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Este Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que ser inexigível, para as áreas de preservação

TAX EXEMPTION ON AREAS OF ENVIRONMENTAL IMPORTANCE AND POSSIBILITY OF PAYMENT FOR THESE ENVIRONMENTAL SERVICES

1. Este Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que ser inexigível, para as áreas de preservação

permanente, a apresentação do Ato Declaratório Ambiental com vistas à isenção do ITR. Porém, tratando-se de área de reserva legal, é imprescindível a sua averbação no respectivo registro imobiliário (grifo nosso). (REsp.1.638.210/MG, Rel. Min. OG FERNANDES, DJe 5.12.2017; REsp.1.450.344/SC, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 19.12.2016; AgInt no AREsp. 666.122/RN, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 10.10.2016;EDcl no AREsp 550.482/RS, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, DJe 21.8.2015) 2.Agravo Regimental da Sociedade Empresária a que se nega provimento. (STJ, 2019, web).

Trata da tributação ambiental no plano da extrafiscalidade, considerando ser “orientada para fins outros que não a captação de dinheiro para o Erário” (OLIVEIRA, 1995, p. 25). Destarte, a exclusão das áreas de preservação permanente e reserva legal da base de cálculo do imposto sobre a propriedade territorial rural traduz um exemplo de caráter extrafiscal da tributação, tratando-se de um precedente importante na atuação do direito tributário na busca da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável.

O ITR é realizado mediante declaração do proprietário do imóvel ao INCRA, e caso ocorra à cobrança do imposto sobre áreas que possui e foi declarada com direito a isenção, tal cobrança deve ser questionada mediante defesa através de recurso administrativo junto ao mesmo órgão, e em caso de indeferimento, pode se socorrer ao judiciário.

A isenção do ITR é uma importante ferramenta para o reconhecimento ao proprietário de terras, que dispõe dessa parte de seu patrimônio em prol a preservação ambiental, daí a importância em tal tema estar pacificado, todavia, mesmo diante da importância da preservação ambiental muitos assuntos ainda carecem de regulamentação.

As APPs, RL e UCs realizam função ecológica essencial, preservando os recursos hídricos e solo, possibilitando o fluxo da fauna e flora em decorrência de ser elemento importante de conexão de matas, abrigo da fauna silvestre e banco de sementes. Nestes espaços a obrigatoriedade da recomposição vegetal é considerada em regra propter rem, e tende a acelerar a recuperação destas áreas, sendo de suma importância, porem, destacamos que tal obrigatoriedade de manutenção e preservação destes espaços, recai única e exclusivamente aos proprietários dos imóveis rurais onde as áreas estão inseridas, e dependem do trabalho e recursos de quem além de dispor da parcela de sua propriedade é obrigado ha investir em sua recuperação, de forma que somente a isenção do ITR sobre estes espaços, já não é suficiente para ressarcir aos proprietários dos imóveis, o custo de manutenção e preservação de bens ambientais que pertencem a toda coletividade, motivo pelo qual, trataremos a frente sobre a possibilidade estabelecida pelo ordenamento jurídico brasileiro de pagamento por estes serviços ambientais.

2.3 Comparativo Embrapa

Segundo dados divulgados pela Empresa Brasileira de pesquisa agropecuária, se somadas as áreas protegidas e preservadas chega-se a um total de 632 milhões de hectares, (66,3%) do território Brasileiro. A titulo de comparação esta área equivale a 43 países e 5 territórios da Europa, sendo estes ocupados com as mais diversas formas de vegetação nativa. As áreas de pastagem nativas no Brasil somam 8% do território nacional, predominantemente não florestais, que

ocupam grande extensões territoriais em meios ecológicos diversos, como ocorre no pantanal, nos campos de altitude, na caatinga e no pampa. (Embrapa, 2018, web).

Abaixo apresentamos representação gráfica destas áreas:

Figura 14 – Expressão gráfica da quantificação territorial dos diversos usos e ocupação das terras e das áreas destinadas à preservação, proteção e conservação da vegetação nativa no Brasil. (EMBRAPA, 2018, web).

A título de comparação a EMBRAPA demonstra com uma figura semelhante, onde apresenta os dados da utilização do território dos Estados Unidos da América, no qual podemos observar o percentual das áreas destinadas à proteção e preservação da vegetação nativa, bem como a área destinada para uso Agropecuário.

Figura 9 – Expressão gráfica da quantificação territorial dos

diversos usos e ocupação das terras e das áreas destinadas à preservação e à proteção da vegetação nativa nos Estados Unidos da América. (Embrapa, 2018, web).

Ao estudar o gráfico exposto com dados do Brasil, observamos que 60,21% das áreas das propriedades privadas são destinadas para beneficio ambiental, ou seja de 100% do capital investido na aquisição desses imóveis mais de 60% não é explorado economicamente na agropecuária e sim destinado para preservação ambiental, em sua maioria, áreas úteis agricultáveis que além de serem destinadas ao fim ambiental ainda geram custos a esses proprietário. Isentar essas áreas do ITR é justo, pois são áreas não exploradas, porém somente esta isenção já não mantem ou desperta motivação aos proprietários em aumentar ou contribuir de forma efetiva para melhoria destas áreas, para tanto foi abordado no Código Florestal Lei 12.651/2012 a possibilidade do Pagamento por Serviços Ambientais.

Considerando que a prática sustentável deve ser no sentido do não desmatamento, a preservação é a melhor forma de se atingir o desenvolvimento sustentável, pois evita os custos oriundos da necessidade de recuperar o meio ambiente degradado. Assim, o dano ambiental, depois de concretizado, não é

prática economicamente proveitosa, por gerar providências para reverter o dano que normalmente atingem alto custo aos envolvidos.

O proveito da sustentabilidade é usufruído por todos, às gerações presentes e futuras, por toda a humanidade. A preservação de florestas, de áreas especiais é certamente, um ato em prol da sustentabilidade, da preservação da biodiversidade, gerando benefícios climáticos, proteção do solo, preservação dos ciclos das chuvas, enfim, benefícios de diversas ordens e a toda coletividade. No entanto, o custo da sustentabilidade não pode ser suportada por algumas pessoas apenas, por alguns setores, deve ser compartilhado assim como os seus benefícios.