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Conjunto de Dados para Análise na Escala da Rua

A cidade de Campina Grande, Paraíba, foi novamente considerada como alvo do estudo com foco na escala da rua. Pensando em capturar uma maior quantidade de votos dos partici- pantes para cada cena, bem como considerando o alcance das campanhas realizadas para o estudo com foco na escala da cidade (Seção 3.2.1), optou-se por avaliar um total de 7 ruas da cidade de Campina Grande. De modo a selecionar as ruas para o estudo elencou-se inicialmente alguns critérios: deveriam ser consideradas ruas que apresentassem maiores e menores variações na percepção de agradabilidade de seus pontos; deveriam ser considera- das também ruas notadamente importantes e bem conhecidas da cidade. De modo a atender estes critérios, a escolha de cada uma das ruas avaliadas tomou como base uma análise dos dados descritos na Seção 3.2, já assumindo o Q-Score [9] como a solução escolhida para agregar as preferências (Seção 3.6). Esta análise é descrita a seguir.

Analisando os 11 pontos adjacentes (i.e., latitude e longitude) com maiores diferenças entre os Q-Scores [9] calculados para agradabilidade, optou-se por selecionar as ruas de 3 dos 4 pontos com maiores divergência. Esta seleção foi feita após uma inspeção das ruas fazendo uso da ferramenta Google Street View, que selecionou as ruas que aparentavam uma maior diversidade de características entre seus espaços urbanos. Assim, foram selecionadas as ruas: Inácio Marquês da Silva, Edésio Silva e Cristina Procópio da Silva.

Analisando os pontos com menores diferenças entre os Q-Scores calculados, selecionou- se a rua Manoel Pereira de Araújo. De modo a adicionar ruas do centro da cidade que são importantes economicamente, reconhecidas e que possuem características diferentes das ruas já selecionadas, foram selecionadas as ruas Maciel Pinheiro e Avenida Marechal Floriano Peixoto. Por fim, para condução de um estudo de caso com usuários da rua (Seção 5.7) foi adicionada, em uma segunda etapa de coleta de percepções, a rua Aprígio Veloso/Rodrigues Alves, na qual se localiza a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Em cada rua foram escolhidos inicialmente 5 pontos de coleta (i.e., latitude e longitude) ao longo da rua, de modo que fossem considerados ao máximo locais com diferentes ca- racterísticas e sem sobreposição das cenas coletadas junto ao Google Street View12. Para cada ponto de coleta foram capturadas imagens em várias direções (i.e., vários ângulos de

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câmera). Após inspeção manual das cenas coletadas em cada ponto de coleta, foram con- sideradas as 4 cenas que melhor representassem os espaços urbanos com suas edificações, ruas e canteiros, buscando evitar o foco da câmera para a rua ou para os prédios. Para as ruas Inácio Marques e Cristina Procópio foram escolhidos 10 pontos de coleta visando um melhor entendimento da rua, uma vez que as análises preliminares apontaram uma grande variação nos Q-Scores calculados ao longo da rua. Para a rua Aprígio Veloso foram coletadas cenas em 7 pontos, de modo a tornar possível uma maior discussão para o estudo caso relatado na Seção 5.7.

Os números em cada rua referentes aos pontos de coleta nas mesmas estão elencados abaixo:

• Avenida Marechal Floriano Peixoto: 445, 549, 691, 813 e 913;

• Rua Aprígio Veloso/Rodrigues Alves: 332, 448, 646 (estes na Aprígio Veloso), 1440, 1687, 1862 e 2100 (estes na Rodrigues Alves);

• Rua Cristina Procópio da Silva: 2, 66, 105, 160, 210, 261, 305, 350, 390 e 436; • Rua Edésio Silva: 70, 306, 602, 1136 e 1546;

• Rua Inácio Marquês da Silva: 2, 54, 120, 160, 199, 239, 300, 360, 434 e 500; • Rua Maciel Pinheiro: 130, 190, 248, 284 e 360;

• Rua Manoel Pereira de Araújo: 188, 222, 300, 370 e 392.

3.3.1

Recrutamento de Participantes

A partir da análise das preferências capturadas para a análise na escala da cidade (Capítulo 4) e considerando as semelhanças entre estas preferências e o que já fora discutido na literatura, considerou-se avaliar com maior profundidade as percepções de moradores da cidade em relação aos não moradores. Desta forma, o estudo com foco na escala da rua, relatado no Capítulo 5, considerou a coleta de percepções tanto de moradores como de não moradores da cidade de Campina Grande.

Alternativas diferentes foram utilizadas para se alcançar participantes que fossem mo- radores ou não da cidade. De forma similar ao relatado na Seção 3.2.1, em relação aos moradores foram realizadas divulgações de 3 formas principais:

• Através de listas de e-mail, com foco em atingir o público universitário e de ensino médio, ou seja, mais jovem;

• Através de contato pessoal, com foco em atingir pessoas de maior idade;

• Através de campanhas no Facebook, divulgando a aplicação pela página do aplicativo e em grupos da cidade como, por exemplo, os grupos das universidades.

Em relação aos não moradores da cidade foram realizadas divulgações de 2 formas prin- cipais:

• Através de listas de e-mail obtidas da base de participantes do programa Ciência Sem Fronteiras13, focando no público universitário e mais jovem, e de programas apoiados pela embaixada norte-americana14, focando tanto no público universitário como em

um público com maior idade;

• Através de campanhas no Facebook, divulgando a aplicação em grupos de outras ci- dades (e.g., São Paulo, Belo Horizonte), grupos nacionais (e.g., Comunidade Brasil) e grupos de ex-participantes dos programas Ciência sem Fronteiras e de programas apoiados pela embaixada norte-americana.

Novamente buscou-se encorajar a participação das pessoas através de motivações intrín- secas [180] destacando, por exemplo, o divertimento da tarefa e a produção de informação que pode auxiliar no entendimento e melhoria de cidades. Para os grupos de não morado- res, optou-se por recorrer aos grupos do programa Ciência Sem Fronteiras e de programas apoiados pela embaixada norte-americana de modo a explorar uma maior proximidade com o perfil de pesquisador e professor do pesquisador, bem como explorar um vínculo inter- pessoal [180; 181] do pesquisador com os programas da embaixada norte-americana (i.e., o pesquisador já participou de um programa apoiado pela embaixada norte-americana). Ao

13http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/bolsistas-pelo-

mundo;jsessionid=2A29E6C5311E437A4EAA155FD3E5C7A6

longo deste processo, buscou-se avaliar os grupos sociodemográficos que estavam pouco representados (e.g., mulheres ou pessoas de maior idade) e a partir desta avaliação guiar a divulgação de modo a obter uma maior participação dos grupos minoritários.

Como resultado das campanhas, 596 participantes responderam um total de 857 tarefas (34.896 votos em comparações par a par de cenas urbanas) para 6 das 7 ruas selecionadas (a rua Aprígio Veloso não está contabilizada aqui). Dentre estes participantes, 303 participantes (50, 8%) responderam às questões referentes ao seu perfil sociodemográfico quanto à idade, gênero, renda mensal e cidade na qual reside. A Figura 3.6 apresenta um sumário do perfil sociodemográfico dos participantes.

Gênero Idade Renda

Feminino Masculino Adulto Jovem Baixa Média

0.0 0.2 0.4 0.6 Grupo Freq. Relativ a Adulto Baixa Feminino Jovem Masculino Média

Figura 3.6: Perfil dos 596 participantes que responderam sobre as ruas Cristina Procópio, Edésio Silva, Floriano Peixoto, Inácio Marquês, Maciel Pinheiro e Manoel Pereira

Em relação à rua Aprígio Veloso, 44 participantes responderam um total de 283 tarefas (2.058 votos em comparações par a par de cenas urbanas). Dentre estes participantes todos são estudantes ou profissionais da Universidade Federal de Campina Grande e, portanto, utilizam frequentemente a referida rua.

Gênero Idade Renda

Feminino Masculino Adulto Jovem Baixa Média

0.0 0.2 0.4 0.6 Grupo Freq. Relativ a Adulto Baixa Feminino Jovem Masculino Média

Figura 3.7: Perfil dos 44 participantes que responderam sobre a Aprígio Veloso