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PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

8. Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios – RT-SCIE

8.3. Condições Gerais de Evacuação

No que concerne às condições gerais de evacuação, devem os espaços interiores dos edifícios e recintos dos estabelecimentos escolares organizar-se de forma a permitir que, na eventualidade de incêndio, os seus ocupantes possam alcançar, pelos seus próprios meios, um local seguro no exterior, de modo fácil, rápido e seguro. Para que tal seja possível, devem verificar-se as seguintes condições:

 Os locais de permanência, os edifícios e os recintos devem apresentar saídas67,

em número e largura suficientes, distribuídas de modo conveniente e devidamente sinalizadas;

 As vias de evacuação devem apresentar uma largura adequada e, quando necessário, devem ser protegidas contra o fogo, o fumo e os gases de combustão;

 As distâncias a percorrer devem ser limitadas.

O RT-SCIE prevê, ainda, situações particulares em que a evacuação se pode processar para espaços de edifícios temporariamente seguros, as designadas “zonas de refúgio”. Zona de refúgio equivale a um

“[…] local num edifício, temporariamente seguro, especialmente dotado de meios de protecção, de modo a que as pessoas não venham a sofrer dos efeitos directos de um incêndio no edifício […].” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 4.º, n.º 18)

Existe também a designação “zona de segurança”, que corresponde a um

“[…] local, no exterior do edifício, onde as pessoas se possam reunir, protegidas dos efeitos directos de um incêndio naquele […].” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 4.º, n.º 19)

No que à distância a percorrer nos locais diz respeito, devem os caminhos horizontais de evacuação proporcionar o acesso rápido e seguro às saídas de piso por meio de encaminhamentos claramente traçados, de preferência retilíneos, tão curtos quanto possível e apresentando um número mínimo de mudanças de direção.

67 “«Saída», qualquer vão disposto ao longo dos caminhos de evacuação de um edifício que os ocupantes

devam transpor para se dirigirem do local onde se encontram até uma zona de segurança […]” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 4.º, n.º 9).

101 Até que seja alcançada a saída mais próxima, para o exterior ou para uma via de evacuação protegida, a distância máxima a percorrer nos locais de permanência em edifícios deve ser:

 De 15 metros nos pontos em impasse;

 De 30 metros nos pontos com acesso a saídas distintas (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo, art. 57.º, n.º 2, alíneas a) a b)).

O impasse para um ponto de um espaço é a

“[…] situação, segundo a qual a partir de um ponto de um dado espaço, a evacuação só é possível através do acesso a uma única saída, para o exterior ou para uma via de evacuação protegida, ou a saídas consideradas não distintas. A distância do impasse, expressa em metros, é medida desse ponto à única saída ou à mais próxima das saídas consideradas não distintas, através do eixo dos caminhos evidenciados, quando este Regulamento os exigir, ou tendo em consideração os equipamentos e mobiliários fixos a instalar ou em linha, se as duas situações anteriores não forem aplicáveis […].” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 4.º, n.º 7)

Já o impasse para uma via horizontal caracteriza-se enquanto

“[…] situação, segundo a qual, a partir de um ponto de uma dada via de evacuação horizontal, a evacuação só é possível num único sentido. O impasse é total se se mantém em todo o percurso até uma saída para uma via de evacuação vertical protegida, uma zona de segurança ou uma zona de refúgio. A distância do impasse total, expressa em metros, é medida pelo eixo da via, desde esse ponto até à referida saída. O impasse pode também ser parcial se se mantém apenas num troço da via até entroncar numa outra onde existam, pelo menos, duas alternativas de fuga. A distância do impasse parcial, expressa em metros, é medida pelo eixo do troço em impasse desde esse ponto até ao eixo da via horizontal onde entronca […].” (Portugal, Portaria n.º 1532/2008, anexo I, art. 4.º, n.º 8)

No que toca, agora, a vias horizontais de evacuação (corredores, antecâmaras, átrios, galerias ou, em espaços amplos, passadeiras explicitamente marcadas no pavimento para esse efeito, que respeitem as condições do RT-SCIE), devem estas conduzir, de forma direta ou através de câmaras corta-fogo, a vias verticais de evacuação (escadas, rampas, ou escadas e tapetes rolantes inclinados, que respeitem as condições do RT-SCIE) ou ao exterior do edifício.

O número de vias verticais de evacuação dos edifícios deve corresponder àquele que for imposto pela limitação das distâncias a percorrer nos seus pisos (comprimento a percorrer ao longo de caminho de evacuação até se atingir uma via de evacuação protegida, uma zona de segurança ou uma zona de refúgio), bem como pelas disposições específicas deste regulamento.

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Se os edifícios tiverem uma altura superior a 28 metros em relação ao plano de referência, estes devem dispor de, pelo menos, duas vias verticais de evacuação.

Quando são exigíveis duas ou mais vias verticais de evacuação para servirem os mesmos pisos de um edifício, os vãos de acesso às escadas ou às câmaras corta-fogo respetivas – caso as haja – devem distar a um mínimo de 10 metros, ligados por comunicação horizontal comum. Sempre que possível, devem as vias verticais de evacuação se apresentar contínuas ao longo da sua altura até ao piso mais próximo, ao nível do plano de referência, dos pisos que servem.

Edifícios caracterizados por uma altura elevada, assim como todos os estabelecimentos escolares que se inscrevam na quarta categoria de risco e que ocupem pisos com altura superior a 28 metros, têm de possuir zonas de refúgio.

No Aquartelamento da Academia Militar na Amadora, é definida uma zona de refúgio ou ponto de encontro/ reunião para cada uma das seguintes instalações:

 Direção educativa;

 Edifício de comando;

 Alojamentos;

 Refeitório;

 Companhia de serviços;

 Cavalariças, ginásio e pavilhões.

A evacuação a partir de cada uma destas localizações é encaminhada para os pontos de encontro, que são os locais seguros, definidos para essa área nas plantas de emergência.

Podem as zonas de refúgio localizar-se ao ar livre, desde que permitam a permanência do efetivo que delas se sirva, a uma distância superior a 8 metros de quaisquer vãos abertos em paredes confinantes, ou que esses vãos, até uma altura de 4 metros do pavimento da zona, sejam protegidos por elementos com uma resistência ao fogo padrão de acordo com o presente regulamento.

Da análise efetuada ao Plano de Segurança Interno do AAMA, o ponto 8 e 9 do mesmo, refere os procedimentos de evacuação para pessoas e animais respetivamente. No anexo H ao plano, estão inseridas as plantas de evacuação dos edifícios e uma planta geral do AAMA descriminando os pontos de reunião de pessoal e animais. Contudo, estão em falta algumas plantas de evacuação, nomeadamente, edifício de comando,

103 pavilhões desportivos, companhia de comando e serviços, refeitório, messe de sargentos e messe de oficiais.