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CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo contou com 86 entrevistados Tanto os

CAPÍTULO IV: IMPACTOS DO PRONAF NO ESTADO DE

PRONAF Volume PRONAF 1,

5.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo contou com 86 entrevistados Tanto os

agentes de desenvolvimento rural nos municípios, quanto os 4 responsáveis por órgãos estaduais e os 30 agricultores familiares foram entrevistados a partir de questionário. Esse instrumento objetivava captar a percepção dos impactos do PRONAF nos municípios e no estado.

Foram entrevistados, em média, cinco agentes por município e dez por mesorregião. A mesorregião que teve o maior número de agentes respondentes foi o Sul Catarinense com doze, enquanto que as demais tiveram dez respondentes por mesorregião. Ao todo, foram 56 agentes entrevistados no estado, sendo que 52 municipais e 4 estaduais (federação sindical; instituição financeira; órgão estadual de assistência e extensão rural, e; Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca).

As cidades em que mais agentes foram inquiridos são Ituporanga e Jacinto Machado com oito e sete entrevistados respectivamente. No outro extremo ficou a cidade que havia passado por uma enchente, Rio do Oeste com apenas dois entrevistados. Foram entrevistados quatro agentes que concentram seus órgãos na capital catarinense Florianópolis.

Em relação aos agricultores familiares dos municípios das cinco mesorregiões de Santa Catarina foram entrevistados através de um questionário sobre a percepção dos impactos do PRONAF em relação a suas vidas e em seus municípios. Ao todo, foram entrevistados 30 agricultores familiares no estado, correspondendo a seis por mesorregião e três por município.

Conforme relatado anteriormente, as viagens de pesquisa de campo foram planejadas para que conseguisse realizar as entrevistas aos agentes e aos agricultores num mesmo dia. Assim, conforme detectado no pré-teste, o questionário dos agricultores com 35 perguntas fechadas,

abertas e de múltipla escolha, levaram em média 55 minutos para serem respondidas. Com isso, o critério para o estabelecimento da participação de três agricultores por município levou em conta o tempo necessário para as locomoções e entrevistas dos agentes de desenvolvimento rural do município.

Entre os 30 entrevistados no estado, 26 foram entrevistados “in loco”, ou seja, na sua propriedade e em alguns casos na presença de algum integrante da família (cônjuge e/ou filhos). Dos outros 4, dois foram entrevistados na sede do sindicato local, um no centro do município e outro na propriedade de um dos outros 26 entrevistados.

O pesquisador pôde perceber a excelente receptividade da grande maioria dos agricultores que participaram da pesquisa. Simpatia, simplicidade e hospitalidade são alguns adjetivos que podem ajudar a descrever esses agricultores visitados no interior de Santa Catarina. Na maioria das vezes houve o convite para entrar e sentar em suas varandas ou no interior de suas residências. Houve casos em que o pesquisador chegou próximo ao horário do almoço e recebeu convite para almoçar; outros, ainda, fizeram convites para visitas futuras quando o pesquisador passasse pela região novamente.

Muitos levaram o pesquisador para conhecer suas plantações e criações. Alguns, inclusive, foram entrevistados em meio à atividade. Em frente a plantações e estrebaria foram locais onde também foram realizadas algumas entrevistas. Em apenas dois momentos o pesquisador percebeu que os agricultores, por terem sido pegos de surpresa, ficaram receosos num primeiro momento. Um deles até mencionou ter desconfiado que pudesse ser um fiscal ou algo do gênero.

Colher cebolas, acompanhar o processo de ordenha e resfriamento do leite, conhecer projeto de pastagens, visualizar plantações e criações foram algumas das atividades proporcionadas ao pesquisador durante a pesquisa de campo87. Em relação aos questionários, enquanto houve dois blocos para os ADRs que buscaram no primeiro identificar o entrevistado e no segundo captar as percepções acerca dos impacto do PRONAF, no questionário dos AFCs os primeiros quatro blocos ajudaram a traçar o perfil geral dos agricultores e no último bloco objetivou-se esboçar os impactos vivenciados e percebidos pelos mesmos.

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Além disso, o pesquisador enfrentou: atolamento e óleo na pista em Ituporanga; enchente e queda de barreira em Rio do Oeste; quebra de barreira na mesorregião norte e queda em Urubici.

Para captar a percepção dos ADRs e AFCs sobre os efeitos do PRONAF na qualidade de vida dos agricultores e dinâmica local, houve cinco perguntas das quais quatro delas de múltipla escolha baseando-se na escala Likert 5 e uma última questão aberta sobre sugestões, críticas, elogios sobre o PRONAF ou sobre algum dos agentes envolvidos. As quatro questões de múltipla escolha levantaram as percepções sobre: a) Impactos na Produtividade

b) Impactos na qualidade de vida e dinâmica local c) Outros impactos além do PRONAF

d) Principais dificuldades de acesso ao PRONAF

As questões eram lidas durante a entrevista seguidas da explicação sobre como responder considerando: 1-nada; 2-pouco; 3- razoavelmente; 4-bastante; 5-totalmente; ou deixar em branco caso não soubesse ou não tivesse percepção sobre o assunto. Em seguida, o entrevistador iniciava exemplificando de que forma responder a primeira alternativa para dar seguimento às próximas.

Posteriormente, o entrevistado respondia conforme as escalas consideradas e, de acordo com sua personalidade, alguns explicavam porque percebiam daquela maneira enquanto outros eram mais objetivos. Isso foi percebido logo no pré-teste quando o pesquisador cronometrou o tempo das primeiras entrevistas88. Com isso, havia sempre a explicação de que ele podia comentar, mas que não havia necessidade de explicar o motivo da resposta e que na última pergunta do questionário haveria a possibilidade do respondente entrar em detalhes sobre sugestões, elogios e críticas ao programa e aos atores envolvidos no programa.

Todavia, o pesquisador deixava o entrevistado à vontade e percebeu que a maioria, quando sentia necessidade de comentar alguma alternativa que lhe chamava mais atenção, acabava explicando e muitas vezes dando algum exemplo. Dessa forma, o pesquisador pedia ao entrevistado se podia escrever sua explanação na última questão para o que, na grande maioria das vezes, havia o consentimento e, consequentemente, o aproveitamento das informações recebidas89.

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O tempo das entrevistas aos agentes de desenvolvimento rural variou muito e em alguns casos passou de uma hora. Em outros não passou de 20 minutos.

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Salienta-se que sempre após a escrita, ocorria a leitura para que o entrevistado pudesse confirmar se estava escrito de acordo com sua opinião e percepção.

O primeiro procedimento, após a finalização das entrevistas, foi tabular os dados em planilhas do software Excel. Em seguida, houve a classificação dos dados em tabelas e/ou gráficos para facilitar a análise e descrição dos resultados. A análise das questões do último bloco foi realizada a partir de duas tabelas em conjunto com as respostas da pergunta aberta que davam suporte a algumas dessas respostas.

A primeira tabela correspondeu à quantidade de respostas para cada alternativa. Foi a partir dessa primeira tabela que pôde ser construída a segunda tabela com a mediana e media ponderada. Para melhor entendimento, a tabela 22 abaixo ajuda a entender como a primeira tabela ficou constituída a partir das respostas sobre as percepções em relação aos impactos na produtividade dos 56 agentes de desenvolvimento rural entrevistados:

Tabela 22: Primeira tabela sobre as respostas do questionário dos ADRs sobre a importância das alternativas em relação aos impactos na produtividade.

EM RELAÇÃO AOS IMPACTOS NA PRODUTIVIDADE