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Esta pesquisa teve como objetivo identificar aspectos relacionados ao desenvolvimento da experiência docente de dois professores da Educação Superior que participam de uma ação de Formação Docente Continuada. Para tanto tivemos como objetivos específicos verificar na prática e no discurso desses professores se eles conseguiram ou não, por meio de seus anos de experiência em sala de aula, preencher a lacuna existente na formação para a docência na Educação Superior e também entender como tem ocorrido o desenvolvimento do gênero de atividade e com isso seu próprio desenvolvimento como sujeito trabalhador.

Nossa pesquisa se organizou de forma que, na introdução, foram apresentados o contexto de realização da pesquisa, um histórico da UTFPR, bem como a justificativa de nossa pesquisa e os objetivos. Em um segundo momento, apresentamos um cenário da Educação Superior no panorama brasileiro desde a colônia até a atualidade e da formação docente nesse contexto, salientando as diversas tentativas, geralmente sem êxito, de remodelação da educação e da formação de docentes e a necessidade de auxiliar na formação dos professores partindo da realidade da sala de aula. Em um terceiro momento, organizamos a fundamentação teórica. Para a realização deste estudo, nos amparamos em três principais teorias, sendo que, da Linguística, proveniente da teoria Bakhtiniana de análise dialógica do discurso, mobilizamos o conceito de gêneros do discurso e, com base em Jubran e Fávero, abordamos definições de tópico discursivo; da Psicologia do Trabalho, proveniente da teoria da clínica de atividade de Clot, empregamos o conceito de gêneros de atividade; da Psicologia Histórico-Cultural, proveniente da teoria Vigotskiana de desenvolvimento humano, estudamos o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal e o papel do outro/social no desenvolvimento do sujeito. Como procedimentos metodológicos utilizamos uma metodologia desenvolvimental e o método de Autoconfrontação Simples e Cruzada. Em seguida, apresentamos as análises e as considerações finais.

Nas análises, optamos por apresentar o estudo por categorias identificadas por meio dos tópicos discursivos. Essas categorias foram consideradas por estarem presentes em, no mínimo, três das sessões de autoconfrontação e por representarem grande relevância no que se refere às práticas docentes. As categorias foram: “exemplos, imprevistos e improvisos”, “chamada no sistema”, “vivência prática” e “humor e descontração”.

Com relação aos “exemplos, imprevistos e improvisos”, foi possível perceber, nos dois casos estudados, que os professores explicam e revisam a teoria juntamente com os

alunos e, na sequência, utilizam exemplos do cotidiano, da vida real para expor e explicar os conceitos teóricos, contornando uma situação de obstáculo, dificuldade que se impôs durante a aula, identificada aqui como a possível incompreensão dos alunos diante de novos conceitos teóricos. No primeiro caso, o Professor Anderson leva aos alunos o exemplo da mãe. O professor traz a voz da mãe e, na sequência, a voz do filho, a fim de exemplificar a aplicação da teoria em comparação a um contexto real. O Professor Gilberto leva aos alunos o exemplo do dono de uma empresa, envolvendo dois alunos da classe, os quais representam o engenheiro e chefe inflexível que insiste em tomar uma decisão inadequada, que é a produção de uma ração, mesmo que a empresa tenha prejuízos. O Professor Gilberto também busca exemplificar como seria a aplicação da teoria e atuação de um engenheiro em uma situação empresarial real.

Sobre a realização da chamada diretamente pelo sistema, pode se observar que PG possui maior facilidade com isso e que PA prefere utilizar menos o sistema, fazendo a chamada dos alunos em uma folha e, em seguida, passando para o sistema. Ambos se preocupam em manter os alunos atentos ao número de faltas e em não prejudicar os estudantes que se atrasam por conta do transporte.

No que se refere à vivência prática, ambos os professores concordam que o professor que possui vivência no mercado tem mais facilidade em lidar com situações de interação com os alunos em sala de aula. Por possuir experiência na prática, esses professores podem extrair o que é mais relevante ao passar conceitos aos alunos, uma vez que conhecem a realidade de mercado e sabem quais situações são mais frequentes dentro desse setor. De acordo com os professores, possuir uma vivência prática facilita na hora de dar exemplos, pois de acordo com a realidade encontrada em situações cotidianas, na prática, é possível apresentar aos alunos situações reais, que podem ocorrer em uma empresa.

Sobre o humor e descontração em sala de aula, observou-se que o PG possui mais características de descontração em sua prática docente, enquanto PA tem um perfil mais sério. No entanto, ambos os professores lidam com o humor em situações em que há oportunidade de construir um momento mais descontraído com os alunos. De acordo com os docentes, esses momentos ocorrem espontaneamente e dependem da interação dos alunos.

Com base nos relatos dos professores nas sessões de Autoconfrontação Simples e Cruzadas, estes nos explicam que o exemplo, que foi improvisado no momento real de interação com os alunos em sala de aula, surgiu através da pergunta que estes direcionaram aos alunos. Os professores contam como, ao longo do tempo, foram desenvolvendo uma capacidade maior de lidar com situações de dificuldade na sala de aula. Ambos os professores

relatam que esses exemplos improvisados, que agora “saem ao natural”, não o eram quando os mesmos estavam no início da carreira docente. Segundo os docentes, com o passar do tempo e com a experiência desenvolvida em sala de aula e até mesmo com experiências vividas em situações parecidas, isso se tornou mais fácil e “natural”. No início, quando havia menos experiência ou inexperiência, os professores explicam que era difícil, diante de novas situações, fazer algo que fosse além do que estava no planejamento da aula.

Nas autoconfrotações, os docentes relataram que no início da carreira possuíam maior dificuldade em lidar com situações inesperadas que surgem durante a aula e que agora, com alguns anos de experiência, sendo quinze anos no caso de PA e vinte anos no caso de PG, conseguem dominar melhor as situações de dificuldade com as quais se deparam. Uma maior facilidade em lidar com dificuldades desenvolvida ao longo de anos de experiência evidencia o domínio do gênero que os professores consolidaram e que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da profissão docente. Esse domínio representa que houve uma repetição do trabalho, ao mesmo tempo em que houve uma recriação diante de contextos sempre novos decorrentes de situações reais de interação com os alunos em sala de aula. Esses aspectos mostram que os professores desenvolveram maior domínio do gênero, o que permite que eles possam, além de contornar situações inesperadas que surgem no contexto profissional, também saber como agir em situações semelhantes, com as quais já se depararam em outros momentos. Esse domínio possibilita ao docente desenvolver-se como profissional. O desenvolvimento do gênero de atividade de ambos os professores se deu através dos anos de experiência, engajamento e recriação destes em sala de aula e pelos momentos que presenciaram durante situações reais de interação com os alunos, que lhes serviram como referência para novas experiências.

Assim, é possível inferir ainda que, o desenvolvimento dos professores ao longo de suas atuações profissionais permitiu o domínio do gênero de atividade docente, passando a ter mais liberdade em suas ações. Como coloca Bakhtin (1979/2011) quanto melhor dominamos os gêneros tanto mais livremente os empregamos e realizamos de modo mais acabado nosso discurso e, como destaca Sen (2000), tendo mais liberdade, a pessoa melhora seu potencial para cuidar de si mesma e influenciar o mundo, questões centrais para o processo de desenvolvimento. Podemos aplicar esses fundamentos especialmente no que se refere à profissão docente, em que o desenvolvimento da liberdade de agir e ensinar dos professores influencia diretamente na liberdade de aprender e se desenvolver dos alunos.

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