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CRIANÇAS COM SIBILÂNCIA RECORRENTE: ESTUDO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA, PERFIL IMUNOLÓGICO E GENÉTICO

No documento ANUÁRIO DO HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA (páginas 170-176)

Caso III: A.B Adolescente do sexo masculino, 18 anos, estenose grave do esófago desde os 2 anos por ingestão de cáustico Admitido no pós-operatório de transposição gástrica

CRIANÇAS COM SIBILÂNCIA RECORRENTE: ESTUDO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA, PERFIL IMUNOLÓGICO E GENÉTICO

Luís Miguel Borrego

Serviço de Imunoalergologia, Área de pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central EPE, Lisboa.

- Reunião da Área de Pediatria Médica – 31 de Março de 2009.

Nos últimos anos têm sido identificados vários factores de risco para asma brônquica em crianças com sibilância recorrente, não se encontrando clara a importância da avaliação funcional respiratória nestas crianças. De igual modo, têm sido documentados resultados contraditórios na avaliação imunológica das populações de células reguladoras bem como na expressão de polimorfismos para a asma. Foi efectuado um protocolo de investigação conjunta com o Great Ormond Street Hospital for Sick Children para o estudo funcional respiratório do lactente e com o Departamento de Imunologia da Faculdade de Ciências Médicas para a avaliação imunológica. Pretende-se apresentar o projecto de investigação e os resultados obtidos. Destaca-se a eventual importância da avaliação das provas de função respiratória e de parâmetros imunológicos, em crianças com sibilância recorrente e alto

risco clínico para asma, nos primeiros dois anos de vida, apesar da sua controversa aplicabilidade individual. O seguimento prospectivo destas crianças poderá aferir o seu valor preditivo para asma em idade escolar.

EXHALED BREATH CONDENSATE PH: COMPARING DIFFERENT METHODS Pedro Martins1,2, Iolanda Caires1, José Martins1, José Rosado Pinto2, Ana Luísa Papoila3, Nuno Neuparth1,2

1- Pathophysiology Department, CEDOC/FEDER, Faculty of Medical Sciences, New University of Lisbon, Lisbon, Portugal; 2- Immunoallergy Department, Dona Estefânia Hospital, Lisbon, Portugal; 3 - Biostatistic and Informatics Department, CEAUL, Faculty of Medical Sciences, New University of Lisbon, Lisbon, Portugal.

- Congresso Anual da ERS (European Respiratory Society), Viena, Áustria, 12 a 16 de Setembro de 2009 (Poster).

Background: The study of the pH is considered one of the most robust analyses of exhaled breath condensate (EBC). At the present time there are different methods for EBC pH determination.

Objective: To compare the values of EBC pH analysed by different methods in samples collected with different devices.

Methods: EBC collections were performed in 15 asthmatic patients using RTube and EcoScreen. pH was measured in neat and deaerated samples through a glass electrode and a blood gas analyser. Calculation of pH at 5.33 kPa CO2 was performed trough a logarithmic regression. Agreement of pH readings was accessed by Bland-Altman statistical methods. Results: 7 patients were males with a mean age of 11.2 ± 3.7 years. Concerning pH, for RTube we got the following medians (P25-P75) with the glass electrode: i) neat sample (ns): 6.30 (5.95–6.59); ii) deaerated sample (ds): 7.80 (7.37–8.2). With the blood gas analyser we got: i) ns: 5.98 (5.81–6.12); ii) ds: 6.73 (5.58–6.92); iii) pH at 5.33 kPa CO2: 5.78 (5.72– 5.93). For EcoScreen, the pH results with the glass electrode were: i) ns: 6.54 (6.25–7.33); ii) ds: 8.21 (7.74–9.14). With the blood gas analyser the results were: i) ns: 6.44 (6.25– 6.66); ii) ds: 7.06 (6.87–7.24); iii) pH at 5.33 kPa CO2: 6.04 (5.85–6.10). For the glass electrode, the mean of the differences (±1.96SD) between the two collection devices were: i) ns: 0.40 (-0.67–1.46); ii) ds: 0.55 (-0.73–1.82). For the blood gas analyser we found: i) ns: 0.45 (0.20–0.69); ii) ds: 0.28 (-0.22– 0.78); iii) pH at 5.33 kPa CO2 : 0.21 (-0.14–0.56). Conclusions: RTube presented lower values of pH in all pH reading methods. The differences between the EBC collection devices were narrower for pH at 5.33 kPaCO2. Key-words: exhaled breath condensate pH.

EXPOSIÇÃO A POLUENTES E ALTERAÇÕES DAS VIAS AÉREAS

Pedro Martins1,2, Iolanda Caires1, Simões Torres3, José Martins1, Pedro Lopes da Mata4, Joana Valente5, Ana Luísa Papoila6, José Rosado-Pinto2, Carlos Borrego5, Nuno Neuparth1,2

1 - Departamento Universitário de Fisiopatologia, CEDOC, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 2 - Serviço de Imunoalergologia, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa EPE; 3 - Serviço de Pneumologia, Hospital de São Teotónio; 4- Instituto Clínico de Alergologia; 5 - Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro; 6 - Departamento de Bioestatística e Informática, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, CEAUL

- XXX Reunião Anual da SPAIC, Albufeira, 1 a 4 de Outubro de 2009 (Comunicação oral).

Introdução: O Projecto “Saud’Ar” teve como objectivo determinar a relação entre os níveis de exposição a poluentes atmosféricos e as alterações nas vias aéreas, num grupo de crianças com história de sibilância, seleccionadas na cidade de Viseu através do questionário ISAAC.

Material e Métodos: Durante uma semana de Inverno e Verão dos anos de 2006 e 2007, avaliaram-se 51 crianças através dos seguintes exames: Medição FENO, medição do pH no condensado brônquico (EBC), espirometria, registo ambulatório do PEF e testes cutâneos por picada (TC) para aeroalergenos. Mediram-se nas casas e escolas das crianças os níveis de poluentes interiores: NO2, O3 e COV’s (benzeno, tolueno, xileno e formaldeído). Mediu- se também a poluição atmosférica de Viseu no período em questão (O3, NO2, PM10, COV’s). Depois de definidos os perfis actividade-tempo de cada criança e as concentrações dos diversos poluentes em cada momento e em cada microambiente (através da medição no local, modelação da qualidade do ar e utilização de relações exterior/interior) calculou-se a exposição individual de cada criança para os vários poluentes. Efectuou-se um estudo de regressão linear múltipla para avaliar a associação entre exposição a poluentes e os parâmetros das vias aéreas, ajustada para a sensibilização a aeroalergenos.

Resultados: 28 crianças eram do sexo masculino (idade média: 8.8±1.1 anos em Junho 2007). 23 tiveram TC positivos. Encontraram-se associações significativas para incrementos de exposição a 10μg.m-3 COV’s em todas as semanas do estudo, obtendo-se no entanto os melhores resultados nas avaliações do Verão de 2007: por cada aumento de exposição a 10μg.m-3 de xileno observou-se em média uma diminuição de 4.7% da relação FEV1/FVC (p=0.046) e um aumento do ∆PEF em média de 7.4% (p=0.016). O aumento de exposição a 10μg.m -3 de benzeno e tolueno associou-se com um aumento em média do ∆PEF de 4.5% (p=0.007) e de 2.7% (p=0.005) respectivamente. Observaram-se associações negativas entre aumentos de exposição a 10μg.m-3 de tolueno, etil-benzeno e mp-xileno e o pH do EBC, obtendo-se diminuições em média, respectivamente, de 0.18 (p=0.001), 0.46 (p=0.001) e 1.27 (p=0.000) unidades de pH.

Conclusões: A maior exposição a COV’s associou-se com uma maior gravidade das variáveis médicas, suportando a hipótese de que a exposição a este tipo de poluentes influencia o comportamento das vias aéreas de crianças com história de sibilância.

Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian; FEDER/ POCTI Palavras-chave: alterações das vias aéreas, poluentes

ESOFAGITE EOSINOFÍLICA Susana Piedade1, Ângela Gaspar2

1 Unidade de Imunoalergologia / Immunoallergology Unit, Hospital CUF – Descobertas, Lisboa; 2 Serviço de Imunoalergologia / Immunoallergology Department, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Centra, EPE, Lisboal.

- Revista Portuguesa de Imunoalergologia, 2009; 17 (3): 215 – 224.

A esofagite eosinofílica constitui uma doença inflamatória do esófago, mundialmente emergente, caracterizada pela infiltração significativa e isolada da mucosa esofágica por eosinófilos. A sintomatologia de apresentação revela -se bastante variável, mas frequentemente manifesta -se como uma doença de refluxo gastroesofágico que não responde à terapêutica anti -refluxo. O impacto alimentar esofágico e o desenvolvimento de estenoses esofágicas são complicações graves que podem ocorrer, com necessidade de remoção urgente do alimento e dilatação esofágica via endoscópica, respectivamente. A potencial gravidade destes sintomas justifica a importância do reconhecimento e do tratamento da doença, sobretudo tendo em conta que a sua prevalência tem vindo a aumentar na última década. A presente revisão sumariza o actual conhecimento sobre epidemiologia, apresentação clínica, possíveis mecanismos fisiopatológicos, história natural, abordagem diagnóstica e terapêutica desta condição.

Palavras -chave: Epidemiologia, esofagite eosinofílica, etiopatogenia, diagnóstico, história natural, tratamento.

FACTORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÓNICAS RESPIRATÓRIAS EM CABO VERDE

Pedro Martins1,2, José Rosado Pinto1, Maria do Céu Teixeira3, Nuno Neuparth2, Odete Silva4, Ana Luisa Papoila5, Nikolai Khaltaev6, Isabella Annesi-Maesano7,8

1- Serviço de Imunoalergologia, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa; 2 - Departamento de Fisiopatologia, CEDOC/FEDER, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 3 - Hospital Agostinho Neto, Serviço de Pediatria, Praia, Cabo Verde; 4 - Hospital Dr. Baptista de Sousa Hospital, Serviço de Pneumologia, Mindelo, Cabo Verde; 5 - Departamento de Bioestatistica e Informática, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa, CEAUL; 6 - Consultor da Global Alliance Against Chronic Respiratory Diseases (GARD), Geneva, Suiça; 7 - INSERM, Paris, França; 8 - Universidade Pierre et Marie Curie, Paris, França

- XXV Congresso de Pneumologia, Albufeira, 13 a 15 de Novembro de 2009 (Poster). Introdução: Vários estudos têm sugerido uma associação entre doença crónica respiratória (DCR) e exposição a poluentes do ar interior, resultante da combustão de biomassa. Este trabalho teve como objectivo identificar factores de risco para DCR em Cabo Verde.

Métodos: Durante duas semanas consecutivas foi aplicado um questionário (versão portuguesa do estudo piloto GARD) aos utentes dos Cuidados de Saúde Primários (CSP)

das ilhas de Santiago e São Vicente, com idade superior a 6 anos. Este questionário incluía questões relativas ao diagnóstico médico de DCR e sobre a exposição a diferentes situações passíveis de constituírem factor de risco para DCR. A metodologia do questionário encontra-se publicada (Martins P et al, Allergy 2009; 64 (7): 1061-1067).

Resultados: O número total de questionários entregues e devolvidos foi de 4003. A maioria era do sexo feminino (66%). A idade média foi de 34.9±19 anos. Na análise multivariável, o sexo feminino foi considerado como protector para bronquite crónica (prevalência: 4.2 %) (OR: 0.6, CI 95%: 0.4-0.9, p=0.02) e tuberculose (prevalência: 1.8%) (OR: 0.3, CI 95%: 0.2-0.5, p <0.001). Trabalhar num lugar poeirento constituiu factor de risco para o diagnóstico médico de rinite (prevalência: 4.1%) (OR: 1.8, CI 95%: 1.2-2.6, p=0.002) e de bronquite crónica (OR: 2.3, CI 95%: 1.6-3,3), p <0.001). Cozinhar com fogueira constituiu factor de risco para diagnóstico de asma (prevalência: 6%) (OR: 1.5, CI 95%: 1.2-2.1, p=0,007) e bronquite crónica (OR: 2.5, CI 95%: 1.4-3.1, p <0,001). O tabagismo associou-se a bronquite crónica (OR: 1,8, 0.96-3,3, p=0,067),), diagnóstico de enfisema (prevalência: 0.7%) (OR: 3.8, CI 95%: 1.2-11.7, p=0,022) e tuberculose (OR: 2.6, CI 95%: 1.3-5.1, p=0,008).

Conclusão: Para além do tabaco, trabalhar num lugar poeirento e a exposição à queima de biomassa são importantes factores de risco para DCR em Cabo Verde.

Palavras-chave: doenças crónicas e respiratórias, CaboVerde, factores de risco.

EXPOSIÇÃO A POLUENTES E ALTERAÇÕES DAS VIAS AÉREAS

Pedro Martins1,2, Iolanda Caires1, Simões Torres3, José Martins1, Pedro Lopes da Mata4, Joana Valente5, Ana Luísa Papoila6, José Rosado-Pinto2, Carlos Borrego5, Nuno Neuparth1,2

1 - Departamento Universitário de Fisiopatologia, CEDOC, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 2 - Serviço de Imunoalergologia, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa EPE; 3 - Serviço de Pneumologia, Hospital de São Teotónio; 4- Instituto Clínico de Alergologia; 5 - Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro; 6 - Departamento de Bioestatística e Informática, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, CEAUL

- XXX Reunião Anual da SPAIC, Albufeira, 1 a 4 de Outubro de 2009 (Comunicação oral).

Introdução: O Projecto “Saud’Ar” teve como objectivo determinar a relação entre os níveis de exposição a poluentes atmosféricos e as alterações nas vias aéreas, num grupo de crianças com história de sibilância, seleccionadas na cidade de Viseu através do questionário ISAAC.

Material e Métodos: Durante uma semana de Inverno e Verão dos anos de 2006 e 2007, avaliaram-se 51 crianças através dos seguintes exames: Medição FENO, medição do pH no condensado brônquico (EBC), espirometria, registo ambulatório do PEF e testes cutâneos por picada (TC) para aeroalergenos. Mediram-se nas casas e escolas das crianças os níveis de poluentes interiores: NO , O e COV’s (benzeno, tolueno, xileno e formaldeído). Mediu-

se também a poluição atmosférica de Viseu no período em questão (O3, NO2, PM10, COV’s). Depois de definidos os perfis actividade-tempo de cada criança e as concentrações dos diversos poluentes em cada momento e em cada microambiente (através da medição no local, modelação da qualidade do ar e utilização de relações exterior/interior) calculou-se a exposição individual de cada criança para os vários poluentes. Efectuou-se um estudo de regressão linear múltipla para avaliar a associação entre exposição a poluentes e os parâmetros das vias aéreas, ajustada para a sensibilização a aeroalergenos.

Resultados: 28 crianças eram do sexo masculino (idade média: 8.8±1.1 anos em Junho 2007). 23 tiveram TC positivos. Encontraram-se associações significativas para incrementos de exposição a 10μg.m-3 COV’s em todas as semanas do estudo, obtendo-se no entanto os melhores resultados nas avaliações do Verão de 2007: por cada aumento de exposição a 10μg.m-3 de xileno observou-se em média uma diminuição de 4.7% da relação FEV1/FVC (p=0.046) e um aumento do ∆PEF em média de 7.4% (p=0.016). O aumento de exposição a 10μg.m -3 de benzeno e tolueno associou-se com um aumento em média do ∆PEF de 4.5% (p=0.007) e de 2.7% (p=0.005) respectivamente. Observaram-se associações negativas entre aumentos de exposição a 10μg.m-3 de tolueno, etil-benzeno e mp-xileno e o pH do EBC, obtendo-se diminuições em média, respectivamente, de 0.18 (p=0.001), 0.46 (p=0.001) e 1.27 (p=0.000) unidades de pH.

Conclusões: A maior exposição a COV’s associou-se com uma maior gravidade das variáveis médicas, suportando a hipótese de que a exposição a este tipo de poluentes influencia o comportamento das vias aéreas de crianças com história de sibilância.

Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian; FEDER/ POCTI Palavras-chave: alterações das vias aéreas, poluentes

FIBROSE QUÍSTICA E ALERGIA

João Antunes1, Ana Fernandes3, Sónia Antunes3, Luís Miguel Borrego1,2, Paula Leiria Pinto1, José Cavaco3

1 - Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central EPE, Lisboa; 2 - Departamento de Imunologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 3 - Unidade de Pneumologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central.

- XXX Reunião Anual da SPAIC, Albufeira, 1 a 4 de Outubro de 2009 (Poster).

Introdução: A fibrose quística (FQ) constitui uma doença multissistémica, autossómica recessiva, que afecta cerca de 1:3300 recém-nascidos na população caucasiana. Estudos recentes reportam uma prevalência de atopia idêntica à população geral, sem repercussão significativa na progressão da doença. A sensibilização a fungos, nomeadamente A. fumigatus, é frequente em doentes com FQ e aumenta com a idade, podendo atingir 50% dos casos. Parece estar relacionada com agravamento da função pulmonar, embora sejam frequentes os casos de sensibilização assintomática. O presente estudo visa caracterizar doentes com FQ do ponto de vista imunoalergológico.

Métodos: Foram estudados retrospectivamente 31 doentes, seguidos em consulta especializada de FQ do Hospital de Dona Estefânia. Através da consulta dos processos

clínicos recolheram-se dados anamésticos referentes aos níveis de IgE total, sensibilização a A. fumigatus, dados bacteriológicos (culturas convencionais de secreções respiratórias) e dados imagiológicos (tomografia computorizada).

Resultados: Foram analisados 31 doentes, 16 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 3 e 23 anos, com média de 11 anos. Os níveis de IgE total estavam elevados em 42% dos doentes e 19% apresentavam sensibilização a A. fumigatus. Cerca de 55% dos doentes estudados apresentavam bronquiectasias e destes, 59% tinham elevação de IgE total e colonização bacteriana crónica em 82%. Dos doentes com elevação dos níveis de IgE total, 77% apresentavam bronquiectasias. Entre os doentes com sensibilização a A. fumigatus, 83% apresentavam bronquiectasias e destes, 67% estavam cronicamente colonizados. A colonização bacteriana crónica afectava 58% dos doentes e os principais agentes identificados foram S. aureus em 50% dos casos e P. aeruginosa em 33%.

Discussão: A FQ parece estar associada a sensibilização a A. fumigatus. A sensibilização em crianças parece ser mais rara do que em doentes adultos, assumindo-se o tempo de doença como um factor de risco importante. A relação entre atopia, sensibilização a A. fumigatus, colonização crónica e desenvolvimento de bronquiectasias continua por definir. O estudo imunoalergólogico assume-se como um importante instrumento de avaliação dos doentes com FQ. Futuros trabalhos nesta área permitirão esclarecer melhor a relação entre alergia e FQ.

Palavras-chave: alergia, fibrose quística

FREQUÊNCIA DA ANAFILAXIA INDUZIDA PELO EXERCÍCIO NUMA

No documento ANUÁRIO DO HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA (páginas 170-176)