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Conjunto de documentos iniciais para cada episódio

Introdução: O Plano de Melhoramentos para Campinas previa o alargamento de duas principais avenidas, a Francisco Glicério e a Campos Salles. Na conjunção dessas ruas haveria uma belíssima praça principal para cidade, um centro cívico que serviria para reunião dos habitantes da Campinas moderna e republicana. Nessa praça, o edifício em destaque seria o Palácio da Justiça, recém-construído. Para executar esse plano, muitas desapropriações foram feitas e edifícios demolidos. No entanto, um deles em especial gerou muito debate: A demolição da Igreja do Rosário, igreja história que impedia a execução do plano.

Conjunto Documental 1: Fotos da Igreja do Rosário em Campinas

Figura 18: Detalhe da Rua Francisco Glicério com a Igreja do Rosário. (GUIMARÂES,

1955, p. 45) Figura 19: Postal da cidade deCampinas, colorizado, com imagem da Igreja do Rosário na década de 1950, pouco antes da demolição (Acervo do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas; apud ROSADA, 2010, p. 112).

Figura 20: Rua Francisco Glicério e o desvio graças à Igreja do Rosário, 1950. (Extraído de: DEZAN, 2007, p. 59)

Documento 2: Parecer do urbanista Prestes Maia sobre a Igreja a ser demolida. “Já se discutiu ha tempos, a inconveniência da demolição da igreja da praça Indaiatuba, por motivos de tradição e de valor artístico. Tradição (aliás secundária) creio que só possuía a antiga. Valor artístico especial, nenhum, architectonicamente uma banalidade pelo menos externamente. É verdade que será preferível poupá-la, infelizmente seria assim difficilimo compôr condignamente a única praça que poderá ser centro cívico da cidade. É também por este carácter cívico, que acho inconveniente construí-la na mesma praça, como edifício dominante. Esse papel deve caber a um edifício público principal, p.ex. Paço ou Fórum (com repartições estaduais), sobre o eixo da praça”

Extraído de MAIA, 1935, p. 112

Documento 3: Reportagem sobre a Igreja do Rosário

"A ideia da criação da igreja já existia desde 1797, assim que a freguesia (agrupamento ou povoação paroquiana) foi elevada à condição de vila. Vila de São Carlos.

(...)

A construção foi toda em pau a pique - característica da época. Em 1817, mesmo ainda não finalizada, a igreja foi inaugurada com a entronização da imagem de Nossa Senhora do Rosário.

Figura 21: Igreja do Rosário, s/d. Extraído de: http://pro-memoria-de- campinas-sp.blogspot.com/2009/10/curiosidades-leilao-dos-afrescos-da.html

Depois de receber reboco e pintura branca, foi elevada à condição de matriz provisória, em 1847, em razão da visita de Dom Pedro II a Campinas.

(...)

Esta igreja, apesar da simplicidade de sua construção, ostentava certa elegância em sua fachada e tinha duas torres.

(...)

Durante muito tempo, parecia que a obra nunca seria concluída. Assim, os padres responsáveis pela paróquia viram a necessidade de criar uma irmandade. Ela teve grande simpatia e apoio dos escravizados. Eles colaboraram com esmolas para a construção do templo, até que nele se pudesse finalmente celebrar a Santa Missa.

(...)

Em 1907, as paredes de taipa foram demolidas, passando a ter muros de alvenaria. Em maio de 1909 começou a ser construído o muro da igreja.

Com a finalização das obras em 1914, o artista austríaco Thomaz Sheutel foi contratado para fazer as pinturas. Seu estilo era Beuron, que mescla elementos das artes egípcia, bizantina e românica. O mesmo austríaco fez a decoração do Mosteiro de São Bento em São Paulo. Seu trabalho foi concluído em 1930.

Reportagem do jornal Correio Popular, publicada em 26/10/2019. Disponível em: https://correio.rac.com.br/_conteudo/2019/10/campinas_e_rmc/876073-a-igreja- apagada-pelo-progresso.htm

Documento 4: Pareceres técnicos sobre a situação da Igreja à época do debate de sua demolição

“Uma comissão de engenheiros encarregada de estudar o estado atual da tradicional igreja do Rosário, um dos principais templos católicos desta cidade, verificou que a estrutura do prédio se encontra em péssimo estado, oferecendo sério perigo ao múblico (sic), terminando por propor sua completa interdição.

Os engenheiros Ciro B. de Castro e Leôncio Meneses, do Departamento de Obras e Viação da Prefeitura Municipal, em vistoria realizada em toda a estrutura e paredes do templo, verificaram "trincas grandes" e bem visíveis nos arcos de sustentação próximos à cúpula; trincas em diversos pontos do forro, trincas em diversas paredes internas, como por exemplo, na sacristia, onde se percebe o abatimento de alguns milimetros e estrutura do telhado atacada de cupim. O laudo termina por julgar que a igreja deve sofrer reparos imediatos e de vulto, devendo ser, também, estudado o comportamento estático da estrutura de sustentação da cúpula.”

(...)

Uma comissão de engenheiros nomeada por d. Paulo de Tarso Campos, bispo diocesano, e constituída dos srs. Lix da Cunha, Mario Camargo Penteado e Rubens Duarte Segurado, confirmou o laudo apresentado pelos colegas da Prefeitura.

Correio Paulistano, p. 6, primeiro caderno de 27/JAN/1956, edição 30620.

Documento 5: Outro parecer técnico sobre a Igreja, por especialistas de São Paulo. “Em face do laudo técnico dos engenheiros Telêmaco van Langendonck, da Escola Politécnica de São Paulo e José Carlos Figueiredo Ferraz, da Escola de

Arquitetura e Urbanismo, sobre uma rigorosa vistoria procedida nas dependências da Igreja do Rosário, o problema urbanístico de Campinas parece sofrer um "impasse". ...[Achando os] dois técnicos que não está, absolutamente, comprometida a estabilidade da estrutura, pela existência de trincas localizadas na alvenaria sobre os arcos principais (...), fala-se que um ligeiro reparo faria com que a Igreja do Rosário poderia ser reaberta.”

Correio Paulistano de 26/02/1956, página 3, terceiro caderno. Edição 30645.

Documento 6: Reportagem sobre o protesto contra a demolição da Igreja do Rosário “Quase uma centena de família campineiras assinaram um protesto contra a demolição da Igreja do Rosário, achando que os laudos dos engenheiros devem estar enganados, pois o templo apresenta aspecto de grande solidez.

Pondo, assim, em dúvida a integridade profissional dos referidos engenheiros, dentro os quais assinalamos os srs. Lix da Cunha, Mario Pentenado (sic), Bierrenbach de Castro e outros, o protesto fará com que os mesmos apresentem suas defesas, criando um caso difícil para os signatários contra a demolição da igreja do Rosário.”

Correio Paulistano de 03/02/1956, página 6, primeiro caderno. Edição 30626.

Documento 7: Depoimento de uma antiga frequentadora da Igreja do Rosário Entrevistador: a senhora lembra da Igreja do Rosário? Era Bonita?

Ana Lucia Bonato: Sim me lembro… era tão bonita que o Dr. José de Angelis não se conformava daqueles afrescos serem destruídos. Ele conseguiu com um pedreiro, que ele recortasse, aqueles afrescos por trás. Alguns ele levou para a casa dele. (.,..) Se você pensar bem, a avaliação normal seria, o maior crime que foi destruir a Igreja não foi considerada crime. (…) A Igreja estava atrapalhando a Avenida Francisco Glicério, estava no meio da avenida. Apesar de que, quando eles querem, eles fazem uma curva…

Depoimento de Ana Lúcia Bonato, bibliotecária aposentada da Prefeitura Municipal de Campinas. Extraído de FARDIN, 200, p. 188

Documento 8e 9: Proposta da praça Visconde de Indaiatuba (Largo do Rosário) em Campinas.

Figura 22: Litogravura representando a amplicação da Praça [Visconde de] Indaiatuba (popularmente conhecido como Largo do Rosário), porposta por Prestes Maia no Plano de Melhoramentos Urbanos. Fonte: KROGH, 2017, p. 220.

Documento 9:

Figura 23: Fases construtivas da Igreja do Rosário de Campinas. Desenho de Matheus Rosada (2010, p. 113-114)

Comentário:

A demolição da Igreja do Rosário foi um dos episódios mais polêmicos durante a implantação do Plano de Melhoramentos Urbanos. Alvo de laudos divergentes sobre a condição e sua estrutura, a necessidade de sua demolição gerava desconfiança entre os populares. Contudo, num acordo entre a prefeitura e representantes da Igreja Católica em Campinas, acordou-se pela demolição do templo e sua reconstrução em outra área da cidade. Ainda assim, a marca de sua demolição continuou a ser lembrada por diversos de seus frequentadores através dos anos.

Figura 24: Igreja do Rosário parcialmente demolida, em 1956. Fotografia de Aristides Pedro da Silva, V8. (Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1- Igreja-do-Rosario-parcialmente-demolida-em- 1956-Fotografi-a-de-Aristides_fig1_322131059 . Acesso 01/02/2020).

Tarefa Final:

Caso optem pela demolição da Igreja, os alunos devem escrever uma nota atual em nome da prefeitura em resposta a um grupo da sociedade civil descontente com uma recém-descoberta na área do antigo templo.

Este grupo está indignado com a decisão passada da demolição deste histórico templo, especialmente após as obras revelarem antigas ossadas enterradas na região (ver matéria abaixo). Exigem que a prefeitura se justifique para com a memória e a história dos campineiros afetados pela decisão e que, agora, jamais poderá ser resgatada.

http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/06/escavacoes-revelam-parte-da- antiga-igreja-do-rosario-em-campinas-sp.html

Figura 25: Reportagem do portal G1. Fonte: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/notic ia/2015/06/escavacoes-revelam-parte-da- antiga-igreja-do-rosario-em-campinas- sp.html. Acesso em: 21/01/2020.

2- Construção de um monumento na cidade

Introdução: O Plano de Melhoramentos Urbanos previa a criação de largas avenidas centrais na cidade, escoando o trânsito futuro e criando uma feição moderna para Campinas. Numa destas avenidas – Campos Salles – que ligaria o centro cívico da cidade à estação de trem da Paulista, Prestes Maia previu a possibilidade de construção de um “motivo central”, ou seja, um monumento para enaltecer Campinas e suas novas avenidas. Mas… Quem será o personagem deste motivo central?

Documento 1: Perspectiva da Avenida Campos Salles (ao lado).

Documento 2: Trecho das considerações de Prestes Maia sobre a avenida e o motivo central: A solução pela rua Campos Salles parece levar alguma vantagens às outras. Acha-se bem na faixa central, sem coincidir entretando com as ruas mais valorizadas (ruas 13 de maio e General Osório) (...) Affecta prédios em geral insignificantes. Conduz directamente ao coração da cidade (...). Sua maior difficuldade é a ligação com a Estação, que deve ser directa e não por meio duma volta por Andrade Neves. Esta ligação poderia ser por um trecho largo, normal à Estação, centrado sobre a torre ou corpo principal da futura estação (...). A ligação com a av. Campos Salles seria por um "round-point" [rotatória] de bom diâmetro, capaz de receber um motivo central.

Extraído de: MAIA, 1935, p.97

Figura 26: Perspectiva da Avenida Campos Salles segundo o Plano de Melhoramentos Urbanos. Na rotatória da parte inferior da imagem, observa-se o monumento a ser erigido na avenida. Fonte: Revista Oficial da Exposição-Feira do Bi-Centenário de Campinas (1939-1939). São Paulo: J. Gozo, 1940. Fonte: KROGH, 2018, p. 254.

Comentário:

A solução para esse monumento foi um tanto inusitada: Em vez de construí-lo, optaram pela realocação de um monumento já existente, o “Monumento a Campos Salles”. Tal monumento estava no Largo do Rosário desde 1932 e, como a praça passaria por uma grande remodelação, seu monumento foi transferido para a rotatória da Av. Campos Salles.

Contudo, como tal peça era grande demais para a rotatória, decidiu-se (sem consultar o escultor que criou a obra) remover as bases do monumento e descaracterizando sua feição original. O monumento está situado num lugar de passagem de muitos carros e, passando muitas vezes desapercebido pelos transeuntes do local.

Figura 29: Monumento realocado na Av. Campos Salles, foto sem data. Extraído de UHLE, 2006, p. 116.

Figura 27: Monumento a Campos Salles em 1934, no Largo do Rosário. Extraído de: UHLE, 2006, p. 95.

Figura 28: Vista do Monumento a Campos Salles atualmente. Foto do Google Street View.

3- Construção de um Viaduto

Introdução: Técnicos da prefeitura apontam que o trânsito da cidade está cada vez mais intenso, especialmente após a inauguração da Via Anhanguera em 1948, ligando Campinas a São Paulo. Eles alegam que a antiga passarela que leva à saída da cidade não suporta o novo fluxo de veículos, que passa por cima do pátio de trens da Paulista. Os engenheiros propõem a criação de um anel viário novo na região, que atualmente tem construída pequenas residências e comércios. Para tal os moradores dali devem ser removidos e ter suas residências demolidas, o que desagrada parte dos habitantes

Grupo Documental 1: Imagens do pontilhão na década de 1940.

Documento 2: Projeto do novo viaduto. Figura 30: Área a ser afetada, com a estação da

paulista e o pontilhão existente. Foto da década de 1940. Extraído de: http://pro-memoria-de- campinas-sp.blogspot.com/2007/04/memria- fotogrfica-1940-antes-do-viaduto.html. Acesso: 24/01/2020.

Figura 31: Pontilhão existente sobre a Estação da Paulista. Foto da década de 1940. Extraído de:

http://pro-memoria-de-campinas- sp.blogspot.com/2007/04/memria- fotogrfica-1940-antes-do-

viaduto.html. Acesso: 24/01/2020.

Figura 32: Perspectiva do projeto de viaduto que ligará Campinas à Via Anhanguera. (Correio da Manhã, edição 20363, de 14 a 20/08/1959. P. 9.).

Grupo documental 3: Trechos de texto historiográfico que analisa o processo de construção do Viaduto.

Descrição da proposta de construção da solução viária

[Buscava-se]… uma solução em rotatória (...) com a proposta de construir em sua parte interna um parque ajardinado numa área de 20mil m² no interior dessa rotatória. Além disso, seria necessário realizar desapropriações, desocupação e demolição dos imóveis existentes nas áreas necessárias à construção do novo Viaduto.

Adaptado de HADLER, 2015, p. 85,

Análise do bairro a ser removido

… De acordo com o planejamento da obra, 421 imóveis deveriam ser expropriados. O Departamento Jurídico da Prefeitura assumia o compromisso de entregar todos os imóveis devidamente expropriados e desocupados até o início das obras, para que as demolições pudessem ser iniciadas. Por volta de 600 famílias foram atingidas pelas desapropriações, estimando-se 3 mil pessoas desalojadas.

Adaptado de HADLER, 2015, p. 86.

Elogios ao Viaduto

Considerado uma “exigência do progresso”, pois “o tráfego no velho viaduto estava na iminência de colapso”, a proposta de viaduto e avenidas próximas foram exaltados pela imprensa local como “um monumento marco para a eternidade”, como “novas portas abertas ao progresso de Campinas”, representando estas obras “o cartão de visitas” da cidade (CORREIO, 1963).

Adaptado de HADLER, 2015, p. 85.

A questão social envolvendo os desalojados

A questão social produzida por esse processo de modernização acelerada fica em segundo plano. As referências aos problemas enfrentados pelas famílias desalojadas são feitas sob perspectiva do elogio "ao humanismo do atual prefeito", e ao Serviço Social instituído para se tratar da questão. Os funcionários deste Serviço Social teriam procurado [...] sempre esclarecer convenientemente aos atingidos pelas necessidades expropriatórias, ajudando-os muitas vezes a resolver com auxílio material, monetário, os problemas que nas circunstâncias existentes seriam apenas seus, de locação e alojamento, na medida do razoável e do possível".

Grupo documental 4: Trechos de Jornais da década de 1950, quando já apontavam para a necessidade de reforma no local.

Figura 33: (Jornal de Notícias de 01/07/1950, Edição 01283, p. 6. Disponível na Hemeroteca Digital da

Biblioteca Nacional) Figura 34: Jornalde Notícias, 15 de Fevereiro de 1950, p. 9, edição 01169. Disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.

Comentário:

O viaduto foi construído na década de 1960 e, para tal, as casas e os moradores do local traçado para a obra foram removidos da região. Nesse processo, há documentos relatando a ação do serviço social da prefeitura, que forneceu algum auxílio na mudança e na busca de novos locais para moradia. Por outro lado, é difícil garantir que a vida dessas pessoas foi razoavelmente equiparada, já que passaram forçadamente a morar em outra região, sendo seus hábitos, redes de sociabilidade e amizades que ali existiam deixados para trás.

Inicialmente, foi construída uma praça na área central da Rotatória do Viaduto Cury, conhecida como “Praça dos Cisnes”. Nos anos 80, no entanto, a praça foi também removida e deu lugar ao Terminal Central de Campinas. Atualmente, a região é marcada pela presença do terminal, de diversos estabelecimentos de comércio popular (camelôs) e também serve como moradia de muitas pessoas em situação de rua.

Figura 35: Foto do Viaduto após sua

construção. Fonte:

https://promemoriacampinas.files.wordpress. com/2009/08/viadutomiguelvicentecury2.jpg

Figura 36: Visão aérea do Viaduto Cury e do Terminal Central. Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/noticia s-integra.php?id=17171

Tarefa final:

Caso os jogadores optem pela desapropriação e demolição das casas na região, é obrigatório que os alunos gravem um vídeo para uma antiga moradora da região, dona de um pequeno botequim anexo à casa, justificando as razões pela qual ela deve abandonar a residência e o estabelecimento que faz parte de sua vida por décadas. Para além da perda da casa que sempre viveu, a principal preocupação da moradora é que, mesmo que mude para um novo bairro, ela perderá os clientes que frequentavam o estabelecimento e garantiam seu sustento.

Figura 37: Lago dos Cisnes no Viaduto Miguel Vicente Cury na década de 1970, Campinas (SP). Fonte: Coleção Arthur Pereira Villagelin/Centro de Memória - Unicamp. IN: HADLER, op.cit. p. 88.

4- Construção do Novo Paço Municipal

Introdução: A atual sede da prefeitura é o chamado “Palácio dos Azulejos”, prédio histórico da cidade e antiga moradia do Barão de Itatiba. Contudo, o palácio é acusado de ultrapassado e antigo, incoerente com a nova “Campinas moderna” que desponta. Há a intenção da construção de um novo paço municipal próximo à Santa Casa. Contudo, é possível utilizar esse espaço para a abertura de um parque, nos moldes dos projetos do início do século.

Documento 1: Vista aérea da região central de Campinas na década de 1950. Em vermelho, área comprada pela Prefeitura da Santa Casa.

Documento 2: A área alvo de possível construção do Paço Municipal

Figura 38: Vista aérea da região central de Campinas na década de 1950. Em vermelho, área comprada pela Prefeitura da Santa Casa. (grifo meu). Fonte: BONUGLI, 2019, p. 104.

Figura 39: Na foto, ao lado da atual Escola Carlos Gomes, a área alvo de possível construção do Paço

Municipal. Fonte: BONUGLI, 2019, p. 133.

Documento 3: Palácio dos Azulejos, então sede da Prefeitura Municipal.

Documento 3: Texto historiográfico avaliando a área em estudos

“A gleba* em questão era no período a única área livre de construções no centro de Campinas, e com potencialidades para o projeto desejado, tais como a densa massa de vegetação com árvores centenárias e a sutil topografia em aclive. Localizada adjacente a Escola Normal, antigo lote do Mercado Central, que se pretendeu em 1913-14 realizar o projeto do Paço Municipal de Ramos de Azevedo, a área era contemplada no projeto do Parque Linear de Orosimbo Maia, pretendido anos antes em 1911. “

Fonte: BONUGLI, idem, p. 96-97.

Documento 4: Texto historiográfico avaliando as opções para o Paço Municipal proposto no Plano de Melhoramentos Urbanos

O Engenheiro sugeriu em relatório de 1935 algumas implantações para o edifício (Figura 32): “O Paço e o edifício estadual, ficariam bem na praça Indaiatuba (atual Largo

Figura 40: Edifício na década de 1940. (Extraído do blog "Pró Memória de Campinas". Disponível em: http://pro-memoria-de- campinas-sp.blogspot.com/2 010/04/descaso-com-

historia-palacio-dos.html Acesso: 16/01/2020)

do Rosário) ou nos topos da av. Transversal (atual av. Francisco Glicério).”; “O Correio ficaria p. ex. na r. R, Feijó, se na frente se elevasse outro maior (Paço).

(...)

Prestes Maia intencionava que a implantação do Paço, fosse em conjunto com o Fórum, na praça Visconde de Indaiatuba (atual largo do Rosário), compondo assim a configuração de uma praça cívica.

(...)

A outra opção de implantação do Paço era na rua Regente Feijó, de frente para o edifício dos Correios. Novamente pensava-se a localização do edifício do poder municipal associado a outro edifício público. Posteriormente o edifício da Agência de Correios e Telégrafos de Campinas foi edificado na rua Regente Feijó, esquina com a rua Ferreira Penteado, curiosamente na quadra da frente do Paço Municipal da época, que se encontrava nos sobrados da Família Ferreira Penteado.

Grupo de documentos 5: Possibilidades para construção do novo paço municipal no Plano de Melhoramentos Urbanos e imagem do

edifício mencionado por Prestes Maia.

A necessidade desses edifícios [públicos], se, por um lado complicado, por outro ajuda a composição arquitetônica da urbs [cidade]. (…) Pode-se perguntar se nesta avenida tal remate não embaraçará o tráfego. A resposta é negativa, por diversos motivos: a) – O tráfego podda controlá-los. B) Poderá atravessá-los por baixo, como p. ex. Do Paço Municipal de Nova York e de recentes projectos em rosário, onde o mesmo problema se apresentava. c) Poder-se-á, em último caso, recorrer a dois edifícios laterais, ao invés de um focal.