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4 O CONTEXTO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: A REDE MUNICIPAL, A

5.3 Conhecendo as professoras da escola

5.3.2 Condições de trabalho

A primeira pergunta focalizava o tempo de atuação na educação. As respostas variaram de oito a 31 anos de trabalho e a média era de 19 anos. Assim, ficou evidente que a escola contava com docentes experientes na área da Educação.

O tempo de trabalho na escola pesquisada variava de um mês a dez anos, com uma média de seis anos trabalhados. Vale relembrar que a escola foi inaugurada em 2001.

A próxima pergunta investigava se a professora trabalhava em mais de uma escola. A maioria das professoras trabalhava somente na escola estudada.

Gráfico 8 - Distribuição da atividade laboral exercida em mais de uma instituição educacional pela população estudada. 2012. (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

Na pergunta relativa ao trabalho em uma ou mais redes de ensino, houve um número significativo de professoras que não responderam, em um total de 12. Acreditamos que houve problemas com a formulação da questão, dando margem para o entendimento de que não marcar significava que trabalhava somente na RMEBH.

Mesmo assim, algumas professoras assinalaram que trabalhavam somente na rede municipal de Belo Horizonte totalizando 11 respostas. Um pequeno número trabalhava também na rede estadual, somente 3, e uma professora acumulava cargo na rede de ensino da cidade de Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte.

Gráfico 9 - Distribuição da atividade laboral exercida em outras redes de ensino. 2012. (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

O nível de ensino em que as professoras trabalhavam apresentou múltiplas respostas porque muitas atuavam em mais de um turno. Os dados ficaram assim distribuídos:

Gráfico 10 - Distribuição da atividade laboral por nível de ensino. 2012. (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

O número de alunos em sala, na instituição pesquisada, variava de 25 a 30. A maioria tinha até 25 alunos em sala de aula.

Gráfico 11 - Distribuição do número de alunos por sala. 2012. (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

As professoras, ao serem questionadas se tinham ou não alunos(as) com deficiências ou transtornos globais do desenvolvimento em sua sala, apresentaram as seguintes respostas:

Gráfico 12 - Professoras com alunos com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento em sua sala de aula. 2012. (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

Ao final da questão, as professoras deveriam citar o tipo de deficiência ou transtorno global do desenvolvimento dos(as) alunos(as). As respostas foram variadas e algumas retrataram conhecimento a respeito da terminologia usada para classificar tanto as deficiências quanto os transtornos: autismo, deficiência mental, paralisia cerebral, Transtorno do Déficit de

Atenção/Hiperatividade (TDAH), distrofia muscular progressiva, síndrome de Irlen e tetraplegia.

Por outro lado, também apareceram respostas que evidenciaram falta de conhecimento a respeito das deficiências: “alunos com atitudes preocupantes”, “agressividade” (não cumpre regras), “encefalite viral” e “cadeirante”.

A busca de informações partiu do geral para chegar às mais específicas a respeito do tema central da pesquisa. Assim, na pergunta seguinte o objetivo era saber se na formação inicial, as professoras tiveram alguma disciplina sobre Educação Inclusiva. Diante dos dados anteriormente apresentados, com a faixa etária avançada e os muitos anos de trabalho na Educação, o resultado já se anunciava: 20 professoras não tiveram, em sua formação inicial, disciplina relativa à Educação Inclusiva. Somente seis tiveram esse tema no curso de graduação e uma não respondeu à questão.

Gráfico 13 - Disciplina sobre Educação Inclusiva na formação inicial. 2012. (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

No intuito de conhecer o que pensavam as docentes a respeito do apoio da rede municipal ao processo de formação continuada, apresentou-se a questão se esta desenvolvia algum tipo de trabalho específico a respeito do tema da inclusão. Do total das respondentes, 15 disseram que não e 10 disseram que sim e duas não responderam. Ao considerar que o percentual de

diferença entre as respostas não é expressivo, podemos dizer que não houve um consenso quanto ao apoio da rede municipal à formação na área de Educação Inclusiva.

Nas entrevistas com as quatro professoras cujas práticas pedagógicas foram acompanhadas, também questionou-se se elas já haviam participado de atividades formativas a respeito de Educação Inclusiva oferecidas pela rede municipal para os(as) professores(as).

As quatro professoras responderam que não participaram de cursos oferecidos pela rede a respeito da inclusão dos(as) alunos(as). Vejamos, a seguir, o conteúdo das respostas:

Não. Sobre Educação Inclusiva não. Especificamente não. Mas este ano mesmo, eu participei durante o ano todo, é mais ou menos um encontro por mês, sobre formação. É sobre o currículo escolar, sobre a proposta curricular da prefeitura. O conteúdo, especificamente, que eu participei, foi de Geografia e História. Mas lá também foi falado sobre inclusão (Entrevista com a professora Samira, no dia 30/11/2011).

Olha, de formação não. Eu já participei de palestras, de encontros, seminários. Mais no início, tem bem uns cinco anos, a gente tinha palestras e eu ia pela escola. No momento eu nem tinha a esperança de estar dobrando com menino de inclusão, porque eu estava só na coordenação. Vem a dificuldade do professor sair de sala. Ás vezes o curso é oferecido dentro do horário, então, para sair é mais complicado. Então, eu como coordenadora, eu fiz uma vez, participei de alguns encontros, mas não foram suficientes (Entrevista com a professora Elisa, no dia 05/12/2011).

Não. Os cursos são muito específicos: pra Português, pra Matemática, pra História, Ciências, pras disciplinas. Agora pra essa questão... (Entrevista com a Professora Andréa, no dia 05/12/2011).

Não. Olha, lá no Hospital Sara (referindo-se ao Hospital Sara Kubitschek) eles convidam a gente para aquelas palestras onde eles esclarecem sobre algumas dificuldades e tudo. Mas nada que nos oriente assim mesmo não. Mostram jogos que a gente pode trabalhar, confeccionar. Isso já foi feito (Entrevista com a professora Flávia, no dia 06/12/2011).

Essa é uma realidade que não condiz com as discussões a respeito da formação docente na perspectiva da Educação Inclusiva. Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), podemos encontrar como um dos seus objetivos: “Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão” (BRASIL, 2008, p. 14).

Ao considerar que a RMEBH vem adotando os documentos orientadores da política de Educação Inclusiva do Ministério da Educação, fica visível a distância entre a intenção,

apresentada nos documentos oficiais do país e do município como uma diretriz a ser cumprida, e a ação, que ainda não se concretizou efetivamente na rede municipal.

Gráfico 14 - Formação oferecida pela rede municipal sobre Educação Inclusiva. 2012. (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

No sentido de conhecer se a RMEBH investe na formação docente de maneira geral, a próxima pergunta visou saber se as professoras já participaram de cursos oferecidos pela prefeitura municipal de Belo Horizonte visando a qualificação docente de modo geral. Do total, 16 responderam que não e 11 marcaram que sim.

Gráfico 15 - Participação em cursos oferecidos pela rede municipal. 2012. (n=27)

Ao especificar o tipo de curso que participaram, as professoras citaram: “palestras”, inclusão escolar, matemática, português, currículo, formação de professor e “curso no Hospital Sarah Kubischeck”.

A próxima questão investigou se as professoras já participaram de algum curso sobre inclusão por iniciativa própria. A resposta sim foi marcada por 14 respondentes e não por 13.

Gráfico 16 - Participação em curso sobre Educação Inclusiva por iniciativa própria. 2012 (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora

Finalizando as questões fechadas, o interesse foi saber como as professoras classificavam seu nível de conhecimento a respeito do tema da Educação Inclusiva. As respostas variaram de ótimo a insuficiente, passando por bom e regular, com predomínio do “regular” respondido

Gráfico 17 - Nível de conhecimento a respeito do tema Educação Inclusiva. 2012 (n=27)

Fonte: Elaborado pela autora