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As confissões de Auschwitz

Foi de seu exílio norte-am ericano que Theodor Adorno e Max Horkheim er prom overam , em 1947, num livro célebre, Dialética do Esclarecimento,1 um a longa digressão sobre os lim ites da razão e dos ideais do progresso. Pensadores do Ilum inism o som brio, am bos haviam assim ilado a idéia freudiana segundo a qual a pulsão de m orte — sob a form a do gozo do m al — só poderia encontrar seus lim ites com a sublim ação, única m aneira de se ter acesso à civilização. “Os hom ens chegaram agora tão longe na dom inação das forças da natureza”, dissera Freud em 1930, “que, com a aj uda destas últim as, ficou m ais fácil exterm inarem -se até o últim o deles.”2

O exem plo da Alem anha m ostrava efetivam ente que os ideais do progresso podiam inverter-se em seu contrário e resultar num a autodestruição radical da razão. E, para apoiar sua argum entação, os dois filósofos da Escola de Frankfurt associavam os nom es de Kant, Sade e Nietzsche, ao m esm o tem po em que faziam da História de Juliette o m om ento dialético pelo qual o gozo de sua regressão (amor intellectualis diaboli) se m etam orfoseara, na história do pensam ento ocidental, num prazer de destruir a civilização com as m esm as arm as desta.

Longe de afirm ar, com o farão alguns, que a obra de Sade podia ser lida com o um a prefiguração do nazism o, eles antes anunciavam que a inversão sadiana da Lei assem elhava-se a um a “historiografia antecipada da era totalitária”. Continuando a odiar o “divino m arquês”, diziam eles em sum a, os adeptos do positivism o não haviam feito senão recalcar seu desej o de aniquilam ento para vestirem a m áscara da m ais elevada m oralidade. Assim , haviam sido levados a tratar os hom ens com o coisas, depois, à m edida que as circunstâncias políticas a isso se prestavam , com o detritos incongruentes com a norm alidade hum ana, e por fim com o m ontanhas de cadáveres.

Portanto, além da cesura histórica de Auschwitz3 — com o paradigm a da m aior perversão possível do ideal da ciência —, Adorno e Horkheim er

sustentavam que o ingresso da hum anidade na cultura de m assa e na planificação biológica da vida corria grande risco de engendrar novas form as de totalitarism o, caso a razão não fosse capaz de se criticar a si própria ou de superar suas tendências destruidoras.

Quando fez a cobertura, em 1961, com o correspondente do New Yorker, do processo de Jerusalém em cuj o desfecho Adolf Eichm ann, responsável pela elim inação de m ais de cinco m ilhões de j udeus,4 foi condenado à m orte,5 Hannah Arendt colocou-se um a questão idêntica à dos dois autores da Dialética do Esclarecimento. Eichm ann não era nem sádico, nem psicopata, nem perverso sexual, nem m onstruoso, nem acom etido por nenhum a patologia visível. O m al estava nele, m as ele não apresentava sinal de qualquer perversão. Em sum a, era norm al, pavorosam ente norm al, um a vez que era agente de um a inversão da Lei que fizera do crim e a norm a.

Por conseguinte, em bora confessando as atrocidades que com etera ao enviar m ilhões de indivíduos para a câm ara de gás, atrevia-se a afirm ar que se lim itara a obedecer ordens, chegando inclusive a negar que pudesse ser anti- sem ita:6 “Teria sido reconfortante acreditar que Eichm ann era um m onstro …”, escrevia Arendt,

pois ninguém teria feito vir correspondentes de im prensa de todos os cantos do globo com o único fim de exibir um a espécie de Barba Azul atrás das grades. O problem a com Eichm ann é precisam ente que havia m uitos que se lhe assem elhavam e que não eram nem perversos nem sádicos, que eram e ainda são pavorosam ente norm ais. Do ponto de vista de nossas instituições e de nossa ética, essa norm alidade é m uito m ais aterradora que todas essas atrocidades reunidas, pois supõe que esse novo tipo de crim inoso … com ete crim es em circunstâncias tais que lhe é im possível saber ou sentir que praticou o m al.7

Por essa razão, Arendt considerava que os atos desse tipo de crim inoso desafiavam o castigo e que era absurdo punir com a m orte o responsável por crim es tão desm edidos. Aliás, Eichm ann não sonhava senão com isso: ser enforcado em público e gozar com a própria execução a fim de se j ulgar im ortal, igual a um deus. A ponto de, diante do patíbulo, chegar a desafiar seus j uízes afirm ando que voltaria a estar com eles um dia, esquecendo-se assim de que assistia à sua própria m orte: “Com o se, nesses últim os m inutos, ele resum isse a lição que nos ensinou este longo estudo sobre a m aldade hum ana: a pavorosa, a inexprim ível, a im pensável banalidade do mal.”8

Eichm ann encarnava a perversão sob sua form a m ais abj eta: gozo do m al, ausência de afeto, gestual autom atizado, lógica im placável, culto do detalhe e do episódio m ais insignificante, capacidade inaudita de endossar os crim es m ais odiosos teatralizando-os para m elhor exibir com o o nazism o fizera dele um a criatura m onstruosa. Pretendendo-se kantiano, dizia a verdade, um a vez que, para ele, segundo Arendt, o caráter infam e da ordem dada nada significava diante do caráter im perativo da própria ordem . Assim , tornara-se genocida sem sentir a m enor culpa.

Retom ando em 1962 a tese de Adorno e Horkheim er, Lacan, num prefácio redigido para Justine ou Os infortúnios da virtude, despachava Sade e Kant de m ãos vazias. Sem nenhum a dúvida, tom ara conhecim ento das páginas que Foucault acabara de dedicar ao “divino m arquês” em sua História da loucura: “Depois de Sade e Goy a, e a partir deles”, dizia o filósofo, “a desrazão pertence ao que há de decisivo, para o m undo m oderno, em toda obra: isto é, ao que toda obra com porta de funesto e coercivo.”9

Lacan sustentava erradam ente que Sade não antecipava em nada Freud, “inclusive no que se refere ao catálogo das perversões”, m as fazia da obra deste, por todos os m otivos, o ponto de partida de um a escalada insinuante, através do século XIX, do tem a da “felicidade no m al”. Sade era então, a seus olhos, o autor de um a nova teorização da perversão, e sua obra, o passo inaugural de um a subversão de que Kant havia sido o ponto de virada. Segundo essa interpretação, o m al, no sentido sadiano, era apresentado com o um equivalente do bem segundo Kant. Com efeito, os dois autores enunciavam o princípio de um a subm issão do suj eito à Lei. Porém , segundo Lacan, enquanto Sade fazia surgir o Outro na figura do atorm entador, trazendo à tona o obj eto do desej o (pequeno a), Kant trazia à tona o obj eto propondo um a teoria da autonom ização do suj eito por parte do direito. No discurso sadiano, a obrigação do gozo era declarada e o desej o perm anecia na alçada da Lei com o instrum ento voluntarista da liberdade: “Deves gozar.” No discurso kantiano, ao contrário, a condenação à m orte do desej o traduzia-se na lei m oral: “Deves livrar-te da patologia.”

Assim , a m oral kantiana originava-se, em virtude da interpretação lacaniana, não de um a teoria da liberdade, m as de um a teoria do desej o na qual o obj eto era recalcado. Esse recalcam ento era em seguida “esclarecido” pelo discurso sadiano. Havia portanto sim etria entre o im perativo sadiano do gozo e o im perativo categórico de Kant.10

É efetivam ente a partir do acontecim ento de Auschwitz que todos esses autores — Adorno, Horkheim er, Foucault, Arendt, Lacan e m uito outros m ais11 — tentavam , cada um à sua m aneira, detectar um a nova form a de perversão derivada tanto de um a autodestruição da razão quanto de um a m etam orfose bem particular da relação com a Lei que autorizara hom ens aparentem ente com uns a

com eter, em nom e da obediência a um a norm a, o crim e m ais m onstruoso de toda a história do gênero hum ano.

O crim e de Auschwitz pretendia efetivam ente dom esticar a seleção natural das espécies, a ponto de substituí-la por um a ciência da raça fundada num a suposta redefinição biológica da hum anidade. Com o conseqüência disso, os nazistas haviam se arrogado o direito de decidir quem devia ou não devia habitar o planeta Terra. Da m esm a form a, o m al radical era fruto de um sistem a que repousava na idéia de que o hom em , enquanto tal, podia ser j ulgado supérfluo. “Há nisso”, escreve Saul Friedländer,

algum a coisa que nenhum outro regim e, qualquer que fosse seu crim e, nunca tentara fazer. Nesse sentido, o regim e nazista atingiu, a m eu ver, um a espécie de lim ite teórico exterior: podem os inclusive considerar um m aior núm ero de vítim as e de m eios de destruição tecnologicam ente m ais eficazes, m as, quando um regim e decide, baseando-se em seus próprios critérios, que grupos não têm m ais direito de viver sobre a Terra, assim com o o lugar e o prazo de seu exterm ínio, então atingim os o lim iar extrem o. Do m eu ponto de vista esse lim ite foi tocado apenas um a vez na história m oderna, pelos nazistas.12

Esta é a singularidade de Auschwitz, diferente de todos os grandes atos de barbárie do século XX — a Koly m a (o gúlag) ou Hiroshim a. O nazism o inventou efetivam ente um m odo de crim inalidade que perverte não apenas a razão de Estado, com o, m ais ainda, a própria pulsão crim inal, um a vez que, em tal configuração, o crim e é com etido em nom e de um a norm a racionalizada e não enquanto expressão de um a transgressão ou de um a norm a não-dom esticada. Nessa perspectiva, o crim inoso nazista não poderia ser herdeiro do crim inoso sadiano, ainda que, em am bos os casos, o crim e fosse o resultado da inversão da Lei. O crim inoso no sentido de Sade obedece a um a natureza selvagem que o determ ina, m as nunca aceitaria subm eter-se, com o o crim inoso nazista, a um a potência estadística que viesse curvá-lo a um a lei do crim e. “Os carrascos não têm fala”, dizia Bataille, “ou, se falam , é com a fala do Estado.”

Convinha então nom ear essa singularidade. E eis por que a corte do tribunal de Nurem berg,13 que veio a j ulgar quatro tipo de crim es — crim es contra a paz, de guerra, contra a hum anidade, e plano prem editado de com eter um desses três crim es —, adotou o term o genocídio.

Forj ado por Raphael Lem kin em 1944, esse neologism o14 ia servir para qualificar um crim e contra a hum anidade até então desconhecido no vocabulário

penal: a destruição física de um a população considerada indesej ável em virtude de seu pertencim ento a um a espécie, gênero ou grupo,15 sem que sej am levadas em conta as idéias ou as opiniões dos m em bros da citada população. O ato genocida, para ser qualificado com o tal, devia ser acom panhado da execução intencional, sistem ática e planej ada do exterm ínio. Com o é com preensível, os m assacres de m assa, em bora organizados pelo Estado, não entram portanto nessa qualificação, a qual supõe im plicitam ente a existência de um a perseguição extraterritorial. No genocídio, não é sim plesm ente o outro que se busca aniquilar, m as seu genos. Daí a idéia de ir procurar a população a ser exterm inada para além de qualquer território, de qualquer fronteira, a fim de destruir por várias gerações: filhos, pais, avós.

Nesse aspecto, o genocídio dos j udeus foi apontado pelo tribunal de Nurem berg com o o protótipo de todos os outros genocídios que pudessem , no futuro, vir a ser reconhecidos pela nova Carta da Organização das Nações Unidas (ONU).16

Com o alguém se torna genocida? Quem são esses carrascos? São todos eles habitados pelo m al absoluto? Que tipo de perversão os im peliu a se tornar coletivam ente os assassinos do gênero hum ano? São naturalmente m onstros ou, ao contrário, rebentos de um a cultura ou de um a educação? São inteligentes ou estúpidos? São passíveis de rem orso e consciência? Com o é sua sexualidade? Existe um a especificidade psicopatológica nos autores de genocídios?

Em Nurem berg, portanto, o debate sobre a origem do m al foi relançado. Porém , nesse m undo ocidental laicizado, que, ao engendrar um a ciência perversa, perm itira a carrascos tom arem -se por deuses da biologia, a resposta j urídica a essa pergunta não podia fundam entalm ente vir senão de um a psicologia científica, e não da religião e da m oral.

Num erosos peritos em psiquiatria, psicologia e neurologia — dentre os quais Douglas M. Kelley, Gustave Gilbert e Leon Goldensohn — foram então convocados para efetuar testes e perícias j unto aos grandes chefes do nacional- socialism o j ulgados perante esse tribunal de exceção. Bem ou m al, e a despeito de suas divergências, grande parte deles explicou que apenas a dem ocracia podia contribuir para pôr em xeque a crueldade hum ana, e que o totalitarism o, ao contrário, possibilitava a exploração do “sadism o”17 hum ano com fins hom icidas. Em se tratando da especificidade do nazism o, alguns enfatizaram que esse sistem a produzira um a espécie nova de “robôs esquizóides assassinos”,18 destituídos de qualquer afeto e de um a inteligência norm al; outros, que os dirigentes nazistas eram vítim as de patologias graves e propensos à depravação; outros ainda, que eles haviam tram ado um vasto com plô contra as dem ocracias.

deportado, sustentava, ao contrário dos psiquiatras am ericanos, que a análise da autobiografia de Rudolf Höss, com andante do cam po de Auschwitz, m ostrava cristalinam ente que este era vítim a não de um estado esquizóide, m as de um

com portam ento com pulsivo associado a um a incapacidade de form ar relações interpessoais significativas, ou então de um tem peram ento esquizóide de núcleo esquizofrênico, ou ainda de distúrbios de personalidade com o podem apresentar pessoas que vão consultar conselheiros fam iliares ou psiquiatras em m eio hospitalar.19

Apesar da im portância dos testem unhos reunidos, que constituem hoj e considerável fonte historiográfica, todas essas abordagens da crim inalidade nazista, oriundas da m edicina positivista e da psicanálise, são de um a pobreza desconcertante. De fato, elas apresentam o perigoso defeito de tentar provar que, para terem realizado esses atos, os nazistas genocidas eram forçosam ente, apesar de sua norm alidade aparente, psicopatas, doentes m entais, pornógrafos, desviantes sexuais, toxicôm anos ou neuróticos. Em seguida, após Nurem berg, os representantes dessa m edicina m ental, de tanto designarem Stálin com o paranóico e Hitler com o histérico com tendências perversas e fóbicas, tiveram a extravagante idéia, durante um célebre congresso de higiene m ental, realizado em Londres em 1948, de sugerir subm eter todos os grandes hom ens de Estado a um tratam ento psíquico a fim de atenuar seus instintos agressivos e preservar a paz m undial.20

Na realidade, o que choca nos depoim entos dos genocidas nazistas é que a pavorosa norm alidade de que eles dão prova é efetivam ente o sintom a não de um a perversão no sentido clínico do term o (sexual, esquizóide ou outra), m as de um a adesão a um sistem a perverso que sintetiza, sozinho, o conj unto de todas as perversões possíveis.

Nos cam pos, com efeito, todas as com ponentes de um gozo do m al com pletam ente estatizado ou normalizado estavam presentes sob form as diversas: escravidão, torturas psíquicas e corporais, tonsura dos cabelos, afogam ento, estrangulam ento, assassinato, eletrocução, hum ilhação, aviltam ento, estupros, sevícias, degradações, vivissecção, tatuagens, desnutrição, violências sexuais, proxenetism o, experim entos m édicos, devoram ento por cães etc. Em sum a, o conj unto do sistem a genocida visava não apenas ao exterm ínio de todas as categorias ditas “im puras” do gênero hum ano, m as tam bém à fabricação do “prazer extraordinário”, segundo a fórm ula de Eugen Kogon,21 que os carrascos da SS podiam ter nisso. Com o prova esse relato, que resum e o essencial da estrutura perversa típica do nazism o, um a estrutura da qual está excluído todo

acesso possível à sublim ação — inclusive a sacrificial: “O oficial SS faz sair das fileiras três m úsicos j udeus. Pede-lhes para executarem um trio de Schubert. Abalado por essa m úsica, que ele adora, o oficial SS deixa as lágrim as invadirem -lhe os olhos. Em seguida, um a vez term inada a peça, envia os três m úsicos para a câm ara de gás.”22 Com o não pensar aqui no fam oso Lazarus Morell, descrito por Borges, que se apresentava com o um redentor da hum anidade? Ele resgatava os escravos e só os punha em liberdade para m elhor se deleitar com o prazer de exterm iná-los…23

Para além de todas as diferenças que os caracterizavam — Höss não se parece nem com Eichm ann, nem com Him m ler, nem com Göring —, os genocidas e dignitários nazistas tiveram com o ponto com um renegar os atos que haviam com etido. Confessem o crim e ou refutem sua existência, a atitude é a m esm a. Trata-se ora de negar um ato, ora de fingir ignorá-lo para reportar sua causalidade original a um a autoridade idealizada, com o se o “obedeci ordens” pudesse contribuir para inocentar seu autor e deliciá-lo com sua arte da renegação e do travestim ento.

E, um a vez que a adesão fanática a um sistem a perverso leva a um a renegação prim ordial do ato, com preendem os por que os genocidas nazistas não se contentaram em negar o crim e que haviam com etido. Fizeram questão, por toda parte, de acrescentar à renegação um desm entido suplem entar, consum ando assim um crim e perfeito, que consistia em apagar todo e qualquer vestígio de aniquilam ento. Matar o j udeu e m atar tam bém a testem unha da m atança, eis o m andam ento principal dos responsáveis pelo exterm ínio. Assim , os Sonderkom m ando, encarregados pelos SS de esvaziar as câm aras de gás e queim ar os corpos nos crem atórios, eram escolhidos porque eram j udeus e, portanto, destinados a ser exterm inados por sua vez a fim de j am ais virem a testem unhar o que presenciaram .24

Pelas m esm as razões, antes da derrota final, os exterm inadores tom aram o cuidado especial de assassinar suas vítim as com todo o vigor, preferindo deixar passar os trens da m orte em vez de os de seus soldados.25 Em seguida, algum as horas antes da chegada das tropas aliadas, destruíram os instrum entos do crim e — crem atórios e câm aras de gás —, para finalm ente destruírem -se a si próprios, com o haviam destruído a Alem anha, sej a desaparecendo no outro lado do m undo sob diferentes identidades, com o fim exclusivo de nunca reaparecer num m undo odiado suscetível de j ulgá-los, sej a se suicidando.

Em seu bunker, em 30 de abril de 1945, após ter testado em seu pastor alem ão26 a eficiência do ácido prússico que ele tam bém irá ingerir e m inistrará a Eva Braun, após desposá-la, Hitler dispara um a bala na cabeça. Logo é im itado por Magda Goebbels, que com o m esm o veneno assassina friam ente seus seis

filhos, com idades de quatro a 12 anos, antes de se m atar com o m arido, Josef Goebbels. Por que o cachorro? Por que os seis filhos? Por que essa encenação?

A resposta havia sido dada na véspera pelo principal protagonista dessa cena m acabra. Em seu testam ento, que aliás repetia as im precações de Mein Kampf, Hitler explicava com efeito que a “j udalhada internacional” era responsável pela deflagração da guerra e pela derrota alem ã, e que, conseqüentem ente, todas as vítim as da Solução Final eram na realidade os verdadeiros artífices do crim e

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