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Critérios do Zoneamento

No documento PARQUE ESTADUAL DE ILHABELA (páginas 86-90)

Ficha Técnica do Parque Estadual de Ilhabela

3. DIAGNÓSTICOS 1 Meio Físico

4.1. Critérios do Zoneamento

O zoneamento baseou-se em critérios e zonas definidas no Roteiro Metodológico do IBAMA (IBAMA, 2002), na metodologia do Zoneamento do Mosaico da Juréia-Itatins (FF, documento interno, não publicado) e na adaptação do zoneamento estabelecido pelo Plano de Gestão Ambiental do Parque Estadual de Ilhabela (SÃO PAULO, 1998), de acordo

com parâmetros identificados nos diagnósticos realizados para a elaboração deste Plano de Manejo.

São critérios indicativos de valores para a conservação: representatividade; riqueza e diversidade de espécies, áreas de transição, susceptibilidade ambiental e presença de sítios históricos e culturais. Já os critérios indicativos para a vocação de uso e disponibilidade de serviços são: potencial para visitação/conscientização ambiental, presença de infraestrutura e usos conflitantes (Tabela 11). Para cada temática foram definidos critérios, sendo estes valorados em gradiente que variam de alto a baixo grau de importância.

Acrescentaram-se também critérios indicativos de impactos à conservação, uma vez que o enquadramento em um zona deve considerar ações voltadas a recuperação e monitoramento. Especificamente, utilizou-se também critérios dos impactos à conservação pela intensa visitação (vulnerabilidade das áreas; características das trilhas; distribuição do uso ao longo do ano; impactos sobre o terreno; atividades; vandalismo; presença de lixo; capacidade de manutenção, fiscalização; pesquisas desenvolvidas sobre a unidade; comunicação dos valores da unidade; existência de atividades de educação e interpretação ambiental) a fim de verificar as fragilidades existentes.

Tabela 11 - Critérios utilizados para o estabelecimento do Zoneamento Critérios Indicativos da Singularidade da Unidade de Conservação

Critérios indicativos de valores para a conservação

Representatividade

Riqueza e diversidade de espécies Áreas de transição

Susceptibilidade ambiental

Presença de sítios históricos e culturais

Critérios indicativos para a vocação de uso

Potencial para visitação

Potencial para conscientização ambiental Presença de infraestrutura

Uso conflitante Presença de população Fonte: Ibama (2002).

As classes de legenda ou tipo de informação de cada tema do diagnóstico são avaliadas segundo suas potencialidades e fragilidades, para atender aos objetivos do PEIb e seus diversos programas. A ponderação de cada tema foi estabelecida pela atribuição de valores

88 de acordo com a respectiva importância para a conservação, ao desenvolvimento de atividades de visitação e educação ambiental e, negativamente, aos impactos para a conservação.

Para cada tema, cujos dados são passíveis de espacialização, foram feitas ponderações (de 0 a 5) considerando os gradientes de zonas de grande pertinência à conservação. Para as áreas cujos dados são de altíssima importância, qualidade e/ou conformidade para conservação foram ponderados com peso 5 ou 3. Para as áreas cujos dados são de alta importância, qualidade e/ou conformidade para conservação foram ponderados com peso 4. Já os dados com peso de valor intermediário (3), são aqueles cuja importância ou qualidade para conservação é média. Os dados com valoração 2 ou 0 são aqueles cuja importância ou qualidade para conservação é baixa.

Para a avaliação de áreas que se encontram em desconformidade com a conservação, ou que causam impactos à UC, ou que necessitam de recuperação, foram ponderadas negativamente. Sendo que as áreas mais impactantes tem valores -5 (ou -3), diminuindo gradativamente até -2 (ou 0).

A partir da ponderação, são obtidos mapas que representam a importância do território para os temas e para o conjunto dos mesmos de acordo com a conservação, o uso público e as atividades impactantes.

Face às questões pertinentes à comunidade tradicional, ponderaram-se as temáticas voltadas à manutenção de sua cultura, relações sociais e tradições. Os critérios e ponderações para as diversas temáticas voltadas à conservação, recuperação, visitação e comunidades estão detalhados no Anexo 127.

Esses mapas foram cruzados pelo método de sobreposição, obtendo-se mapas intermediários. Estes mapas são cruzados, considerando o grau de importância de cada programa para o PEIb, definido por seus objetivos. O resultado desse último cruzamento é um mapa síntese. Este mapa síntese foi apresentado em 3 oficinas de Zoneamento e uma Reunião Técnica da Zona de Amortecimento, sendo o resultado final consolidado na Erro! Fonte de referência não encontrada..

Os limites das zonas foram ajustados considerando:

a) Uma hierarquia de importância entre os diferentes objetivos e programas, onde áreas de alto valor para a conservação prevalecem sobre áreas com alto valor para usos e infra-estrutura;

b) Limites identificáveis no campo (trilhas, estradas, rios e outros de visibilidade equivalente);

c) Um gradiente de conservação ambiental da zona mais preservada no interior para as zonas com maior possibilidade de uso nas periferias da Unidade;

d) As trilhas existentes para as atividades ligadas a visitação, sendo que essas zonas devem estar interligadas entre si a fim de permitir o conhecimento da Unidade como um todo.

e) Microbacias e influência do espaço aéreo (ventos que conduzam emissões gasosas, por exemplo) e do subsolo (que possa comprometer os aquíferos e os solos da UC)

Ao se proceder a análise da área do PEIb visando estabelecer o zoneamento, procurou-se identificar a vocação de uso e os diferentes graus de intervenção, por meio de uma categorização genérica definida como alta, média e baixa, considerando definições oficialmente estabelecidas para o zoneamento de UC (Tabela 12).

Tabela 12 - Relação entre critérios de zoneamento, características, graus de conservação e de intervenção para cada zona no PEIb

Zonas Critérios Gerais Int ang ív el Prim itiva H is tóric o- cu ltu ra l U so ex te ns iv o U so int ensi vo U so es pe cia l R ecu pe ra çã o Grau de conservação da biodiversidade

Alto Alto Médio Alto

/Médio Baixo Baixo

Médio /Baixo Representatividad e de fisionomias vegetais únicas, raras ou frágeis

Alto Alto Médio Alto

/Médio Baixo Baixo Médio Fragilidade do

ambiente físico e susceptibilidade ambiental

Frágil Frágil Frágil Média Baixa Baixa Média /Baixa Conhecimento científico Baixo Alto /Médi o Médio /Baixo Médio

/Baixo Alto Alto

Médio /Baixo Grau de intervenção Baixo(1 ) Baixo Médio (2

) Baixo Alto(3) Alto Alto

Potencial de

visitação Baixo Médio Médio Médio Alto Alto Médio

Legenda: Baixo(1) - Correção e prevenção de impactos causados pela ação humana (ex.: contenção de talude em trilha). Médio(2) - Intervenções para conservação e proteção de bens culturais quando convier, adequação para recebimento de visitantes.

Alto(3) - Correção e prevenção de impactos causados pela ação humana (ex.: contenção de talude em trilha), e intervenções para facilitar o deslocamento e melhorar a segurança dos visitantes (ex. escadas e corrimão).

90 Para a zona de amortecimento (ZA) do PEIb, que engloba áreas terrestres (na Ilha de São Sebastião) e áreas marinhas, a delimitação, setorização e normas foram compatibilizadas com os instrumentos de ordenamento vigentes (Plano Diretor de Ilhabela e Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte), discutidas e acordadas em reuniões e oficinas de planejamento participativo durante o processo de elaboração deste Plano de Manejo. No processo de revisão da ZA, realizado em 2013/2104, foram respeitados o desenho, o objetivo e as restrições estabelecidas e pactuadas para cada um dos setores. O trabalho da equipe consistiu em revisitar cada uma das normas, reescrevendo-as de forma mais objetiva e direta, com suas respectivas justificativas relacionadas ao impacto sobre a UC.

No documento PARQUE ESTADUAL DE ILHABELA (páginas 86-90)