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Contratos de aquisição de energia elétrica

3.3 Áreas de ação e o seu potencial para o estudo energético

3.3.6 Contratos de aquisição de energia elétrica

Os contratos de aquisição de energia são acordos para distribuição energética dos comercia- lizadores aos consumidores, que podem ser domésticos ou empresariais. São acordos aprovados pela ERSE e que respeitam o RRC, regulamento esse que define as relações comerciais entre todos os intervenientes.

Atualmente, o mercado livre origina um aumento da concorrência com a obtenção de resulta- dos nos preços praticados. A melhor qualidade dos serviços prestados é outro ponto favorável do novo sistema tarifário, onde o cálculo da faturação de acordo com as tarifas se encontra presente no regulamento tarifário.

As razões que levaram a esta mudança prendem-se com a eficiência do tratamento da energia, sendo este mais justo e um ponto fulcral, que resulta da evolução tarifária observada, visto que acaba por ter um maior controlo.

A tensão de entrega ao consumidor pode ser separada em 5 níveis, presentes na tabela3.4.

Tabela 3.4: Tarifas de referência para a energia reativa

Nivéis de Tensão Valor eficaz da Tensão entre fases Potência contratada Baixa Tensão Normal ≤ 1 kV ≤ 41.4 kW Baixa Tensão Especial ≤ 1 kV > 41, 4 kW

Média Tensão 1 < kV ≤45 —

Alta Tensão 45 < kV ≤ 110 — Muito Alta Tensão 110 > kV —

Períodos e tarifários

O trabalho em questão aborda uma instalação alimentada em MT onde existem três ciclos ho- rários disponíveis para este tipo de distribuição (Ciclo Diário, Ciclo Semanal e Semanal Opcional). Tal como já tinha sido referido, estes ciclos ajustam os períodos horários em determinadas horas, o que pode ser vantajoso se for conhecido em que horário a instalação tem maiores consumos energéticos.

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Deve-se sempre, em consonância com o ciclo faturado, ajustar o horário das máquinas com maior consumo, caso seja viável a sua utilização em períodos diferentes aos estipulados no mo- mento do estudo. Um exemplo é a tentativa de evitar consumos acentuados nas horas de ponta e cheia, que representam as tarifas mais elevadas na energia faturada.

A figura3.10é um exemplo da poupança que se pode obter através da alteração do consumo para outro período horário. Obviamente, esta mudança não é fácil, uma vez que é necessário perceber se o horário de utilização permite esta troca ou se o equipamento irá ter de trabalhar mais horas e é também necessário verificar se o que se poupa com o mecanismo é perdido noutra questão [45].

Figura 3.10: Períodos horários para o ciclo diário

O ciclo diário caracteriza-se por uma distribuição igual pelos 7 dias da semana, o que é van- tajoso para instalações utilizadas apenas nos 5 dias úteis. Na figura 3.11é possível verificar os horários do ciclo diário [45].

Figura 3.11: Períodos horários para o ciclo diário

Se existir funcionamento durante o fim-de-semana o melhor ciclo será o semanal, visto que, tal como é percetível na figuras3.12e3.13, irão ser alcançados benefícios aos sábados e domingos, em termos tarifários [45].

Outro fator histórico ao nível do setor elétrico nacional é que, desde 1 de Janeiro de 2013, as tarifas de venda a clientes finais, divulgadas pela ERSE, passaram para um caráter transitório em Portugal continental, com reavaliação trimestral. Na figura3.14, encontram-se as tarifas que constavam no site da ERSE no momento da realização desta dissertação.

Parâmetros faturados

Os valores que geralmente se encontram numa fatura energética, de acordo com o nível de tensão e da opção tarifária, são os seguintes:

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Figura 3.12: Períodos horários para o ciclo semanal

Figura 3.13: Períodos horários para o ciclo semanal opcional

• Energia ativa em horas de super vazio;

• Energia ativa em horas de vazio;

• Energia ativa em horas de cheias;

• Energia ativa em horas de ponta;

• Energia reativa indutiva em horas fora de vazio;

• Energia reativa capacitiva em horas de vazio;

• Potência contratada;

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Figura 3.14: Tarifa transitória de venda a clientes finais em MT

Estes são os parâmetros medidos na instalação, pois da fatura podem constar impostos sobre consumo elétrico e contribuições audiovisuais, bem como as tarifas de acesso à rede que necessi- tam de pagamento.

Os consumidores alimentados em BTN com tarifa simples pagam apenas a energia ativa e a potência contratada, existindo a opção de eleger uma tarifa bi-horária para além da potência contratada, a energia ativa em horas de vazio e a energia ativa em horas fora de vazio são medidas, ou tri-horária - potência contratada mais as energias ativas em horas de vazio, ponta e cheias.

Em MAT, AT, MT e BTE a tarifa contratada é tetra-horária (vazio, super-vazio, cheias e ponta), com um valor unitário diferente para cada período. Nestes casos, a energia reativa consumida ou fornecida à rede também é faturada, bem como a potência contratada e a potência em horas de ponta.

Os preços da energia ativa e da potência contratada variam segundo o perfil de utilização da instalação, contratualmente definido através de curtas, médias e longas utilizações para os consu- midores alimentados.

Escalões de potência contratada

Os consumidores em BTN selecionam a potência contratada tendo em conta as necessidades e a simultaneidade na alimentação das cargas da instalação. A seleção pode ser acordada entre um

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intervalo de 1.15kVA a 41.4kVA.

A potência contratada em MAT, AT, MT e BTE é determinada pelo consumidor, não existindo a predefinição de valores. A única certeza é que a potência contratada, nestes casos, tem valores superiores a 41.4 kW, sendo atualizada tendo em conta a máxima potência tomada nos doze meses anteriores à emissão da fatura, o que resulta num controlo da potência de ponta.

Períodos tarifários

Os períodos horários variam as suas horas de acordo com a época do ano, ou seja, entre verão e inverno. Esta é uma situação que pode ser analisada, visto que é possível uma maior adaptação das tarifas faturadas ao tipo de consumo e aos horários em que existe o mesmo.