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1 CAMINHOS DA INVESTIGAÇÃO

1.2 Campo empírico: sua constituição e dinâmica de funcionamento

1.3.3 Planejamento

Nesse estudo, um procedimento de pesquisa muito relevante foi o Planejamento. Segundo Libâneo (1994, p. 221), ele “é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão [...]”.

Na investigação, ele se constituiu em um maior elo entre teoria e prática uma vez que os planos de aulas, realizados nesse procedimento, eram executados no 8o ano. E, a cada momento quando precisávamos planejar as aulas subsequentes, isso requeria levar em consideração acontecimentos vivenciados em sala de aula, retomando reflexões desenvolvidas nos Ciclos de Estudos Reflexivos.

Adotamos a terminologia plano de aula conforme Godoy et al. (2009, p. 58), quando, assim, afirmam: “trata-se de um documento no qual faz-se a previsão de conteúdos e atividades que deverá ser trabalhada em uma aula ou em um conjunto de aulas”.

Os textos de história escolhidos para serem trabalhados com os alunos, foram os existentes no livro didático (História: das cavernas ao terceiro milênio de Braich e Mota, 2006). Quando iniciamos a pesquisa, pretendíamos que as fontes dos textos escritos, usados para a interpretação pelos alunos, não necessariamente, fossem todos extraídos desse livro. A docente, porém sugeriu que assim o fosse porque é com o livro didático que ela planeja, a maioria das aulas ministradas nas turmas que leciona, e queria aprender a melhor trabalhar com ele.

No Planejamento, conhecimentos e experiências foram registrados, sendo revista e recriada a organização didática que enriqueceu a atividade docente. Durante o desenvolvimento desse momento formativo, consideramos o estabelecimento de relações entre as experiências da professora, os pressupostos teóricos em estudo e as observações realizadas em sala de aula.

Desenvolvemos seis planos de aulas contemplando o procedimento metodológico, explicitado na tabela 1, a seguir, construído com base nos aportes de Eco (1993), Galperin (1995c,d,f), Kern (2001), Pozo e Angón (1998).

Nas construções desses planos, consideramos a interpretação de textos: de forma grupal, usando o mapa da atividade e contando com ajuda da professora (Apêndices D, E, F, G); em grupos, sem esse mapa e tendo o auxílio da docente (Apêndice H) e individualmente, sem nenhuma ajuda externa (Apêndice I).

Tabela 1 – Processo metodológico para o ensino da interpretação de textos de história

TEMÁTICAS DIAGNÓSTICO DO GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA INTERPRETAÇÃO ETAPAS DE ASSIMILAÇÃO DE AÇÕES MENTAIS CONJUNTO DE AÇÕES A independência da América inglesa O movimento operário e as ideias socialistas e anarquistas A situação política e social da Itália à espera da unificação O imperialismo na África O imperialismo e as guerras na África Terror nas selvas do Congo - Em relação ao conteúdo conceitual - Em relação à estrutura operacional para o desenvolvimento da interpretação Motivacional Base Orientadora da Ação – BOA Formação da ação no plano materializado Formação da ação na linguagem externa Mental

- Diagnóstico de condições do aluno para a realização da interpretação de texto de história.

Situação-problema.

- Diálogo com os alunos sobre o que é preciso fazer para interpretar um texto de história;

- Apresentação do objetivo da aula (pela professora) e como ocorrerá o processo de ensino e de aprendizagem para a interpretação do texto de história a ser estudado.

- Apresentação do mapa da atividade e como será realizada a aprendizagem com ele, fazendo referência e/ou acréscimo ao que o aluno disser ser preciso fazer para interpretar um texto de história. - Os alunos, em pequenos grupos, realizarão (escrevendo) todas as operações de desenvolvimento das ações do mapa da atividade, como consta abaixo.

- Se precisarem de ajuda, solicitam orientação da professora.

Realização de uma primeira leitura do texto, no seu todo, reconhecendo:

- A data de elaboração do texto;

- Informações sobre o (a/os/as) autor (a/os/as) que escreveu/escreveram o texto;

- Título do texto;

- Diga, por escrito, do que trata o texto.

Realização de uma segunda leitura ou leituras posteriores para saber:

- Quais as ideias principais do texto? (pode observar isso por tópicos ou por partes do texto);

- Que relações têm essas ideias umas com as outras? Justifique! - O texto retrata a cultura da época em que foi produzido? (costumes, modos como vivem as pessoas no período em que o texto foi escrito etc);

- Quando aconteceu esse fato ou acontecimento histórico e o que acontecia naquele período histórico?

- Destacar o que não entendeu do texto (ideias, ou fatos, ou nomes, ou datas).

Esclarecimento de dúvidas:

- Esclarecimento do que não ficou compreendido no texto;

- Definição de conceitos-chave e termos específicos de teor histórico, desconhecidos.

Construção da crítica

- Qual é a posição do (a/os/as) autor (a/os/as) em relação ao conteúdo do texto?

- Qual é a sua opinião sobre as ideias apresentadas pelo (a/os/as) autor (a/os/as) no texto;

- Qual a contribuição desse fato ou acontecimento histórico para a vida?

Os alunos apresentarão, de forma oral, para todos os presentes em sala, o que escreveram e como fizeram para realizar a interpretação.

Os alunos, individualmente, sem ajuda externa e sem o apoio do mapa, realizarão todas as ações para interpretar o texto de história.

Em contextos escolares ocorrem momentos reflexivos, potencializadores de formação e desenvolvimento de uma atividade docente e discente mais autônoma. Para a realização desse processo reflexivo, atenta a uma dimensão de reflexão como uma fonte de reconhecimento da problemática circundante, da possibilidade de compreender o problema da pesquisa – no contexto em que ele se encontrava inserido – e buscar estratégias de superação contamos, também, com a observação efetuada na vida real.