• Nenhum resultado encontrado

Contributos para uma Resposta dos Serviços de Saúde

1. P RIMEIRA F ASE – E STUDOS P RELIMINARES

1.2. Menopausa: Resposta dos Serviços de Saúde

1.2.2. Contributos para uma Resposta dos Serviços de Saúde

Ao questionarmos os nossos peritos sobre os contributos para os serviços de saúde melhorarem a respostas às necessidades da população, podemos ressaltar a preocupação destes profissionais com a falta de uniformidade de procedimentos, com a acessibilidade aos serviços e com a necessidade de se trabalhar em rede para uma melhor preparação dos

Sub categ

U.C.

Maria Helena de Carvalho Valente Presado Página 128

profissionais e dos cidadãos para esta etapa de vida e consequentemente contribuir para uma melhor qualidade de vida da população na menopausa.

Os nossos colaboradores dizem-nos que é preciso:

“Estar atento ás necessidades das mulheres nesta etapa de vida…” (E1)

“…Estarmos disponíveis para ouvir, elas também se ouvem e tomam consciência de situações para o qual não estavam despertas”. (E2)

Salientam que:

“Temos de nos abrir à população (…) estamos dispersos, cada um a trabalhar por si…” (E1)

“…Os profissionais não trabalham em rede, não sabem a quem recorrer (…) cada um trata isoladamente do seu problema sem se contactar as pessoas que estão especializadas nesta área, os serviços deviam funcionar como um só” (E1)

A preparação para a menopausa deve ser:

“…Inserida na educação sexual nas escolas e nas consultas de planeamento familiar, sem criar ansiedades e sintomatologias desnecessárias e precoces (…) não tenho indicadores que permitam avaliar o trabalho nesta fase”. (E2)

Referem ainda que ao nível da prevenção primária o trabalho é para colmatar falhas e lacunas, não havendo sensibilidade dos gestores para dotar os serviços adequadamente com recursos humanos por forma a poderem intervir nesta etapa de vida.

Maria Helena de Carvalho Valente Presado Página 129

QUADRO 27. Sub-categorias/Unidades de Contexto (UC), Unidades de Registo relativas à

categoria contributos do Serviço de Saúde para melhorar a qualidade de vida dos casais

Sub cat. U.C Unidades Registo A ce ss ibi li dad e

Estar atentos às necessidades da mulher nesta etapa da vida, anhhh… não é fácil trazer os homens às consultas mas se calhar devia haver mais abertura para as pessoas conseguirem recorrer os recursos estão dispersos (E1)

Temos que nos abrir á população, eles têm que saber que os profissionais estão abertos e os profissionais tem que trabalhar em equipa, estamos dispersos e cada um dá as suas indicações (pausa) tem que haver sensibilidade por parte das administrações, se as consultas continuarem a ser vistas como rotineiras, em que se avaliam os procedimentos básicos, e em que não se privilegia o acompanhamento psicológico e prevenção de complicações e que não se faz… a prevenção primaria estamos a trabalhar só para colmatar falhas e lacunas (E1)

Em primeiro lugar ouvir, só facto de estarmos disponíveis para ouvir, elas também se ouvem e tomam consciência de situações para o qual não estavam despertas (E2)

T rabal ho em re de

Não existe uma uniformidade nos procedimentos, os profissionais não trabalham em rede, não sabem a quem recorrer e muitas vezes temos os serviços, temos os cuidados mas as pessoas não trabalham em comunidade, em rede cada um trata isoladamente do seu problema sem se contactar as pessoas que estão especializadas nesta área, os serviços deviam funcionar como um só (E1)

A mulher dirige-se a uma Consulta Médica no Hospital ou Centro de Saúde e é com uma CM que tem quando na verdade ela sai dessa Consulta Médica com muitas duvidas e muito pouco esclarecida, porque o timing imposto para as Consultas Médicas não corresponde às necessidades de esclarecimento da mulher portanto devia haver uma Consulta de Enfermagem para cada Consulta Médica, mas para isso, tem que haver recursos, sensibilidade das organizações das Administrações para perceberem que esta etapa da vida das pessoas consome tanto ou mais tempo quanto o da mulher em idade fértil. A gravidez, o parto e período fértil não devia ser o único alvo de cuidados, porque a mulher após a menopausa continua a ter uma esperança de vida de mais de 20 anos. (E1)

Prepara ção par a a m enop ausa

Nós não preparamos a nossa menopausa e a nossa 3ª idade nem a reforma como está muito longe, vamos adiando, além disso a sociedade está muito instável e os casais que estão juntos em idade fértil depois não estão juntos na 3ª idade. A estatística revela que metade dos casamentos termina em 2º e 3º casamentos, 2º e 3º companheiros. (E1)

Temos um caminho longo a percorrer, isto deve ser inserido na educação sexual nas escolas, e nas consultas de Planeamento Familiar, sem criar ansiedades e sintomatologias desnecessárias e precoces porque a mente pode condicionar a forma de estar destas mulheres. Já me tenho questionado se estou a agir correctamente, mas ainda não tenho indicadores que me permitam avaliar o meu trabalho nesta fase. (E2)

A existência de THS é conhecida como o risco que apresenta, actualmente tenho menos mulheres a pedir esta medicação, eu nunca ultrapasso 5 anos de tratamento, dantes pediam porque tinham medo que a menstruação ficasse dentro do corpo e agora estão mais esclarecidas. A prevenção é mais pela aplicação de cremes locais e quando as queixas são muito intensas elucidá-las sobre as várias alternativas terapêuticas. (E3)

Maria Helena de Carvalho Valente Presado Página 130 (continuação) Q ual idad e de v ida

São 20 anos que deveriam ser usados para viver com qualidade. Depende de nós fazermos com que elas usufruíssem desse tempo com qualidade. (E1)

A sociedade está muito instável, não há equilíbrio para além da dinâmica toda de desemprego, instabilidade económica, endividamentos. As pessoas hoje estão muito tristes, muito desanimadas e muito desgostosas com a vida com falta de objectivos, é o clima geral que se vive, o que interfere nos relacionamentos dos casais e na qualidade de vida (E1)

Elas é que têm que encontrar as respostas não só somos facilitadores, elas podem trazer os companheiros, estimular a vivência a dois e não a separação que se verifica nesta fase, fomentada pela depressão de tendência natural, agravada por situações de relacionamento extraconjugal, não dar logo anti-depressivos, tentar ajudar aquele casal com outras alternativas… (E2)

Exercício físico, ajuda previne o mal-estar, a osteoporose e facilita a mobilidade e a convivência e comunicação entre as mulheres, o ginásio está a ter grande adesão nesta fase, e informalmente falam sobre os problemas da menopausa e consciencializaram-se da problemática comum, devemos estimular os casais numa fase anterior, mas agora é urgente intervir nas que estão já nesta etapa. (E2)

Eventualmente facilitar o conhecimento com cremes a base de estrogénios que facilitam a lubrificação e que irão melhorar a vida do casal. (E3)