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Figura 1: Igreja Evangélica Congregacional – João Pessoa PB

CAPÍTULO 3 3 Uberlândia: um polo regional

3.1 Contextos do município de Uberlândia

A emancipação do município se deu pelo decreto provincial de nº 4.643 de 31 de agosto de 1888. Antes, ainda no ano de 1846 foi construída a primeira Igreja (Católica _

Distrito de Miraporanga). Em 1889 houve a posse do “interventor” e no ano de 1892 foi a do primeiro Prefeito (Augusto César). Pela lei estadual 23, de 14 de março de 1891, passou a denominar-se Uberabinha. Pela lei estadual 1.128, de 19 de outubro de 1929, o município passa a chamar Uberlândia, denominação que permanece até os tempos atuais.

O município de Uberlândia está entre os maiores do Estado de Minas Gerias não somente em território, mas também em população, em arrecadação tributária, crescimento econômico e qualidade de vida. O município conta com alguns dados econômicos interessantes o que coloca-o com o 19º maior orçamento do País e o segundo maior do estado. O orçamento de 2016 foi de R$ 2.300.000,00 (Dois bilhões e trezentos milhões equivalente a US$ 680.000,00 mil dólares), um número semelhante ao da capital do estado de Alagoas (Maceió) que tem um milhão de habitantes, sendo a Companhia de Cigarros Souza Cruz uma grande arrecadadora de impostos do município.

A área do município é de 4.115,82 km², desse total 135,349 km² estão em perímetro urbano (2015), correspondendo a 5,3% da área total com 146,7 habitantes por km2.

Uberlândia é destaque na indústria, com um importante pólo industrial regional, na Educação de ensino superior público (UFU, IFTM) e privado (UNITRI, UNIMINAS, PUC, UNIUBE, PITÁGORAS, FASES, etc.) sendo referência nacional; no comércio, a cidade recebe e distribui vários produtos industrializados que são vendidos em todo o país através do dos atacadistas locais. A agropecuária e a saúde são também ponto de referência. O município é produtivo no agronegócio, com um rebanho bovino com mais de 233.582 mil cabeças e 927.500 suínos segundo a EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, (2015). Esse número elevado é devido às granjas (Sadia, Planalto...) existentes no município. Uberlândia possui 3.654 estabelecimentos rurais de acordo com a Secretaria Municipal de Abastecimento e Agricultura (2015), sendo um grande produtor de leite e de grãos como a soja com 61% da área plantada. Milho, arroz, mandioca, feijão e recentemente a produção de cana-de-açúcar tem crescido no Município (EMATER - 2015). Essa agricultura expressiva faz com que Uberlândia seja o quarto maior produtor de grãos do Estado. A agropecuária conta no município com pouco mais de 2% da população ativa envolvida (IBGE - 2010). Empresas ligadas ao agronegócio como ABC-Inco que surgiu no município, Agroceres, Grupo Perdigão (BRF- Foods), JBS e as multinacionais Syngenta, Cargill e Monsanto estão instaladas no município. Amorim Filho; Serra (2001) consideram que é o comércio atacadista (MARTINS, ARCOM, PEIXOTO, ALIANÇA, UNIÃO, etc.), em grande parte, o responsável pela ampliação do papel econômico de Uberlândia. Para Amorim Filho (2005) isso aventa a possibilidade de que a cidade tenha ultrapassado a condição de “cidade média”, em função de fluxos nacionais desenhados pelas redes de distribuição regional. Santos; Silveira (2010, p.142) ressaltam a importância regional de Uberlândia afirmando que os centros regionais: “se constituem como ponto de contato com o mundo rural, responsáveis pela comercialização e beneficiamento da produção agrícola e abrigando indústrias de caráter extra regional, como Uberlândia, Uberaba”.

A sede do município está em latitude sul 18º 55’, longitude oeste de Greenwich 48º 16´. O município está entre as coordenadas geográficas de: 18º 35` a 19º 26` de latitude sul, correspondendo a 93 km norte- sul, e 47º 55´ a 48º 50´ de longitude oeste, num total de 97 km leste-oeste. O Mapa 1 indica a localização do município e da área urbana. O município está localizado na porção oeste de Minas Gerais e fica a 470 km (linha reta) e 544 km (rodovia) de Belo Horizonte, a 350 km (linha reta) e 422 km por rodovia da capital federal Brasília e a 543

km (linha reta) e 592 km por rodovia da capital paulista (São Paulo). Toda a região do Triângulo Mineiro onde está localizado o município se encontra ao oeste de Minas Gerais.

Mapa1: Localização do município de Uberlândia - MG

Fonte: SOUZA, Josimar - 2016

O clima do município é caracterizado como tropical de altitude com diminuição acentuada das chuvas na estação do inverno e temperaturas amenas. Os verões são chuvosos com altas temperaturas, sendo outubro o mês mais quente. A temperatura média anual é de 23,9°C e o mês mais frio é o mês de junho com média de 19,3°C. A temperatura mínima já registrada na cidade foi de 0,2 °C, em 10 de julho do ano de 1994; a máxima foi de 37,5 °C (ambiente), em outubro do ano de 1998. As temperaturas médias anuais variam de um mínimo de 20 a 22ºC, até um máximo de 24 a 26ºC. As estações outono (estação das frutas) e primavera são estações de transição; a primavera é conhecida pela floração das árvores, sendo o Ipê amarelo do cerrado o símbolo da cidade. Esse tipo de clima para Ayoade (2010) é

caracterizado por apresentar períodos bem definidos, com verão chuvoso que se estende de outubro a março e inverno seco, com estiagem compreendida entre o período de abril a setembro. Esses períodos são variáveis, tanto com relação ao seu início quanto ao seu término. Ayoade (2010) considera que o clima é a síntese mediana do tempo num dado lugar durante um período de aproximadamente 30-35 anos; para Ayoade se faz necessário fazer uma média ponderável durante o mínimo de três décadas para se ter uma amostragem mais precisa a respeito do clima de dada região.

A precipitação média anual é de aproximadamente 1.600 mm medidos pela Agência Nacional de Água (ANA) e pelo Laboratório de Climatologia e Recursos Hídricos do Instituto de Geografia (LCRH) - UFU, sendo que o mês de julho é o mês mais seco. No mês de dezembro que é o mês mais chuvoso, a média de precipitação fica em torno de 320 mm. O maior índice pluviométrico em menos de 24 horas já observado e registrado na cidade foi de 158 mm no dia em 11 de dezembro do ano de 1986. Como consequência a Av. Rondon Pacheco sofreu a sua primeira e maior demolição. Quanto à umidade relativa do ar, ela atinge níveis muito baixos no inverno com média de 38 a 40%, e outros muitos elevados no verão que é muito chuvoso ficando em torno de 95 a 97% a média. No período seco (inverno) é comum o município registrar índices muitos baixos da umidade relativa do ar, algumas vezes abaixo de 20% segundo o LCRH, sendo que menor de 30% já é considerado estado de atenção pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ab’ Saber (2007) confirma algumas características climáticas do cerrado que é onde se encontra o espaço estudado: “No ‘coração’ dos cerrados encontramos extensos setores de climas subquentes e úmidos, com três a cinco meses secos opondo-se a seis ou sete relativamente chuvosos”. (AB’SABER, 2007, p.39).

Outro dado importante é o Índice de Desenvolvimento Humano do Município – IDHM que é medido pelos três fatores: Longevidade, Renda e Educação e que está em 0,789 (IBGE- 2010), terceiro melhor do Estado de Minas, um pouco acima da média estadual que é de 0,731 e também acima do nacional que é de 0,727 estando entre as 100 melhores (71º) ranqueadas do país. Outro dado que serve de parâmetro é o consumo de energia nas residências. Segundo a Central Elétrica de Minas Gerais (CEMIG-2015) Uberlândia é segunda cidade no estado que mais consome energia.

Esses dados mais a posição privilegiada faz com que os investimentos aqui não são por acaso. Corrêa (2007) define as cidades como Uberlândia entre outras, como capital regional, devido à sua importância na estratégica geográfica privilegiada: “Neste caso, trata-se do que se convencionou denominar capital regional, foco do comércio varejista e de serviços

diversificados, dotado de amplo alcance espacial máximo (range)”. (p. 31), ou região geográfica intermediária como aponto o IBGE/2012.

O autor comenta que existe uma hierarquia urbana onde se situa a metrópole regional, a que estão subordinados os numerosos centros menores, pois a ela recorrem para procurar bens e serviços superiores, ou dela advêm os capitais que controlam algumas de suas atividades terciárias, a que se subordinam por meio de suas funções centrais, e que os polos regionais possuem uma elite comercial.

3.2 Processo de ocupação populacional do Triângulo Mineiro e do