• Nenhum resultado encontrado

Figura 18: Primeiro grupo de Irmãs Franciscanas do Coração de Maria a fazerem votos perpétuos em

1921

Madre Cecília (a quarta freira, da esquerda para a direita), na realização dos votos perpétuos das primeiras 21 noviças formadas no Asilo de Nossa Mãe. O quadro acima, à direita da fotografia, mostra o símbolo do Coração de Maria; no centro a pintura de um anjo e, à direita, a imagem de um dos apóstolos da Igreja. A formação dessas freiras sempre foi o objetivo de Madre Cecília do Coração de Maria.

Fonte: GAVAZZONI, 2009.

A cart a que o Sr. Jo sé d e B arro s escr e ve para su a filha He le na, c it ada no in íc io de st e t raba lho , t raça u m p arâ met ro , uma mo st ra, daqu ilo que supo st a me nt e se pa s sa va no ima g inár io de um pa i ao co lo car a filha so b o s cu id ado s de u ma inst it u ição cat ó lic a a s s ist e nc ia l. I nst it u iç ão que t ambé m pro via a educ ação da infâ nc ia po bre fe min ina , e m fins do sé cu lo XIX e in íc io do s écu lo XX. E s sa cart a no s r e ve la, a inda, a s co nvic çõ es e a s inc ert ezas qu e no rt eava m e st a dec is ão .

A co nv icç ão de que a at it ude de e nt regar a filha par a ser as s ist ida e educa da no As ilo d e No ss a M ãe fo i co rret a, po is na inst it u iç ão e la e nco nt rar ia aqu ilo q ue a fa mília não era capa z de pro po rcio nar: ed uca ção ,

cu idado e po lide z. Co nsc iê nc ia d e que a me nina t er ia , a lé m do s cu idado s nece ss ár io s para so bre viver, a miza des q ue não a le var ia m para ca minho s vic io so s, t ão co mbat ido s no pe r ío do .

A inc ert eza d e qu e re a lme nt e a me n in a , ape sar de aco ns e lhad a, ace it ar ia pac ific a me nt e s er co lo cada e m u m a mb ie nt e at é e nt ão est ranho , qua ndo co mparado ao co nvív io fa milia r . A dú vid a de que e la re co nhecer ia a ma dre, não so me nt e co mo sua t ut ora, ma s t a mbé m co mo su a mãe. A desco nfia nça de qu e a me nina t rat ar ia o as ilo co mo se u no vo lar, que lh e pro po rc io nar ia u m fut uro no mín imo d ig no , co nfo r me de scr it o e m s eu est at uto e seu r eg ime nt o int er no .

Est at uto s, regras, no r ma s e d is c ip lina s er a m o s e st e io s que mo via m o As ilo d e No ssa Mã e e a re spe ct iva Orde m da s Ir mãs Fra nc is ca nas do Co ração de M ar ia. E st as regra s e no r ma s se me sc la va m e m s eu s o bjet ivo s espe c ífico s d e re co lher e educ ar me nina s ó r fã s e de s va lid a s, s e ja para o cas a me nt o , t raba lho o u no vic iado .

Nest e co nt e xt o t a mbé m se de st aca qu e a c ida de P ira c ica ba, a ss i m co mo o Bras il, viv ia “u m per ío do de ree s t rut uração e cr is e. Ree st rut uração po lít ica e m u m no vo reg ime qu e pret end ia re so lver a cr is e eco nô mic a. A Igre ja cat ó lica t a mbé m pa ss a va po r t rans fo r ma çõ es co m o fim do padro ado apó s a pro c la ma ção da Repú blic a ” (LEOR N ARDI, 2002 , p. 17).

O as ilo s e mo st ra va co mo u ma das inst it u içõ e s que fu nc io nar ia m co mo agent e da Igre ja pre st ando u m “ser viço ” e sse nc ia l p ara a so c ieda de ao reco lher e dar a ss ist ê nc ia a me n ina s de s va lid as.

Qua ndo pe nsa mo s a c idad e de P ir ac ic a ba e a at uação do s su je it o s e nvo lvido s co m o mu n ic íp io e s ua s re la ç õ es po lít ic as, so c ia is , c u lt ura is e eco nô mic a s, co m o s pro ble ma s apr e s e nt ado s no cot id ia no c it ad ino , pro cura mo s id e nt ific ar qua is a s e xpe ct at ivas cr iad as co m a co nst it u ição do As ilo de No s sa M ãe e qu a is fo ra m sua s re la çõ es co m a c id ade d e P ir ac ic a ba, no que t ang e ao s asp ect o s so c ia is , cu lt urais e re lig io so s. Pro curo u-se,

t ambé m id e nt ificar as art icu la çõ es d est a inst it u ição co m a s o ut ras inst it u içõ e s q ue co mu ng a va m de s e me lha nt e “mis s ão ”: a s s ist ê nc ia e educa ção de cr ia nç as de s va lida s.

As s im, re la c io na mo s a at uação do as ilo co m as pro po st as d e reco lhime nt o , ass ist ê nc ia e ed uca ção de me n ina s pro cura ndo co mpree ndê- la s no co nt ext o do s pro ble ma s e nfre nt a do s po r u ma c id ade e m int e nso pro cesso de des e nvo lvime nt o eco nô mico , so c ia l, po lít ico e ur ba no .

Ao int erro gar mo s so bre a co nst it u ição do as ilo , bus ca mo s pe nsa r seu s o bjet ivo s e qu a is era m as repre se nt açõ es pro duz ida s pe la inst it u iç ão e m re la ção à as s ist ê nc ia à in fâ nc ia e in fâ nc ia po bre.

Ta l a ná lis e fo i re a liz ada po r me io do e st udo do prime iro reg ime nt o e do est at uto da inst it u iç ão . Busco u -se, t a mbé m, co mpre e nder o fu nc io na me nt o do As ilo de No s sa M ãe e co nt e xt ua lizá- lo e m r e laç ão ao s pro jet o s de dese nvo lv ime nt o urba no , polít ico e educ ac io na l que est a va m se ndo de bat ido s, na c idad e de P ir ac ic a ba, e m seu s víncu lo s co m a s pro po st as e m c irc u laç ão no pa ís.

Pro curo u-se, ao me s mo t e mpo , le va nt ar e vid ê nc ia s so br e a s a çõ es d a ma dre c at ó lic a e da s me st ras qu e at u a va m na inst it u iç ão co mo educ ado ra s de me n ina s, no co nt ext o de uma so c iedade repu b lica na e merg e nt e no per ío do .

Essa a bo rdage m per mit iu pe nsar a s fo r ma s co mo s e co nst it u iu o pro jet o cató lico , e m co rre laç ão co m o s idea is repu b lica no s e na re la ção d e a mbo s co m o s pro jet o s de ass ist ê nc ia e educaç ão de cr ia nça s po bres , de fe nd id as no per ío do .

Para fina lizar , indago u-s e acerc a do reco lhime nt o , ass ist ê nc ia e educa ção das me nina s ó rfã s e de s va lida s, do s pro pó s it o s de hig ie niz aç ão e mo ra liz a ção , me io s que s e art icu la va m c o m a cr ia ção de inst it u içõ es de s s a nat ureza.

Ao pro ble mat izar o s d is po s it ivo s d isc ip lina re s, h ig iê nico s e pedagó g ico s ut iliz ado s no reco lhime nt o as s ist e nc ia l e na educ ação de me n ina s po bre s, fez- se ne ce ss ár io pe nsar es se s d is po s it ivo s e m re la ção à s pro po st as de as s ist ê nc ia e e duca ção de s s a inst it u iç ão e seu d iá lo go co m a s inst it u içõ e s qu e lhe s ão co nt e mpo râ nea s, t ant o e m fu nção do s pro jet o s cat ó lico s qua nt o às pro po st as de ass ist ê nc ia e educ ação pro pagada s e nt re o fim do sé cu lo XIX e in íc io do s écu lo X X. O bser va ndo , nes sa persp ect iva, qua is er a m as rea çõ es de ss as me n ina s, me d ia nt e ess e co nt ro le inst it uc io na l.

Ident ifico u- se qu e ha via r es ist ê nc ia fre nt e às e xigê nc ia s impo st a s pe la s inst it u içõ es de re co lhime nt o e educ ação , po r o ut ro lado , fo i po s s íve l perce ber, po r me io de ss es c ast igo s, ad vert ê nc ia s e e xpu lsõ e s, que a s reaçõ e s as su mia m a s ma is var iad as fo r ma s.

Arquivos

 A rquivo da Câ ma ra de V e read o re s de Pi racicab a.

 A rquivo do L a r E sc o la Co ração d e M aria No ssa M ãe.

Pi ra cicaba.

 A rquivo do Co légi o Ave M a ria de Ca mp inas.  A rquivo do E stado de São Pau lo.

 B iblioteca M unicipa l da cidade de Pi ra c icaba  Instituto Histó rico e Geo g rá fico de Pi ra cicaba.

Fontes

C AM ARG O, Ir. Ar ma nd a Fra nç a Go mes. U m po uco de no s s a hist ó r ia. 1979. I n: M AR CON, C hr ist in a Libera (Org.), Cano niza tioni s Serv ae Dei Cecili ae a Co rde Mar iae . P ir a c ica ba, 1992, v. 1.

_________ _. Co mis s ão H ist ó rica - R e lat ó rio . In: M ARC ON, C hr ist ina Libe r a (Org.). Canoni zationi s Serva e Dei Cecili ae a Co rd e Mariae. P ir ac ic a ba, 1992, v. 2.

_________ _. Cro no lo g ia H ist ó rica I e II. In: M AR CON, C hr ist in a Libera (Org.). Canoni zatio nis S er vae Dei Ce ciliae a Cor de Maria e . P ira c ica ba, 1992, v.3 e 4.

CONG REG AÇ ÃO D AS IR M ÃS FR ANC ISC AN AS DO COR AÇ Ã O DE M ARI A. R egra s e Co nst it u içõ es – 192 1. In: M ARC ON, C hr ist ina Liber a (Org.). Canonizatio nis S er vae D ei Ce cil iae a Co rde Ma riae . P ira c ica ba, 1992 (v. ú nico ).

CONG REG AÇ ÃO D AS IR M ÃS FR ANC ISC AN AS DO COR AÇ Ã O DE M ARI A. Est at uto s d isc ip linare s e d ire tó rio do no vic ia do . In: M AR CON , C hr ist ina Libe ra (Org.). Canoni zationi s Serva e Dei Cecili ae a Co rd e Mariae. P ir ac ic a ba, 1992 ( v. ú nico ).

JOR N AL G AZETA DE PIR ACIC AB A. 18 89 -1910. JOR N AL DE PIR ACIC AB A. 1900 -1 910.

LIVRO DE M AT RÍCU LAS – A silo Cor a ção de Ma ria. Pir acica ba , 1898. ( ma nuscr it o ).

LIVR O C AIX A - Asilo Co raç ão d e Maria. Pira cicab a , 1898 . ( ma nus cr it o ).

M AR CON, C hr ist ina Libera (Org.) Pro va Do cu me nt a l: Tra jet ó ria d a Co ngreg ação da s Ir mã s Fra nc is c a na s do Co ração de Mar ia. In: M ARC ON, C hr ist ina Libera (o rg.). Canonizationi s Ser vae Dei Ceci liae a Co rd e Mariae. P ir ac ic a ba, 1992, v. 1, 2, 3 e 4. To mo I, II, III e IV.

Documentos relacionados