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5 FACES DA MEDIAÇÃO NO AEE AO ALUNO COM DEFICIÊNCIA

5.2 Conhecendo alguns aspectos sobre o atendimento a alunos alvo da Educação

Um levantamento de informações a respeito da história de atendimento de alunos alvo da Educação Especial foi feito junto ao COLUN. Esses dados , fornecidos pela coordenadora96 do NAPNEE, setor de apoio às pessoas com necessidades educacionais especiais - podem nos situar quanto ao processo de organização do AEE nessa escola uma vez que, na mesma, este se articula ao referido setor.

Ao longo de 10 anos, o Colégio Universitário - COLUN tem vivenciado experiências com inclusão de alunos com deficiência na escola. Essa trajetória teve início a partir do ano de 2004, quando passou a receber suporte do Programa TEC NEP97 para a inclusão de “alunos com necessidades educacionais especiais”98, através do desenvolvimento de ações e projetos específicos nesta área.

96 “Luz”

97 Programa Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais – TEC NEP. Criado em 2001, pela Secretaria de Educação Tecnológica – SETEC do Ministério da Educação - MEC, com a finalidade de propor adequações na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica para receber alunos com necessidades educacionais especiais, tais como a criação dos “Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais” no âmbito interno das Instituições vinculadas à Rede Federal de Educação Profissional Tecnológica, mobilizando alguns recursos financeiros nessa direção. Em 2008, passou a se chamar “Ação TEC NEP - Tecnologia, Educação, Cidadania e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Específicas”.

98 Terminologia empregada nos documentos oficiais da época, em referência aos alunos que necessitavam de suportes educacionais especializados. Atualmente, com a nova “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva” (2008), o Atendimento Educacional Especializado - AEE prioriza os alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação.

Segundo a Coordenadora do NAPNEE, o primeiro suporte institucional oferecido ao COLUN, neste período, se deu através do curso “Procedimentos básicos para inserção, permanência e saída com sucesso de Pessoas com Necessidades Educacionais na Rede Federal de Educação Profissional Tecnológica”, promovido pelo Programa TEC NEP. Este resultou no projeto de implantação do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NAPNEE)99 na escola.

O NAPNEE foi implantado através da Ordem Interna nº 02, de 17 de março de 2005, com o objetivo primordial de sensibilizar a comunidade escolar (gestão, professores, técnicos, alunos e pais), elaborar e executar projetos para dar à escola a possibilidade de inclusão escolar. Cabe destacar que nesse período de implantação não havia, na escola, uma proposta político-pedagógica que contemplasse os princípios da inclusão, nem mesmo recursos humanos e materiais suficientes para a estruturação desse trabalho. Desse modo, o NAPNEE foi constituído inicialmente por técnicos e professores de diversas áreas de atuação da escola, na sua maioria, ainda sem formação específica.

Conforme dados fornecidos por escrito, pela referida coordenadora, somente a partir de 2005, após a implantação do NAPNEE, houve o ingresso dos primeiros alunos com deficiência visual nos Cursos Técnicos (dois com cegueira no Curso de Administração e um com baixa visão no Curso do Meio Ambiente), engendrando com isso novas ações no sentido de enfrentar o desafio de se adequar para atender às necessidades desses alunos. Dentre estas ações, foram destacadas: a aquisição de tecnologias assistivas (impressora braille, máquinas braille, reglete, soroban, lupas eletrônicas, dentre outros), realização de seminários, encontros e cursos de formação continuada (Braille, Libras, Orientação e Mobilidade, dentre outros) voltados para a área da inclusão escolar. É bom evidenciar que ao longo dessa trajetória em contato direto com os alunos com deficiência na escola, alguns professores se tornaram especialistas (em Educação Especial; Educação Inclusiva; Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva100; dentre outras) e pesquisadores, desenvolvendo estudos, estratégias, recursos e experiências exitosas nesta área.

99 Atualmente denominado Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas - NAPNEE.

100

Especialização à distância, oferecido pelo Programa TEC NEP/MEC em 2007, com o objetivo de proporcionar a especialização de Recursos Humanos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica acerca dos fundamentos da educação inclusiva, trazendo subsídios para uma melhor

Em 2015, apesar dos estudos e cursos de formação já realizados por alguns profissionais nesta área, a equipe do NAPNEE ainda é considerada pequena e insuficiente para atender à crescente demanda de alunos com deficiência no COLUN. Hoje, a escola possui um quantitativo de 15 alunos com deficiência, sendo 07 no Ensino Fundamental (03 com deficiência intelectual, 03 com deficiência física e 01 com deficiência visual), 05 no Ensino Médio (04 com deficiência visual e 01 com deficiência física) e 03 no Ensino Técnico Pós-Médio (02 com deficiência visual e 01 com deficiência física).

A equipe atual do NAPNEE é composta por apenas dois técnicos (um transcritor Braille e uma intérprete de LIBRAS101) e por alguns professores da escola (especializados na área da Educação Especial/ Educação Inclusiva e em outras áreas afins), que atuam no desenvolvimento de projetos pedagógicos inclusivos e no Atendimento Educacional Especializado - AEE102, tais como: ampliação de textos, transcrição e revisão braille103, aprendizagem do sistema Braille, orientação e mobilidade, adaptação de recursos didáticos, dentre outros.

Os alunos que necessitam do AEE estão sendo atendidos na sala do NAPNEE, no horário oposto à escolarização, como recomenda a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008). A escola já aprovou Ato Normativo (2015)104 para a Sala de Recurso Multifuncional – SRM105, bem como deliberou a contratação de um professor exclusivo para o AEE, via concurso público conforme o Edital nº 309/2015 - (Anexo 07). O referido processo ocorreu no período de 11 a 17 de fevereiro de 2016.

Com relação aos documentos oficiais da escola, o Regimento Interno - principal orientador das atividades da escola – foi reformulado em 2010, contemplando o trabalho desenvolvido pelo NAPNEE, porém, ainda passa por um processo de revisão

compreensão do processo da educação inclusiva e sua articulação com os diversos aspectos teóricos e práticos da educação profissional e tecnológica, contribuindo para a ampliação do atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais na rede.

101 Língua Brasileira de Sinais. 102

O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem (BRASIL, 2009).

103 É um código universal que permite às pessoas cegas beneficiar-se da escrita e da leitura. 104 Anexo 04 deste estudo.

105 As SRM são espaços dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos específicos para a oferta do AEE (BRASIL, 2008).

interna, aguardando para ser aprovado no Conselho da Universidade. A Proposta Pedagógica ainda não foi elaborada, se encontra em processo de reformulação.