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Programa de Uso Público

No documento PARQUE ESTADUAL DE ILHABELA (páginas 192-195)

Ficha Técnica do Parque Estadual de Ilhabela

ZUI 4: Trilha da Cachoeira do Gato

5. PROGRAMAS DE GESTÃO

5.4. Programa de Uso Público

O Parque Estadual de Ilhabela, localizado no Litoral Norte paulista, no Arquipélago de Ilhabela, possui um grande diferencial como Unidade de Conservação, pois abriga uma extensa área conservada de Mata Atlântica em formações insulares, com altitudes que variam do nível do mar até 1.379 m, possibilitando a existência de uma variada gama de ambientes e de espécies vegetais e animais a eles associadas, além de dezenas de atrativos histórico- culturais e arqueológicos.

No entanto, dentre as pressões de demanda por diversos usos na UC, citam-se a especulação imobiliária pressionando os seus limites; a captação irregular de água em rios e cachoeiras internas ao Parque por parte de comunidades do entorno; o uso turístico descontrolado e degradador da Estrada dos Castelhanos; a caça indiscriminada em diversas regiões do Parque, e, a visitação numerosa concentrada em determinados atrativos, onde a presença do Estado ainda é muito tímida, quando não é ausente.

O desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza, e, de turismo ecológico são atividades permitidas e até estimuladas dentro dos Parques Estaduais, devendo estar em consonância com a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica (SNUC, 2000).

Frente à crescente demanda da população pelo uso das áreas naturais, o Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, definiu vinte e um Projetos Ambientais Estratégicos, sendo um deles o de Ecoturismo, que tem como objetivos: “estimular o aproveitamento turístico dos parques estaduais, especialmente o ecoturismo na Mata Atlântica; e envolver a população, por meio da educação ambiental, na preservação do meio ambiente”.

A educação ambiental tranversalizada e emancipadora, entendida como uma estratégia de informação e formação que permeia todas as áreas de conhecimento, cumpre um papel ampliado nas Unidades de Conservação, uma vez que tendem a diminuir os conflitos existentes entre as comunidades e a áreas naturais protegidas. Isso porque, a partir do momento que as pessoas conhecem e entendem o meio natural, desenvolve-se uma noção de corresponsabilidade sobre este. É o início da mudança de comportamento das pessoas para atitudes mais condizentes com a atual realidade.

Neste caso, a UC já faz parte da territorialidade (HAESBAERT, 2005) das comunidades do entorno imediato, que desenvolvem uma relação afetiva com o local, considerado um importante patrimônio natural, um espaço de lazer e fornecedor de serviços ambientais. É, portanto, um solo fértil para a integração entre o Estado e a sociedade civil na proteção dos recursos naturais existentes. No Parque Estadual de Ilhabela, apesar das atividades de educação ambiental ocorrerem desde 1996, e da visitação estar estruturada em muitos aspectos, é necessário uma maior interface entre os dois subprogramas. A melhoria do Programa de Uso Público (PUB) permitirá uma maior interação entre UC com as comunidades do entorno e com a população dos municípios de envolvimento direto e da região. A existência de um espaço para desenvolvimento de educação ambiental, serviços ambientais, e oportunidades de lazer e recreação à sociedade proporciona melhor qualidade de vida e interação entre ser humano e natureza.

Assim, os principais objetivos gerais traçados para o programa são: i) propiciar aos visitantes o contato com a natureza e culturas locais, por meio de experiências recreativas e educativas, motivando-os para práticas conservacionistas e sustentáveis; ii) contribuir para o desenvolvimento humano, sociocultural e econômico das comunidades vizinhas; iii) Incentivar processos reflexivos que possibilitem a construção de princípios, valores e posturas voltadas à conservação da biodiversidade, e, iv) realizar a gestão da visitação. A Tabela 24, a seguir, expõe as diretrizes, linhas de ação e indicadores para o Programa de Uso Público.

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Tabela 24 - Síntese das Diretrizes e Linhas de Ação do Programa de Uso Público Programa Uso Público

Diretrizes Linhas de Ação Indicadores

Diretriz 1 Infraestrutura,

Bens e Equipamentos

 Incremento ou restauração de instalações físicas para atendimento aos programas de gestão

 Manutenção/ Aquisição e controle de equipamentos para atender os programas de gestão  Trilhas com estruturas de apoio a visitação implantadas  Centro de visitantes abertos nos feriados e fins de semana

Diretriz 2 Gestão de

pessoas

 Adequação da estrutura de recursos humanos (quadro de funcionários, serviços terceirizados).

 Planejamento do serviço de monitores no PEIb.  Capacitações.  Nº de voluntários para o programa.  Nº de contratos estabelecidos para o programa.  Nº de parcerias.  Nº de capacitação realizados para setores agentes que atuam no uso público. Diretriz 3 Fortalecimento e Criação de Câmara Técnica  Fortalecimento da CT Ecoturismo.  Formação da CT Educação ambiental  Captação de recursos.

 Parcerias com proprietários particulares.

 Turismo de Base Comunitária.  Parcerias na ZA.

 Atuação em Fóruns.

 Nº de reuniões das CT.

 Nº de ações propostas nos fóruns pelos CT.

Diretriz 4

Integração das atividades de e a

Visitação

 Plano de Uso Público e Plano de Gestão de Riscos e Contingências.  Estruturação de banco de dados do

Uso Público.

 Agendamento de visitação e educação ambiental.

 Controle "Trilhas de SP".  Cadastro de Prestadores.

 Pesquisa sobre o perfil de visitantes.

 Perfil da demanda por trilha/ atrativo.  Informações sistematizadas e disponíveis.  Planejamento integrado.  Satisfação do visitante com os serviços prestados.

Educação ambiental como tema transversal

no PEIb

 Consolidação e Desenvolvimento de projetos e educação ambiental – PEIb e ZA por público alvo.

 Subsídios para interpretação ambiental no PEIb.  Nº de eventos promovidos pelo Parque.  Nº de ações educativas mês, separados por público-alvo.

Sub Programa de Visitação

Manejo da Visitação

 Regulamentação de Usos.  Manutenção de Trilhas e atrativos.  Monitoramento e avaliação de impactos

(Gestão de Impactos).

 Normas de usos turísticos

estabelecidas.  Indicadores de

impacto nas trilhas estabelecidos.  Trilhas monitoradas  Trecho (em m) da

trilha manejada.

5.5. Programa de Pesquisa e Manejo do Patrimônio Natural e

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