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5 – CONSTRUINDO NOVOS ESPAÇOS NA POLÍTICA: DA MULHER PRIMEIRA DAMA À MULHER CANDIDATA

Podemos entender a prática política cotidiana, em relação a como o sistema político formal é experimentado, vivido e transformado, refletindo as trajetórias e projetos de seus atores concretos. Durante as campanhas e mandatos, o êxito dos políticos é proporcional à sua capacidade de articular o acesso a dimensões e níveis de cultura – que de outra forma seriam praticamente inatingíveis – dos eleitores, de modo a fazer com que ele compartilhe seus valores, projetos e dramas. Ao mesmo tempo, esse representante precisa ser alguém diferente do eleitor, que tenha condições de trazer soluções de mundos distantes para sua realidade (KUSCHINIR, 2000).

A partir dessas questões, trago como proposta para esse capítulo o aprofundamento de compreensões acerca dos lugares ocupados pelas primeiras- damas nas campanhas e mandatos nos quais estão envolvidas. Através de suas trajetórias e atividades no processo eleitoral, tento entender o que seus corpos marcam, quais os significados de suas funções e o que esse conjunto de atos reitera, enquanto inteligibilidades para os gêneros nesse campo específico. Para tanto, apresento trechos de entrevistas com primeiras-damas e candidatas (que já foram primeiras-damas), além de apresentar, a partir de suas falas, como se dá o fazer político, e como elas se legitimam em um espaço construído e dominado historicamente por outros corpos, tencionando-o com a compreensão de gênero enquanto performatividade, retificando a ideia de que os gêneros “estão abertos a cisões, sujeitos a paródias de si mesmo e que em seu exagero revelam seu status fundamentalmente fantasístico” (BUTLER, 2010, p: 211)

É possível perceber até aqui, que o lugar de primeira-dama se configura enquanto uma construção de investimentos e mediações constantes para todas as mulheres com quem trabalhamos nesse texto. O que não é notado, a primeira vista, é que antes de alcançarem a posição de primeiras-damas, essas mulheres já se pensavam como um “diferente, porém igual” à outras mulheres, como nos diz a primeira-dama de Crato. Ela marca seu diferencial afirmando, “eu sempre gostei muito de gente. Quando eu me vi no mundo da política, eu só entendi que eu precisava me envolver mais, ter um lugar; eu não podia ser uma mala para os outros carregarem”

(primeira-dama de Crato em dezembro de 2017). A relação estabelecida entre as elas e o espaço público é a marca distinta na fala dessas mulheres, pois se numa concepção tradicional, mulheres são “feitas” apenas para o espaço privado, a política seria um espaço ao qual elas não escolheriam estar por vontade própria; no entanto, para esse grupo de mulheres, o gostar da política, querer se envolver, não ser só esposa, passa a ser fator decisivo para distinguir quem serve, ou não, para ser primeira-dama. Como confirma uma delas “se política for coisa só de homem, já vi que não sou mulher” (primeira-dama de Juazeiro do Norte em janeiro de 2018)

É interessante pensar que o modo de distinção para ser ou não uma “primeira-dama de respeito” – termo usado em um comício para apresentar a esposa de um candidato – seja o desejo de estar e participar de forma efetiva de um campo social alheio à suas funções estabelecidas pelas leis culturais. Butler (2010, p: 39) nos diz que

Certos tipos de “identidade de gênero” parecem ser meras falhas do desenvolvimento ou impossibilidades lógicas, precisamente porque não se conformam às normas da inteligibilidade cultural. Entretanto, sua persistência e proliferação criam oportunidades críticas de expor os limites e os objetivos reguladores dos campos de inteligibilidade, matrizes rivais e subversivas de desordem do gênero (2010, p: 39).

Essa possibilidade de subverter os gêneros no campo político do Cariri é complexificada (e podemos acompanhar isso em outras instâncias da política formal por todo o país) com essa tensão entre desejar a política – coisa essa que não decorre da “natureza feminina” –, e a forma como elas se apresentam no campo, pois, elas costumam evocar em momentos oportunos uma mulher cristalizada no tempo reconhecida por todos como o ideal de mulher: casada, religiosa, mãe amorosa, dedicada ao lar e a família. Assim, durante toda a campanha essas mulheres performatizam um sujeito que, longe de estabelecer um modo único de ser primeira- dama, estabelece a possibilidade de negociar com o campo político o tipo de primeira- dama que é preciso ser e em que momento agir.

A primeira-dama de Crato assumiu que não gostava de saber por meio de outras pessoas como as coisas aconteciam ou funcionavam. Então ela começou a participar de todos os momentos possíveis na campanha, ela declarou que ia aos debates, para as ruas em busca de voto, para tudo “era o que eu fazia desde sempre,

eu adorava aquilo, tanto as coisas boas quanto as ruins”. A primeira-dama conta, que em uma reunião com o pessoal da educação, ela ficou responsável por apresentar as propostas para educação, o que era justo segundo ela, já que a proposta tinha sido escrita por ela junto ao nome que seria o secretário de educação caso eles ganhassem; mas um senhor ficou sem paciência e disse que ela estava falando demais e perguntou quem era o candidato, por que ele pensava que era o marido dela. Em outro momento, ela comenta que a única vez que ficou chateada mesmo, foi quando perguntaram se ela não tinha que cuidar da casa ou dos filhos, já que ela vivia na rua. Para ela, essa foi a situação mais “deselegante” que enfrentou, porque estavam julgando o seu papel de mãe e isso ela não admitia; contudo, ela admite que aprendeu a lição e, que, apesar de estar disposta a fazer tudo na campanha, cada um tem sua função e lugar, e que é preciso todos ocuparem bem esses lugares. A partir de então, “eu só falaria para uma plateia, se ele – o candidato – não estivesse presente ou se fosse chamada a falar” (primeira-dama de Crato em dezembro de 2017).

Já a primeira-dama de Farias Brito era pressionada a falar em todas as reuniões e encontros com os eleitores. Ela conta das diversas vezes que foi sem nada preparado, porque tinha certeza que só era preciso o candidato a prefeito falar, mas as pessoas queriam que ela apresentasse as propostas. Segundo ela, uma senhora havia dito que ela explicava as coisas mais bonito que o marido, que ela tinha um jeitinho melhor de chegar nas pessoas. Para a primeira-dama, era só por ser mulher, já que ela acredita que “toda mulher sabe encontrar um jeitinho de se aproximar dos outros, de entender o que eles precisam” (primeira-dama de Farias Brito em fevereiro de 2018).

A partir das falas dessas mulheres, é possível entender que durante as campanhas, elas precisam saber transitar entre o papel de esposa, mãe dedicada e dona do lar – pois um bom administrador jamais escolheria uma companheira “desleixada” para estar ao seu lado (fala de um eleitor em Araripe) – e o papel de cabo eleitoral da campanha, onde elas se veem fazendo “todo tipo de coisa”.

Eu era como um cabo eleitoral, fazendo tudo que qualquer cabo eleitoral fazia, a diferença é que quando vinha um deputado que nos apoiava, um prefeito de uma cidade vizinha ou mesmo os vereadores da coligação eu tinha que ser dona de casa, aquela coisa toda, receber bem, servir bem, fazer companhia às esposas deles. Um dia a gente estava num aperreio tão grande por causa de uma notícia falsa, que gente nossa, que eu pensava que era gente nossa, né? Soltou, que lembro que eu ficava da cozinha onde eu estava com um grupo de

mulheres, respondendo aos gritos o que os homens conversavam lá na sala, porque eu não conseguia me desligar da campanha, nem podia deixar aquele bando de mulher sozinha na minha casa. Até que uma hora meu marido disse: ou fica aqui ou vai lá para sala. Eu disse as meninas que voltava já e só retornei duas horas depois (primeira- dama de Araripe em abril de 2018).

Eu sempre fiz de tudo e era perseguida por isso, por eu ser esposa dele, se me pegassem com alguma coisa errada era ruim para campanha toda. Se fosse qualquer um dos nossos cabos [eleitorais] ou eleitores poderíamos dizer que foi escolha dele, que não temos controle sobre todo mundo, mas a esposa do candidato era diferente. Uma vez disseram que meu carro estava lotado de coisas para comprar voto, quando meu carro não tinha nada, eu desci aquela ladeira do seminário com uns homens num carro preto me seguindo, fecharam meu carro no arco que eu quase fui parar dentro do canal (primeira-dama de Crato em dezembro de 2017).

A função de uma esposa de candidato durante a campanha, é? Como eu posso dizer? Ser tudo o que a campanha precisar. Fui cozinheira, mãe dos filhos dos outros, fui secretária, motorista, fui esposa, fui até solteira, andando para festa sozinha o que fazia tempo que eu não fazia. A gente é o que precisar que a gente seja. Meu marido era só o candidato mesmo (risos), mas eu fazia de tudo (primeira-dama de Jati em fevereiro de 2018).

As experiências de campanha se tornam, para muitas dessas mulheres, ritos de passagem, devido ao período de liminaridade e incertezas com que lidam e, ao final, de fato, se encontram em novas posições sociais, em outro lugar após o processo. “Ninguém sai do mesmo jeito que entrou numa campanha” diz a esposa de um candidato que perdeu as eleições, “ganhando ou perdendo você sai de lá outra pessoa... se bombear, você aprende a ser gente numa campanha”. Elas falam em enxergar as coisas de outro modo com a campanha, já que aprenderam a se posicionar, aprenderam com quem falar, “porque se você fala com todo mundo, você acaba se queimando” (primeira-dama de Jati em fevereiro de 2018); aprenderam sobre suas cidades, “aqui tem coisa que eu nem imaginava antes de fazer campanha” (primeira-dama de Juazeiro do Norte em janeiro de 2018), elas aprenderam, inclusive, os caminhos dos acessos. E esse aprendizado aprofunda a distinção entre essas e outras mulheres.

No início desse capítulo, falamos sobre a importância do representante político ter condições de trazer soluções para as questões de seu eleitorado, e que essa solução só é possível se ele estiver próximo o suficiente para conhecer as necessidades do seu povo, e longe o necessário para alcançar respostas efetivas, o que só pode ser possível através dos acessos. Kuschnir, em o Cotidiano da política (2000), diz que a política é um meio para os acessos e essa é a sua razão mais relevante, pois é através do acesso a pessoas, escritórios, secretários, prefeitos, comissões que as soluções circulam, e as verbas circulam através dos acessos a essas pessoas. A primeira-dama de Jati relatou que “as pessoas que nos ajudam – parentes, comunidade, amigos, correligionários – tem que atender, é para isso que a política serve, a gente tem que entender que as pessoas que ajudam um candidato a se eleger têm que ser recompensadas e nosso dever é recompensá-las”.

Essas mulheres apreendem com seus corpos o que é política. Até o momento de estar em uma campanha, são anos anteriores desenvolvendo algum tipo de trabalho que promova essa família a representante de uma localidade. Algumas vêm de famílias já envolvidas na política local, em cidades de maior porte como Crato e Juazeiro do Norte, mas as demais construíram junto com os companheiros um envolvimento com a comunidade. O depoimento da primeira-dama de Araripe é interessante, pois é possível perceber a importância do papel dessas mulheres muito antes de qualquer formalidade política.

Eu me casei muito nova. Na época, eu fazia uma faculdade e tive que abandonar para ser mãe de família. Passei dez anos sem estudar, aí criei coragem, fui fazer cursinho para tentar recomeçar. Me formei em direito e sou especialista em direito previdenciário. Olha, vou te dizer, o meu trabalho foi um impulsionador da minha família para política, porque eu retornei para Araripe e me reencontrei com muita gente, muita gente pobre que não tinha como pagar meus serviços e mesmo assim eu fazia, e pessoas que eram da política tradicional da cidade. Nisso vamos dizer, que a vontade de fazer as coisas estava enrustida em mim, meu marido fez despertar e a carreira impulsionou (primeira- dama de Araripe em abril de 2018)

É comum nas falas dessas mulheres a marca de um trabalho realizado anteriormente, que de alguma forma produziu seus nomes e deu-lhes uma visibilidade local, fazendo-as estabelecer outras redes de relações sociais nas comunidades. Assim, o trabalho na comunidade, seja como advogada, médica ou professora, é

considerado por elas como um divisor de águas nesse processo da família em busca de espaço na política local. Mais do que isso, através do exercício de seus trabalhos, elas dizem ter encontrado uma causa, como disse a primeira-dama de Farias Brito “se você sair de casa não tem como não se importar, não se comover e não se envolver... além do mais, para que serve uma primeira-dama que não sabe fazer nada? ”

Não basta, nesses casos, que os candidatos estejam bem posicionados e/ou bem relacionados na comunidade, a família e mais especificamente as esposas têm que ser “bem vistas” na cidade para que esse homem passe a ser pensado como possibilidade política. A fala a seguir da primeira-dama de Araripe, mostra que essa relação pode ser mais complexa do que imaginamos.

Meu marido sempre foi um sonhador, entendeu? Uma pessoa que visava sempre o futuro. Entrar na política não era uma coisa que passava pela minha cabeça, ele sempre teve... ele sempre foi essa pessoa ligada à política, que comentava, que queria saber, eu não. Eu era mais uma entusiasta; toda vida que ele falava... por essa minha espontaneidade, por gostar das causas sociais e tal, eu sempre fui entusiasta e sempre o apoiei. Tanto que chegou um momento das nossas vidas que eu disse a ele que ia dar esse pontapé inicial, e eu comecei a jogar o nome dele nas rodas de conversa. Ele tinha essa vontade, mas ele não tinha, na época, como se projetar, ele coordenou algumas campanhas, mas ele trabalhava para os candidatos, aí eu, a partir de minha profissão em contato com todo tipo de gente, comecei a falar dele, eu jogava para ver a reação das pessoas, eu dizia que ele era uma pessoa com ideias interessantes, boas para cidade. Eu comecei a falar dele em todo canto, - olha, eu acho que fulano seria um bom nome para prefeito de Araripe – e as pessoas começaram a olhar para ele de forma diferente (primeira-dama de Araripe em abril de 2018).

No fragmento acima, é possível perceber que a primeira-dama compreendia, mesmo que não formalmente, normas do campo da política, e que conscientemente, deu o primeiro passo para projetar o nome do marido politicamente, “ele queria, era um sonho dele e eu peguei esse sonho para mim”. Nesse momento, era o nome dela que acumulava maior capital político e ela o dispõe para a construção do nome do marido enquanto representante.

A ideia de vocação, de Bourdieu (2011), parece interessante, pois, segundo o autor, ela tem por efeito produzir encontros entre as disposições e as posições. Encontros que fazem com que os sujeitos em posição de dominados cumpram com “felicidade” as tarefas que lhes foram atribuídas, devido as suas virtudes de

submissão, de gentileza, de docilidade, de devotamento e de abnegação. Assim, as expectativas sobre o comportamento dos corpos tendem ainda a fazer desaparecer, através do desencorajamento, a própria inclinação a realizar atos que não são esperados por corpos femininos, mesmo quando esses não lhes são recusados, “quanto mais eu era tratada como mulher, mais mulher eu me tornava” (Bourdieu, 2011, p: 77).

Em O poder simbólico (2009), a noção de habitus exprime, sobretudo, a recusa a toda uma série de alternativas nas quais se encerrou a consciência dos sujeitos. É possível pensar na exclusão histórica e social a que corpos compreendidos como femininos foram submetidos porque a ordem das coisas dizia para que não ocupassem tais espaços. Lugares para os quais as mulheres não foram feitas, porque não foram feitos para elas.

Por outro lado, é possível observar, que ao ocupar o lugar de primeira- dama, um capital social pode ser construído para uso no campo da política no sentido de legitimá-la a representar a família ou, mais especificamente, o marido, enquanto representante político.

Depois das eleições, as coisas ficam mais fáceis por um lado, porque não tem que ficar convencendo as pessoas do nosso trabalho, mas por outro lado, é preciso trabalhar e muito. Nessa correria do dia-a-dia, é muito comum ter uma inauguração e ele (o prefeito) não estar na cidade e eu ir (sic) representando a prefeitura. Mesmo fora da cidade, às vezes, ele fica aqui e eu vou representando o município, e como eu era secretária de cultura de Juazeiro, isso acabava sendo muito constante, porque aqui tudo gira em torno da cultura, né? (primeira- dama de Juazeiro do Norte em janeiro de 2018)

Na situação acima, a primeira-dama ocupava uma das secretarias mais importantes do município, o que lhe dava muita visibilidade. Era comum ver seu nome junto aos eventos religiosos, com romeiros, turistas, além de ser a pessoa indicada a dar entrevistas quando o assunto era os eventos culturais/religiosos em Juazeiro.

É no mandato que essa apreensão do modo operacional da política é aprofundada, ao mesmo tempo em que elas se encontram com seus limites enquanto personagens políticos, ao final das contas, primeira-dama não é um cargo, elas não foram eleitas para isso, oficialmente e legalmente ninguém votou nelas, e apesar de

às vezes, isso ficar inebriado devido às cobranças aos seus lugares e posturas, elas falam dos momentos em que percebem que não são o que queriam ser.

Olha, eu passei um tempo só como primeira-dama no primeiro mandato, mas aí eu não aguentei mais. Quando eu chegava em uma secretaria e via algum trabalho mal feito, ou quando eu ia falar com um secretário para fazer um trabalho e esse trabalho não era feito, eu ficava chateada, aí acabava discutindo com ele (o prefeito), ele sempre dizia: “Deixa isso com a secretaria, fica na sua”, mas eu não aguentava. Eu andei naquelas ruas, eu conhecia o povo, as pessoas me viam, me pediam ajuda, emprego e eu queria dar, mas eu não podia, porque eu não era uma pessoa com poder para isso (primeira- dama de Crato em dezembro de 2017).

Poucas pessoas sabem, mas eu sei, porque eu andei bairro a bairro aqui. Eu sei como são as casas das pessoas, conheço suas necessidades, e quando me vi sabendo disso tudo, eu queria ajudar, mudar as coisas e não podia. Porque se eu quisesse dar um tijolo era proibido, uma casa com teto caindo e a pessoa a ponto de se machucar com criança e tudo, e não poder fazer nada, porque é proibido por lei, é perturbador (primeira-dama de Crato em dezembro de 2017).

Teve um tempo que eu me vi perguntando o que era que eu estava fazendo? Eu passei por uma campanha dolorosa como aquela para não fazer nada depois? Eu conhecia cada bairro da minha cidade, sabia o que estava faltando, onde era preciso fazer tal trabalho, mas eu não podia fazer nada. Eu me vi numa posição em que eu queria fazer tudo e não podia, e não podia porque era primeira-dama, entende? Eu não podia comprometer o trabalho dos secretários e do prefeito, as minhas atividades, se eu quisesse mesmo fazer, eu mandava um projeto para câmara de vereadores para ter o aval oficial, para não passar na frente de ninguém. Se eu não fosse primeira-dama era mais fácil (primeira-dama de Farias Brito em fevereiro de 2018).

Quando ele ganhou as eleições, eu pensei: que oportunidade maravilhosa eu vou ter de poder fazer alguma coisa pelo meu povo; eu pensei. Porque você conhece as pessoas que fazem, mas ter a oportunidade de você mesma fazer é complicado, tem que brigar para fazer. Eu mesma tive muitos problemas com secretários e alguns funcionários que se achavam mais que os outros (primeira-dama de Jati fevereiro de 2018).

Nas falas acima, essas mulheres falam do lugar de esposas e da frustação