A contabilidade é uma área da prestação de serviços bastante antiga. Seu objeto de estudo é o patrimônio das empresas. O contador é o profissional responsável pela contabilidade. Esse profissional tem formação acadêmica e conhecimento adquirido durante a graduação que o capacita a administrar documentos contábeis, tributos e muitos outros.
Toda empresa deve ter alguém responsável pela sua contabilidade. A empresa pode terceirizar esse serviço ou ter um funcionário que o faça. O que a maioria das empresas de pequeno porte faz é contratar um contador terceirizado, já que o serviço de cálculo e recolhimento de impostos é trabalhoso e requer conhecimentos específicos. No entanto, mais do que alguém que saiba lidar com os tributos municipais, estaduais e federais, o contador também está apto a gerar controles que indiquem como anda a saúde financeira da empresa. (CONTADOR, 2012).
"O que acontece é que empresas de menor porte ainda não se deram conta disso e buscam nesse profissional apenas uma pessoa que preencha livros-ata, livros-caixa e assim por diante". (CONTADOR, 2012)
As empresas não devem ver o contador como mais uma despesa. O serviço prestado por esse profissional é de grande importância para as organizações, pois o contador tem acesso a todas as informações da empresa, é responsável pelo
recolhimento dos tributos, que mantêm a empresa em dia com suas obrigações fiscais, é responsável pelas informações geradas sobre pagamento de funcionários, o que pode evitar que a empresa se envolva em causas trabalhistas, além de responsável pelas demonstrações financeiras da empresa, que podem servir de base para tomar decisões, entre tantos outros. Além de tudo isso, que é serviço do contador, esse profissional pode oferecer muito mais para seus clientes, pois o conhecimento e a visão do contador permite a esse profissional analisar informações, perceber pontos fortes e pontos fracos, que pode ser de grande valia ao empresário no momento de tomar decisões.
O ideal é que o empreendedor tenha noções da parte tributária e financeira da empresa, até para que possa cobrar do contador de maneira adequada. Além disso, ele é o responsável por garantir que, no dia a dia, a operação seja registrada de maneira correta. (CONTADOR, 2012)
O ideal seria que todos os empresários tivessem essa noção ao pensarem em abrir uma empresa. O contador também pode prestar esse auxílio aos que estão entrando no mundo dos negócios. Estaria aí uma oportunidade de realizar uma consultoria. Fazer uma análise do mercado antes de iniciar um negócio é imprescindível para garantir sua continuidade. E na maioria dos casos de pequenas empresas, não existe conhecimento por parte dos proprietários para realizar essa análise.
“A educação empreendedora no Brasil ainda é muito falha. As pessoas acabam aprendendo na marra e na prática, e é aí que o serviço do consultor se torna uma ferramenta indispensável”. (CONTADOR, 2012)
O conhecimento adquirido por um contador lhe permite a possibilidade de atuar como um consultor empresarial, auxiliando gestores a melhorar resultados e a solucionar problemas que estes não têm habilidades adequadas para resolver.
4.3.1 Consultor em Contabilidade
O profissional da área de contabilidade é responsável pelo controle do movimento financeiro de empresas no que se refere à apuração de impostos e de taxas referentes à prestação de serviços e produtos. O trabalho consiste na descrição, registro e controle de toda a movimentação de dinheiro de uma empresa. Nesse sentido, tem importante função para o controle de quanto uma empresa arrecada, quanto gasta e oferece elementos para o cálculo dos lucros possíveis. Sua formação exige
conhecimentos que passam por campos das ciências jurídicas, da área comercial e administrativa. (CALDAS, 2014)
Devido a esse conhecimento, esse profissional pode se tornar necessário em empresas que estejam visando ampliar seus negócios, realizar investimentos, melhorar e alavancar resultados. Esse profissional pode ser responsável por todas as informações financeiras da empresa que chegam aos seus gestores, e isso faz com que a qualidade dessas informações tenham que ser confiáveis, pois elas servem se base para muitas decisões sobre o futuro da empresa.
Diversas vezes, as pessoas se encontram diante de problemas que não têm conhecimento para resolver, isso pode servir tanto para problemas pessoais quanto para problemas empresariais.
Essa informação pode interessar tanto para os profissionais que já atuam na área da contabilidade, quanto para os profissionais que estão entrando no mercado de trabalho, pois a consultoria é uma área de prestação de serviços que vem crescendo fortemente e os profissionais que quiserem se destacar precisam estar preparados para auxiliar seus clientes, principalmente no cenário atual que estamos vivenciando em nosso país.
4.3.2 O contador do passado e o contador do futuro
O contador necessita de uma formação técnica para desenvolver atividades específicas da prática contábil, com isso, ele também adquire a capacidade de elaborar informações estratégicas que podem auxiliar o empresário de diversas maneiras.
O novo consultor de sucesso deverá ser movido pelas possibilidades (possibility-driven), equipado com tecnologias integradoras que ajudem seus clientes a planejar, redesenhar, construir e operar novas organizações em sincronia com novos contextos empresariais, novas habilidades operacionais e direções estratégicas inovadoras. (MOCSÁNYI, 2010)
Mocsányi (2010) ressalta ainda que o consultor deverá ser capaz de sistematizar o trabalho dos atuais profissionais visionários da mudança, traduzindo boas ideias em ferramentas poderosas, alavancadas e lucrativas. É neste ponto que o novo consultor irá assegurar suas possibilidades antes delas ocorrerem. Quando os profissionais optaram por atuar seriamente como consultores, focando no
resultado dos clientes e trabalhando junto nos processos decisórios, terão escolhido e garantido seu futuro.
Esse pensamento nos mostra a importância de um profissional que esteja focado em auxiliar os gestores das empresas visando a melhoria dos resultados. A especialização do consultor em buscar ferramentas que possam ser implantadas nas empresas e que tragam benefícios satisfatórios podem ser um dos maiores diferenciais para os profissionais que optarem por prestar serviços de consultoria empresarial.
4.3.3 Como escolher um bom profissional
Quando um empresário precisar de auxílio para tomar decisões em sua empresa, ele poderá procurar um contador que preste serviços de consultoria empresarial, pois esse profissional poderá prestar auxílio para ajudar o empresário a analisar a situação da empresa e decidir qual o melhor caminho a seguir.
Na hora de escolher um profissional, a indicação de amigos e de outros empresários é a primeira dica. Isso porque, para auxiliar na tomada de decisões, precisa ser alguém de confiança. Outra opção é consultar a lista de profissionais cadastrados no Conselho Regional de Contabilidade do Estado. Depois de escolhido, é fundamental que se faça um contrato que estabelecerá os direitos e deveres de ambas as partes. Às vezes, um profissional até cobra mais barato, mas não oferece todos os serviços que o empresário necessita.
Vive-se uma globalização nos negócios e as empresas têm que se adaptar a esse novo momento para garantir sua continuidade, sempre melhorando seus resultados. É comum encontrar ainda nos dias de hoje, profissionais da contabilidade que resistem às mudanças que o mercado exige, que negam-se à se adaptar a essa nova situação. Estão mais preocupados com os serviços rotineiros do que contribuir para o crescimento dos clientes.
É bem verdade que algumas questões não ajudam muito no avanço do contador como orientador. Legislações tributárias, trabalhistas e previdenciárias em nosso país são extremamente complicadas, e fazem com que contadores e escritórios se dediquem mais nessas áreas para atenderem seus clientes, e acabam deixando de lado a essência das Ciências Contábeis, que são as demonstrações financeiras e suas análises, papel fundamental do contador, a fim de mostrar aos clientes como andam seus negócios. É possível que os argumentos dos profissionais que discordam sejam aceitáveis, mas o fato é que, por questão de
sobrevivência, a mentalidade dos empresários está mudando em grande parte do mundo, afinal não há mais como ter prejuízos em um ambiente global onde a competição aumenta a cada ano com a expansão da globalização. (SOUZA, 2013)
Segundo Souza (2013), se a maioria das pessoas não consegue ter autodisciplina nas finanças pessoais, imaginem as empresas, sobretudo as pequenas e médias, e o contador é o agente mais próximo dos números dos seus clientes, e por isso é o mais indicado para orientar na organização das contas e auxiliar na tomada de decisões por meio de seus balanços, demonstrações e análises, e com isso, aumentar a qualidade dos seus serviços.
Souza, (2013) afirma que “qualquer tipo de serviço que não acrescentar valor e satisfação ao cliente não perdurará nos dias de hoje”.
O profissional de contabilidade deve diferenciar seus serviços e não ficar se prendendo apenas ao básico, pois isso poderá não trazer mais satisfação total ao cliente. E cliente insatisfeito não valoriza o profissional. Inovação é vital para qualquer ramo de prestação de serviços e não é diferente na contabilidade.
Dessa forma, e também por questão de sobrevivência, os contadores e escritórios terão que mudar, sob pena de um grande número se tornar dispensável.
Por outro lado, segundo dados do Sebrae, mais de 70% das novas empresas conseguirão chegar aos dois primeiros anos de existência, o que dá a entender que, a partir daí, nada está garantido, e os principais motivos que levam algumas a ficarem pelo caminho são a falta de planejamento, experiência e também problemas financeiros, e isso pode significar desorientações contábeis. (SOUZA, 2013)
É bom os profissionais que prestam serviços contábeis observarem com mais detalhes como andam as situações dos clientes, por mais antigos que os negócios sejam, pode ser que alguns estejam precisando de orientações.
Contadores e profissionais contábeis podem mostrar rapidamente aos seus clientes que são muito mais do que os meros contabilistas de impostos, fornecendo algo que todos os empresários querem e precisam: feedback. Fornecer feedback é uma maneira simples de oferecer serviços com valor agregado, capaz de estreitar seu relacionamento com o cliente e te ajudar a ser cada vez mais um consultor de negócios confiável. (ROVEDA, 2015) Existem diversos perfis de empreendedores, mas uma coisa é comum entre todos eles: obter um feedback confiável para melhorar o seu negócio é um desafio constante que enfrentam. Segundo Roveda (2015), isso acontece porque muitas
vezes esses empresários têm se ocupado em corrigir erros e não sabem como evitá- los, pensar nas estratégias é uma realidade distante. No entanto, isso pode ser apenas questão de personalidade. Outros empresários, por exemplo, são determinados e disciplinados. Focados em seus objetivos, sabem exatamente onde querem chegar, procurando feedbacks para confirmar suas ações ou avaliar os seus resultados.
Para Roveda (2015) uma boa forma de começar a prestar serviços de consultoria para seus clientes é, simplesmente, apresentando relatórios de análise financeira antes de uma reunião para entregar declarações de impostos, por exemplo, ou para lidar com outros assuntos de rotina. O relatório pode conter sugestões de melhoraria dos investimentos, ou uma visão geral das principais informações financeiras. A abordagem pode ser bem despretensiosa, com o intuito apenas de mostrar ao seu cliente que você se interessa pelo crescimento e desenvolvimento da empresa dele. A partir desse primeiro passo, o contador terá mais abertura e confiança para prestar consultoria.
Ser visto como um consultor de negócios confiável irá ajudá-lo a ter um diferencial em meio a sua concorrência, além de descobrir oportunidades para prestar serviços de consultoria, que podem gerar uma boa receita adicional ao contador.
Quando os contadores começam a prestar outros serviços a seus clientes, estão criando um diferencial perante esse mercado tão competitivo. A partir daí, se diferenciando, como profissional, de outros que preferem competir pelo preço dos honorários ao invés de aderirem à nova realidade do setor.