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Quadro 8: Infraestrutura do bairro João XXIII Infraestrutura quant. Escola Municipal 1 Unidade de Saúde 1 Áreas de Lazer 1 Igreja 2

Ruas sem acesso 27

Esgoto sanitário a céu aberto 18

Galeria 1

Telefone Público 2

Fonte: Pesquisa de campo, 2016.

A infraestrutura das ruas é precária, sendo poucas pavimentadas, sem acesso devido aos afloramentos rochosos existentes, algumas com escadarias para os moradores se locomoverem, como também as calçadas que são irregulares umas das outras, não possuindo rampas, o meio-fio só existe nas ruas pavimentadas, onde as mesmas não possuem bueiros para permitir o escoamento pluvial. Dessa forma, observamos que a mobilidade urbana, fica a desejar devido a estes fatores, como também de não existir linha de transporte público no bairro.

A questão do esgotamento sanitário é um fato precário no bairro, uma vez que evidenciamos 18 pontos de esgoto a céu aberto e duas galerias que cortam o bairro recebendo esgotos das ruas do bairro e de algumas ruas do bairro Paulo VI. Há única informação encontrada foi no relatório de Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), onde o bairro está dentro dos 40% do esgoto coletado realizado pela prefeitura, mas não recebe nenhum tratamento e é descartado no rio Barra Nova, o mesmo informa que os dados cadastrados não são confiáveis e nem atualizados. Ou seja, estes dados não trazem benefícios para os moradores, já que não permite uma análise real da situação do bairro como também os demais, pois, são dados gerais e não específicos de cada bairro, o que torna difícil trazer recursos para o seu saneamento e como deve ser destinado para os bairros da cidade.

Constatamos há presença de lixo, em alguns pontos do bairro, mesmo onde a existência de caçamba de lixo quando lotadas a população do bairro coloca no

entorno colocam nas ruas junto com entulhos, assim, percebemos que a coleta do lixo no bairro realizado na segunda e na sexta não atende à demanda.

Nos serviços voltados para a educação, o bairro é contemplado com 2 escolas municipais, uma oferece o atendimento a creche e a outra pré-escola e ensino fundamental. Oferece como lazer uma praça, mas a mesma não possui um parque para crianças brincarem. Como podemos perceber no quadro 9, no bairro há uma variedade de estabelecimento de comércio e serviços, o que contribui para um melhor bem-estar de seus moradores.

Quadro 9: Estabelecimentos de comércio e serviços do bairro João XXIII Tipo de Estabelecimento Nº de estabelecimentos

Oficina de Portões 1 Marcenaria 1 Supermercado 1 Mercearia 2 Mercadinho 9 Borracharia 1 Salão de beleza 4 Sorveteria 3 Loja de roupas 1 Lanchonete 1 Distribuidora d’água 1 Bar 2

Fonte: Pesquisa de campo, 2016.

Com esse processo de urbanização desordenada dos bairros da cidade, o mais agravante é do bairro João XXIII e parte de algumas casas do bairro Barra Nova, que se formaram nas margens do rio Barra Nova que correm o risco de inundação durante sua cheia. À expansão desses bairros periféricos no processo de expansão urbana de Caicó, integrados à falta de planejamento e gestão do poder público municipal, refletir na degradação do leito do rio, acarretando aumento da planície de inundação do rio, trazendo transtornos em períodos de cheia para a população ribeirinha.

Essa ocupação das margens do rio Barra Nova se deu por grupos em estágio de vulnerabilidade social, fazendo com que surjam problemas socioambientais; ou seja, o homem degrada o rio jogando seu esgoto e entulhos que assoreia o seu leito, que vai refletir nas épocas chuvosas, com inundações de suas moradias trazendo possíveis doenças para seus moradores que entram em contato com as suas águas poluídas, ou seja, ao impactar o meio ambiente, o mesmo está se impactando. Estas alterações feitas pelo homem geram mudanças de cheia do rio devido ao seu assoreamento, contribuindo para o aumento do limite de inundação da área, onde as moradias construídas perto do seu leito, sejam inundadas no período de cheia do rio.

O rio possui normalmente um ou mais leitos. O nível mínimo e leito menor corresponde ao regime de estiagem ou de baixa pluviosidade, e o leito maior corresponde área inundável, quando as águas costumam ocupar durante o período de inverno de grandes pluviosidades (figura 6). A ocupação dessas áreas de inundação de rios pela população, como é, o caso do Rio Barra Nova, como a exemplo, o bairro João XXIII e parte do bairro Barra Nova, no período de cheia, causando grandes transtornos aos moradores.

Figura 6: Leito menor e leito maior (área de inundação)

Fonte: TUCCI, 2008.

Durante os períodos de enchentes do rio quando recebe águas do Açude Itans que a represa, durante o seu transbordamento; o nível da lâmina d’água do rio aumenta, afetando os ribeirinhos que ocupam suas margens. Como medida paliativa, ocorre a remoção ou a transferência desta população pelo poder público, como, por exemplo, para escolas públicas, todavia o problema volta a ocorrer, já que depois do período chuvoso na região, e o rio começa a baixar seu nível d’água, a população volta para suas moradias, que levará de novo a um processo de

remoções durante outro período de chuvoso. Apesar de estarem no plano diretor de cidade estabelecido no capítulo III que trata do ordenamento territorial, seção I das áreas especiais e zonas especiais, as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), para deslocar estas pessoas para outras áreas muitos moradores não querem morar em outro lugar porque não possuem renda que permitem alugar ou compra uma moradia em outras áreas já que são pessoas que possuem uma baixa renda.

Assim, Lago (2004, p.29) coloca que

(...) Zeis são criadas no sentido de interferir no zoneamento das cidades, incorporando territórios que até então estavam fora das normas estabelecidas. As especificidades não se restringem às distintas ilegalidades presentes nessas áreas, abrangendo também a caracterização social dos moradores.

A exemplo de ZEIS pensada para Caicó-RN, esta Recife e Belo Horizonte que estabelecem a regulamentação de terrenos públicas doando para a população, e criando programas para urbanização e planos de zoneamento (Lago 2004, Rolnik, 2012).

Assim, o bairro possui uma estrutura relativamente boa, no que se refere a variedade de serviços, mas quando trata de infraestrutura deixa a desejar, já que o mesmo possui um saneamento básico precário, casas que podem ser inundadas, falta de mobilidade urbano e de acessibilidade, escadarias em algumas ruas que prejudica o bem-estar da população.

3.6 Bairro Paulo VI

A ocupação do bairro se deu de forma espontânea, com população proveniente da zona rural e periférica, tendo início nos anos 1970, e nos anos 1990 teve duas estruturas importantes no bairro, que foi a construção no bairro o Centro de Atendimento Intensivo as Crianças (CAIC) e o Hospital Regional de Caicó, atualmente conhecido como Hospital Regional do Seridó (antigo SESP) (Morais,1999; Faria, 2011).

O Bairro Paulo VI teve sua denominação a partir de um decreto de n.º 015 de 15 de agosto de 1979, onde os limites já eram estabelecidos, mas só vem a possuir uma denominação e limites na forma da lei n.º 3.788 de 14 de julho de 1999 (Mapa

8). No quadro 10 a seguir, algumas informações obtidas em campo acerca da infraestrutura do bairro.