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Capítulo 3 – Unidade de Ensino

3.1. Contexto escolar

3.1.1. Caraterização da escola

A Escola Básica e Secundária Padre Alberto Neto localiza-se na freguesia de Queluz do concelho de Sintra. A freguesia de Queluz carateriza-se por uma atividade de comércio e serviços, maioritariamente familiares, e tem uma população de 25982 habitantes (Agrupamento de Escolas de Queluz-Belas, 2013). A grande maioria da população empregada trabalha fora da freguesia e a distribuição da população residente quanto ao seu nível de escolaridade apresenta-se no quadro abaixo.

Quadro 1 - Nível de Escolaridade da População Residente da Freguesia de Queluz (Agrupamento de Escolas de Queluz-Belas, 2013)

Grau de Escolaridade População (%)

Nenhum 6,9 Pré-escolar 2,1 1º Ciclo 26,0 2º Ciclo 9,9 3º Ciclo 20,0 Ensino Secundário 21,4 Ensino Pós-Secundário 0,8 Ensino Superior 13,1

A escola abriu portas em 1972 e em 2012 após ser intervencionada pelo Estado, formou o Agrupamento de Escolas de Queluz-Belas com outros onze estabelecimentos de ensino, que recebeu 4281 alunos no ano letivo 2012-2013.

A escola Básica e Secundária Padre Alberto Neto possui oito pavilhões, com dois pisos cada um. A escola possui uma biblioteca e todas as salas de aula da escola possuem equipamento informático e multimédia.

Na procura de um estabelecimento de ensino com mais e melhor qualidade, a escola define como metas a promoção da equidade e da inclusão, a diminuição das taxas de abandono, a oferta de melhores oportunidades de aprendizagem, uma maior

ligação à comunidade local, a defesa de direitos humanos e uma gestão transparente e justa na execução de decisões (Agrupamento de Escolas de Queluz-Belas, 2013).

3.1.2. Caraterização da turma

No início do ano letivo, a turma em que realizei a intervenção letiva era constituída por 30 alunos, dos quais 26 já pertenciam à mesma turma no 7º ano. No decurso do 1º período, dois desses 26 alunos deixaram de pertencer à turma: uma aluna mudou de turma e um aluno mudou de Escola. A turma passou assim a ter 28 alunos: 13 rapazes e 15 raparigas, cuja distribuição etária no início e no final do ano letivo apresento no gráfico da figura seguinte.

 

Figura 1 - Distribuição Etária dos Alunos da Turma no Início e Fim do Ano Letivo 2016-2017

Na turma, há dois alunos identificados com Necessidades Educativas Especiais, apesar de haver outros que apresentam problemas de saúde que requerem atenção. Na turma também há sete alunos de origem estrangeira, dos quais seis de países africanos e um de origem asiática, todos capazes de falar e compreender português e que estão bem enquadrados na turma, notando-se pelas suas interações na turma, nomeadamente pelo trabalho colaborativo em grupo.

Em relação ao desempenho dos alunos na disciplina de Matemática, as suas classificações nos diferentes períodos do ano letivo encontram-se na Figura 2. Como se pode observar, o melhor desempenho dos alunos verificou-se no 1º período pois 17 dos 28 alunos tiveram classificação positiva, enquanto no 2º período o número de classificações negativas na turma registou o seu valor mais elevado. Apesar de ambos os períodos letivos serem constituídos por um igual número de semanas, penso que a descida das classificações dos alunos do 1º para o 2º período se deveu à lecionação de uma maior variedade de conteúdos programáticos. Penso que um fator também influente foi de a avaliação ter sido constituída por testes que visavam

1 23 3 1 0 0 13 13 1 1 0 5 10 15 20 25

12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos

Distribuição Etária dos Alunos

25

conteúdos lecionados desde o início do ano letivo, obrigando os alunos a rever mais conteúdos para os testes do 2º período do que para o 1º.

No 3º período, nota-se uma melhoria das classificações dos alunos em relação ao 2º período, com a diminuição do número de alunos com Nível 2 e o aumento do número de alunos com Nível 4. Penso que esta melhoria se deveu ao facto de no 3º período se ter realizado apenas um teste, obrigando os alunos a efetuarem uma preparação mais exigente. Numa análise mais atempada dos testes dos alunos, verifiquei que a classificação no teste realizado no 3º período de 17 dos 28 alunos foi superior à média dos testes que realizaram no 2º, e que os alunos que subiram a nota foram os que registaram as melhorias mais significativas na turma.

 

Figura 2 - Notas a Matemática por Período no Ano Letivo 2016-2017

Nas aulas, existem momentos em que os alunos exibem concentração quando o professor se lhes dirige com o objetivo de explicar conteúdos matemáticos ou esclarecer dúvidas. Os alunos também demonstram atenção durante o trabalho autónomo e a discussão coletiva de tarefas. No entanto, existem momentos nas situações referidas anteriormente em que tende a haver alguma instabilidade provocada por um número reduzido de alunos e aí o professor é obrigado a intervir. Nas reuniões de conselho de turma, o comportamento dos alunos sempre gerou algum debate e foi classificado como irregular (1º período), perturbador e não satisfatório (2º período) e pouco satisfatório (3º período), e foi apontada como causa destas classificações o nível de imaturidade de alguns alunos.

No final do 2º período havia oito alunos em risco de reprovação, mas dois conseguiram recuperar no 3º período, outros dois foram submetidos a votação em conselho de turma, o que lhes permitiu transitar para o 9º ano e nove alunos apresentaram um desempenho que lhes valeu um lugar no quadro de honra da escola.

11 15 13 8 6 6 7 5 7 2 2 2 0 4 8 12 16 20 24 28 32

1º Período 2º Período 3º Período

Número de

Alunos

Notas a Matemática no Ano Letivo

Concluindo, dos vinte e oito alunos da turma, quatro não transitaram de ano, e vinte e quatro foram aprovados, apesar de nove terem tido Nível 2 na disciplina de Matemática.

Durante o ano letivo eu tive a oportunidade de observar as aulas desta turma e antes da lecionação da unidade de ensino pude orientar algumas aulas, o que me permitiu conhecer melhor os alunos a nível de participação nas discussões coletivas de tarefas. Durante o trabalho autónomo também pude circular na sala de aula e observar o trabalho que os alunos efetuavam e apoiá-los com as suas eventuais dificuldades. Uma caraterística da turma com que me deparei foi a facilidade que os alunos tiveram em aceitar a presença de um outro professor na sala de aula, assim como de trabalhar com ele. Observei que muitos dos alunos também mostraram interesse em desenvolver a sua relação profissional e pessoal com o novo professor, contribuindo simultaneamente de forma positiva para o ambiente de trabalho na sala de aula. Ao longo do ano letivo também discutia com o professor cooperante sobre algumas das capacidades cognitivas e transversais dos alunos, dando assim mais oportunidades para conhecer melhor os alunos da turma.

Dos 28 alunos (13 rapazes e 15 raparigas), 20 (8 rapazes e 12 raparigas) entregaram a autorização dos seus encarregados de educação para participarem neste estudo. Apesar de nem todos os alunos terem entregado a autorização e assim não poderem participar no estudo, fiquei satisfeito com a composição do grupo que o fez. Deste grupo fazem parte alunos com diferentes graus de desempenho e também possuem alguma heterogeneidade relativamente à disposição para cooperarem e participarem em discussões coletivas.