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A coordenação do Projeto Casa Brasil

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CAPÍTULO IV UMA CASA, MUITOS CÔMODOS E INCÔMODOS

1 Para além da inclusão digital: Motivações e propostas do Projeto Casa Brasil

1.2 A coordenação do Projeto Casa Brasil

O Projeto Casa Brasil foi gerido por uma Coordenação, composta por um Comitê Gestor (CGPCB)57 e por um Comitê Executivo.

O Comitê Gestor do Projeto Casa Brasil – CGPCB era composto por representantes dos seguintes órgãos do Governo Federal: Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) pela Casa Civil da Presidência da República, que o coordena; Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República; Ministério da Educação; a Secretaria de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia; o GESAC58 do Ministério das Comunicações; o Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Objetivos do CGPCB:

Estabelecer diretrizes gerais de gestão e aplicação dos recursos destinados ao Projeto Casa Brasil; Estabelecer critérios para a escolha das entidades e localidades que abrigarão e administrarão as unidades locais do Projeto Casa Brasil; Aprovar o plano anual de trabalho do Projeto Casa Brasil e, avaliar periodicamente seus resultados; Acompanhar e monitorar a implementação e o desempenho das unidades do Projeto Casa Brasil.

O Comitê Executivo do Projeto Casa Brasil coordenava as ações de ministérios, secretarias, autarquias, empresas estatais e demais órgãos do Governo Federal para a consecução dos objetivos propostos, “propiciando maior eficácia e visibilidade aos programas de inclusão social do Governo Federal” (CNPq, 2004, p. 14). O Comitê Executivo era composto por representantes dos seguintes órgãos e entidades do Governo Federal: Ministério da Ciência e Tecnologia, que o coordenava e era responsável pelo repasse dos recursos; pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, responsável pela Secretaria-Executiva; pela Casa Civil da Presidência da República; pelo Ministério da Educação; pela Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República; Ministério das Comunicações; Ministério da Cultura; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Serviço Federal de Processamento de Dados; Caixa Econômica Federal; Banco do Brasil S.A; Centrais Elétricas S.A; Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; Petróleo Brasileiro S.A. Funções do Comitê Executivo

58 O Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão - GESAC é coordenado pelo Ministério das

Comunicações por meio do Departamento de Infraestrutura para Inclusão Digital, que oferece conexão de internet via satélite e terrestre à telecentros. O Programa é direcionado, prioritariamente, para comunidades em estado de vulnerabilidade social, em todos os estados brasileiros, privilegiando as cidades do interior, sem telefonia fixa e de difícil acesso. Por meio dele, é disponibilizada a infraestrutura fundamental para a expansão de uma rede. Desde 2002, milhares de brasileiros passaram a dispor do acesso à internet por meio do Programa, que proporciona oportunidades de inserção no mundo das tecnologias de informação e comunicação por meio de uma iniciativa governamental pública. O Projeto Casa Brasil foi contemplado com esse Programa. Para saber mais sobre o GESAC acesse <http://www.gesac.gov.br/programa-gesac/o-que-e-o-gesac>.

As funções atribuídas ao Comitê Executivo, através de sua Secretaria-Executiva eram: coordenar a implantação das unidades; acompanhar e monitorar o desempenho das unidades locais; gerir e operacionalizar o Portal Casa Brasil59; gerir os convênios com entidades que abrigaram e administraram as unidades locais do Projeto Casa Brasil; disciplinar os convênios/parcerias realizados entre as entidades locais, administradoras das unidades, e terceiros; gerir os convênios com ministérios e estatais nos casos em que estivesse configurada a necessidade de interveniência de diversos órgãos; interagir com o Programa Brasileiro de Inclusão Digital; coordenar as ações entre ministérios e estatais nos projetos de abrangência nacional e que estivessem vinculados ao Projeto; coordenar as atividades de formação e capacitação dos agentes envolvidos no processo de implantação das unidades; receber e processar informações enviadas pelas equipes de capacitação continuada; manter um banco de dados do processo de implantação do Projeto e suas unidades locais que pode ser geo-referenciado e contribuir para o Observatório de Inclusão Digital; manter ferramentas de gerenciamento e suporte remoto das atividades das equipes de capacitação continuada; desenvolver e manter o sistema operacional dos telecentros e espaços multimídia.

Além da coordenação do CGPCB e do Comitê Executivo, na proposta do Projeto Casa Brasil constava a criação de Conselhos Gestores. Esses conselhos eram formados por membros da própria comunidade para atuarem junto ao Projeto. Segundo o Manual do Conselho Gestor60 (2008, p.8-9), a ideia era de que os membros que atuassem no Conselho participassem das oficinas e de outras atividades, já que essas pessoas permaneciam algum tempo dentro da Casa. Dessa forma, poderiam acompanhar os acontecimentos no Projeto e a cada visita poderiam perceber algum tipo de problema ou receber alguma sugestão. Quando havia reunião do Conselho, esses membros apresentavam os pontos para a comunidade debater e, se fosse o caso, decidir por alguma mudança ou novidade.

O Conselho Gestor é um grupo de pessoas eleitas na comunidade para contribuir com o projeto Casa Brasil. Ele participa da gestão do espaço e das atividades do projeto, em conjunto com os bolsistas e com as entidades envolvidas. É um espaço de participação direta, que deve estimular as pessoas a exercer a cidadania ativa. O Conselho Gestor deve se reunir sempre para avaliar o projeto e para pensar em como fazer para que ele consiga alcançar seus objetivos. A participação da comunidade é fundamental para o presente e para o futuro do Projeto Casa Brasil (MANUAL DO CONSELHO GESTOR, 2008, p. 29).

59 Portal do Projeto Casa Brasil disponível em <www.casabrasil.org.br>.

A proposta era de que o Conselho Gestor fosse um espaço de participação direta dos cidadãos nos momentos de decisão sobre as atividades realizadas em casa unidade. Além disso, que o Conselho Gestor deveria contribuir para a integração do projeto Casa Brasil a outros projetos, entidades e movimentos organizados, articulando novas parcerias e principalmente contribuindo para a avaliação da unidade Casa Brasil. Em certa medida, enquanto o Projeto estava em sua fase inicial, temos registros da atuação de alguns Conselhos. Contudo, com a descontinuidade do mesmo e adequação do Projeto as realidade locais e em detrimento da manutenção do mesmo por parte dos parceiros estratégicos, os Conselhos foram se extinguindo. Na verdade, a participação popular no Brasil é um processo histórico e marcado por lutas de classes e tensões, como já observamos.

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