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APÊNDICE G – TERMO DE CONSENTIMENTO DA PESQUISA – REPRESENTANTE DO PARQUE ALPHA TEC (SC)

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA DA PESQUISA

indicadores da influência de AEIs na geração do capital social sob métricas ligadas a variáveis de ordem qualitativa e intangível, com práticas de Gestão do Conhecimento que possibilitaram a aplicação dos indicadores. No capítulo 5, apresenta-se os resultados e a obtenção de evidências no sentido de cumprir com o objetivo geral desta tese, que foi o de medir e avaliar a influência de AEIs na geração do capital social, demosntrando confiabilidade.

Para concluir e atingir os propósitos dessa introdução, será feita a contextualização do problema de pesquisa, a fim de caracterizar as questões a serem respondidas e os respectivos objetivos a serem atingidos, de modo a justificar a temática desta tese. Também serão apresentados os argumentos relacionados à sua relevância e originalidade, a delimitação da pesquisa e a aderência da temática ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC). Por fim, será apresentada a estrutura geral da tese.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA DA PESQUISA

Considera-se que as pesquisas sobre empreendedorismo devem levar em conta os seguintes aspectos: inovação na dimensão cognitiva e conflito institucional, procurando, sobretudo, abordar mudanças institucionais de caráter radical e não adaptativo (SCHUMPETER, 1985). Não é o caso de evitar a questão, mas de refletir o que não foi encontrado sob as condições institucionais que promovem e facilitam o empreendedorismo. Começar a enfatizar outra questão requer reflexões e perguntas sobre: quais são as barreiras institucionais que se opõem ao empreendedorismo? E de que forma se sustentam num ambiente próprio, de modo adaptativo?

Na literatura contemporânea, observa-se a dificuldade, apontada por alguns autores, em medir capital social. No entanto, existem análises de estudos econométricos (SOUZA SANTOS, 2010) conclusivos sobre a relevância do capital social no desenvolvimento econômico, e sobre o fato de que há certa negligência quanto à incorporação das forças sociais e institucionais no desenvolvimento econômico. Ou seja, a literatura indica a importância de um índice que incorpore fatores sociais, econômicos, políticos e institucionais para guiar os pesquisadores e as instituições, para que estes tenham previsões mais reais sobre o contexto em análise. Talvez este seja um tema de debate institucional importante, pois se percebe, entre os experts, que o tipo da sociedade em debate não

possui a relevância merecida e que, de fato, importa para o desempenho do crescimento econômico.

Assim, há um conjunto de saberes de estudiosos de diferentes áreas: sociólogos, psicólogos sociais, cientistas políticos e economistas, interessados na caracterização da extensão e dos efeitos de uma determinada população na geração do capital social. Sobretudo, pode-se dizer que há uma significativa contribuição conceitual do tema, requerendo, além da visão interdisciplinar conceitual, avanços na direção de análises da geração de capital social em populações focadas no empreendedorismo, nos países em desenvolvimento.

Desse modo, instituições internacionais como a OCDE e o Banco Mundial possuem estudos que contribuem para políticas de desenvolvimento pautadas no acúmulo do capital social. Todavia, na direção da inovação, os estudos mais significativos, e muitos deles derivando de países asiáticos, estão mais voltados para organizações empresariais do que para análises de ambientes, diante do cenário da sociedade. É fato que existem ações e impactos de ambos os lados, que necessitam de análises mais aprofundadas, para gerar evidências suficientes e relacionar fatores considerados fundamentais na construção de um estudo de análise. Porém, a literatura indica que os arranjos sociais modernos têm sido colocados entre as pré-condições para o desenvolvimento econômico, tal como preconizava a Organização das Nações Unidas (ONU), em suas medidas ou regras de desenvolvimento para os países subdesenvolvidos, na década de 1950 (BANCO MUNDIAL, 2002).

Nesse sentido, Abramovitz e David (1996) veem esses arranjos de potencialidades sociais como englobando os atributos e qualidades dos indivíduos e organizações que influenciam as reações das pessoas às oportunidades econômicas e originárias nas instituições políticas e sociais (ARRAES; TELES, 2000, p. 7). Todavia, observou-se, neste estudo, certa dificuldade na literatura em identificar e mensurar tais efeitos, de cuja subjetividade e característica predominante, destacam os autores, "ninguém sabe exatamente o seu significado (social capability) ou como medi-la" (ARRAES; TELES, 2000, p. 6), especialmente quando se trata de contextos complexos.

Desse modo, a busca da sobrevivência e competitividade reforça a ideia de AEIs com o objetivo de combinar recursos de conhecimento, para que micro, pequenas e médias empresas criem produtos e serviços inovadores, para atender a ou enfrentar grandes corporações ou competidores de forte participação no mercado (YOUNG, 2010). Esses ambientes têm potencialidades sociais direcionadas ao desenvolvimento e

têm como finalidade agregar valor econômico e social a determinada região, por meio de atividades intensivas de conhecimento, associadas à cooperação e ao compartilhamento. Segundo, Vigotsky (1987, p. 101):

[...] o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos compartilhados e de uma própria consciência.

Finalmente, para formar redes eficazes, as organizações devem identificar suas principais razões para trabalhar em rede, e centrar-se em atividades essenciais, que têm como foco os laços relacionais:

La competitividad empresarial que se ha venido incrementado enormemente en las ultimas décadas, obliga a industrias y diseñadores a encontrar nuevos métodos que permitan no solo optimizar y acortar el ciclo de diseño y desarrollo de los productos sino, incorporar al objeto el máximo valor en todos los ámbitos que lo caracterizan, asegurando de esta manera innovación, calidad y una mayor probabilidad de éxito y aceptación por el usuario. (PEREDA, 2009 apud BERNETT; SELIG; SANTOS, 2011, p. 5) Um ponto a ressaltar, sob o ponto de vista científico, foi a configuração da pesquisa em medir e avaliar a influência de AEIs na geração do capital social e não ao contrário. Essa decisão partiu da compreensão dos aspectos encontrados na pesquisa bibliográfica. Confirmando essa decisão, destaca-se o estudo de Woolcock (1997) e seu esforço promissor nessa direção, procurando aplicar o conceito de capital social ao estudo do desenvolvimento nacional e comunitário, nos países de terceiro mundo. Depois de uma revisão extensiva da bibliografia, o autor afirmou que:

As definições de capital social deveriam incidir, em primeiro lugar, nas suas fontes e não nas consequências, visto que os benefícios em longo prazo, se e quando ocorrem, são o resultado de

uma combinação de diferentes tipos de relações sociais, cuja importância relativa se verá, com toda a probabilidade, alterada com o decorrer do tempo. (WOOLCOCK, 1997, p. 35)

Por fim, em virtude do compartilhamento social das redes de riquezas geradas pelos AEIs, este trabalho propôs-se a conectar o volume do capital social por meio de um agente particular, que depende da extensão da sua rede de relações efetivamente mobilizadas e do volume do capital (econômico, cultural ou simbólico) possuído pelos integrantes do grupo ao qual é ligado (BOURDIEU, 1983, p. 189).