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Consumerismo no Brasil

No documento fernandadosreis (páginas 49-54)

Parte I – Estudo Teórico

2- Capítulo 2 Responsabilidade Social

4.1 Consumerismo no Brasil

O amadurecimento das estruturas brasileiras voltadas para a área do consumo fez com que o consumerismo também se estruturasse no Brasil. Um exemplo disso foi a criação do Procon em 1967, que tem como objetivo defender os direitos dos consumidores, ouvir suas reclamações e lutar por um tratamento mais justo na fiscalização de produtos e serviços.

Outro exemplo que podemos citar é a criação de departamentos para atender aos consumidores, criados, num primeiro momento, por organizações multinacionais.

Podemos citar também a criação do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor de 11/09/1990, a primeira lei dedicada exclusivamente à proteção do consumidor no País, abarcando questões como qualidade de produtos e serviços, contratos de adesão, publicidade, responsabilidade do fabricante e distribuidor,

impondo sanções aos infratores que vão desde a aplicação de multa até a prisão. (FILHO, 1991, p. 40)

Um dos desafios enfrentados para a evolução do consumerismo brasileiro é a questão da educação, afinal, isso é um problema nacional, a falta de acesso à educação faz com que a massa critica da sociedade brasileira seja reduzida a um pequeno número de cidadãos.

Notamos que, no Brasil, o consumerismo está ligado principalmente às classes mais altas da sociedade. Mas concluímos que é um fenômeno latente, que está em desenvolvimento e será primordial para o processo de transformação do cidadão brasileiro.

4.2 - O Composto de Marketing sob o ponto de vista consumerista

Acreditamos que entender o consumerismo, suas causas e estrutura, será extremamente importante para os profissionais que trabalham e refletem a comunicação, principalmente os dedicados às estratégias de marketing, pois o consumerismo está voltado ao fator social e mercadológico.

Sabendo que para a formulação de estratégias de vendas a organização necessita de elementos cruciais, o próprio produto, a comercialização, a distribuição, o preço e a promoção. Esta composição foi formulada por Kotler (2001) e já teve seu emprego em estudos consumeristas.

Produto

É o elemento básico e iniciador das ações consumeristas, seja ele um produto físico, serviço, idéia ou recurso natural. Falhas na qualidade, peso ou quantidade irregulares, má aparência, presença de objetos estranhos, falta de segurança, indicações imprecisas do uso, mau acondicionamento, deficiência na garantia, obsolescência precoce, maus serviços e danos ambientais são atributos

que condenam qualquer produto ou quem se valer destes recursos para mercantilizá-lo (FILHO, 1991, p. 72)

Comercialização/Distribuição

Engloba os procedimentos de transporte e de ponto de venda, como forma de venda, pesagem, exposição, conservação e distribuição.

Preço

Tem sido grande decisor para a efetivação de uma compra. Além de pesquisas atestarem esta importância, a experiência brasileira tem mostrado no dia-a-dia que o preço, muitas vezes, condiciona a compra de um produto, e não sua qualidade ou sua extrema necessidade.

O preço alto é sempre motivo de contrariedade do consumidor mormente se não são percebidos ganhos de qualidade ou quantidade nos atributos do produto em questão. (FILHO, 1991, p. 77)

Promoção

Abrange áreas como Promoção de vendas, merchandising, relações públicas e propaganda. A promoção busca informar e persuadir para provocar a compra ou acelerar o consumo. Por ignorância ou desconhecimento, muitos autores e estudiosos passam uma visão confusa destes mecanismos promocionais: é comum detectar a atribuição de uma atividade de marketing (como distribuição ou preço) à propaganda, ou uma atividade de propaganda à venda pessoal. (FILHO, 1991, pg. 79)

Portanto, concluímos que para que se tenha, realmente, uma mudança nesta área, ou seja, para que cada vez mais o consumo consciente esteja na pauta das discussões para a reestruturação de práticas e hábitos de consumo consciente, é necessário que se inclua os instrumentos do marketing.

Sabemos que a produção e o desenvolvimento de produtos de consumo devem incluir instrumentos comunicacionais e estes são importantes no encorajamento de mudanças. Portanto, neste contexto, o marketing e a comunicação integrada, que se relacionam e complementam, são primordiais para que se desenvolva mudanças na esfera do consumo e no comportamento do consumidor. Afinal, tem o poder de encorajar e integrar as preocupações da sociedade pós-moderna, ligando as práticas de consumo, as preocupações ambientais, interferindo no próprio processo político, na ação da mídia e por fim, interligando diferentes setores neste processo.

4.3 - Consumerismo e as Relações Públicas

As relações públicas têm sido um instrumento cada vez mais presente nas estratégias das organizações. Sua função de administrar conflitos externos e internos, agir no sentido de entender a organização como um todo, desenvolver políticas, aprofundar-se no entendimento do ambiente organizacional e social a que está inserida, identificar públicos e oportunidades e prever ameaças, proporcionou um favorável ambiente para a expressão e expansão de suas funções.

O trabalho de relações públicas, nos casos problemáticos entre a empresa e consumidores, tem sido muito importante. “Está sendo delegado às relações públicas a criação e condução dos departamentos de serviço ao consumidor, demandando uma formação profissional coerente com este novo papel de responsabilidade social”. (Filho, 1991, p. 80)

4.4 - A publicidade na sociedade consumerista

A publicidade sempre teve sua ação contextualizada no marketing e sua atuação frente ao consumerismo não pode ser analisada fora do propósito mercadológico. Na prática, o marketing é uma atividade recente no Brasil, pois suas aplicações mais profissionais ocorreram a partir da metade do século XX.

As primeiras experiências mercadológicas evidenciaram uma total orientação para o lucro e maximização dos insumos produtivos, ficando a questão social à margem das preocupações empresariais.

O chamado “capitalismo selvagem” que o Brasil desenvolveu durante tempos, representou a priorização, patrocinada pelo Estado, da expansão produtiva e consumista, inclusive em detrimento do meio ambiente e de causas sociais, como saúde, educação, turismo e a própria proteção ao consumidor. Inserida neste quadro, a publicidade, incumbida de realizar os objetivos promocionais sem uma visão critica do processo, ajudou sobremaneira a efetivar a pratica em que os interesses empresariais e estatais estiveram acima dos interesses sociais.

A estimativa é que a pressão consumerista acelere esta conscientização do setor publicitário em todos os níveis e, com isso, traga nova razão de existência do setor. (Filho, 1991, p. 87)

No documento fernandadosreis (páginas 49-54)

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