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Este trabalho apresentou como objetivo investigar em que medida pode haver interesse público nas notícias produzidas e veiculadas pela Agência Câmara Notícias. Lidamos com alguns conceitos em construção, como o de comunicação pública, ou sobre os quais há pouca reflexão, como o de interesse público. Essa foi uma das dificuldades enfrentadas no percurso da pesquisa. Outra discussão suscitada no trabalho diz respeito ao papel dos veículos legislativos: se realizam uma comunicação pública, com vistas a oferecer elementos para o exercício da cidadania e para o fortalecimento da democracia, por meio da promoção da transparência, como defende o Manual de Redação da Secretaria de Comunicação (Secom) da Câmara dos Deputados; se há possibilidade de realizarem Jornalismo, como também indica o Manual; ou, ainda, se o seu foco é desenvolver uma comunicação institucional, com o objetivo de melhorar a imagem de uma instituição com crescente descrédito; ou, em vez disso, uma comunicação política, visando a dar visibilidade aos agentes políticos que, afinal, exercem o controle sobre esses veículos.

Entendemos, no decorrer do estudo teórico, que fazer Jornalismo é uma das formas de fazer comunicação pública, uma das principais e mais importantes, entre outras possíveis no âmbito da comunicação. Ademais, no Jornalismo, apesar dos desvios da prática, há elementos também centrais na discussão da comunicação pública, como o interesse público, justificado igualmente pelo papel a ser exercido pela atividade jornalística na democracia. Também, como vimos, o interesse público é apontado como o principal critério de noticiabilidade dos veículos da Câmara, percebido pelo ponto de vista do fornecimento de informações de interesse da cidadania, cuja relevância seria medida pelo interesse para o maior número possível de pessoas. Considera-se, ainda, o fato de os “veículos jornalísticos” da Câmara dos Deputados procurarem “imitar” os meios da imprensa comercial, no modo de produção, na estrutura hierárquica, nos formatos dos textos, característica das chamadas “mídias das fontes”. Adotamos, então, a perspectiva teórica do Jornalismo para discutir o potencial de interesse público na Agência, com a consciência da ambiguidade ou hibridismo que envolvem esses veículos.

Analisar o potencial de interesse público nas notícias da Agência revelou-se uma tarefa nada simples, em virtude tanto da escassa reflexão encontrada em torno desse conceito, quanto da ausência de metodologias que dessem conta desse objetivo. As poucas pesquisas que se propunham a estudar o interesse público em notícias faziam isso

a partir da dicotomia entre interesse público e interesse do público, voltando-se para uma noção de interesse do público centrada numa concepção mercadológica das informações, com foco no entretenimento e na provocação de emoções ou da catarse. Ou seja, com base na ideia de que o interesse do público volta-se para um tipo de conteúdo de menor grau de importância, cujo fim seja mais divertir e entreter do que informar ou formar. Consideramos, por bem, que esse tipo de assunto voltado para a distração pode até ser de interesse de uma grande parte do público, mas que este também pode interessar-se pelas questões relevantes que constituiriam o conceito de interesse público. Assim, percebemos convergências entre esses dois conceitos, geralmente, contrapostos. Tal perspectiva pôde ser percebida nas falas dos profissionais da Secom que entrevistamos, quando estes utilizam indistintamente “interesse público” ou “interesse do público”.

Como ponto fundamental para a discussão do interesse público, insere-se o processo de seleção dos fatos que viram notícias, em virtude da impossibilidade de que tudo seja noticiado. Isso se aplica aos meios comerciais, mas também às mídias legislativas. No centro desse debate, entram, então, os critérios de noticiabilidade jornalísticos, como atualidade, proximidade, relevância, mas também o caráter ignoto, trágico ou inesperado dos fatos. Por essa visão, alguns critérios estariam mais próximos do interesse público, enquanto outros tenderiam mais para o interesse do público. É isto o que indicam alguns trabalhos, sem, contudo, especificarem as características que seriam mais afeitas a cada um.

A partir do que estudamos acerca do conceito de interesse público, notou-se que ele pode ser percebido nas notícias em diferentes níveis ou dimensões: pelo tema, pelo fato e pelo desenvolvimento do conteúdo. Propomos, então, uma análise empírica em três etapas, as quais aplicamos a 211 notícias, produzidas em cinco dias aleatórios, ao longo de 2016, pela Agência Câmara Notícias.

Extraímos da literatura, então, alguns elementos que poderiam servir de indício para a avaliação do interesse público, os quais buscamos identificar nos temas das notícias. Foram seis: Transparência da vida pública, dos atos de agentes e instituições públicas; Princípios ou valores consagrados pela sociedade; Consequências ou implicações na vida das pessoas; Impacto sobre a nação ou sobre o interesse nacional; Relevância/significatividade em virtude das repercussões que pode gerar; Notoriedade, grau ou nível hierárquico dos agentes.

Com as etapas de análise propostas e utilizando-se de informações acerca da rotina de produção da Agência, chegamos a algumas evidências. Primeiro, são 117 temas

em 211 notícias, sendo 81% dos temas abordados em apenas uma matéria. Questionamos se noticiar tal quantidade de temas não se liga mais a interesses institucionais e políticos, no intuito de mostrar uma alta produtividade da Câmara, do que ao interesse em promover a transparência e contribuir para a cidadania, uma vez que um grande volume de matérias pode, na verdade, significar um excesso de informação e, por conta disso, confundir o público. Associamos ainda essa constatação à dificuldade de seleção dos fatos e à ausência de critérios editoriais claros nesse veículo.

Por outro lado, 09 (8%) temas ganharam destaque na Agência nos dias analisados (42% das notícias tratam desses temas). A partir dos dados, podemos indicar quais atributos são mais frequentes e quais são mais determinantes na escolha dos temas a serem priorizados. Os atributos de interesse público mais representativos nesse grupo de 09 temas foram Relevância/significatividade, Notoriedade e Impacto. Tendo em vista os critérios editoriais da Agência, esses atributos seriam, então, os de mais elevado interesse público ou interesse do público. Entretanto, consideramos não ser possível, pelo menos no âmbito desta pesquisa, atribuir uma escala valorativa entre os atributos que listamos, até porque eles são decorrentes de uma sistematização de diversos autores.

Outra constatação é que a temática com mais atributos vai possuir mais relevância, do ponto de vista do interesse público. Dito de outro modo, a concentração de atributos de interesse público potencializa o grau de interesse público de um tema. A partir disso, pode-se dizer também que os temas com maior potencial de interesse público terão, por consequência, um maior grau de noticiabilidade. Obviamente, essa interpretação a que chegamos pode ser testada em um corpus empírico mais amplo a fim de se rejeitar ou ratificar essa inferência. A análise em veículos da imprensa comercial, por exemplo, pode auxiliar na identificação das características de notícias de interesse público veiculadas.

Para analisar os fatos noticiados pela Agência, utilizamos a classificação de Gomis (1991, 2002) em Resultados, Explosões, Deslocamentos e Aparições. Entendemos que, com isso, entramos num outro nível de análise do interesse público: para além de verificar o tema de que tratam as notícias, é preciso saber qual a relevância dos fatos a que se referem. Gomis (1991, 2002) defende que todos os critérios de noticiabilidade podem ser reduzidos ao importante (o que é preciso saber, que associamos ao interesse público) ou ao interessante (o que se quer saber, que relacionamos ao interesse do público). No primeiro caso, o autor coloca, principalmente, os Resultados (acontecimentos que apresentam fatos consumados) e as Explosões (fatos inesperados

com consequências drásticas), e no segundo, os Deslocamentos (etapas ou fases de um acontecimento) e as Aparições (eventos caracterizados pela manifestação oral).

Seguindo-se a indicação de Gomis (1991, 2002), apenas 23% das notícias tratariam de fatos importantes ou de interesse público. Contudo, entendemos que, para a perspectiva do consumo cidadão das notícias, ou seja, de possibilitar um conhecimento que possa levar a uma cidadania mais ativa, os Deslocamentos e as Aparições podem possuir uma importância mais elevada, desde que haja uma abordagem temática e não um destaque à polêmica ou ao conflito. Classificamos os tipos de notícias veiculados na Agência em cinco graus distintos de interesse público e percebemos uma predominância bem maior de notícias do primeiro e segundo graus nas notícias do tipo Deslocamento e Aparição em relação às do tipo Resultado.

Consideramos, ainda, que os atributos de interesse público ligados ao tema são mais determinantes do que os traços do fato. Por exemplo, as notícias sobre o impeachment não apresentam resultados, mas, certamente, possuem um maior potencial de interesse público do que os resultados presentes nas notícias sobre os reajustes salariais de servidores.

O peso institucional foi percebido em relação aos tipos de fato na existência de um grande número de notícias com nenhum traço, notícias sobre projetos que não são ligados a fatos, 14% das notícias; de notícias sobre eventos ocorridos em data anterior não especificada, 15% das notícias. Há, nesses casos, a ausência do elemento factual, básico na narrativa jornalística, por isso, percebemos o caráter institucional prevalecendo sobre o jornalístico.

A terceira etapa de análise foi proposta por entendermos que somente a presença de um tema ou de um fato considerado como de interesse público não é suficiente para dizer que as notícias atendem ao interesse público. Compreendemos que é preciso que a informação seja tratada com um mínimo de desenvolvimento para possibilitar aos cidadãos estarem realmente a par do que se passa, do que é discutido, das diversas questões envolvidas em cada caso. Ou seja, essa visão aponta para a avaliação da qualidade do conteúdo jornalístico. Como dissemos, existe uma linha de pesquisadores que trabalham com essa perspectiva, mas não adentramos essas propostas. Preferimos,

em vez disso, adotar a pluralidade ou pluralismo como critério para avaliar o desenvolvimento do conteúdo das notícias63.

Assim, a avaliação da pluralidade, tendo em vista a realização do interesse público não significa necessariamente que aquele conceito esteja inserido no último. Entendemos que vários elementos podem servir de indício para avaliar o conteúdo das notícias, como sugerem as abordagens que buscam criar indicadores para a avaliação da qualidade do Jornalismo. Nossa análise voltou-se para a pluralidade em virtude de sua importância para o contexto democrático, além de esse ser um critério frequentemente apontado pelas pessoas ligadas à comunicação da Câmara.

A proposta de análise da pluralidade esbarrou também na dificuldade de sua avaliação, uma vez que não há muitos estudos tratando de indicadores para mensurá-la. Apesar disso, adotamos como parâmetro de avaliação um dos índices sugeridos por Serrano (2011): a pluralidade de fontes das notícias, bem como o equilíbrio entre elas. O equilíbrio foi considerado fundamental para essa análise, pois, por ele, denota-se se houve predomínio de uma categoria de fontes sobre outras, o que afetaria de maneira contundente a realização da pluralidade.

Agrupando as fontes em 10 categorias, identificamos uma superconcentração das notícias em torno de fontes parlamentares: são 119 fontes ou 59,9%, evidenciando a lógica dos veículos da Câmara em dar visibilidade às atividades parlamentares, dos quais os parlamentares são os principais agentes. Trata-se, assim, de mais um indício da prevalência de motivos institucionais na produção noticiosa. Ademais, há uma predominância do grupo de apoio ao governo que viria a ser constituído por Michel Temer (43,4% das fontes) em relação ao grupo de oposição (16%), indicando um retrocesso em relação ao verificado em estudo anterior (PATRÍCIO e NOGUEIRA, 2016). Supomos que a formação de um robusto grupo de apoio ao governo de Temer, logo após o impeachment, que também é o mesmo que comanda a Câmara, pode ter exercido influência sobre as rotinas da Agência, além do fato de a direção da Secom ter passado para as mãos de um parlamentar.

Outro dado relevante constatado diz respeito à baixíssima participação da sociedade civil nas matérias e à ausência de cidadãos como fonte das matérias. Os

63 Esclarecemos aqui que, no momento da elaboração desse projeto, pensávamos em avaliar o interesse

público e a pluralidade como critérios estanques, além da isenção, que acabou sendo descartada. Contudo, no decorrer da pesquisa, percebemos que a pluralidade pode ser pensada como importante fator a ser considerado quando se fala em interesse público em notícias.

números encontrados estão em consonância com o que nos afirmaram as editoras-chefes em entrevistas, segundo as quais, as fontes externas são somente os participantes das audiências públicas. A prevalência de parlamentares e a baixíssima presença da sociedade nas notícias é justificada pelo fato de os primeiros representarem a segunda, o que significaria que as vozes dos cidadãos estariam representadas pelos deputados. Contudo, questionamos essa justificativa pelo fato de vivermos uma crise de representatividade e pela carência dos mecanismos de accountability, os quais poderiam ser enriquecidos pelos instrumentos da comunicação pública. Além disso, a rotina de produção dos veículos também é apontada como empecilho para que se busque uma diversificação das fontes. Nesta, verificamos realmente um inviabilizador para que a pluralidade possa acontecer.

A pequena quantidade de repórteres, aliada à ausência de critérios editoriais mais claros e à determinação de que “tudo” seja coberto pela Agência são fatores condicionantes para que a pluralidade ainda seja bastante limitada ou até inexistente, num âmbito geral. Levantamos, então, questionamentos quanto à importância de acompanhar todos os passos das atividades da Câmara: existe interesse público em notícias que não geram consequências diretas para a vida do país? Por certo, que tudo que ali acontece tem potencial de interferir de algum modo nas decisões que virão a ser proferidas. Ademais, saber o que está sendo debatido eleva a possibilidade de que os interessados, discordantes etc. venham a adotar alguma forma de ação, como bem aponta Bernardes (2010), e como mencionamos anteriormente. Jardim (2007) destaca a elevação da accountability e da responsividade com a visibilidade trazida pelos canais legislativos.

Um dado relevante nos aponta para a tentativa dos jornalistas em fazerem prevalecer os critérios jornalísticos, sempre que possível, dentro das suas circunstâncias de atuação. Comparando-se o espaço dado às fontes parlamentares e ao espaço dado às não parlamentares, quando ocorrem juntas na mesma cobertura, as não parlamentares, principalmente membros de entidades e especialistas, acabam superando, por pouco, as parlamentares. Tal achado é indicativo dos questionamentos existentes entre os próprios profissionais com relação à tarefa de priorizar os deputados. Contudo, um problema com relação à extensão dessa prática é que as fontes externas somente são ouvidas quando participam dos eventos da Casa, ou seja, tendo sido respaldadas pela instituição.

Seria possível esperar a pluralidade nas matérias se não houver pluralidade no próprio debate ocorrido na Câmara? Se, por outro lado, houver uma prevalência de uma força sobre a outra, as notícias devem refletir tal domínio ou devem buscar a

pluralidade e o equilíbrio? Ademais, seria correto pensar que algumas matérias, alguns tipos de assunto ou fato precisam ser tratados jornalisticamente com pluralidade e equilíbrio, enquanto outros não demandam esses critérios?

Consideramos que a restrição da cobertura aos fatos ocorridos e falas proferidas na Câmara (ou no Senado, em casos excepcionais, como o impeachment), configura um empecilho grave à realização da pluralidade. Significa que a pluralidade das notícias fica dependente da pluralidade do Parlamento, quase como um reflexo institucional dele. Ademais, se as notícias ficarem limitadas a refletirem a dicotomia entre os lados em disputa no Parlamento também é improvável que a pluralidade aconteça. Entendemos que a presença de fontes externas, em todo caso, é necessária para que se esclareçam pontos que ficam nebulosos apenas quando são reproduzidos os discursos políticos. Vozes sociais que estejam de fora do jogo político, oriundas de formações ideológicas diversas, podem contribuir para o entendimento dos assuntos complexos que perpassam o dia a dia do Legislativo.

Como forma de ampliar a análise da pluralidade para um nível mais aprofundado dos textos, consideramos que seria interessante, adotando a perspectiva de Rothberg (2011), pinçar um tema específico e avaliar o nível de informação sobre esse tema, se há uma diversidade de aspectos representados nas notícias. Ou seja, tratar-se-ia da abrangência dada ao tema em si, para além da diversidade de vozes, pois, como mencionamos, se várias vozes enunciam a partir de uma mesma formação discursiva ou ideológica, a pluralidade não acontece.

Outra discussão ausente neste trabalho diz respeito aos aspectos relacionados à comunicação institucional. Estes não foram apreciados aqui em virtude de termos concentrado a análise em questões deontológicas do Jornalismo. Contudo, um estudo na tentativa de identificar o caráter institucional nas notícias de modo mais detido, ou que compare os dois, pode ser uma forma de enriquecer a análise de veículos da natureza do que estudamos

A comparação do noticiário da Agência com as editorias de política de grandes jornais, num dado período, também é proposta que pode render boas reflexões. Pode-se averiguar, por exemplo: o que mais ganhou repercussão na Agência em relação aos outros meios; quais atributos de interesse público estão presentes as notícias que repercutiram na mídia comparativamente às notícias da Agência (aliás, viu-se que a mídia comercial pauta os veículos da Câmara); com relação aos temas em comum (convergentes), pode-se comparar a pluralidade de vozes nas notícias da Agência em

relação às notícias da imprensa. Poder-se-ia, também, identificar que tipos de fatos ganham mais noticiabilidade nos jornais, se são os Resultados, efetivamente; ou, nos casos de Deslocamentos ou Aparições, que critérios explicam eles ganharem noticiabilidade (a polêmica, a notoriedade, o inusitado, por exemplo). Ou seja, podem-se verificar as convergências e as divergências entre o veículo legislativo e a mídia comercial.

Desse modo, entendemos que somente a presença de atributos de interesse público nos temas ou os tipos de fato relatados não dão conta de se afirmar categoricamente que há interesse público em notícias. Para que o interesse público seja alcançado, realmente, em um determinado veículo, é preciso que ele ofereça ao seu público, visto como constituído por cidadãos para além de consumidores, versões plurais acerca dos diversos temas e fatos que afetam a vida pública. Concordamos, assim, com a perspectiva de B. Thompson (1998, apud MOTTA e ALENCAR, 2007, p. 110), segundo o qual numa democracia deliberativa, todos os indivíduos são “agentes capazes de assimilar informações e formar reflexivamente juízos autônomos em um processo democrático coletivo de tomada de decisões por consentimento (ou mesmo consenso)”.

Certamente, falta autonomia e independência aos veículos legislativos, um avanço crucial para o modelo de comunicação pública que ainda temos no Brasil. Falta, ademais, a consciência da população acerca da importância desse tipo de veículo, tendo em vista os interesses diversos ao público que marcam a atuação dos veículos privados e, ainda, o potencial de contribuição que os veículos públicos podem trazer para a democracia, que, no entanto, acaba sendo solapado por interesses institucionais e políticos.

Ressaltamos ainda que não queremos fixar aqui as bases de uma cobertura jornalística ideal, mas apenas indicar elementos que podem contribuir para uma reflexão nesse sentido, pois consideramos que o interesse público precisa ser um pouco mais pensado em relação à sua prática, à sua realização. Não é por causa das dificuldades envoltas nessa discussão que se deve desistir de levantá-la. Esperamos, com a análise aqui empreendida, complexificar a percepção acerca dos veículos da Câmara: apesar de não verificarmos nas notícias da Agência, à primeira vista, um “chapa-branquismo” clarividente, muitos elementos, como vimos, pendem para o lado da comunicação institucional ou política. Concordamos com o hibridismo que defendem Bernardes (2010)