desde as mais simples até as mais complexas como uma
lesão na artéria.
Figura 18.1: Sangramento
Fonte: http://www.agr1128.cne-escutismo.pt http://andesmarques.blogspot.com.br
O sangramento é o extravasamento de sangue de dentro dos vasos sanguí- neos, (veia ou artéria) através de uma ruptura nas suas paredes. Pode ser classificada em:
a) externa – visível porque extravasa para o meio ambiente.
b) interna – o sangue extravasa para o interior do próprio corpo, dentro
dos tecidos ou cavidades naturais ou dos órgãos.
Conforme o tipo de vaso sanguíneo lesado, considera-se a hemorragia mais ou menos grave.
• Hemorragia arterial
É a perda de sangue de uma artéria. O sangue é de co- loração vermelho vivo (claro) e jorra ou derrama em jato, conforme o batimento cardíaco. Geralmente é rápida e de difícil controle. Veja a figura18. 2.
Figura 18.2: Tipos de hemorragias
• Hemorragia venosa
Perda de sangue por uma veia. Sangramento de coloração vermelho-escuro, em fluxo contínuo, sob baixa pressão, ou seja, pouca intensidade. Conside- rada grave se a veia comprometida for de grosso-calibre (grande em largura).
• Hemorragia capilar
Sangramento por um leito capilar. Flui de pequenos vasos da ferida. De colo- ração avermelhada, menos vivo que o arterial, é facilmente controlado, pois é um vazamento por um vaso fino.
• Sinais e Sintomas de Hemorragia
A hemorragia externa é facilmente reconhecida por ser visível, pois o sangue extravasa para fora da pele e esparrama pela pele e/ou roupa. Geralmente o sangue flui por algum ferimento ou orifício natural do corpo (pele, boca, nariz, ânus, vagina). Já a hemorragia interna não se exterioriza, sendo difícil, muitas vezes, de identificar o local da perda de sangue e por essa razão a preocupação com o rápido encaminhamento para atendimento médico.
• Sinais que levam a suspeitar de hemorragia interna
a) Mecanismo de lesão – os traumas contusos são as principais causas de hemorragia interna (acidentes de trânsito, de trabalho e em máquinas industriais, quedas, chutes e explosões).
b) Sinais de fratura de pelve e ossos longos (fêmur, rádio) – o extravasa- mento de sangue nos tecidos moles ao redor da fratura pode provocar hemorragias severas, daí a preocupação de identificar rapidamente, veri- ficando as extremidades: cor e temperatura.
c) Rigidez de abdômen (volume, tamanho e tensão).
d) Área extensa de contusão (equimose) na superfície do corpo.
e) Ferida penetrante em crânio, tórax ou abdômen.
O tratamento da hemorragia interna só pode ser feito em ambiente hospitalar. As medidas de atendimento inicial consistem em:
• Abordar adequadamente a vítima, prestando atenção ao ABCD.
Equimose:
Extravasamento de sangue na pele, resultando em uma mancha não elevada, redonda ou irregular, azul ou púrpura, maior que uma petéquia.
Petéquia:
Mancha pequena e superficial, de coloração vermelha ou arroxeada, que surge na pele ou nas mucosas.
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• Aquecer a vítima com cobertores para não ter perda de temperatura devido à hipovolemia.
• Não lhe dar nada para comer ou beber – jejum absoluto.
• Imediatamente acionar o Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar, se
existente, ou conduzir a vítima a um hospital.
• Controle da hemorragia externa
Figura 18.4: Controle de hemorragia
Fonte: http://sos-tinoni.blogspot.com.br
O sangramento externo geralmente é de fácil controle. Os métodos utiliza- dos são:
a) Pressão direta sobre o ferimento: quase todos os casos de hemorragia
externa podem ser controlados pela aplicação de pressão direta na ferida, que permite a interrupção do fluxo de sangue e favorece a cicatrização por meio da formação de coágulo. Preferencialmente, utilizar compressa ou gaze estéril, pressionando firmemente por 10 a 30 minutos.
Em seguida, fixar a compressa ou gaze com bandagem ou atadura. Em san- gramento profuso, não perder tempo em localizar compressa – faça a pres- são direta com a própria mão enluvada (com luva).
b) Elevação da área traumatizada para diminuir a hemorragia
Deve-se elevar a extremidade ferida com hemor- ragia, de forma que fique acima do nível do co- ração, pois a gravidade ajuda a diminuir o fluxo de sangue. Este método deve ocorrer simultane- amente ao da pressão direta. Porém, não utilizar em caso de fraturas, luxações ou de objetos em- palados (penetrantes) na extremidade.
hipovolemia: é o estado de di- minuição do volume sanguíneo, mais especificamente do volume de plasma sanguíneo.
Aprenda um pouco mais sobre hemorragias e sangramentos acessando o vídeo: http://www. youtube.com/watch?feature= endscreen&v=iAO4rMhWKKA &NR=1
Figura 18.5: Elevação e imobilização do membro
c) Aplicação de gelo
O uso de compressas frias ou de gelo nas contusões faz vaso- constrição nos vasos afetados, ou seja, diminui o sangramento e previne a equimose (mancha roxa).
Evitar, no entanto, o uso prolongado, pois pode diminuir a circulação, cau- sando lesões de tecidos.>
d) Pressão sobre a artéria
Esta técnica de pressionar a artéria fa- cilita o controle da hemorragia, mas para aplicar esta técnica é necessário conhecimento dos pontos por onde passam as artérias mais importantes (figura 18.7 abaixo). Esta é uma das vantagens, pressionando corretamen- te a artéria lesionada impede-se a passagem de sangue. Portanto, veri- fique e estude cada ponto para que num momento de emergência você saiba não somente identificar, mas ser ágil na compressão.
e) Torniquete
Recorre-se ao torniquete quando as medidas acima falharem e o sangra- mento ainda for abundante, ou como primeiro passo, se o sangramento for muito abundante (por exemplo, am- putação de um membro).
Figura 18.6: Gelo e limpeza
Fonte: http://sos-tinoni.blogspot.com.br
Figura 18.7: Locais de pressão nas artérias
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Caso não seja realizado dentro dos critérios adotados, corre-se o risco de impedir a passagem de sangue através do membro, causando gangrena ou lesão do nervo (paralisia) se for mantido por mais tempo do que o membro pode suportar, portanto só deve ser aplicado se for possível o controle.
O torniquete deve estar nas áreas de membros em que existe apenas um osso.
A técnica para a colocação de um torniquete é muito simples. Apenas um elemento de aperto circular no braço ou na coxa. Existem duas formas muito fáceis e menos traumáticas:
a) A braçadeira do aparelho de pressão arterial: colocar a braçadeira
em torno da área, onde o torniquete destina-se a aumentar a pressão arterial e alguns décimos ou pressão, acima da pressão sanguínea do paciente (para vencer a pressão das artérias interrompendo o fluxo de sangue).
b) Um pano e um pedaço de madeira ou uma vara: se não houver um
aparelho para medir a pressão sanguínea e utilizá-lo, pode-se fazer um torniquete da maneira como mostrado na figura 18.8. Isto evita amarrar laços sobre a pele que podem ser difíceis de desfazer com urgência. Você pode usar a bandagem triangular.
Figura 18.8: Método para colocar torniquete com pano
Fonte: http://www.seg-social.es
Ao fazer um torniquete é muito importante anotar a hora em que foi colocado.
Mantenha o local limpo e frio, com gelo ou compressas frias na parte inferior do membro onde foi colocado o torniquete, mas que não toquem direta- mente a pele, isolando com uma gaze, compressa ou pano. Afrouxar o tor-
niquete a cada 15 minutos e verificar pulso distal à lesão, para circular o sangue através do resto do membro até o encaminhamento urgente
para atendimento hospitalar.
Assista aos dois vídeos: http://www.youtube.com/ watch?v=v3IixwDXVvU e aprenda a realizar um torniquete
Pulso distal:
É o movimento de pulso arte- rial, causada pela contração do ventrículo esquerdo e resultando do fluxo sanguíneo na expansão e contração regular o calibre das artérias. É a quantidade de sangue inserindo as artérias com cada contração, isto é, a sua capacidade de se contrair e se expandir. A frequência do pulso (batimentos por minuto) cor- responde a frequência cardíaca, a qual varia com a idade, sexo, atividade física, estado emocio- nal, hemorragia, febre e drogas. Idade: o pulso sofre variações no momento do nascimento à ma- turidade e senescência (velhice).
Figura 18.8: Torniquete com manguito do aparelho de pressão
Fonte: http://www.seg-social.es
Resumo
O objetivo desta aula foi você conhecer e identificar os tipos de hemorragias, os sinais e sintomas e o modo de realizar o controle de forma rápida e eficaz.