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A partir da totalidade das discussões propostas podemos considerar que há a existência de uma secundarização do debate da formação e exercício profissional nas escolhas dos graduandos e graduandas de Serviço Social da UFRN, ou seja, não há a centralidade da discussão em torno do Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional, como objeto de pesquisa em um grande número de trabalhos analisados no espaço-tempo que nos debruçamos. Com os dados coletados pela pesquisa documental, podemos perceber que as temáticas perpassam a totalidade dos Núcleos de Fundamentação: as monografias discutem desde o Núcleo de Núcleos de Fundamentos Teórico-Metodológicos da Vida Social, o Núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira e o Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional.

São esses três eixos que norteiam a formação profissional. Os debates ensejados e desenvolvidos pelos e pelas estudantes se mostram ricos e imprescindíveis para a leitura da realidade dos egressos do curso e assistentes sociais, porquanto, os profissionais necessitam formar um perfil profissional crítico que consiga compreender a realidade em toda sua totalidade: desde os aspectos macro, até os microestruturais. Todavia, como apresentado, o terceiro núcleo é o menos analisado e debatido. É nesse ínterim que se enseja a dimensão investigativa da profissão e a sua necessária solidificação nas sistematizações teóricas dos graduandos e graduandas e, em geral, nas fronteiras e limites da formação profissional.

Portanto, é imprescindível que se cristalize a vontade de pesquisar e discutir a profissão. Não deve haver um apelo ou o ensejo das concepção hierarquizante de que um núcleo é mais importante que o outro. As Diretrizes Gerais Curriculares da ABEPSS e o projeto profissional discorrem e defendem o contrário: a totalidade de eixos estruturantes tem de ser visualizadas, analisadas, interpretadas e apreendidas em movimento, como processualidade, sem fragmentações e dotadas de transversalidade. Dessa forma, prevê-se que, consoante Iamamoto (2015), “retomando, com novas luzes, o Serviço Social como objeto de sua própria pesquisa” (p.464), é de fundamental importância que haja um maior debruçamento e incentivo de se analisar mais a profissão, a formação e o exercício profissional.

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