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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

2.8 CONTABILIDADE GERENCIAL

para melhorar os resultados. A eficácia é a palavra que resume a controladoria no processo de gestão.

2.8 CONTABILIDADE GERENCIAL

Utilizando um conceito mais direto, Padoveze (2004, p.10), afirma que “a Contabilidade Gerencial é vista essencialmente como supridora de informações para os usuários internos da empresa”. Já para Coronado (2006, p.25), “a contabilidade gerencial trabalha com o planejamento de operações futuras utilizando-se de números reais e estimados na busca da otimização dos resultados”. Buscando um conceito mais amplo, Iudícibus (1998, p.21) descreve que

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

A contabilidade gerencial está voltada para a administração da entidade (IUDÍCIBUS, 1998, p.21). Assim, a mesma utiliza as informações geradas pelo financeiro da empresa, sustentadas pela controladoria, para poder montar os planejamentos organizacionais, a fim de que o gestor possa traçar o rumo da entidade. Como a controladoria, esse ramo da contabilidade, também utiliza muitos conceitos da administração, para poder tomar as decisões.

Conforme Coronado (2006, p.23-24), as funções da contabilidade gerencial são as seguintes

a) Gerenciar o processo de gestão: ajudar na adequação do processo à realidade da empresa, monitorar e orientar o processo de planejamento orçamentário da empresa, e consolidar o orçamento da empresa; b) Apoiar a avaliação de desempenho: elaborar a análise de desempenho econômico das áreas, e elaborar a análise de desempenho da empresa; c) Apoiar a avaliação de resultado: elaborar a análise de resultado econômico dos produtos e serviços, e orientar o processo de estabelecimento de padrões; d) Gerir os sistemas de informações econômicas e financeiras: definir base de dados que permita a organização das informações necessárias à gestão, elaborar modelos de decisão para os gestores das diversas áreas da empresa, e padronizar e/ou harmonizar as informações econômicas; e) Atender aos agentes do mercado (acionistas, governo, bancos etc.): garantir atendimento às

normas e princípios societários, e garantir atendimento às normas e princípios fiscais.

Planejamento operacional

Consoante Coronado (2006, p.12), o planejamento operacional “é a formalização, por meio de documentos escritos, dos métodos de desenvolvimento e implementação dos planejamentos desenvolvidos por cada área da empresa”. O planejamento operacional para Padoveze (2004, p.27)

Define os planos, políticas e objetivos operacionais da empresa e tem como produto final o orçamento operacional. Realiza-se, geralmente, através do processo de elaboração de planos alternativos de ação, capazes de implementar as políticas, diretrizes e objetivos do plano estratégico da empresa, e do processo de avaliação e aprovação deles.

Planejamento estratégico

Segundo Catelli (1999 apud CORONADO, 2006, p.11)

[...] planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando inovadora e diferenciada. [...] O planejamento estratégico é, normalmente, responsabilidade dos níveis hierárquicos mais altos da empresa e deve contemplar a análise de cenários internos (pontos fortes e pontos fracos da empresa) e externos (oportunidades e ameaças do mercado), o estabelecimento de diretrizes e estratégias que visem o melhor aproveitamento possível das variáveis detectadas nos cenários internos e externos, a fim de alcançar um melhor desempenho na consecução de seus objetivos.

Coronado (2006, p.11) comenta que “seu objetivo principal é assegurar o alcance da missão da empresa, definida preliminarmente pelos seus acionistas, bem como garantir a sua continuidade”. Já para Padoveze (2004, p.27)

É a fase de políticas, diretrizes e objetivos estratégicos, e tem como produto final o equilíbrio dinâmico das interações da empresa com suas variáveis ambientais. Nesta etapa, realizam-se as leituras dos cenários do ambiente e da empresa, comumente confrontando as ameaças e oportunidades dos cenários vislumbrados com os pontos fortes e fracos da empresa.

Resumindo, planejamento é uma forma de ligação da situação desejada da empresa, com a atual situação (PADOVEZE, 2004).

Ponto de equilíbrio contábil

De acordo com Oliveira; Perez Jr. (2005) o ponto de equilíbrio contábil é a quantidade de atividades ou de venda de mercadorias necessárias para cobrir todos os custos e despesas de uma entidade. Ele avalia e facilita a análise da lucratividade ou prejuízo decorrente de alterações nos custos e despesas, e no volume e preço de vendas. Pode ser determinado com a seguinte fórmula:

QPEC= DESPESAS FIXAS + CUSTOS FIXOS MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA

Conforme Oliveira; Perez Jr. (2005, p.222) “entende-se por margem de contribuição a diferença entre o preço de venda e a soma das despesas e custos variáveis de um produto ou serviço”.

Segundo Padoveze (2003) não há lucros e nem prejuízos no ponto de equilíbrio, somente a partir de vendas adicionais que a entidade começará a ter lucros. Afirma que essa informação é importante porque assim, o gestor consegue saber o mínimo que a sua empresa pode operar e não ter prejuízos.

Formação do preço de venda

O processo de formação do preço de venda dos produtos ou serviços prestados é a variável decisiva para o resultado de qualquer organização. Para se chegar a excelência nessa etapa tão importante, é preciso que os gestores das entidades tenham um excelente controle de suas despesas, e principalmente de seus custos diretos e indiretos. Caso não possua esses controles, formar o preço de venda de um produto ou serviço pode ser fatal para a empresa, pois se corre o risco de cobrar menos que o custo real ou cobrar demais em não ter competitividade no mercado, em ambos os casos, a empresa perde.

Conforme Iudícibus (1998) despesa é o gasto ocorrido para a geração de uma receita. Na realização do preço de venda, os gestores da entidade, também devem ficar atentos aos métodos utilizados para o cálculo e distribuição dos custos. Podendo ser realizado pelo método do custeio variável, onde são considerados somente os custos variáveis para o cálculo, ou o custeio por absorção, onde são levados em contas todos os custos incorridos durante a produção. O controle dos custos é determinante para a formação do preço de venda.

Segundo Coronado (2006) formar o preço de venda está cada vez mais difícil em função das interferências impostas pelo mercado. É o mercado que está ditando os preços, sendo que cada vez mais aumenta o número de fornecedores determinando a margem de contribuição desejada através da precificação do valor sugerido. E, com isso, a empresa deve se antecipar aos acontecimentos, para conseguir a sua sobrevivência em um mercado tão competitivo.

De acordo com Padoveze (2003, p.307-308) algumas situações conduzem a formação do preço de venda, são elas

a) Lançamento de um novo produto;

b) Introdução de produtos regulares em novos canais de distribuição ou em novos segmentos de mercado;

c) Conhecimento de alteração de preços dos concorrentes;

d) Variações significativas da demanda dos produtos, para mais ou para menos; e) Alterações significativas na estrutura de custos da empresa e dos produtos, bem como dos investimentos;

f) Mudança de objetivos de rentabilidade da empresa. g) Adaptação às novas estratégias de atuação no mercado; h) Alterações na legislação vigente;

i) Adaptação a novas tecnologias existentes ou empregadas etc.

A formação do preço de venda de um produto é o resultado da combinação do valor de mercado e a lucratividade desejada pela empresa. Com isso, para o mercado aceitar o preço de determinado produto, é preciso que a empresa tenha controle de seus custos e despesas, para que assim, já possa sair na frente de seus concorrentes que possuem custos elevados por ineficiência e descontrole (MACHADO, 2005).

Mark-up

Segundo Machado (2005) o mark-up é um índice que aplicado ao custo do produto, fornece o preço de venda a ser realizado pela empresa. Conforme Padoveze (2003) os elementos que compõem o mark-up são as despesas necessárias para a venda do produto, custos financeiros de produção e vendas, impostos sobre a mercadoria e a margem de lucro desejada para aquele produto.

Conforme artigo escrito por Fabio Alves no site Indústria Hoje, existem duas formas de calcular o mark-up, sendo o primeiro o divisor e o segundo o multiplicador. Para elaborar o mark-up divisor, utiliza-se a seguinte fórmula:

Onde, o MKD é o mark-up divisor, PV é o preço de venda, que sempre será 100 e o CTV são as despesas e custos para a venda do produto, impostos e a margem de lucro desejada. Para chegar ao preço de venda, basta dividir o custo do produto pelo índice encontrado.

Já para elaborar o mark-up multiplicador, utiliza-se a seguinte fórmula:

MKM = 1 / MKD

Onde, o MKM é o mark-up multiplicador. Para chegar ao preço de venda nesse método, basta multiplicar o custo do produto pelo índice encontrado.

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