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Capítulo 2 – Enquadramento teórico de suporte ao Pii

2.5. TIC na Educação em Ciências

2.5.2. Constrangimentos associados às TIC

Alguns dos constrangimentos associados à utilização das tecnologias de informação e comunicação são de formação específica dos professores, bem como a falta de recursos nas escolas, pois são poucas as escolas que têm computadores ou outros tipos de tecnologias de informação e comunicação, e as que têm são ainda em número reduzido de recursos (GEPE, 2008).

Como obstáculos à integração das tecnologias no contexto escolar, Moreira, Loureiro e Marques (2005) categorizam os constrangimentos associados à utilização das TIC em três níveis: Macro (sistema educativo); Meso (institucional) e Pessoal (professores e alunos).

A nível do Sistema Educativo, consideram o corpo docente e o currículo, exemplificando a falta de estabilidade do corpo docente e os conteúdos inadequados ou as dificuldades sentidas na integração curricular das tecnologias.

A nível Institucional, destacam os obstáculos económicos, de equipamento e de logística-gestão, isto é, os gastos para obterem os equipamentos, a falta de infraestruturas e a organização das turmas, dos espaços e dos horários.

Referente ao nível Pessoal, são consideradas três categorias, na vertente dos professores: formação; atitudes e gestão do currículo. A formação está associada à falta de conhecimentos e competências dos professores para integrar as tecnologias no currículo. Às atitudes estão relacionados os sentimentos dos professores, ou seja, a necessidade de inovação das práticas pedagógicas ou a falta de evidência da utilização das tecnologias na aprendizagem dos alunos, pois muitas vezes não se sentem seguros perante a utilização de um computador. A gestão do currículo relaciona-se com as dificuldades de integração curricular e a falta de fontes de informação. Ainda a nível Pessoal, mas na vertente dos alunos, destacam-se barreiras a nível linguístico, autonomia

e conhecimentos (competências nas tecnologias e cultura de exploração). Os alunos utilizam tecnologias como os telemóveis e as consolas de jogos, no entanto, de acordo com estudos não utilizam o correio eletrónico, e quando o utilizam não é para trocar mensagens com os professores, facto este que se pode explicar devido à falta de utilização das tecnologias em sala de aula, e ao estímulo por parte do professor.

Tal como se referiu anteriormente, depois da consulta de vários autores, nomeadamente, Lima (2007), Martinho (2008), Santos (2007) e Almenara (2010), destacam-se na tabela 1 os constrangimentos da utilização das TIC no ensino.

Nível Constrangimentos do uso das TIC no ensino

S iste m a E d u cativo

Falta de infraestruturas nas escolas, impossibilitando a formação dos seus alunos;

Utilização inapropriada pode levantar obstáculos à aprendizagem;

In

stitucion

al Falta de equipamentos nas escolas;

Custo de aquisição de equipamentos com as qualidades necessárias para desenvolver uma proposta formativa rápida e adequada;

Pe ssoal Assoc iad o aos Alu n

os Inibição do aluno na resolução de um trabalho, quando a sua

publicação estará visível para toda a comunidade;

Computador como elemento suscetível de distração dos alunos;

Assoc iad o aos Pr ofe ssor es 1

Necessidade de se adaptar a novos métodos de aprendizagem (o uso exige que o aluno e o professor saibam trabalhar com métodos diferentes dos que são utilizados tradicionalmente);

O tempo necessário para as atividades online;

Inexistência de uma disciplina informática (no ensino básico).

Tabela 1 - Constrangimentos da utilização das TIC no ensino

1 Os constrangimentos associados aos professores podem ser associados aos alunos.

As limitações assinaladas anteriormente,

“no se centran exclusivamente en los aspectos económicos y de falta de infraestructuras, sino en las transformaciones de las ideas que tenemos sobre el papel que las mismas pueden desempeñar en el proceso de enseñanza-aprendizaje,

la significación que le queramos conceder, y del tipo de estrategias que apliquemos sobre la misma en su incorporación educativa” (Almenara, 2010, p. 50).

O facto de não estarem inseridos nos programas curriculares o recurso às TIC de forma direta é apontado como um obstáculo. Isto porque, nas “escolas portuguesas há alguma resistência na incorporação das TIC em todas as disciplinas, devido fundamentalmente à insuficiente dotação de equipamentos para utilização livre nos alunos” (GEPE, 2008, p. 59).

As simulações indicadas como aspeto positivo para a utilização das TIC por poderem eliminar erros nas experiências e fornecer estímulos visuais, podem levar as crianças a obter dados precários e retardar o uso da medida (Condie & Munro, 2007).

De forma a combater os constrangimentos assinalados e integrar as TIC nas sala do 1.º CEB em todas as áreas, segundo Ramos (2007), podem-se seguir algumas linhas de orientação. A primeira sugere que a integração das TIC seja elaborada através da criação de ambientes de aprendizagem apropriados, de forma a aumentar o valor educativo, e a promover o uso dos recursos da escola, que pode ser elaborado através das atividades práticas, laboratoriais e experimentais. De seguida, sugere processos de aprendizagem transversais como a introdução das TIC, através de processos que desenvolvam o conhecimento dos dispositivos mais importantes, como a interação com os computadores. Isto é, desenvolvendo atividades transversais ao currículo ao mesmo tempo que adquirem competências relacionadas com as TIC. Como terceira linha, a introdução das TIC deve ser elaborada através de estratégias de ensino e aprendizagem, com atividades lúdicas e a criação de situações didáticas que levam as crianças a ter que recorrer a diferentes áreas curriculares. Por isso, “as TIC representam um poderoso meio que pode ser utilizado ao serviço de estratégias de aprendizagem construtivista (ou associadas a outros paradigmas) e aplicado ao método científico das várias disciplinas ou áreas disciplinares que compõem o currículo” (Ramos, 2007, p. 167).

As crianças devem de aprender na Internet de forma segura, através de atividades de aprendizagem que permitam perceber qual é a informação útil e necessária para os trabalhos, desenvolvendo competências de pesquisa e de recolha de informação. Através da escrita criativa, recorrendo aos processadores de texto, as crianças devem de experimentar e desenvolver competências de autoaprendizagem e desenvolver a habilidade de escrever textos. Por último, para a introdução das TIC em sala de aula os

principais responsáveis são os professores, que devem de introduzi-las como elementos para melhorar os métodos de ensinar e aprender. Para isso, é necessário que o professor previamente tenha conhecimentos sobre estes utensílios.