar um pedido sem recorrer à prática de um ato, após selecionar o ato processual que finaliza o pedido, clicar no botão do lado direito do rato, escolher a opção «ato processual», finalizar pedido de intervenção»:

Prática de atos sem qualquer pedido aberto

Para a prática de atos sem que esteja pendente qualquer pedido, a aplicação vai obrigar a que seja aberto um pedido no momento da colocação do documento

em versão final.

É permitida a escolha do destino do pedido (ato processual a praticar pelo juiz, ou apenas pela secretaria):

Logo que seja iniciado o pedido com a prática de um ato (ex. notificação, ofício ou termo) é possível que surja a mensagem para a finalização do pedido:

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Manual de apoio / Ação Executiva

Caso seja selecionada a opção de continuar, sem que seja escolhido qualquer pedido a finalizar, irá surgir o seguinte alerta:

Ao selecionar a opção «continuar» o ato processual é praticado sem que o pedido de intervenção seja finalizado (pressupõe que aquele ato ainda não encerra o pedido e que o processo ainda se encontra a aguardar a prática de um outro ato da secretaria ou do juiz, pelo que deverá ser efetuado de forma cautelosa).

Respondendo «cancelar», podemos voltar ao ecrã anterior, selecionar o pedido que pretendemos finalizar, escolher a modalidade do «termo» do pedido (deferido; indeferido; parcialmente deferido ou outro) e prosseguir com a finalização, clicando no botão «continuar».

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Manual de apoio / Ação Executiva

5. A ação executiva – caracterização

A ação executiva não visa a definição do direito violado, mas a sua reparação efetiva a partir do pedido formulado pelo titular do direito (exequente) através do requerimento executivo, em que o credor requer as providências adequadas à realização coativa de uma obrigação que lhe é devida, tendo por base um título pelo qual se determinam o seu fim e limites – cfr. art.ºs 2.º e 10.º, n.ºs 4 e 5.

A causa de pedir na ação executiva, como seu fundamento substantivo, é a obrigação exequenda, sendo o título executivo o instrumento documental privilegiado da sua demonstração – Ac. STJ n.º JSTJ000 in www.dgsi.pt.

Conforme consta do art.º 2.º, n.º 2, a realização coerciva do direito violado

significa a realização coerciva pela via judicial para reparar esse mesmo direito. Para tanto, é imprescindível que o direito que se pretende fazer valer na ação executiva conste dum título executivo.

A ação executiva é o meio próprio para a realização da prestação não cumprida, para a reparação do direito que esteja definido no título que serve de base a essa mesma execução.

A execução tem por finalidade efetivar coercivamente a realização do direito definido no título executivo ou, caso essa efetivação não seja possível, a substituição da prestação devida por um benefício equivalente, à custa do património do devedor (art.ºs 821.º, n.º 1 e 817.º do C.C.).

No fundo, trata-se de providenciar pela reparação material coativa do direito do exequente.

O direito processual subsidiário:

— A ação executiva rege-se, em primeira linha, pelas normas próprias (art.ºs 53.º a 58.º, 85.º a 90.º, 550.º e 551.º, 626.º e 703.º a 877.º), sendo que os art.ºs 703.º a 723.º se revestem de carácter geral;

— Em segundo lugar, a ação executiva rege-se, a título subsidiário, pelas

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Manual de apoio / Ação Executiva

Confidencialidade - Art.º 164.º

 Os processos de Execução só podem ser facultados aos executados e respetivos mandatários após citação, ou tratando-se de execução de decisão judicial, após a notificação da penhora e independentemente de citação ou notificação, é vedado aos executados e respetivos mandatários o acesso à informação sobre os bens indicados pelo exequente para penhora e aos atos introdutórios da mesma.

 A regra passa a ser que após a citação (ou notificação no caso da execução

de sentença nos próprios autos) o processo passe a estar disponível para os executados (e respetivos mandatários) com a exceção dos atos instrutórios da

penhora e dos bens indicados pelo exequente à penhora19.

A ocultação dos atos processuais é assegurada pelo próprio sistema informático, estando já pré-definido quais os atos que devem ficar ocultos. Ficam ocultos os bens indicados à penhora no requerimento executivo enviado via CITIUS, bem como qualquer requerimento posterior indicando bens à penhora, enviado pelo mesmo meio.

19Nos casos em que o requerimento executivo é apresentado em papel e seja possível efetuar a sua digitalização,

deverá ter-se em atenção que os anexos de indicação de bens à penhora (ANEXO P1 a ANEXO P9) não devem ser incluídos.

Para os requerimentos que dão

entrada em papel na secção central também existe a

possibilidade de ficarem

classificados automaticamente como ocultos, caso a secretaria proceda à seleção da opção “requerimento com

indicação de bens à

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Manual de apoio / Ação Executiva Foi ainda disponibilizada uma ferramenta para que o oficial de justiça,

clicando no lado direito do rato em cima do ato que pretende classificar, possa escolher se o ato se deve manter oculto ou ficar visível para o executado e respetivo mandatário. Igual procedimento pode ser adotado caso, por exemplo, seja

determinado mediante despacho judicial que um determinado documento passe a estar disponível para consulta:

Relativamente aos atos que passam a ficar disponíveis ao executado (e respetivo mandatário) a partir da sua citação, será necessário colocar nos detalhes

do interveniente (executado) a informação que já se encontra citado

(Interveniente citado/notificado (cf. art. 626.º), garantindo desta forma, de igual modo, que no caso de pluralidade de executados apenas aquele em que foi inserido o detalhe (bem como o respetivo mandatário que lhe esteja associado) passe a ter acesso ao processo (a seleção dos atos cujo acesso é vedado mesmo após a citação continua a ser assegurada pelo sistema informático de forma automática).

Nas execuções tramitadas por agente de execução, também se encontra disponível a opção referida no sistema SISAAE, e que transporta de forma automática esse detalhe para a aplicação CITIUS, pelo que a opção Interveniente citado/notificado (cf. art.

626.º CPC), apenas terá de ser inserida pelo oficial de justiça nas execuções em que

exerça as funções de agente de execução.

Requerimento

Indicação que o ato se encontra oculto

Nota: A opção disponibilizar documento a Mandatário / ocultar documento a Mandatário estará associada apenas a determinado tipo de atos processuais previamente definidos, e só estará disponível em atos praticados após a entrada em vigor do novo CPC.

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Manual de apoio / Ação Executiva

Para aceder aos detalhes do interveniente deverá selecionar o interveniente, pressionar o botão direito do rato, escolher a opção interveniente, detalhes do interveniente:

Em alternativa, pode selecionar o interveniente e pressionar a tecla de atalho “F4”, aparecendo de imediato a janela de detalhes do interveniente:

6. A ação executiva – Classificação consoante o fim

A lei distingue três tipos de ações executivas, consoante o fim a que as mesmas se destinam ou de acordo com a forma de processo aplicável.

Assim, a ação executiva pode ter por finalidade (art.º 10.º, n.º 6):

a) Pagamento de quantia certa - o exequente pretende obter o

cumprimento de uma obrigação pecuniária através da penhora de bens do executado, os quais posteriormente são vendidos, revertendo o produto

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Manual de apoio / Ação Executiva

da venda a favor do exequente até ao montante do seu crédito – cfr. art.ºs 724.º a 858.º.

b) Entrega de coisa certa - o exequente se assume como titular de um direito à prestação de uma coisa determinada e requer ao tribunal que apreenda essa coisa ao devedor e seguidamente lha entregue (art.º 827.º do C.C.). A lei permite que se a coisa a entregar não for encontrada, o exequente efetue uma liquidação do seu valor e do prejuízo resultante da falta da entrega, procedendo-se de seguida à penhora nos bens do executado, suficientes para pagamento da importância apurada (cfr. art.ºs 859.º a 867.º).

c) Prestação de facto (positivo ou negativo)20 é a que se funda em título

que impõe ao devedor uma obrigação de prestar ou não prestar um facto, fungível ou infungível21 - cfr. art.ºs 868.º a 877.º do CPC e 828.º a 829.º-A

do Cód. Civil.

Sendo a prestação de facto fungível, o exequente pode requerer que ela seja prestada por outrem à custa do património do devedor (art.º 828.º do C.C.), sendo, neste caso, penhorados e vendidos os bens do executado necessários ao pagamento da obrigação equivalente à que consta do título executivo.

Caso a prestação de facto seja infungível (quando não se pode obter de terceiro a prestação) e não tendo a prestação sido cumprida voluntariamente pelo devedor, a obrigação extingue-se, uma vez que o credor não pode obter a sua execução forçada.

Assim, o exequente só poderá pretender a apreensão e venda dos bens do devedor, suficientes para indemnizá-lo do dano sofrido com o incumprimento e

20 “A condenação dos réus a não impedirem a realização de obra nova ou de reparação implica uma obrigação de prestação de facto negativa, na modalidade de obrigação de tolerância ou de deixar fazer (obrigação de pati). O processo próprio para executar este tipo de obrigação é o de execução para prestação de facto negativo” (art.º 876.º CPC).

Sumário do Ac. TRGuimarães de 19/11/2003, proc.º 1897/03-1 – www.dgsi.pt.

21 A prestação diz-se fungível quando pode ser realizada por pessoa diversa do devedor com satisfação do interesse

do credor, sendo-lhe indiferente que ela seja realizada pelo devedor ou por outra pessoa qualquer – cfr. art.º 828.º do C.Civil.

De modo inverso, prestação infungível é aquela que tem de ser efetuada pelo devedor para satisfação do interesse do credor.

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Manual de apoio / Ação Executiva

requerer que o devedor seja condenado ao pagamento de uma quantia por cada dia de atraso no cumprimento (cfr. art.º 829.º-A do Código Civil).

O facto que o devedor estiver obrigado a prestar pode ser positivo ou

negativo, assim a obrigação se traduza em “fazer” ou “não fazer”.

Exemplos:

 Se o devedor estiver obrigado a demolir um muro, está em causa a prestação dum facto positivo.

 Se o devedor estiver obrigado a “não” demolir um muro, está em causa a prestação dum facto negativo.

Ação Executiva - Forma de processo

7.

Processo Comum

O Processo comum para pagamento de quantia certa é ordinário ou sumário

(cfr. n.º 1 do art.º 550.º).

No que respeita ao processo comum para pagamento de quantia certa, emprega-se o PROCESSO SUMÁRIO nas execuções baseadas em:

 decisão arbitral ou judicial nos casos em que esta não deva ser executada no próprio processo;

 requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória;  título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida, garantida por hipoteca

ou penhor;

 título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda o dobro da alçada22 do tribunal de 1.ª instância.

Não é, porém, aplicável a forma sumária, à contrário, aplica-se o PROCESSO ORDINÁRIO, nas seguintes execuções:

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 Nos casos previstos nos artigos 714.º e 715.º, ou seja, na escolha da prestação na obrigação alternativa, e na obrigação condicional ou dependente prestação, respetivamente;

 Quando a obrigação exequenda careça de ser liquidada na fase executiva e a liquidação não dependa de simples cálculo aritmético (título extrajudicial; decisão judicial ou equiparada - quando não vigore o ónus de proceder à liquidação no âmbito do processo de declaração; e decisões arbitrais);

 Quando, havendo título executivo, diverso de sentença apenas contra um dos cônjuges, o exequente alegue a comunicabilidade da dívida no requerimento executivo;

 Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja renunciado ao benefício da excussão prévia.

 Sendo o Título extrajudicial de obrigações pecuniárias vencidas, não garantido por hipoteca ou penhor, o valor seja superior ao dobro da alçada de 1.ª Instância.

À execução sumária para pagamento de quantia certa aplicam-se

subsidiariamente as disposições do processo ordinário, (cfr. n.º 3 do art.º 550.º e n.º 3 do art.º 551.º).

O processo de execução para entrega de coisa certa e para prestação de facto segue forma única, sendo-lhe aplicáveis, na parte em que o puderem ser, as disposições relativas à execução para pagamento de quantia certa (cfr. n.º 4 do art.º 550.º e n.º 2 do art.º 551.º).

8.

Processo Especial

O Processo especial aplica-se nos casos especialmente previstos no Código ou em leis extravagantes. Como exemplos desta forma de processos temos:

- Execução por alimentos (cfr. art.ºs 933.º e segs.);

- Execução por custas (cfr. art.º 35.º do Regulamento das Custas

Processuais aprovado pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro);

- Execução para venda de navio abandonado (cfr. art.ºs 17.º e 18.º do

Dec. Lei n.º 202/98, de 10 de julho).

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Manual de apoio / Ação Executiva

As execuções especiais regem-se pelas disposições que lhes são próprias e

subsidiariamente pelas que regem a execução ordinária – art.º 551.º, n.º 4.

Para a execução por custas, tendo em conta o disposto no n.º 5 do ar.º 35.º do Regulamento das Custas Processuais, aplicam-se subsidiariamente as disposições relativas à execução sumária. O mesmo se aplica para as execuções por multa e coima, tendo em conta o disposto no n.º 2 do art.º 491.º do CPP e o n.º 2 do art.º 89.º do D.L. n.º 433/82, de 27 de outubro.

*

Há ainda que ter em conta o disposto no art.º 551.º, n.º1, que determina que são subsidiariamente aplicáveis ao processo de execução, com as necessárias adaptações, as disposições reguladoras do processo de declaração.

9.

Pressupostos processuais

Pressupostos processuais são os requisitos necessários ao regular desenvolvimento da instância executiva.

A ausência de um ou mais pressupostos processuais da ação declarativa impossibilita o juiz de se pronunciar sobre o mérito da causa.

Na ação executiva, o tribunal deve verificar se estão reunidos os pressupostos processuais mínimos e indispensáveis para que a mesma possa prosseguir (cfr. art.ºs 6.º, 726.º e n.ºs 1 e 2 do art.º 734.º).

Assim, a ação executiva está sujeita, tal como a ação declarativa, a pressupostos gerais, tais como:

 capacidade e personalidade judiciária;  legitimidade das partes;

 patrocínio judiciário; e  competência do tribunal.

Mas, a ação executiva, além de estar sujeita àqueles pressupostos, está ainda sujeita a outros, que lhe são específicos, tais como: o título executivo, a certeza, a

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Manual de apoio / Ação Executiva

Pressupostos específicos da ação executiva

o Título executivo

Título executivo23 é um documento escrito no qual consta a existência de um

direito subjetivo nele incorporado, contendo os sujeitos dessa relação, da prestação e do fim e limites dessa prestação. Determina o fim e os limites da ação executiva. Indica a espécie de prestação, o tipo e a forma de processo da execução, o quantum da obrigação e fixa a legitimidade (ativa e passiva) para a execução. É a causa de pedir na ação executiva e traduz um requisito de natureza formal (cfr. art.º 10.º, n.ºs 5 e 6).

O título é pois condição necessária e suficiente ao desenvolvimento da ação executiva:

Condição necessária, porque sem título não pode haver execução (cfr. art.º

10.º, n.º 5). É imperioso que o título acompanhe o requerimento inicial (cfr. art.º 724.º, n.º 4, al. a))24.

Condição suficiente, porque a existência do título dispensa qualquer

averiguação prévia sobre a existência efetiva do direito que ele titula.

o Espécies de títulos executivos

O art.º 703.º enumera as espécies de título executivo e consagra o princípio da tipicidade, ou seja, só existem estes títulos e não outros.

Sentenças condenatórias25

Em regra, a sentença constitui título executivo uma vez transitada em julgado, salvo se dela for interposto recurso com efeito meramente devolutivo, caso em que a exequibilidade da sentença se opera transitoriamente até à sua consolidação por via do trânsito em julgado (cfr. art.º 704.º).

23 O título constitui o pressuposto formal da ação executiva destinado a conferir à pretensão substantiva um grau de certeza suficiente para consentir a subsequente agressão patrimonial aos bens do vendedor - J. Lebre de Freitas e

outros, C.P.C. Anotado, I/87).

O título é o instrumento documental da demonstração da obrigação exequenda, fundamento substantivo da execução - Acs. STJ, de 15/05/03 e 18/01/2000, proc.ºs 02B3251 e 99A1037, em www.dgsi.pt.

24 O requerimento executivo deve ser acompanhado da cópia do título executivo, quando entregue por via eletrónica,

ou do original, quando entregue em papel, sob pena de recusa – art.º 725.º, n.º 1-d).

25 Sentença é o ato pelo qual o juiz decide a causa principal ou algum incidente que apresente a estrutura duma

causa. As decisões dos tribunais colegiais denominam-se acórdãos – art.º 152.º, n.ºs 2 e 3.

São equiparados às sentenças os despachos e quaisquer decisões ou atos da autoridade judicial que condenem no

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