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A Nova ATER exige visão holística e o estabelecimento de estratégias e métodos apropriados para a difusão unilinear e unidirecional de tecnologias sistêmicas ao contrário da visão cartesiana e tecnicista que orientou as décadas do desenvolvimento apregoado pela Revolução Verde. Contempla metodologias participativas que ajudam a democratizar a relação entre extensionistas e agricultores ao contrário dos métodos que geram dependência e alienação.

A instalação de processos de descentralização do serviço estatal de ATER, representado pela EMATER-RN, com o fim da participação do Governo Federal no financiamento, acarretou dificuldades na prestação de serviços de ATER, no ponto em que a execução desse serviço público encontrava-se - e encontra-se - dependente da participação da União, especialmente no aporte financeiro. Como consequência deste período, o número reduzido do quadro de técnicos frente ao número de agricultores e propriedades rurais tem sido fator limitante a prestação de ATER. A fim de sanar tal problema, os técnicos têm recorrido aos métodos grupais, reunindo grupos de agricultores de regiões próximas, em local comum, utilizando Unidades Demonstrativas. É perceptível a necessidade de o Governo ampliar o número de extensionistas, através da contratação de mão-de-obra, em virtude da importância que a instituição tem no tocante a ações no campo da ATER no Estado do RN, com um quadro de mais de 250 técnicos extensionistas, dez escritórios que reforçam o caráter universal da ATER da instituição. Há de se considerar também que a EMATER possui aporte financeiro que garante as ações de ATER que desenvolve, ao contrário das ONGS que dependem de projetos com duração definida para prestar ATER.

Vale salientar que a aderência à agroecologia por parte dos extensionistas da EMATER-RN tem sido limitada, restringindo-se a alguns extensionistas de áreas distintas que, por iniciativa e motivação próprias, desenvolvem ações vinculadas à transição agroecológica mesmo depois da sansão da Nova ATER.

Em relação as instituições não-governamentais que atuam na ATER agroecológica no Rio Grande do Norte, foi constatado que a sanção da Nova ATER não foi fator determinante à construção da metodologia de ATER. Em período anterior à sanção da Nova ATER, as ONGs já manifestavam vocação para trabalhar com temáticas relacionadas ao desenvolvimento sustentável, à agroecologia, ao desenvolvimento de comunidades, a tecnologias de convivência com o semiárido, à promoção e animação de processos capazes de contribuir para a construção e execução de estratégias de desenvolvimento sustentável centrada no

fortalecimento da agricultura familiar por meio da inserção de metodologias educacionais participativas, integradas a dinâmicas locais, buscando viabilizar as condições para o exercício da cidadania, conforme apregoa os princípios da PNATER. Com a sanção da Nova ATER, estas organizações alinharam suas metodologias de ATER, realizando ajustes. Já na EMATER, a sanção da Nova ATER acarretou institucionalização da ATER sob perspectiva agroecológica e proporcionou cursos de atualização e aperfeiçoamento ao quadro técnico da instituição.

A metodologia que a Nova ATER apregoa vai de encontro a costumes e processo de ocupação do semiárido, que priorizou a criação de gado, a monocultura e as queimadas. Adequar esta realidade a práticas agroecológicas não é tarefa simples. Desta forma, as visitas dos agricultores, em forma de intercâmbio, a propriedades com sistema agroecológico de produção ou a unidades demonstrativas têm se demonstrado importantes ferramentas pedagógicas no processo de formação dos agroecologistas e, também, têm desempenhado função importante no tocante à sensibilização para a temática. O uso da pedagogia da alternância, por outro lado é elemento essencial no processo de formação dos agroecologistas, conforme indicam os informantes desta pesquisa. No processo de sensibilização das comunidades, há nítida presença de representantes da comunidade que exercem liderança local no auxílio ao processo. A avaliação da ATER tem sido realizada por meio de reuniões periódicas com técnicos das instituições e avaliações externas com a comunidade.

Há diferenças no tocante a metodologia de ATER empregada pela EMATER-RN e a metodologia empregada pelas ONGs. O processo de seleção do público beneficiário na EMATER, dada à missão de prestar ATER a todo o território do estado, parte de consulta a cadastro de agricultores. Por outro lado, as ONGS têm atuação restrita a áreas de atuação das mesmas. Em relação ao processo formativo, a EMATER adota ações relacionadas à temática agroecológica, enquanto a AACC e a Diaconia desenvolvem formações além da temática agroecológica, atuando com temas transversais que norteiam a atuação das instituições. O acompanhamento das comunidades que desenvolvem projetos produtivos, na EMATER, é feita através de Unidades Demonstrativas, onde os agroecologistas visualizam técnicas produtivas nos seus diferentes estágios. A Diaconia e a AACC, neste quesito, efetuam visitas sistemáticas as propriedades, sendo a periodicidade de acordo com a demanda da comunidade e duração do projeto. Este tem sido um fator limitante, devido à duração da ATER ser prestada no período do projeto. Com a finalização do projeto, o público beneficiário recebe ATER de forma esporádica das ONGs, devido às instituições não dispor de recursos para custear visitas periódicas dos técnicos às propriedades.

Ainda que não baseada na elevada produtividade, com o uso intensivo de fertilizantes e pesticidas, esse tipo de agricultura preza pela biodiversidade que faz com que o agricultor não fique dependente de uma cultura única, o que o levaria a perder todo o investimento em caso de praga. Este é um dos questionamentos centrais da agroecologia à prática da monocultura extensiva. As experiências de ATER, que as instituições têm prestado no campo, com enfoque agroecológico, têm demonstrado que, apesar de se voltarem para a promoção do desenvolvimento sustentável, não assumem vieses técnicos e culturais, mas, também, políticos. As metodologias de ATER das ONGS têm em comum o respeito ao meio ambiente e a preservação da história, da cultura e dos saberes locais, elementos que norteiam os caminhos do planejamento e de execução alinhados aos princípios da PNATER. Na metodologia da EMATER, tais componentes são menos presentes.

Evidenciou-se junto ao público beneficiário da metodologia de ATER agroecológica, que tal perspectiva de produção no campo, além de melhorar a renda do agricultor, melhora, também, a qualidade de vida, pois os agricultores passam a ter alimentação diversificada mantendo a segurança alimentar da família e excedentes para a comercialização em perspectiva de zelo ao meio ambiente – flora e fauna – e à vida humana. Um fator importante observado é que, para aumento da renda, não se faz necessário o concomitante aumento da área de cultivo e nem expansão do volume de produção. A renda da família, neste caso, é calculada, não só pelo que é vendido, mas, também, pelo que deixa de ser comprado em termos de alimentos (renda para dentro) e insumos.

Há, ainda, ganhos indiretos na renda em virtude dos benefícios à saúde e pela via da eliminação de despesas eventuais com medicamentos. Neste sentido, vale registrar que a prática agroecológica elimina o contato com produtos químicos que, não raro, causam doenças. Além disso, a produção agroecológica, diferentemente da agricultura convencional, não produz passivos ambientais significativos, pois, zela pelo equilíbrio ambiental e aparece como processo socioeducativo valioso e transformador. Desta forma, dentre os benefícios da transição agroecológica, merecem destaque melhorias na saúde e segurança alimentar das famílias, no aspecto econômico (de renda direta e indireta), no aspecto social (qualidade de vida, participação em tomadas de decisão), no aspecto ambiental (diminuição da degradação do solo e do meio ambiente) e na reestruturação da cadeia de produção, quando gera excedentes para venda, prioriza o comércio justo (pela relação direta produtor-consumidor) e elimina a atuação de atravessadores. É importante, por fim, destacar o papel das feiras agroecológicas, que têm sido fundamentais no escoamento da produção, na articulação entre produtores rurais e na integração consumidor-produtor, fortalecendo práticas político-

organizativas no campo especialmente pela via do incentivo ao trabalho coletivo e ao ato associativo. Vale destacar, neste sentido, a relevância de políticas públicas recentes, a exemplo da Nova PNATER, capitaneadas especialmente pelo Governo Federal, através de editais de fomento a projetos e programas de cunho agroecológicos.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Instrumento de Pesquisa (Organizações de Fomento)

PERFIL DA INSTITUIÇÃO

Nome: Site:

Endereço: E-mail:

Fones: Ano de Fundação:

Áreas temáticas de atuação:

Abrangência Territorial das Atividades: Responsável (entrevistado):

INFORMAÇÕES METODOLOGIA

1. Como era a estrutura metodológica, de extensão rural e assistência técnica, antes da implantação da nova ATER?

2. Como foi construída a metodologia de extensão rural agroecológica? (Desde quando vem sendo utilizada?)

3. Com a implementação da nova ATER, que ajustes foram feitos na estrutura metodológica de extensão rural e assistência técnica?

4. Quantos técnicos estão envolvidos na atividade de extensão rural agroecológica? (Perfil: Áreas de formação dos membros da equipe, Área de atuação do técnico e Área de abrangência territorial do técnico?)

5. Tem financiamento? Qual (ou quais)?

ASPECTOS METODOLÓGICOS

6. Descreva o processo de seleção do público beneficiado? 7. Como ocorre a sensibilização? (Tempo de duração)

8. Como ocorre o processo formativo dos agricultores? (Tempo de duração)

9. Há acompanhamento (assistência técnica) após o período de repasse da metodologia? Se sim, relate.

10. Existe algum momento de avaliação do processo de extensão rural agroecológica? Como é este processo avaliativo?

11. Há alguma ação formativa, dentro da metodologia de ATER, que contemple a comercialização?

12. Como você vê a produtividade e o comércio para produtos agroecológicos em relação àquela da agricultura convencional?

INSTRUMENTO 2ª FASE (Roteiro para o grupo focal)

Nome da associação: ____________________

Data: ____ / _____ / _______ Horário – Início: ___ : ___ Término: ___ : ___ Local: _______________________________________________________

Roteiro de pesquisa para o grupo focal

1. Como surgiu a associação? 2. Qual o objetivo da associação?

3. Quantos associados tem a associação? 4. O que vocês produzem?

5. A EMATER/AACC/Diaconia orienta vocês na produção?

6. Vocês são acompanhados por algum técnico? Como eles acompanham vocês? 7. De quanto em quanto tempo os técnicos vem visitar vocês?

8. Como é feita a produção de vocês? 9. O que vocês utilizam para a produção? 10. Vocês comercializam a produção de vocês?

11. Depois que vocês começaram a produzir, o que melhorou na vida de vocês? a. Alimentação

b. Saúde c. Renda

ANEXO A – Projeto Metodologias inovadoras em Ação

Documento de descrição detalhada a) Título do projeto

Metodologias inovadoras em ação: sistematização, análise e comparativo de metodologias de extensão rural agroecológica.

b) Resumo do projeto

Diante do avanço da produção agrícola em larga escala impulsionada pela “agricultura convencional”, ocorre a difusão da proposta de uma agricultura agroecológica, que tem como premissas a utilização de métodos e técnicas (policultura e rotatividade no cultivo) que respeitam os limites da natureza, pouca ou nenhuma dependência de agroquímicos (substitui por adubo e repelente natural) e troca de saberes científicos com saberes locais desenvolvido pelos agricultores (CAPORAL e COSTABEBER, 2004).

No Brasil, a produção agroecológica vem ganhando relevante espaço no Brasil, segundo Hamerschmidt (2009) o comércio nacional de produtos orgânicos atingiu cerca de 150 milhões de dólares, em 1999/2000. É estimado que a área cultivada organicamente no país já atinge cerca de 25 mil hectares, perto de 2% da produção total nacional. Assim, o processo de cultivo agroecológico ainda necessita de maiores incentivos de políticas públicas que promovam a transição agroecológica.

O investimento nesta modalidade cultivo está associado a questões ambientais através da preservação ambiental provinda do cultivo agroecológico, bem como de inclusão social pela inserção da agricultura familiar num processo de geração de renda diferenciado.

Esta transição na produção agrícola deve-se ao aumento da atuação no processo de transição agroecológica fomentada por ações de extensão rural de instituições públicas e organizações não-governamentais de apoio a agricultura familiar. Trata-se de um caminho para o desenvolvimento sustentável no meio rural, e principalmente como estratégia de inserção da agricultura familiar de forma diferenciada e sustentável no mercado. Contribuindo para o desenvolvimento rural sustentável e geração de renda de forma emancipada aos agricultores familiares.

Assim, surgem programa, projetos e ações que visam promover a transição da produção convencional para a agroecológica na agricultura familiar, numa perspectiva de formação de esquemas associativistas para o êxito econômico, social e ambiental dos participantes. São vastas as experiências desenvolvidas por instituições governamentais e organizações não-governamentais no Nordeste do Brasil, que chamam a atenção pelas mudanças promovidas na região de atuação, impactando várias comunidades rurais.

Diante do grande número de experiências faz-se necessário sistematizar-las e analisar-las a fim de difundi-las. Desta forma, este projeto propõe-se a sistematizar, analisar e traçar comparativos das metodologias de extensão rural agroecológica no âmbito da nova ATER das experiências desenvolvidas nos Estados do RN, CE e PE, bem como avaliar os resultados de algumas experiências gerados ao público beneficiado pelas metodologias.

Esta proposta será executada por uma equipe multidisciplinar composta por uma rede de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Núcleo da UNITRABALHO da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Núcleo de Economia Solidária da Universidade Federal de Pernambuco (NECSO/UFPE), já articulados através de projetos, intercâmbio e publicações em parcerias.

A partir dos resultados gerados por esta pesquisa buscar-se-á contribuir para a divulgação e avaliação das metodologias de extensão rural agroecológica e seus resultados junto ao público beneficiado.

c) Identificação da instituição de execução (nome, CNPJ, endereço) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

CNPJ: 24.365.710/0001-83