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criem um Grupo de Coordenação que vise a estabelecer a integração das

nas bibliotecas das escolas 7.1 A ausência de responsável pela bi-

8. Capacitação de professores e utilização dos acervos

8.3.8. criem um Grupo de Coordenação que vise a estabelecer a integração das

ações do PNBE com as de outros progra- mas afins [...], com o objetivo de imple- mentar as seguintes medidas, entre outras [...]:

a) capacitação de professores e respon- sáveis pelas bibliotecas, para incorpora- ção do texto literário às práticas pedagó- gicas, por meio de programas gravados ou teleconferências [...].

8.6. Conforme o segundo Monitoramento, a letra c do item 8.3.2 estaria imple- mentada, tendo em vista que o encarte (cartilha de utilização e conservação) incluído nas encomendas do PNBE/ 2003 foi considerado um instrumento de incentivo à utilização de livros paradidáticos.

8.7. A utilização pedagógica dos acervos é objeto de indicador de desempenho recomendado pela auditoria (per- centual de escolas que relatam uso dos acervos na prática pedagógica, relati- vo ao item 8.3.10, letra e, da Decisão n. 660/2002–P), sendo que houve in- formação dos gestores de que os dados seriam disponibilizados anualmente em pesquisa amostral realizada pelos téc- nicos do FNDE para compor o relató- rio de monitoramento “Operação Li- vro na Escola”. Foi informado, ainda, que pesquisa mais ampla seria realiza-

da pela SEB/MEC, que pretende abor- dar o assunto com mais profundidade. 8.8. O mencionado indicador ainda não está sendo utilizado, pois as medidas a serem implementadas dependem de negociação com o Inep, responsável pela realização de pesquisa e avalia- ção de itens que possam resultar em dados que subsidiem a elaboração desse e de outros indicadores ainda não implementados.

8.9. A distribuição dos encartes com orien- tações e dicas sobre as melhores manei- ras de se utilizar os livros distribuídos e a campanha de conservação de livros são medidas que cumprem os objetivos da recomendação do item 8.3.4. 8.10. A recomendação do item 8.3.8, letra b,

foi considerada, no segundo Monito- ramento, ainda em implementação, vis- to que houve instituição de Grupo de Coordenação (Portaria MEC n. 2.069/ 2003) para estabelecer a integração das ações do PNBE com programas afins, mas sua efetiva atuação ainda está por acontecer.

8.11. Excerto do Voto do Ministro-Relator Guilherme Palmeira, que embasou a Decisão TCU n. 660/2002–P, resume a importância que a capacitação dos pro- fessores exerce na efetividade do PNBE: “a falta de capacitação de professores, por exemplo, é um fator que pode com- prometer sobremaneira os resultados do programa, uma vez que afeta a utiliza- ção plena dos acervos e, por conseguin- te, sua inserção pedagógica de forma satisfatória”.

8.12. Nesta avaliação de impacto, conside- ra-se que a principal ação do FNDE para a correta utilização dos acervos,

visando à capacitação dos professo- res, é a distribuição de encartes jun- tamente com os livros.

8.13. O conhecimento apenas regular do PNBE em metade das oito secreta- rias de educação visitadas é outro fator que limita iniciativas desses ór- gãos para capacitar o corpo docen- te. Está previsto no Termo de Com- promisso firmado entre o FNDE e as secretarias estaduais de educação, para a execução do PNBE, que es- ses órgãos seriam responsáveis por “promover e realizar capacitação para o corpo técnico, diretores, pro- fessores e bibliotecários responsá- veis pela execução do PNBE no Es- tado, assegurando a proposta polí- tico-pedagógica da instituição/uni- dade escolar/estabelecimento de ensino”.

8.14. Ocorrem treinamentos oferecidos por outros programas governamentais, especialmente o Proler, do Ministé- rio da Cultura, do qual o PNBE se beneficia indiretamente. Em Natal/ RN, por exemplo, a equipe de monitoramento participou do IX En- contro Estadual de Leitura e Escrita do Proler, oportunidade na qual foi relatado aos participantes os objeti- vos do acompanhamento do progra- ma pelo TCU.

8.15. Esse encontro, promovido de 24 a 26/ 11/2004 pela Secretaria de Estado da Educação, da Cultura e dos Despor- tos do Rio Grande do Norte, teve como tema “A importância dos espa- ços de leitura na escola para a for- mação de leitores”. Esse tipo de even- to constitui boa iniciativa para o in- cremento das atividades de leitu- ra nas escolas.

8.16. De igual modo, as ações da campa- nha “Tempo de Leitura”, do Ministé- rio da Educação, serviram como meio para capacitação de professores e conscientização dos alunos, merecen- do registro o “Workshop Multimídia – Literatura em Minha Casa”, promo- vido pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, em maio de 2002.

8.17. Não obstante a falta de recursos do PNBE para a capacitação de profissio- nais para atuar nas atividades de uti- lização dos livros de literatura, inicia- tivas autônomas das secretarias de educação vêm suprindo essa deman- da. Vale citar, por exemplo, a promo- ção, em 2004, do curso “Biblioteca Escolar – Curso de Atualização para Professores”, pela Secretaria de Es- tado da Educação, da Cultura e dos Desportos do Rio Grande do Norte, que teve como público-alvo 1.500 professores da rede estadual. O cur- so consistiu na contratação de con- sultora da área de bibliotecas esco- lares que repassou seus conhecimen- tos a 10 técnicos da secretaria, que, por sua vez, os disseminaram para os professores da rede estadual (Figura 3).

8.18. Nas escolas visitadas, notou-se pou- ca divulgação de trabalhos dos alu- nos com livros paradidáticos. Apenas

Figura 3 – Material do curso “Biblioteca Escolar – Curso de Atualização para Professores”

Foto: ACE Paulo Henrique Medeiros, Rio Grande do Norte.

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3 das 35 escolas visitadas mantinham registros das atividades com esse material, por meio de cartazes na bi- blioteca, salas de aula ou corredores da escola. De qualquer forma, houve melhoria do conhecimento dos profes- sores sobre a existência e propósitos do programa em relação a 2001, o que dá oportunidade a maior utilização do material distribuído pelo PNBE. 8.19. Apenas 6 das 35 escolas visitadas não

possuíam nenhum projeto próprio de incentivo à utilização de livros para- didáticos. Vale citar que a observa- ção direta nas escolas mostrou que os projetos são de iniciativa dos pró- prios professores, não sendo resulta- do direto de treinamentos oferecidos pelas secretarias de educação. 8.20. Como aspecto positivo, pode-se ci-

tar, ainda, que apenas 5 das 35 esco- las visitadas não permitiam livre aces- so dos alunos ao local onde os livros de literatura são guardados (biblio- teca, sala de leitura ou coordenação da escola).

8.21. Uma boa prática a ser disseminada foi relatada por algumas escolas visitadas, que realizam reuniões de divulgação antes da chegada dos livros, para conscientização dos pais (caso da Es- cola São Mateus, em Luziânia/GO), ou no dia que os livros são entregues aos alunos, com eventos que utilizam teatralização, música e outros instru- mentos para valorizar os acervos do programa (caso da Escola Municipal José Rodrigues dos Reis, em Luziânia/ GO). Das escolas que responderam à pesquisa postal, 33% informaram rea- lizar esse tipo de atividade.

8.22. Uma limitação destacada pelos en- trevistados nas escolas visitadas em 2004 foi o fato de o programa aten- der, atualmente, somente a 4ª e a 8ª série5. Em algumas escolas visitadas,

os diretores e professores decidiram, por conta própria, “quebrar” os kits que deveriam ser entregues apenas aos alunos da 4ª série, repassando exemplares também para alunos da 5ª série (caso da Escola São Mateus, em Luziânia/GO). Em outras esco- las, onde faltaram kits para os alunos da 4ª série, estes também foram aber- tos e cada aluno recebeu quatro li- vros (caso da Escola Dr. Lavoisier Maia, em Mossoró/RN).

8.23. Para os alunos das séries iniciais do ensino fundamental, os acervos dis- poníveis nas escolas são dependen- tes de doações de particulares e or- ganizações, ou de aquisições das se- cretarias estaduais e municipais de educação, visto que o formato atual do PNBE não prevê livros para alu- nos da faixa etária pertencentes a essas séries (1ª e 2ª séries).

8.24. A tabulação dos dados dos questio- nários respondidos pelas escolas mos- trou que o processo de capa- citação dos professores para utiliza- ção dos acervos literários tem um ca- ráter mais endógeno do que exógeno, ou seja, as reuniões explicativas en- tre a direção da escola e os professo- res (78,2% das observações) é muito superior à elaboração e distribuição de material informativo sobre os li- vros (19,3% das observações), ação esta que poderia ser decorrente de campanhas do MEC/FNDE ou das se- cretarias de educação.

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8.25. Considerando que apenas 13,7% das escolas que responderam aos questio- nários afirmaram ter participado de eventos de capacitação (palestras, seminários, encontros ou oficinas), verifica-se a oportunidade para uma atuação mais próxima às escolas dos órgãos públicos que atuam no PNBE, em todas as esferas de governo, no sentido de serem promovidas tais ati- vidades de capacitação.

8.26. Essa necessidade de incremento das medidas de capacitação realizadas pelo PNBE relaciona-se àquelas voltadas à divulgação do programa. Dos professores que responderam ao questionário, 56,4% afirmaram ter re- cebido algum tipo de orientação quanto à utilização dos acervos. Des- ses, apenas 31% dos professores tive- ram tal orientação por meio de mate- rial informativo impresso (encartes,

cartilhas). Nota-se, portanto, baixo aproveitamento do encarte enviado junto com os livros às escolas, que se- ria o principal material com objetivo de orientar os professores na utiliza- ção dos livros de literatura. Há pre- juízo, outrossim, à disseminação de su- gestões para realização de atividades mais elaboradas, visto que o encarte apresenta dicas nesse sentido. 8.27. Quanto às atividades realizadas atual-

mente com os livros de literatura, res- ta saber se houve incremento quali- tativo na utilização desse material, em comparação com o constatado pela auditoria realizada em 2001. Os gráficos 10 e 11, a seguir, auxiliam nessa comparação.

8.28. A leitura em classe continua sendo a atividade com maior freqüência, ul- trapassando 80% das observações nas

Gráfico 10 – Formas de utilização dos livros do PNBE pelas escolas – situação em 2001

Fonte: pesquisa com escolas da rede pública de ensino fundamental (out./nov. 2004)

Gráfico 11 – Formas de utilização dos livros – PNBE – situação em 2004

Fonte: pesquisa com escolas da rede pública de ensino fundamental (out./nov. 2004)

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escolas, tanto em 2001 como em 2004 (confronto do gráfico 10 com o gráfico 11). Já a biblioteca passou a ser mais utilizada em 2004 com relação à realidade encontrada na auditoria inicial. Aproximadamente 75% das escolas que respon- deram ao questionário em 2004 informaram que a utilizam com freqüência ou, ao menos, algumas vezes, sendo que a situação anterior indicava que em 2001 esse percentual era de 60%.

8.29. Embora não tenha sido verificado na auditoria em 2001, vale registrar que uma forma de utilização informada pelas escolas na pesquisa de 2004, com percentual considerável (em torno de 90% “com freqüência” ou “algumas vezes”, conforme gráfico 11), é aquela na qual os professores realizam atividades nas quais os alunos apresentam em classe a obra que leram, dando sua interpretação. Essa prática vem ao encontro de um dos objetivos do programa, que é viabilizar uma diversificação das fontes de informação utilizadas nas escolas públicas brasilei- ras, contribuindo para o aprimoramento da consciência crítica dos estudantes. 8.30. Quanto ao empréstimo de livros, o aumento verificado nessa forma de utilização

(70% em 2001 e 85% em 2004), conforme dados dos questionários respondidos pelas escolas, pode ser atribuído, em parte, à continuidade do programa, pois à medida que elas vão recebendo os acervos, ano a ano, cresce o interesse dos alunos, ante a maior quantidade e diversidade de títulos a serem acessados. 8.31. Quanto às atividades que requerem maior grau de elaboração para serem exe-

cutadas, verifica-se que o percentual de escolas que realizam eventos com os acervos literários (dramatização, poesias, apresentação à comunidade) mante- ve-se estável de 2001 para 2004, situando-se na média de 45% das escolas pesquisadas (confronto entre o gráfico 10 e o gráfico 12).

Gráfico 12 – Eventos para utilização dos livros PNBE realizados pelas escolas – situação em 2004

Fonte: pesquisa com escolas da rede pública de ensino fundamental (out./nov. 2004)

8.32. De se notar que a iniciativa da realização de treinamentos específicos (técnicos ministrando oficinas, por exemplo) ficou sob encargo das secretarias estaduais e municipais de educação, conforme previsto no Termo de Compromisso firmado por esses órgãos com o FNDE.

8.33. Destaque-se, ainda, que a utilização de livros paradidáticos na atividade de leitu- ra foi vista como uma “oportunidade de acesso à cultura e informação” pela maio- ria dos alunos (83,1%) que responderam aos questionários nas escolas visitadas em 2004, conforme evidenciado no gráfico 13. Essa constatação é positiva, na medida em que as atividades propostas pelos professores têm boas chances de serem bem recebidas pelos alunos, não obstante o fato de que menos da metade dos estudan- tes informaram ser leitores freqüentes (40,7%).

8.34. Cerca de 91% dos alunos que responderam ao questionário nas escolas visitadas afirmaram que os livros utilizados nessas atividades (que não necessariamente fa- zem parte dos acervos do PNBE6) despertam seu interesse. Uma opinião pratica-

mente unânime nas escolas visitadas foi sobre a boa qualidade dos acervos distri- buídos pelo programa, o que ajuda a explicar esse grande interesse dos alunos pelos livros. A ressalva feita, entretanto, pelos professores e responsáveis pelas bi- bliotecas nas escolas visitadas foi a de que os alunos da 4ª série gostariam que os livros tivessem mais ilustrações.

8.35. Em face do exposto, observa-se que as medidas de capacitação realizadas pelo PNBE vêm se mostrando insuficientes para promover o uso mais elaborado dos acervos na prática pedagógica das escolas. O encarte enviado junto com os acer- vos dá cumprimento aos subitens 8.3.2 (letra c) e 8.3.4 da Decisão n. 660/2002 – Plenário (recomendações “implementadas”), mas faz-se necessário implementar

Gráfico 13 – Opinião dos alunos quanto à utilização de livros paradidáticos na atividade de leitura

Fonte: entrevista com alunos da rede pública de ensino fundamental (nov. 2004).

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6 85% das escolas que responderam ao questionário por via postal informaram que possuem livros de outras fontes que não somente o PNBE (outros programas governamentais, doações).

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outras ações, como oficinas e treinamentos específicos, para que o programa seja mais conhecido e tenha seus objetivos atingidos de modo mais efetivo.

8.36. O processo de capacitação vem ocorrendo, a despeito dessas afirmações, principal- mente de modo endógeno nas escolas, ou seja, por iniciativa dos professores e profissionais que atuam nas bibliotecas, com pouca influência direta da ação dos órgãos públicos, não obstante terem sido observados esforços de secretarias de edu- cação, especialmente estaduais.

8.37. A continuidade do programa e a mudança de sistemática a partir de 2002, com a distribuição de livros diretamente aos alunos, mostraram-se eficazes para que os professores passassem a ter um melhor conhecimento acerca do PNBE, o que trou- xe reflexos positivos na utilização dos livros de literatura nas escolas e, por conse- guinte, nas iniciativas próprias de capacitação nesses estabelecimentos.

8.38. Nota-se que o caminho para que a efetiva utilização dos acervos se institucionalize nas escolas é a integração com outros programas do próprio MEC e de outros minis- térios, especialmente o Proler, do Ministério da Cultura, pois o desenvolvimento da habilidade de leitura dos alunos exige a implementação de medidas que extrapolam os recursos disponíveis para o PNBE, sendo necessária, portanto, a ação articulada entre distintos programas governamentais. Essa situação leva a considerar parcial- mente implementada a letra b, item 8.3.8, da Decisão n. 660/2002-Plenário.

9. Acesso da comunidade