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Condições da ação penal: a) Legitimidade “ad causam”:

No documento Apostila Completa - Curso Renato Saraiva OAB (páginas 165-168)

VIII AÇÃO PENAL

1. Condições da ação penal: a) Legitimidade “ad causam”:

Em tese o Pólo Ativo e o Passivo estão OK. Saber a conseqüência da ilegalidade.

Ex1: “A”menor do 18 anos, sendo processado por “B” Ministério Público que

promove a Ação Penal Privada. “A”será acusado pelo Vara da Criança e Adolescente.

Pergunta: Alguém esta sendo processado criminalmente de ter cometido um

crime de roubo. Ao final do processo o juiz percebe que o réu é menor de 18 anos e é inocente. O que o juiz faz?

Resposta: a) Extingue sem julgamento do mérito por analogia ao CPP;

b) Anula o processo por ilegitimidade;

c) Absolve o acusado; d) Nenhuma das anteriores.

Notas Explicativas:

→ A conseqüência da ilegitimidade é a nulidade do processo.

b) Possibilidade Jurídica do Pedido:

Fato deve ser previsto como crime. Pedido juridicamente impossível. “Prostituição”.

c) Interesse Processual:

Existem 3 exemplos para descrevermos o Interesse Processual.

c.1) Necessidade: Preciso do processo.

c.2) Adequação: O que peço é apto a gerar o processo.

c.3) Utilidade: Pode rejeitar a denúncia por prescrição virtual por ausência de

interesse processual na modalidade utilidade. Nos casos de prescrição virtual ou antecipada.

Este material é composto por diversos estudos elaborados por outros alunos durante a preparação para a prova da OAB e, por esse motivo, tem finalidade exclusivamente didática. A

utilização com fins comerciais é terminantemente proibida. Colabore com a democratização do conhecimento!

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Ex1: Furto tentado de uma tiara de diamantes (Madre Teresa) → Mais de 70

anos. Por isso virtualmente eu sei que vai ocorrer a prescrição.

Ex2: Furto tentado a um objeto de pequeno valor. Sujeito com 18 anos. Menor

que 21 e maior que 70 anos a prescrição vai pela metade. Não há interesse processual na modalidade utilidade.

d) Justa Causa para a Ação Penal (art 394 CPP):

Existência de suporte probatório mínimo para o oferecimento da acusação.

ATENÇÃO: é causa expressa de rejeição da denúncia ou da queixa (art. 395, III,

CPP).

Ex1: Doméstica que já foi processada por maus tratos a uma criança. Você

contrataria?

Ex2: Filhos com bateria e vizinho pede para diminuir o barulho. 2. Classificação das Ações Penais:

a) Ação Penal Pública: Titular é o MP – inicia-se por denúncia. A petição inicial é

feita através de uma denuncia. Pode ser:

a.1) Incondicionada: o MP não precisa de autorização para iniciar a ação. a.2) Condicionada: Precisa de uma autorização da representação do

ofendido ou requisição do Ministro da Justiça. Sua Natureza Jurídica tem condição de procedibilidade.

b) Ação Penal Pública Incondicionada *

O titular dessa ação é o MP. Existem 4 princípios.

b1) Princípio da Obrigatoriedade ou Legalidade:

→ Presentes os requisitos legais o MP tem o dever funcional de denunciar (tem a obrigação). Se há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade. O MP tem a obrigação de denunciar.

ATENÇÃO: Princípio da obrigatoriedade é mitigada ou discricionariedade

regrada? Nos casos de JECRIM (transação penal) NÃO precisa oferecer a denúncia.

b2) Princípio da divisibilidade:

O MP não precisa oferecer denúncia contra todos. Ele pode oferecer contra “A” e pedir diligencias contra “B”.

b3) Princípio da Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação penal, ou

seja, ele tem que ir até o final (o MP não pode desistir dos recursos já interpostos).

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IPC: O MP pode pedir a absolvição do réu. E o Juiz pode condenar?

→ Sim. Ainda que o MP peça a absolvição o juiz pode condenar. Ainda que o MP peça absolvição, o Juiz pode condenar.

b4) Princípio da Oficialidade:

A acusação é feita por órgãos oficiais. Não existe a figura do promotor “had

hoc”, ou seja, para isso, para este caso de propósito.

A titularidade da ação penal pública foi dada a um órgão oficial (MP) 129, I CF.

b5) Princípio da Intransendencia: Somente pode ser processado criminalmente

o autor da infração penal, ou seja, o criminoso.

Notas Explicativas:

Os 4 Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada tem uma regra para gravação. Veja ela:

Obrigatoriedade Divisibilidade Indisponibilidade Oficialidade

c) Ação Penal Pública Condicionada

O titular da ação continua sendo o Ministério Público.

Os princípios são os mesmo da Ação Penal Pública Incondicionada (ODIO).

IPC: Para o ofendido no caso de (representação) e para o Ministro da Justiça nos

casos de (requisição), vale o Princípio da Oportunidade “A pessoa que decide se haverá representação”.

Hipóteses:

Crime contra honra do presidente da república;

Crime praticado por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil (art. 7º, CP). O prazo para requisição do Ministro da Justiça não existe, ele corre até que o crime esteja

prescrito. Não é possível a retratação.

d) Ação Penal Pública Condicionada a Representação do Ofendido:

Noção: Pedido/autorização feita pelo ofendido ou seu representante legal (MP, Juiz ou Delegado).

A titularidade é do ofendido. Se o ofendido é incapaz, deverá ser representado legalmente.

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Ex: Ameaça; lesão corporal leve; estupro.

O prazo para representação é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria. Esse prazo é decadencial (direito penal material → inclui o começo e exclui o fim) e não de direito processual (exclui o início e inclui o fim).

O prazo penal é improrrogável mesmo caindo em feriado nacional.

Não tem forma prevista em lei, pode ser feita por escrito, oral, num rascunho, ou seja, em qualquer lugar.

Em caso de morte da vítima o direito de representação CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmãos)

Ex: O fato ocorreu em 02/01. O juiz toma conhecimento no dia 11/04. O último

dia do prazo decadencial será no dia 10/10. Se fosse processual seria no dia 12/10.

OBS: Em caso de violência doméstica contra a mulher, a retratação somente

pode ser feita perante o juiz, depois de oferecida a denúncia. Lei 11.340/06

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