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Conjunto de ferramentas (Toolkit) para o Levantamento, Organização e Análise de dados em

No documento Ebook TA pesquisa2 (páginas 79-89)

projetos de TA

Pichler, Rosimeri F.*1; Merino, Giselle S. A. D.2

RESUMO

1 – Programa de Pós-Graduação em Design, UFSC, rosi.pichler@gmail.com 2 – Programa de Pós-Graduação em Design, UFSC e UNIVILLE, gisellemerino@gmail.com * – Campus Reitor João David Ferreira Lima, s/n, Trindade, Florianópolis, SC, Brasil, 88040-900

O projeto de Tecnologia Assistiva apresenta desafios como: volume de dados, articulação da equipe e gestão do projeto. Assim, o objetivo é incorporar um Toolkit para projetos de TA em uma metodologia projetual (GODP), auxiliando na gestão das etapas de levantamento, organização e análise de dados com equipes multidisciplinares. A partir do levantamento teórico, foram definidos 4 passos (Preparar, Levantar, Converter e Analisar), e propostas 4 ferramentas e 1 manual de Instruções. Como contribuições à TA, a incorporação do Toolkit, pode facilitar a coleta de dados com usuários PCD e sua utilização no desenvolvimento do projeto.

Palavras-chave: toolkit, gestão de projetos, metodologia projetual.

ABSTRACT

The Assistive Technology project has challenges such as: data volume, articulation of the team and project management. Thus, the objective is to incorporate a Toolkit for AT projects to a design methodology (GODP), helping in the management of the steps of data collection, organization and analysis with multidisciplinary teams. From the theoretical survey, 4 steps were defined (Prepare, Collect, Convert and Analyze), and proposed 4 tools and 1 instruction manual. As contributions to TA, the incorporation of the Toolkit intent to facilitate the data collection with PWD users and their use in the project.

1. INTRODUÇÃO

As Tecnologias Assistivas (TA) visam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação da pessoa com deficiência (PCD) ou mobilidade redu- zida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (WHO, 2012; BRASIL, 2015). Assim, a TA seria qualquer técnica ou meio, que habilite um indivíduo com capacidades reduzidas a atender as suas necessidades da vida diária, de acordo com as suas habilidades e funções originais, em um determinado local. Como elementos essenciais para que um dispositivo assistivo seja adequado e de qualidade, eles precisam atender às necessidades do usuário e demais envolvidos, atender às demandas do ambiente onde será utilizado e prever o acompanhamento adequado a fim de garantir seu uso seguro e eficiente (WHO, 2012).

No desenvolvimento de projetos de TA, a atenção para as capacidades e limi- tações do indivíduo, seu contexto de uso e demandas do produto, compreendem um processo complexo, envolvendo um grande volume de dados que precisam ser coletados, analisados e utilizados pelas equipes multidisciplinares na obtenção de soluções mais adequadas (PICHLER et al, 2016). Neste sentido, alguns autores propõem modelos que visam contemplar estes itens (usuário, contexto, atividade e TA) no processo de desenvolvimento do projeto, a saber: o Software USERfit (ABASCAL; et al, 2003) que propõe um ambiente colaborativo de projeto e se baseia no levantamento de informações sobre o usuário, a tarefa e o ambiente; o método NIMID (BLASCO; et al, 2016), que permite a identificação das necessi- dades do usuário, da tarefa e do ambiente, utilizando a linguagem e classificação proposta pela CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) a fim de en- corajar a colaboração entre os membros da equipe de projeto; o NARA (SMITH- JACKSON; et al, 2003) que propõe um quadro guia ao processo de análise das necessidades do usuário e o estabelecimento de requisitos de projeto; e o método Contextual Needs Assessment (GREEN; et al, 2009) que visa facilitar a identifica- ção das necessidades do usuário baseado em perguntas gerais sobre o contexto de uso (como, onde e quem).

Pichler e Merino (2017) concluem que apesar de muitos modelos abordarem a importância de considerar as necessidades dos usuários, poucos modelos apre- sentam como realizar a coleta de dados, como articular as equipes de trabalho e como fazer a gestão do processo como um todo. Desta forma, este artigo tem como objetivo incorporar um Toolkit (conjunto de ferramentas) para projetos de TA em uma metodologia de projeto centrada no usuário, que auxilie na gestão das etapas de levantamento, organização e análise de dados com equipes multi- disciplinares.

1. INTRODUÇÃO

As Tecnologias Assistivas (TA) visam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação da pessoa com deficiência (PCD) ou mobilidade redu- zida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (WHO, 2012; BRASIL, 2015). Assim, a TA seria qualquer técnica ou meio, que habilite um indivíduo com capacidades reduzidas a atender as suas necessidades da vida diária, de acordo com as suas habilidades e funções originais, em um determinado local. Como elementos essenciais para que um dispositivo assistivo seja adequado e de qualidade, eles precisam atender às necessidades do usuário e demais envolvidos, atender às demandas do ambiente onde será utilizado e prever o acompanhamento adequado a fim de garantir seu uso seguro e eficiente (WHO, 2012).

No desenvolvimento de projetos de TA, a atenção para as capacidades e limi- tações do indivíduo, seu contexto de uso e demandas do produto, compreendem um processo complexo, envolvendo um grande volume de dados que precisam ser coletados, analisados e utilizados pelas equipes multidisciplinares na obtenção de soluções mais adequadas (PICHLER et al, 2016). Neste sentido, alguns autores propõem modelos que visam contemplar estes itens (usuário, contexto, atividade e TA) no processo de desenvolvimento do projeto, a saber: o Software USERfit (ABASCAL; et al, 2003) que propõe um ambiente colaborativo de projeto e se baseia no levantamento de informações sobre o usuário, a tarefa e o ambiente; o método NIMID (BLASCO; et al, 2016), que permite a identificação das necessi- dades do usuário, da tarefa e do ambiente, utilizando a linguagem e classificação proposta pela CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) a fim de en- corajar a colaboração entre os membros da equipe de projeto; o NARA (SMITH- JACKSON; et al, 2003) que propõe um quadro guia ao processo de análise das necessidades do usuário e o estabelecimento de requisitos de projeto; e o método Contextual Needs Assessment (GREEN; et al, 2009) que visa facilitar a identifica- ção das necessidades do usuário baseado em perguntas gerais sobre o contexto de uso (como, onde e quem).

Pichler e Merino (2017) concluem que apesar de muitos modelos abordarem a importância de considerar as necessidades dos usuários, poucos modelos apre- sentam como realizar a coleta de dados, como articular as equipes de trabalho e como fazer a gestão do processo como um todo. Desta forma, este artigo tem como objetivo incorporar um Toolkit (conjunto de ferramentas) para projetos de TA em uma metodologia de projeto centrada no usuário, que auxilie na gestão das etapas de levantamento, organização e análise de dados com equipes multi- disciplinares.

Esta pesquisa se caracteriza como de natureza teórica e objetivo explorató- rio, e se utilizou do levantamento bibliográfico como fonte de informações para a identificação, proposição e discussão dos aspectos relevantes no auxílio às equipes multidisciplinares em projetos de TA. Como metodologia projetual para incor- poração do Toolkit, utilizou-se o Guia de Orientação para o Desenvolvimento de Projetos (GODP), desenvolvido por Merino (2016). O GODP possui uma aborda- gem de projeto centrada no usuário e orienta as etapas de desenvolvimento com base em 3 blocos de referência: Produto, Usuário e Contexto. O GODP é compos- to por 8 etapas divididas em 3 grandes momentos: Inspiração (Etapas -1, 0 e 1), Ideação (Etapas 2 e 3) e Implementação (Etapas 4, 5 e 6).

Nesta pesquisa serão consideradas as etapas de Levantamento (Etapa 1) e Or- ganização e Análise de Dados (Etapa 2), destacadas na Figura 1.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Figura 1: Etapas da metodologia GODP com destaque para as Etapas 1 e 2. Fonte: MERINO, 2016

Desta forma, a pesquisa iniciou com a identificação dos principais passos, objetivos, envolvidos e processos de tomada de decisão necessários às etapas de Levantamento, Organização e Análise de Dados em projetos de TA a partir do levantamento bibliográfico, formando assim sua base teórica. A partir desta base teórica, propôs-se ferramentas para auxiliar as equipes de projeto no desenvolvi- mento de cada passo identificado. Ao final, são apresentadas as ferramentas e suas estratégias incorporadas às etapas 1 e 2 do GODP, e são discutidas as estratégias utilizadas na proposta das ferramentas, buscando o aporte da literatura.

3. RESULTADOS

A base teórica compreendeu os temas: Tecnologia Assistiva (BLASCO; et al, 2016; COOK; GRAY, 2016; SPECK; et al, 2016; STEEL et al., 2014; COOK; GRAY, 2013; FEDERICI; SCHERER, 2012; GREEN; et al, 2009), Gestão de Design (ME- RINO, 2016; BERSCH, 2013; PICHLER et al, 2016), Gestão Visual de Projetos (KASALI; NERSESSIAN, 2015; SIBBET, 2013; KOCK; et al, 1996) e Gestão/De- senvolvimento de Projetos (PERSAD; et al, 2007; ROZENFELD, 2006; AUSTIN et al, 2001). A partir desta base teórica, foram identificados 4 passos principais envolvendo as etapas 1 (Levantamento de Dados) e 2 (Organização e Análise de Dados) em projetos de TA, as quais foram denominadas: Preparar, Levantar, Con- verter e Analisar. A realização de cada passo, por sua vez, possui um objetivo específico no projeto, envolvendo diferentes atores e processos de tomada de de- cisão (Figura 3).

No passo ‘Preparar’, o objetivo é selecionar e organizar os procedimentos a serem adotados na coleta de dados com o público alvo do projeto, por isso, en- contra-se no início da etapa 1 – Levantamento de Dados. Neste passo, as decisões envolvem: o que coletar (quais dados eu preciso do usuário), como coletar (quais procedimentos ou equipamentos vou utilizar) e com quem coletar os dados (de- finir os sujeitos para realizar a coleta dos dados) (MERINO, 2016; COOK; GRAY, 2016; STEEL et al., 2014; GREEN; et al, 2009).

No passo ‘Levantar’, objetiva-se a coleta de dados com o usuário utilizando os procedimentos selecionados no passo anterior (Preparar). Neste passo, estão envolvidos os membros da equipe de projeto, que irão proceder a coleta de dados com os usuários, sendo esta a principal atividade da Etapa 1 - Levantamento de Dados. As ferramentas neste passo, devem guiar a coleta do maior número de da- dos sobre o produto, o usuário e o contexto, gerando tanto dados objetivos como subjetivos (BLASCO; et al, 2016; MERINO, 2016; SPECK; et al, 2016; BONFIM; et al, 2015; BERSCH, 2013; ROZENFELD, 2006; PERSAD; et al, 2007).

No passo ‘Converter’, o objetivo é definir os parâmetros para organização e conversão dos dados coletados, sendo realizada no início da Etapa 2 - Organiza- ção e Análise dos Dados. Neste passo, a conversão deve primar pela sintetização dos dados levantados e pela padronização da linguagem, transformando-os em informação de projeto (MERINO, 2016; PICHLER et al, 2016; COOK; GRAY, 2013; KOCK; et al, 1996).

No passo ‘Analisar’, que compreende a principal atividade da Etapa 2 - Or- ganização e Análise dos Dados, cujo objetivo é promover a discussão entre os membros da equipe sobre os dados obtidos com o usuário (provenientes do passo converter), a fim de que sejam geradas as observações de projeto. Neste passo, a discussão deve possibilitar que todos os profissionais envolvidos compreendam os dados convertidos e assim possam contribuir com seu ponto de vista sobre os vários aspectos do produto, do usuário e do contexto, facilitando a comunicação

3. RESULTADOS

A base teórica compreendeu os temas: Tecnologia Assistiva (BLASCO; et al, 2016; COOK; GRAY, 2016; SPECK; et al, 2016; STEEL et al., 2014; COOK; GRAY, 2013; FEDERICI; SCHERER, 2012; GREEN; et al, 2009), Gestão de Design (ME- RINO, 2016; BERSCH, 2013; PICHLER et al, 2016), Gestão Visual de Projetos (KASALI; NERSESSIAN, 2015; SIBBET, 2013; KOCK; et al, 1996) e Gestão/De- senvolvimento de Projetos (PERSAD; et al, 2007; ROZENFELD, 2006; AUSTIN et al, 2001). A partir desta base teórica, foram identificados 4 passos principais envolvendo as etapas 1 (Levantamento de Dados) e 2 (Organização e Análise de Dados) em projetos de TA, as quais foram denominadas: Preparar, Levantar, Con- verter e Analisar. A realização de cada passo, por sua vez, possui um objetivo específico no projeto, envolvendo diferentes atores e processos de tomada de de- cisão (Figura 3).

No passo ‘Preparar’, o objetivo é selecionar e organizar os procedimentos a serem adotados na coleta de dados com o público alvo do projeto, por isso, en- contra-se no início da etapa 1 – Levantamento de Dados. Neste passo, as decisões envolvem: o que coletar (quais dados eu preciso do usuário), como coletar (quais procedimentos ou equipamentos vou utilizar) e com quem coletar os dados (de- finir os sujeitos para realizar a coleta dos dados) (MERINO, 2016; COOK; GRAY, 2016; STEEL et al., 2014; GREEN; et al, 2009).

No passo ‘Levantar’, objetiva-se a coleta de dados com o usuário utilizando os procedimentos selecionados no passo anterior (Preparar). Neste passo, estão envolvidos os membros da equipe de projeto, que irão proceder a coleta de dados com os usuários, sendo esta a principal atividade da Etapa 1 - Levantamento de Dados. As ferramentas neste passo, devem guiar a coleta do maior número de da- dos sobre o produto, o usuário e o contexto, gerando tanto dados objetivos como subjetivos (BLASCO; et al, 2016; MERINO, 2016; SPECK; et al, 2016; BONFIM; et al, 2015; BERSCH, 2013; ROZENFELD, 2006; PERSAD; et al, 2007).

No passo ‘Converter’, o objetivo é definir os parâmetros para organização e conversão dos dados coletados, sendo realizada no início da Etapa 2 - Organiza- ção e Análise dos Dados. Neste passo, a conversão deve primar pela sintetização dos dados levantados e pela padronização da linguagem, transformando-os em informação de projeto (MERINO, 2016; PICHLER et al, 2016; COOK; GRAY, 2013; KOCK; et al, 1996).

No passo ‘Analisar’, que compreende a principal atividade da Etapa 2 - Or- ganização e Análise dos Dados, cujo objetivo é promover a discussão entre os membros da equipe sobre os dados obtidos com o usuário (provenientes do passo converter), a fim de que sejam geradas as observações de projeto. Neste passo, a discussão deve possibilitar que todos os profissionais envolvidos compreendam os dados convertidos e assim possam contribuir com seu ponto de vista sobre os vários aspectos do produto, do usuário e do contexto, facilitando a comunicação

e a integração produtiva e criativa dos esforços coletivos da equipe (MERINO, 2016; KASALI; NERSESSIAN, 2015; SIBBET, 2013; FEDERICI; SCHERER, 2012; AUSTIN et al, 2001).

Figura 3: Proposta do Toolkit com descrição das quatro ferramentas. Fonte: os autores

Conforme apresentado na Figura 3, com a definição dos 4 passos e seus ob- jetivos na prática projetual, foram elencadas estratégias para que os envolvidos no processo possam realizar os passos de forma eficiente e fluida. Com isso, foi proposto um Toolkit, que reúne quatro ferramentas, as quais visam auxiliar e/ou guiar os membros da equipe de projeto durante a prática projetual, já integrado nas Etapas 1 - Levantamento de Dados e 2 - Organização e Análise de dados do GODP.

4. DISCUSSÃO

A proposta do Toolkit se baseia nas estratégias de estabelecer processos efi- cientes que auxiliem as equipes multidisciplinares na prática projetual em TA, com foco nas fases iniciais de Levantamento, Organização e Análise de dados. Em projetos de TA, as fases iniciais apresentam mais desafios às equipes de projeto,

pois envolvem usuários com capacidades e limitações distintas e específicas, con- tribuindo para um volume maior de dados a serem gerenciados, bem como pela atuação de profissionais de diversas áreas do conhecimento (médicos, enfermei- ros, terapeutas, fisioterapeutas, psicólogos etc), fatores que aumentam a complexi- dade e a necessidade de uma gestão eficiente dos processos utilizados (FEDERICI; SCHERER, 2012; CARPES JUNIOR, 2014).

Iniciando com a Etapa de Levantamento de Dados (Etapa 1), o Toolkit propõe o uso complementar de dados subjetivos, obtidos por meio do relato do usuá- rio (entrevista), e objetivos, baseados em medidas de desempenho que, conforme Johnson et al (2014) são as duas formas para se adquirir informações mais confi- áveis sobre as capacidades do usuário. Segundo o autor, em projetos envolvendo pessoas com deficiência, a coleta objetiva permite retirar informações de usuários que não podem ou não conseguem reportar suas capacidades, e de oferecer pre- cisão das informações coletadas. Assim, o Guia de Coletas Objetivas visa sugerir testes, registros e medições que retornem dados quantificáveis e que possam ser aplicados durante a coleta de dados subjetivos.

Na Etapa de Organização e Análise dos Dados (Etapa 2), o Toolkit propõe a conversão dos dados coletados em informação de projeto por meio de parâmetros pré-definidos. De acordo com Kock et al (1996), os dados são apenas quantida- de e não oferecem o entendimento necessário enquanto não se transformam em informação e em conhecimento para a equipe de projeto. Complementa Tidd e Bessant (2015) que dados são um conjunto de observações, números e registros brutos, sem tratamento, enquanto que a informação é o resultado da organização e agrupamento padronizado dos dados, ganhando significado e relevância que, por meio de comparações, análises e identificação de relacionamentos, se trans- forma em conhecimento.

Assim, para auxiliar esse processo de transformação dos dados coletados em informação relevante para a equipe de projeto, produzindo assim o conhecimen- to necessário ao seu desenvolvimento, foi proposto no último passo ‘Analisar’, a composição de painéis de síntese visual. Estes painéis visam auxiliar as equipes de projetos também no processo de tomada de decisão envolvendo a definição das especificações e requisitos de projeto. De acordo com Tidd e Bessant (2015), o conhecimento tem papel essencial na tomada de decisão de baixo risco, principal- mente quando este é compartilhado com todos os membros do grupo. Corrobora com essa visão Teixeira (2017) ao afirmar que ao se tornar o processo de gestão de projeto mais visual, facilita a compreensão entre todos e a tomada de decisão, deixando os projetos mais enxutos e com maior abertura à inovação (TEIXEIRA, 2017). Sibbet (2013) também afirma que as reuniões visuais em equipe promovem o engajamento e a participação dos membros da equipe, auxiliam na identificação de padrões e no pensamento global, além de incentivar a produtividade, criando uma forma de registrar a memória do grupo.

pois envolvem usuários com capacidades e limitações distintas e específicas, con- tribuindo para um volume maior de dados a serem gerenciados, bem como pela atuação de profissionais de diversas áreas do conhecimento (médicos, enfermei- ros, terapeutas, fisioterapeutas, psicólogos etc), fatores que aumentam a complexi- dade e a necessidade de uma gestão eficiente dos processos utilizados (FEDERICI; SCHERER, 2012; CARPES JUNIOR, 2014).

Iniciando com a Etapa de Levantamento de Dados (Etapa 1), o Toolkit propõe o uso complementar de dados subjetivos, obtidos por meio do relato do usuá- rio (entrevista), e objetivos, baseados em medidas de desempenho que, conforme Johnson et al (2014) são as duas formas para se adquirir informações mais confi- áveis sobre as capacidades do usuário. Segundo o autor, em projetos envolvendo pessoas com deficiência, a coleta objetiva permite retirar informações de usuários que não podem ou não conseguem reportar suas capacidades, e de oferecer pre- cisão das informações coletadas. Assim, o Guia de Coletas Objetivas visa sugerir testes, registros e medições que retornem dados quantificáveis e que possam ser aplicados durante a coleta de dados subjetivos.

Na Etapa de Organização e Análise dos Dados (Etapa 2), o Toolkit propõe a conversão dos dados coletados em informação de projeto por meio de parâmetros pré-definidos. De acordo com Kock et al (1996), os dados são apenas quantida- de e não oferecem o entendimento necessário enquanto não se transformam em informação e em conhecimento para a equipe de projeto. Complementa Tidd e Bessant (2015) que dados são um conjunto de observações, números e registros brutos, sem tratamento, enquanto que a informação é o resultado da organização e agrupamento padronizado dos dados, ganhando significado e relevância que, por meio de comparações, análises e identificação de relacionamentos, se trans- forma em conhecimento.

Assim, para auxiliar esse processo de transformação dos dados coletados em informação relevante para a equipe de projeto, produzindo assim o conhecimen- to necessário ao seu desenvolvimento, foi proposto no último passo ‘Analisar’, a composição de painéis de síntese visual. Estes painéis visam auxiliar as equipes de projetos também no processo de tomada de decisão envolvendo a definição das especificações e requisitos de projeto. De acordo com Tidd e Bessant (2015), o conhecimento tem papel essencial na tomada de decisão de baixo risco, principal- mente quando este é compartilhado com todos os membros do grupo. Corrobora com essa visão Teixeira (2017) ao afirmar que ao se tornar o processo de gestão de projeto mais visual, facilita a compreensão entre todos e a tomada de decisão, deixando os projetos mais enxutos e com maior abertura à inovação (TEIXEIRA, 2017). Sibbet (2013) também afirma que as reuniões visuais em equipe promovem o engajamento e a participação dos membros da equipe, auxiliam na identificação de padrões e no pensamento global, além de incentivar a produtividade, criando uma forma de registrar a memória do grupo.

Desta forma, os painéis de síntese visual podem possibilitar, além da sinteti-

zação das informações coletadas, a geração das observações de projetos, as quais devem representar os conhecimentos adquiridos pela equipe sobre as necessi- dades do produto, do usuário e do contexto. “O desenvolvimento de produtos é considerado, cada vez mais, uma atividade em cooperação, na qual as redes de

No documento Ebook TA pesquisa2 (páginas 79-89)