• Nenhum resultado encontrado

2 FORMAÇÃO DOCENTE: UM APRENDIZADO NA RELAÇÃO TEORIA E

2.3 A interpretação de textos de história no ensino e na aprendizagem

2.4.8 A teoria de P Ya Galperin e a organização do processo de ensino

2.4.8.1 Continuando o estudo sobre a teoria de Galperin

No dia 27/04/2011, buscando refletir sobre a organização do processo de ensino, fundamentado na teoria de Galperin, estudamos o texto: As transformações na organização

do processo de ensino derivadas da teoria de P. Ya. Galperin (NÚÑEZ, 2009). Para isso, iniciamos com o seguinte diálogo:

Da Paz: – Dulce, como combinamos no encontro anterior, vamos iniciar estudando sobre a organização do processo de ensino, fundamentada na teoria de Galperin, em seguida faremos um plano de aula!

Dulce: – Certo! Estou mesmo precisando saber sobre essa organização do processo de ensino e como fica isso no plano de aula.

Da Paz: – O texto, ao tratar da organização do processo de ensino, traz elementos constitutivos desse processo como: definição de objetivos, diagnóstico do nível inicial dos alunos, estruturação dos conteúdos e organização das atividades, dentre outros aspectos. Com relação ao plano de aula, eu trouxe um encaminhamento.

Nessa ocasião, Dulce verbalizou uma necessidade formativa teórica de continuar se aprofundando na teoria de Galperin e, na busca de ajudá-la, passamos a apresentar o que se segue:

- Considerando os estudos que vimos realizando, nos Ciclos de Estudos Reflexivos e o texto: As transformações na organização do processo de ensino derivadas da teoria de P. Ya. Galperin, construa um plano de aula, para o 8o ano do Ensino Fundamental, tendo em vista os seguintes aspectos:

a) A interpretação de textos de História;

b) Etapas de assimilação de ações mentais de Galperin.

A partícipe inteirou-se do exposto e disse:

Dulce: – Vamos, então, fazer a leitura do capítulo, lendo em voz alta! Da Paz: – Vamos!

Procedemos, nesse dia, a uma leitura tanto silenciosa como em voz alta. Foi um momento de bastante concentração de modo que a professora demonstrou cansaço e a tarefa de construção do referido plano ficou para o encontro seguinte.

O estudo que efetivamos com Dulce, mais especificamente nesses dois últimos encontros, está relacionado ao processo de assimilação de ações mentais de Galperin do tipo III. Como declara esse autor (1995b, p. 44): “Uma vantagem fundamental da aprendizagem

com uma orientação do tipo III, consiste na mudança essencial do processo e do produto da aprendizagem”. O que constitui uma possibilidade de formação de processos psíquicos e de propriedades da personalidade do educando, bem como a apropriação de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e hábitos.

No dia 2 de maio de 2011, numa relação com o arcabouço teórico apreendido, passamos a realizar um plano de aula simulado (Ver Apêndice D). Assim, começamos o diálogo.

Da Paz: – Vamos discutir e escrever o objetivo?

Dulce: – Sim. Então, nós vamos pensar na interpretação de texto de história...

Da Paz: – Isso mesmo! E o que mais? Dulce pensou...

Da Paz: – Lembra, quando nós discutimos sobre o que queríamos, também, com a realização da interpretação?! Que os alunos chegassem a desenvolver o quê?

Dulce: – Ah! A consciência...

Da Paz: – Isso! Vamos colocar a consciência histórica crítica, considerando que, posteriormente, vamos estudar sobre ela.

A partir desses dois aspectos: interpretação de textos de história e consciência histórica crítica, construímos o seguinte objetivo: oportunizar ao aluno a apropriação da interpretação de textos de história, relacionada ao desenvolvimento de sua consciência histórica crítica. Em seguida, refletimos sobre os indicadores qualitativos da ação, em cuja ocasião dissemos:

Da Paz: – Como são vários os indicadores qualitativos da ação, vamos colocar, nesse plano, apenas o grau de consciência deixando para os planos posteriores à forma da ação, por exemplo, quando você vai estar mais familiarizada com a estrutura desse documento didático?!

Dulce: – Sim! Pode ser.

Dulce: – Dando sequência, pelo livro didático, o estudo vai ser sobre: A

independência da América Inglesa.16 Da Paz: – Certo!

Dando sequência, vieram: a composição do diagnóstico e as diversas etapas: a motivacional, a de estabelecimento do esquema da base orientadora da ação, a da formação da ação no plano materializado, a da formação da ação na linguagem externa e a mental.

Quanto ao diagnóstico, falamos:

Da Paz: – Nós vamos precisar fazê-lo tanto em relação ao conteúdo conceitual como à estrutura operacional para o desenvolvimento da interpretação. Vamos escrevendo!...

Dulce: – Escrevendo pelo conteúdo conceitual?

Da Paz: – Sim! Que questionamentos podemos levantar acerca desse conteúdo?

Dulce apresentou os questionamentos abaixo os quais escrevemos no plano de aula assim:

- Em relação ao conteúdo conceitual

1. O que você entende por independência? E por liberdade? 2. Independência e liberdade têm o mesmo significado?

3. O que vocês sabem sobre a independência dos Estados Unidos da América? 4. Por que será que os países lutam por independência?

Da Paz: – Agora vamos fazer a parte referente à estrutura operacional para o desenvolvimento da interpretação.

Dulce: – Nessa parte tenho dúvidas sobre o que escrever... O que é mesmo para colocar?

Da Paz: – Nesta parte, precisaremos registrar o que será solicitado do aluno, com relação ao que é preciso fazer para se interpretar um texto de história. Se não quisermos ir fazendo, logo, essa pergunta poderemos usar, por exemplo, essas legendas que há aqui no texto e solicitar que eles as interpretem e depois a gente faz a pergunta: O que foi preciso vocês fazerem para interpretar essas legendas?

Dulce: – Ah! Sim! Entendi. Podemos fazer com as legendas.

Iniciamos a escrita e eis como ficou esse item relacionado à estrutura operacional para o desenvolvimento da interpretação.

1. Será solicitado que os alunos, em duplas, interpretem legendas, com auxílio de imagens, sobre o conteúdo em estudo.

2. Socialização da tarefa realizada pelas duplas, dizendo o que é preciso fazer para interpretar um texto.

Ao adentrarmos na parte correspondente às etapas, falamos:

Da Paz: – Na etapa motivacional, precisaremos escrever algo que represente uma contradição, que motive o aluno a buscar desvelar essa contradição. Vamos pensar, procurar?

Passamos a reler o texto, que seria trabalhado com o aluno e, após um momento de silêncio, ficamos pensando sobre a situação-problema, eis como a construímos na etapa motivacional:

- A partir do século XVIII, a Inglaterra vivia um período de estabilidade política e prosperidade econômica. Por que a Inglaterra impôs aos colonos ingleses uma série de medidas que acabaram culminando na independência de treze colônias (formando o atual Estados Unidos da América)?

Para fazermos as demais etapas, fomos relendo, o que dizia o aspecto teórico correspondente a cada uma delas, de modo que realizamos a de estabelecimento do esquema da base orientadora da ação e a da formação da ação na linguagem externa as quais apresentamos:

Etapa de Estabelecimento do Esquema da Base Orientadora da Ação – BOA

- Diálogo da professora com os alunos, perguntando-lhes o que foi preciso fazer para que interpretassem as legendas;

- Apresentação do objetivo da aula pela professora e como ocorrerá o processo de ensino e de aprendizagem para a interpretação do texto de história;

- Diálogo da professora com os alunos sobre como ocorrerá à interpretação, o que é preciso fazer para interpretar um texto de história – usando para isso o mapa da atividade.

Etapa de formação da ação no plano materializado

- Os alunos, em grupos de três componentes, realizarão todas as operações que entram na composição das ações propostas no mapa da atividade. (Um aluno ficará com o mapa na mão para ir dizendo aos outros dois, cada ação do mapa a ser executada).

Etapa de formação da ação na linguagem externa

- Além do registro por escrito, os alunos farão um relato oral da interpretação realizada e de como procederam (usando o mapa) para interpretar o texto.

Como, ainda, faltava a última etapa, a mental, mas o nosso tempo havia terminado deixamos para fazê-la no próximo encontro.

Nesse processo de construção do plano de aula simulado, exercemos (pesquisadora e professora de História) a reflexão crítica. A relação entre nós ocorreu de forma não hierárquica; e por meio do diálogo, oportunizamos à docente a expressão de ideias, o compartilhamento de significados promovendo condições para que a aprendizagem ocorresse. O que podemos evidenciar quando buscamos, através de um questionamento, que a docente expressasse/construísse os conteúdos conceituais referente ao diagnóstico, que escrevêssemos juntas uma situação-problema que contivesse uma contradição e quando a oportunizamos, lembrar de aspectos teóricos que havíamos estudado e refletir acerca do objetivo que escrevemos no plano de aula.

Construímos o plano de modo procedente. Como partícipe pesquisadora, orientávamos e também perguntávamos o que deveríamos registrar. Com relação ao desempenho da professora, suas experiências como profissional e o conhecimento da área de História foram fundamentais para a feitura, com destreza, desse documento.

2.4.8.2 Retomando o desenvolvimento do plano de aula simulado e convertendo a modalidade