• Nenhum resultado encontrado

Mapa 9: Localização do bairro Walfredo Gurgel (Distrito Industrial e bairro Lula

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Visando uma contribuição para entender a especialização da cidade em sua compartimentação em bairros, onde o mesmo não possui tal compartimentação, torna-se pertinente uma elaboração de uma lei de delimitação oficial pensada para a cidade. Muitos dos bairros da cidade surgiram de forma espontânea, que leva para problemas urbanísticos que consequentemente vai afetar a qualidade de vida da população.

Assim, neste trabalho compreendemos que os problemas dos bairros da zona oeste estão muito atrelados ao fator histórico, dos quais nasce com status de favela, muito devido a suas formações por moradores de baixa renda e da precariedade das suas moradias, como também a falta de serviços públicos.

O período que contribuiu para este fator, foi o da cotonicultura responsável pela expansão urbana de Caicó, onde a cidade planejada não teve o arcabouço para receber a grande quantidade de pessoas provenientes do êxodo rural, já que muitos buscavam na cidade a melhoria da qualidade de vida. Fato este que não veio se consumar, já que o capitalismo cria um espaço urbano excludente, segregando a população de baixa renda nas áreas periféricas, por não possuírem condições financeiras para comprar imóveis em áreas de melhores terrenos, infraestrutura e serviços variados.

Ainda, no tocante a especialização da cidade no que se refere a bairro, pode- se perceber que a zona oeste está em uma área de terreno topográfico rochoso, o que contribuiu para uma infraestrutura precária que ainda não foi sanada mesmo com a tecnologias existentes atualmente, que atrelada à falta de interesse público como também dos seus moradores em busca de melhorias não pressionar os governantes para investir em infraestrutura de seus bairros.

Outra questão que podemos observa e analisar, é que o espaço urbano da cidade, está organizado desigual, onde os serviços estão mal distribuídos na zona oeste e cidade como um todo, muitos bairros com poucos serviços ofertados e poucos bairros com muitos serviços ofertados. Mas, que tem algo em comum, o saneamento básico precário, onde apenas 7% da cidade está totalmente saneada onde é realizado pela CAERN, que recebe o esgoto doméstico, trata e do despacho final. Os outros 93% do esgoto está apenas com esgotamento sanitário realizado ou que escorre a céu aberto pelas ruas, que são geralmente levados para o manancial

do rio barra nova sem nenhum tratamento, que afeta principalmente os moradores da zona oeste, como os bairros Barra Nova e João XXIII, que ficam a suas margens que com ventos de leste leva odor como também a proliferação de insetos em suas moradias.

A mobilidade urbana se faz necessário para área de recorte estudada, já que o mesmo por não possui os serviços necessários e os moradores têm que se deslocar até outros bairros da cidade na busca de atendido, como também para ir ao trabalho. Também, vale salientar que não existe transporte público na zona oeste, o mesmo é realizado por pessoas físicas, como forma de transporte alternativo, onde se torna precário no tocante a função de horário, geralmente funciona pelo período da manhã e tarde, não tendo funcionamento durante a noite, exceto nos períodos de carnaval e festa de Sant’Ana. Mas, por encontra-se em uma área muito rochosa, as ruas são de difícil acesso, com escadarias, que muitas vezes nem possui, ou seja, os moradores e as pessoas queiram se deslocar devem percorre um caminho mais longo ou andar pelo terreno rochoso e subir escadas, o que dificulta a vida das pessoas idosas e gestantes que moram ou pela população que passam por essas áreas dos bairros.

Para que ocorra melhorias na qualidade de vida da população tem que buscar um planejamento e ordenamento pautado em um direito a cidade, com infraestrutura, serviços, escola, unidade de saúde, segurança, iluminação pública, saneamento básico, mobilidade urbana, etc.

Com isso, cabe pensar a cidade a partir da ideia de uma cidade em equidade entre os bairros no tocante a infraestrutura, serviços, comércios entre outros. Onde para se chegar a uma planejamento e ordenamento tem-se que passa pela instância local em escala menor, ou seja, a de bairro. Como, também a responsabilidade de seguir as diretrizes do estatuto das cidades e do plano diretor que deve ser revisado para a realidade atual da organização espacial da cidade, como também o espaço urbano em expansão que a cidade vem passando com os empreendimentos de loteamentos e estabelecimentos que estão em instalação na cidade como shopping, supermercado de grande rede nacional, que são agentes modificadores e dinamizadores do espaço geográfico, já que contribuem para a valorização dos terrenos, que se encontra perto desses serviços que serão ofertados para o bairro em que serão instalados e cidade como todo.

Diante do que foi exposto acreditamos que uma compartimentação da cidade em bairros poderia para uma melhor gestão, já que o mesmo permitiria fazer uma análise real e local de cada bairro e traçar um plano desenvolvimento que visa a melhoraria da qualidade de vida de seus moradores.

REFERÊNCIAS

BARROS, Sandra Augusta Leão. A escala bairro e o conceito de lugar urbano: o caso de apipucos e poço da panela no Recife. Pós. Revista do Programa de Pós-

Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, n. 15, p. 56-74, 2004.

BEAUJEU-GARNIER, Jacqueline. Geografia urbana. Tradução de Raquel Soeiro de Brito. 2ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.

BEZERRA, Josué Alencar. Como definir o bairro? Uma breve revisão. Revista

Geotemas, v. 1, n. 1, p. 21-31, 2011.

BRASIL. Lei de nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade. Brasília,

2002. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>, acesso em 16 de maio de 2016.

______. Lei nº. 11.445 de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>, acesso em 16 de maio de 2016.

BRUMES, K.R. Cidades: (Re) Definindo seus papeis ao longo da história. Revista

on line Caminhos de Geografia. V. 2 n. 3, março/2001, p.47-56.

CAZOLLATO, José Donizete. Os bairros como instância territorial local -

contribuição metodológica para o caso de São Paulo. 2005. Dissertação

(Mestrado em Geografia Humana) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

______. Bairro: território oficial: Geógrafo propõe metodologia para delimitar os bairros de São Paulo. São Paulo. Revista Eletrônica do Centro de Estudos da Metrópole. Matéria de Gilberto Stam. Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/centrodametropole/antigo/v1/divercidade/numero8/1.html>. Acesso em: 16 de maio de 2016.

CLARK, David. Introdução à geografia urbana. 2ed. Tradução de Lucia Helena de Oliveira, Silvana Pintaudi. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.

CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1989.

______. Espaço: um conceito-chave da geografia. In: CASTRO, Iná Elias, GOMES, Paulo César da Costa, CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.) Geografia: Conceitos e Temas. 5ª edição. Bertrand: Rio de Janeiro, 2003. p. 15-47.

FARIA, Carlos Eugênio de. Os eventos geográficos e a expansão urbana de

Caicó: Desigualdades e Coexistências na Urbe. Dissertação (Mestrado em

Geografia) - Instituto Federal do Rio Grande do Norte – IFRN, Natal, 2011.

FECOMERCIO. Plano de Desenvolvimento do Bairro: uma metodologia participativa, 2013. São Paulo, SP.

FILHO, Candido Malta Campos. Reinvente seu bairro: caminhos para participar

do planejamento de sua cidade. São Paulo. Editora 34, 2003.

Haesbaert, Rogério. Ordenamento Territorial. Boletim Goiano de Geografia, vol. 26, núm. 1, jan-jun, 2006, pp. 117-124. Universidade Federal de Goiás, Goiás, Brasil.

HUERTAS, O método PES: entrevista com Matus. Tradução de Giselda Barroso Sauveur. São Paulo: Fundap, 1996.

Instituto brasileiro de geografia e estastica (IBGE). CENSO DEMOGRÁFICO 2010. Aglomerados subnormais: primeiros resultados. Rio de Janeiro: IBGE, 2011.

Disponível em:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/552/cd_2010_agsn_if.pdf>. Acesso em: out. 2016.

LACERDA, Norma, et al. Planos Diretores Municipais: aspectos legais e

conceituais. In: R. B. Estudos Urbanos e Regionais, v. 7, n. 1, 2005.

LAGO, Luciana Corrêa do. Os instrumentos da reforma urbana e o ideal de cidadania: as contradições em curso. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e

Regionais, Recife, v. 6, n. 2, p. 27-34, nov. 2004.

LAKATOS, E.M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991.

MORAIS, Ione Rodrigues Diniz. Desvendando a cidade: Caicó em sua Dinâmica Espacial. Brasília: Centro Gráfico Do Senado Federal, 1999.

MOREIRA, Helion França. O plano diretor e as funções sociais da cidade. Serviço Geológico do Brasil – CPRM. Rio de Janeiro, 2008

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAICÓ. Plano Diretor de Caicó. Caicó-RN, 2006.

______. Plano Municipal de Saneamento Básico. Caicó-RN, 2016.

RATTNER, Henrique. Planejamento urbano e regional. 2. Ed. São Paulo: Editora Nacional, 1978.

Ribeiro, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro; Ribeiro, Marcelo Gomes. Ibeu: índice de

bem-estar urbano. 1. ed. - Rio de Janeiro: Letra Capital, 2013.

ROLNIK, Raquel; RIBEIRO, A. C. T. ; VAZ, L. F. ; SILVA, M. L. P. 10 Anos do Estatuto da Cidade: Das Lutas pela Reforma Urbana às Cidades da Copa do Mundo. In: RIBEIRO, A.C.T; VAZ, L.F.; SILVA, M.L.P.. (Org.). Quem planeja o território?

Atores, arenas e estratégias. 1 ed. Rio de Janeiro: Letra Capital/ANPUR, 2012, v. -

, p. 87-104.

SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4.ed. 4 reimpressão - São Paulo: edusp, 2008.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a Cidade: Uma introdução crítica ao planejamento e à gestão urbana. 3 Ed. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2004.

TUCCI, Carlos E. M. Águas Urbanas. Estudos Avançados, V.22, Nº 63, p.1-16, 2008.

United Nations. Every dollar invested in water, sanitation brings four-fold return

in costs UN. Disponível em:

<http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsId=49377#.WVw5zBXyvcf>. Acesso em: 28 jun. 2017.