tipo chicote, em coluna cervical sem o cinto de segurança.
13.1 Colisão Lateral
Ocorre quando o veículo sofre uma colisão na lateral, causando deslocamen- to no sentido do impacto. Portanto, no exame da cena deverá ser incluída a busca de evidências da colisão lateral - portas do automóvel/máquina (defor- midade apresentada pelo veículo como um todo e grau de deformidade da porta e/ou afundamento da mesma), a partir das quais podem ser intensas as colisões de órgãos da vítima, tais como tórax e abdômen e órgãos laterais como baço, fígado, pulmão, etc.
Em geral, o tórax recebe o primeiro impacto, que provoca algum tipo de trauma como fratura de costelas, contusão pulmonar, ruptura de fígado etc.
Figura 13.1: Colisão lateral moto X Carro
Imagine o seguinte acidente:
D. L. M., 22 anos, morreu ao bater a moto na lateral de um carro. O acidente aconteceu em Curitiba. Com o impacto, a moto foi parar quase dentro do carro. O motociclista morreu na hora, e o motorista do carro foi levado ao hospital com vários ferimentos.
Neste tipo de acidente, há possibilidade de lesão cerebral do tipo golpe e contra golpe na cabeça, devido ao deslocamento lateral súbito e TCE – Trauma Crânio Encefálico.
As lesões de pescoço, resultantes do deslocamento lateral, vão desde distensão muscular até fratura de vértebras TRM – Trauma Raqui Medular, (também denominado de chicote) com risco de paralisia (paraplegia ou te- traplegia). A compressão de ombro e pelve contra a porta pode provocar fratura destes ossos.
13.2 Colisão traseira
O que pode acontecer na maioria das vezes neste tipo de colisão traseira, quando o veículo parado recebe a batida na parte traseira por um veículo em movimento, é ser lançado à frente. Também, um carro em movimento pode sofrer impacto na parte traseira por um carro em velocidade superior. O au- mento repentino da aceleração dos ocupantes possibilita a hiperextensão da coluna cervical, (tipo chicote) se a cabeça não dispuser de apoio poste- rior ajustado adequadamente (apoio da cabeça).
13.3 Efeito chicote
Geralmente, após aceleração rápida, o veículo para e os ocupantes são pro- jetados e lançados à frente, como no mecanismo da colisão frontal. Os objetos soltos no interior do veículo (bagagem, compras, livros e o mais importante, passageiros sem cinto) se tornam projéteis mortais no caso de desaceleração rápida para frente, também podendo causar lesões. Este mo-
vimento da cabeça e cervical é chamado de efeito chicote.
Hiperextensão da coluna cervical:
Consiste em um estiramento simples ou ruptura completa de tecidos moles de sustentação da coluna cervical como os tendões, ligamentos e músculos. Pode envolver discos intervertebrais, os chamados amortecedores, a cartilagem e até mesmo fratura de vértebra. Basicamente, o mecanismo pode ser de hiperflexão ou hiperextensão da coluna cervical.
Figura 13.2: Colisão Traseira
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Aula 13 - Mecanismo de lesão: Cinemática do Trauma II
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Fica a dica - poucas pessoas regulam a altura
do encosto de cabeça ao entrar num veículo e este equipamento é um im- portante item de segurança veicular.
A figura 13.4 resume como deve ser realizada a regulagem. As distâncias da cabeça até o encosto e do topo do encosto até o alto da cabeça devem ficar nos limites dos trechos assinalados em amarelo, figura 13.4 (Aceitável), sendo ideal como mostra a figura 13.5 (marcação em verde).
Figura 13.5: Encosto regulado de forma correta
Fonte: http://educacaoparaotransitocomqualidade.blogspot.com.br
13.4 Vítima com cinto de segurança
Passageiros com cinto de segurança têm maior chance de sobreviver do que os que estavam sem os mesmos, (soltos dentro do veículo). Com o cinto,
Figura 13.3: Lesões cervicais por “efeito chicote”
Fonte: http://www.comset.xpg.com.br
http://www.mundosemdor.com.br
Figura 13.4: Encosto regulado de forma errada
encontram-se mais protegidos dos impactos dentro do automóvel, o risco de serem projetados para fora do veículo também é menor. Projetados para fora sem o cinto, têm seis vezes mais chance de lesões mais graves e até morte. Entretanto, mesmo usando cintos os passageiros estão sujeitos a certos trau- mas e ferimentos, naturalmente de menor gravidade.
O cinto de segurança deve ser o de cruzamento (tórax e abdômen), apoiando o ombro e atravessando a pelve na altura da crista ilíaca (o osso do quadril). Os cintos abdominais isolados ou diagonais não são mais recomen- dados. As crianças devem ser transportadas sempre no banco traseiro em cadeiras próprias, adaptadas à idade e sempre fixadas com cinto de segurança.
Para a Justiça - vítima sem cinto é corresponsável por aci- dente de trânsito. Para a Justiça do Rio Grande do Sul, não usar cinto de segurança faz com que a vítima de um acidente de trânsito, também, tenha contribuído com os efeitos do acidente, atribuindo-lhe corresponsabilidade. A decisão é da 11ª Câmara Cível do TJ- -RS/ Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
Resumo
Nesta aula, pudemos observar os princípios dos traumas devido aos danos causados nos veículos, e sendo assim, já ter em mente o que fazer e onde examinar a vítima. De forma geral, aprendemos sobre os tipos de colisão: frontal, lateral ou traseira, e também a examinar a cena do acidente e os possíveis tipos de lesão.
Atividades de aprendizagem
1. Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=nfgszQmXhc Q&feature=related
a) Descreva os tipos de lesão que o motorista e o passageiro do veículo po- derão sofrer com o impacto.
Figura 13.6: Sem cinto de segurança
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