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A família não é mais uma formação de cunho político, econômico, cultural ou religioso, ela é a base de constituição de todos os indivíduos que compõem uma sociedade, é a estrutura que dá suporte afetivo e psicológico a todas as pessoas, um local de refúgio e resguardo de todos os medos e aspirações para o futuro. A formação familiar sofreu diversas mudanças com o passar dos anos, mas independente desta disposição, o papel fundamental da família ainda é o apoio moral e psicológico para que todo e qualquer indivíduo possa gozar de seus plenos direitos e ter consciência sobre seus deveres.

Sobre os deveres contidos em nosso Ordenamento Jurídico, cabe à família assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, ou seja, o papel da família é relevante e transformador, pois dá alicerces de formação para qualquer pessoa, no entanto muitos pais, sujeitos componentes da família, optam pelo abandono de seus filhos, o que acarreta muitos prejuízos morais a eles durante o decorrer de sua vida e na sua formação psicológica.

Os prejuízos são inúmeros, mas mesmo assim estes pais não precisam cumprir com a responsabilidade civil sobre o dano causado, pois não há nenhuma jurisprudência relativa a este abandono parental, apenas uma citação sobre a faculdade de conviver com os filhos no art. 1.589 do Código Civil e a obrigação do pagamento de pensão alimentícia neste mesmo artigo.

No entanto, constatou-se que a manutenção financeira de um pai ausente a um filho não é a maior falta sentida pelos menores, e sim o seu afastamento, que além de denegrir a dignidade humana e o psíquico dos filhos, causam verdadeiros

danos morais à sua pessoa, prejuízos estes irreparáveis e citados nos artigos 186 e 927 do Código Civil, e que podem servir como amparo legal para a rogativa dos direitos destas crianças, adolescentes ou jovens, tanto é verdade que os tribunais, especialmente o STJ, vêm acolhendo pedidos de indenização por dano moral nos casos de abandono afetivo.

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