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PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

8. Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios – RT-SCIE

8.1. Condições Exteriores Comuns

Devem os edifícios e recintos escolares dispor de vias de acesso adequadas a veículos de socorro em caso de incêndio, as quais, ainda que se localizem em domínio privado, possuam uma ligação em permanência à rede viária pública, além de respeitarem as demais exigências veiculadas pelo RT-SCIE.

Assim sendo, devem as vias de acesso aos estabelecimentos de ensino com uma altura não superior a nove metros possibilitar o estacionamento dos veículos de socorro a uma distância não superior a trinta metros de, pelo menos, uma das saídas do edifício

93 que faça parte dos seus caminhos de evacuação62. Já no caso de estabelecimentos de

ensino situados em centros urbanos antigos e em locais onde a rede viária existente não possa ser objeto de correções, essa distância máxima pode ser aumentada para cinquenta metros. No que toca a vias de acesso de qualquer edifício com altura superior a nove metros, devem estas possibilitar o estacionamento dos veículos de socorro junto às fachadas. As fachadas são consideradas obrigatoriamente acessíveis, devendo os edifícios possuir, no mínimo, uma fachada acessível. Para edifícios que se inscrevem na quarta categoria de risco – risco muito elevado –, ficam estes obrigados a disporem de, no mínimo, duas fachadas acessíveis.

Importa esclarecer que, segundo o regulamento técnico, fachada acessível é aquela

“[…] através da qual é possível aos bombeiros lançar as operações de socorro a todos os pisos, quer directamente através de, no mínimo, uma saída correspondente a um caminho de evacuação, quer através dos pontos de penetração designados no presente regulamento […].” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 2.º, n.º 2)

O Aquartelamento da Academia Militar na Amadora situa-se num meio urbano, mas não num centro urbano antigo, e a altura predominante dos seus edifícios ascende a mais de nove metros. Dispõe de quatro vias de acesso ao exterior63, três das quais

adequadas à passagem de viaturas de socorro de grande dimensão, ou veículos pesados, e uma que permite o acesso rápido e facilitado unicamente a viaturas ligeiras (Figura 3).

62 “«Caminho de evacuação ou caminho de fuga», percurso entre qualquer ponto, susceptível de

ocupação, num recinto ou num edifício até uma zona de segurança exterior, compreendendo, em geral, um percurso inicial no local de permanência e outro nas vias de evacuação […]” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 4.º, n.º 2).

63 “«Via de acesso de uma utilização-tipo», via exterior, pública ou com ligação à via pública, donde seja

possível aos bombeiros lançar eficazmente as operações de salvamento de pessoas e de combate ao incêndio, a partir do exterior ou pelo interior de edifícios recorrendo a caminhos de evacuação horizontais ou verticais” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 2.º, n.º 4).

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Figura 3: Planta de localização de acessos do Aquartelamento da Academia Militar na Amadora. Fonte: Google Maps

Porta de Armas, avenida Conde Castro Guimarães caracteriza-se por dimensões reduzidas tanto de largura quanto de ângulo de acesso, dificultando um rápido acesso a viaturas de socorro de maiores dimensões (veículos pesados).

Portão Sudeste, Borel, junto ao posto de abastecimento64 de combustível da

companhia energética Repsol possui dimensões adequadas de largura e ângulo de acesso, proporcionando um rápido acesso a viaturas de socorro, sejam de pequena, sejam de grande dimensão (veículos ligeiros e pesados).

Porta de Armas do Regimento de Lanceiros n.º 2/Comando das Forças Terrestres (rua Gonçalves Ramos) dispõe de dimensões adequadas de largura e ângulo de acesso, facilitando um rápido acesso a viaturas de socorro, sejam de pequena, sejam de grande dimensão (veículos ligeiros e pesados).

64 “«Posto de abastecimento», estabelecimento destinado, exclusivamente, ao fornecimento de

carburantes e óleos […]” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 1.º, n.º 53).

Legenda:

1 – Porta de Armas 2 – Portão Sudeste, Borel 3 – Porta de Armas do Regimento de Lanceiros nº2

4 – Portão IC 19, “reta dos Comandos”

95 Portão junto ao IC65 19 (reta dos Comandos) apresenta dimensões adequadas de

largura e ângulo de acesso, permitindo um rápido acesso a viaturas de socorro, sejam de pequena, sejam de grande dimensão (veículos ligeiros e pesados).

Mais se acrescenta que as instalações do Aquartelamento da Academia Militar na Amadora dispõem de caminhos internos que, em situação de emergência e desenvolvimento das ações de intervenção por parte dos bombeiros, permitem a acessibilidade a todas as áreas.

No que concerne ao abastecimento e prontidão dos meios de socorro, o fornecimento de água para abastecer os veículos de socorro deve ser assegurado por hidrantes exteriores, servidos pela rede de distribuição pública ou, excecionalmente, verificando-se a falta de condições desta, por uma rede privada (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo, art. 12.º, n.º 1).

Já os modelos dos hidrantes exteriores devem respeitar a norma NP EN66

14384:2007 emanada pelo Instituto Português da Qualidade, sendo preferencial, sempre que o diâmetro e a pressão da canalização pública o possibilitem, a colocação de marcos de incêndio em detrimento de bocas-de-incêndio (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo, art. 12.º, n.º 2).

O regulamento técnico define marco de incêndio enquanto

“[…] hidrante, normalmente instalado na rede pública de abastecimento de água, dispondo de várias saídas, destinado a reabastecer os veículos de combate a incêndios. É um meio de apoio às operações de combate a um incêndio por parte dos bombeiros […].” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 8.º, n.º 12)

Boca-de-incêndio corresponde, por sua vez, a

“[…] hidrante, normalmente com uma única saída. Pode ser armada, destinando-se ao ataque directo a um incêndio. Pode ser exterior não armada, destinando-se ao reabastecimento dos veículos de combate a incêndios. Neste caso deve existir uma válvula de suspensão no ramal de ligação que a alimenta, para fecho deste em caso de avaria. Pode

65 Itinerário Complementar. “Itinerários complementares são as vias que estabelecem as ligações de maior

interesse regional, bem como as principais vias envolventes e de acesso às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto” (Instituto de Infraestruturas Rodoviárias, 2011, 8, nota 7).

66 “[…] As normas portuguesas têm o prefixo NP. Quando se trata de normas portuguesas que adotam

uma norma europeia designam-se por NP EN. As NP EN ISO identificam as normas portuguesas que resultaram da adoção de uma norma europeia, que por sua vez resultou da adoção de uma norma internacional” (Instituto Português da Qualidade (IPQ) 2018, para. 1).

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ser interior não armada, destinando-se ao combate a um incêndio recorrendo a meios dos bombeiros […].” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 8.º, n.º 3)

Em suma, da análise efetuada ao Plano de Segurança Interno do AAMA, o mesmo contém a informação necessária exigida para o ponto das Condições Exteriores

Comuns, nomeadamente, no anexo C que indica a localização e descrição dos acessos, anexo G que indica a localização e identificação dos meios de segurança e o anexo D que identifica caminhos internos a ser utilizados pelas viatura de socorro, bem como, as áreas de reunião de pessoal.

8.2. Condições Gerais de Comportamento ao Fogo, Isolamento e